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CLÁUSULA QUARTA· OBRIGAÇÕES E ENCARGOS DA TRANSMISSORA

No documento AI nº: 0001/2021-SFE Número Sic do AI: / (páginas 31-35)

Décima Segunda Subcláusula - São, ainda, obrigações e encargos da TRANSMISSORA: I - Com o PODER CONCEDENTE:

d - operar as INSTALAÇÕES 1 DE TRANSMISSÃO de acordo com o MANUAL DE PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO e demais instruções' dos PROCEDIMENTOS DE REDE, com as regras vigentes e com as que vierem a ser emanadas da ANEEL ou ONS, devendo acatar e aplicar quaisquer novas resoluções, determinações, recomendações e instruções que vierem disciplinar o SERVIÇO PÚBLICO DE TRANSMISSÃO.

76. Quanto ao item (ii), a Não Conformidade N.7 apontou que a gestão do conhecimento realizado pela Transmissora é deficiente, não apenas pela ausência de realização do Drill, mas também em função da não homogeneidade na realização de capacitações para os operadores do Centro de Operação do Sistema (Cotesa). Destaca-se que vários cursos essenciais à formação dos Operadores não tiveram a adesão massiva dos colaboradores, assim como foi verificada a não realização do treinamento básico denominado “Operação” pelos mantenedores da LMTE: a) nenhum mantenedor da SE Jurupari participou desse treinamento; b) apenas 1 dos 2 mantenedores da SE Laranjal realizou o curso; e c) 4 de 6 mantenedores da SE Oriximiná participaram do treinamento.

77. Em sua manifestação, a LMTE apresentou os currículos de seus operadores, porém não comprovou a realização dos cursos “Procedimentos de Operação COT-001 e COT-002” e

“Sistema de Supervisão e Controle Elipse”.

78. A SFE não pode acatar os argumentos apresentados, uma vez que foi observado deficiência na gestão do conhecimento realizada pela LMTE para seus colaboradores diretos, bem como os operadores da Cotesa, contratados para operar todas as suas instalações de forma remota. Assegurar equipes bem treinadas e preparadas, tanto tecnicamente, quanto emocionalmente, é primordial para a adequada prestação do serviço de transmissão de energia elétrica sob a responsabilidade da LMTE.

79. Com relação ao item (iii), embora existam restrições impostas pela pandemia do COVID-19, tal fato não pode ser utilizado para a não realização dos treinamentos utilizando simuladores, ainda mais que a LMTE teve o ano inteiro de 2020 para planejar e executar a atividade, considerada relevante para qualificação dos operadores do Centro de Operação do Sistema.

80. Com relação ao item (iv), reitera-se que o fato de a Concessionária prontificar-se a regularizar a Não Conformidade não a isentará de aplicação de penalidade, uma vez que o esperado é que o concessionário cumpra permanentemente os dispositivos regulamentares que regem a prestação de serviços públicos e não somente após constatação de infrações pela fiscalização.

81. Diante da análise discorrida, conclui-se por improcedentes as alegações apresentadas pela LMTE, razão pela qual se decide pela manutenção da Não Conformidade N.7.

Não Conformidade N.8

Descumprimento da Primeira Subcláusula da Cláusula Terceira do Contrato de Concessão nº 9/2008-ANEEL referente à não existência de passagem formal de turno entre os operadores do

COS COTESA, evidenciando o descumprimento do normativo da Concessionária.

82. A Não Conformidade N.8 refere-se à inexistência de passagem formal de turno entre os operadores do COS COTESA, evidenciando o descumprimento do normativo da Concessionária.

83. Depreende-se da manifestação apresentada que a Concessionária, fundamentalmente, alega que:

(i) A não conformidade não tem embasamento e nem comprovações, pelo contrário, durante a fiscalização os técnicos puderam observar e registrar as trocas de turnos, e as informações que o operador que estava saindo do turno passava para aquele que estava entrando, nos moldes do procedimento IT-OPE-COT-004;

(ii) Além disso, os fiscais solicitaram informações sobre o livro ou registro por troca de turno, motivo pelo qual os representantes da LMTE informaram que os registros são feitos pelo login do usuário do turno e pela abertura e fechamento de eventos do tipo “Passagem de Turno” no sistema de gestão “SOMA”, conforme imagens disponibilizadas na manifestação em que podem ser verificadas as informações descritas.

84. Com relação aos itens (i) e (ii), inicialmente cumpre destacar que o cerne da Não Conformidade N.8 é a inexistência de passagem formal de turno entre os operadores do Centro de Operação do Sistema, ou seja, não há um tempo pré-determinado para que esses operadores possam realizar a passagem de turno, uma vez que o horário de chegada de uma equipe de operação para assumir o turno é o mesmo da saída da equipe anterior.

85. Inclusive, o próprio normativo da Concessionária (COTESA IT-OPE-COT-004) estabelece várias informações que devem ser transferidas para os operadores do turno seguinte, conforme pode ser observado do extrato desse normativo.

Normativo COTESA IT-OPE-COT-004

“As informações mínimas, mas não se limitando a elas, que deverão serem transferidas são: 1. Eventos de desligamentos, falhas, anormalidades ou outras perturbações ocorridas desde a última vez que o operador que está assumindo o turno tenha participado.

2. Intervenções em andamento, ou com previsão de início para as próximas 24 horas. 3. Intervenções reprogramadas, postergadas, atrasadas ou a vencer nas próximas 24 horas. 4. Demais informações a julgarem importantes.”

86. Em sua manifestação, a LMTE alegou que os servidores da SFE puderam observar

in loco a passagem de turno entre os operadores, assim como tiveram acesso ao sistema que

registra as passagens de turno, apresentando extratos das telas desse sistema, trazidas a seguir.

Figura 2 – Extrato do Sistema de Gestão da LMTE

87. Destaca-se, entretanto, que o próprio extrato apresentado pela LMTE corrobora o entendimento constante do Relatório de Fiscalização. Ao se observar os campos “Data Início” e Data Fim” resta comprovado a não existência de sobreposição de horários para a realização da passagem de turno, o que contraria até mesmo o normativo da Concessionária.

88. Por fim, a LMTE, para elucidar o fato, poderia ter apresentado registros de ponto, horas extras, dentre outros, para comprovar a passagem de turno, o que não foi feito.

89. Diante da análise discorrida, conclui-se por improcedentes as alegações apresentadas pela Concessionária, razão pela qual se decide pela manutenção da Não Conformidade N.8.

Não Conformidade N.9

Descumprimento da Primeira Subcláusula da Cláusula Quarta do Contrato de Concessão nº 9/2008-ANEEL celebrado com a União, referente à não disponibilização para a equipe de

operação local (subestação Macapá) o Manual de Operação, conforme preconizado no Submódulo 10.1 - Manual De Procedimentos Da Operação: Visão Geral - dos Procedimentos de Rede.

90. A Não Conformidade N.9 refere-se à não disponibilização para a equipe de operação local (subestação Macapá) o Manual de Operação, em descumprimento do preconizado no Submódulo 10.1 dos Procedimentos de Rede.

91. Depreende-se da manifestação apresentada que a Concessionária, fundamentalmente, alega que:

(i) Ainda que seja um documento de consulta importante, a existência de manuais em uma subestação operada remotamente não pode ser utilizada para ajudar a explicar uma ocorrência;

(ii) Disponibilizou os manuais para subestação Macapá e identificou a necessidade de rever e aprimorar seus processos de atualização de manuais. Para tanto, entrou em vigência o fluxograma, objetivando a melhoria no processo de atualização de documentação operacional.

92. Quanto ao item (i), de fato, a falha na gestão documental realizada pela LMTE não ajuda diretamente a explicar a ocorrência, porém não descaracteriza a Não Conformidade apurada.

93. Destaca-se, conforme registrado no campo “Objetivos” do Relatório de Fiscalização, que a fiscalização também teve como objeto verificar a prestação de serviços adequados, satisfazendo às condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, modernidade das técnicas, dos equipamentos e das instalações, conforme estabelecido na Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nas normas e regulamentos pertinentes e no Contrato de Concessão nº 9/2008- ANEEL, celebrado entre a União e a LMTE.

94. Outrossim, cumpre destacar que o documento em tela é essencial e básico para operação das instalações sob concessão da LMTE.

95. Portanto, esperado era que os colaboradores da LMTE que atuam localmente tivessem amplo conhecimento desse manual. Porém, o que foi verificado é que os operadores sequer tinham acesso ao documento, seja em meio digital ou físico.

96. Em relação ao item (ii), em sua manifestação, a LMTE afirma que, após a fiscalização, disponibilizou os manuais para a subestação Macapá e identificou a necessidade de rever e aprimorar seus processos de atualização de manuais.

97. Contudo, reitera-se que o fato de a Concessionária se prontificar a regularizar a Não Conformidade não a isentará de aplicação de penalidade, uma vez que o esperado é que o concessionário cumpra permanentemente os dispositivos regulamentares que regem a prestação de serviços públicos e não somente após constatação de infrações pela fiscalização. 98. Diante da análise discorrida, conclui-se por improcedentes as alegações apresentadas pela Concessionária, razão pela qual se decide pela manutenção da Não Conformidade N.9.

Não Conformidade N.10

Descumprimento da Primeira Subcláusula da Cláusula Terceira do Contrato de Concessão nº 009/2008-ANEEL, de 16 de outubro de 2008, para prestação de serviço público de transmissão de energia elétrica, celebrado entre a União e a Linhas de Macapá Transmissora de Energia S.A. - LMTE pela excessiva quantidade de reprogramações de data de retorno para a operação do

transformador 2 e pelo excessivo tempo que o transformador 2 ficou indisponível para a

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