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CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS DAS OBRAS DOS FILÓSOFOS

Éticas descritivas Descrevem o modo como as pessoas se comportam em assuntos morais

Éticas normativas Argumentam como as pessoas devem se comportar Éticas cognitivistas Concebem o âmbito moral como um âmbito a mais

do conhecimento humano e argumentam racionalmente sobre a correção da norma

Éticas não-

cognitivistas Concebem a moralidade como algo alheio ao conhecimento Ética de motivos Investigam empiricamente as causas das ações Ética de fins Investigam o que motiva as ações e em que

consistem o aperfeiçoamento e a plenitude humana. Ética de bens O bem moral consiste na realização de um fim

subjetivo ou desejo realizado

Ética de fins O bem moral reside no cumprimento de um objetivo, independentemente do desejo do indivíduo

Éticas materiais O que constitui o fundamento da moral concretiza-se por meio da ontologia, da teologia, da sociologia ou da psicologia e não a partir da própria moralidade Éticas formais O bem moral depende não dos conteúdos, mas nas

formas de alguns comandos (p.ex. desenvolvimento das estruturas morais)

Éticas substancialistas Impossibilidade de falar sobre correção das normas sem embasamento em alguma concepção compartilhada de vida boa

Éticas procedimentais A ética não tem como função a recomendação de conteúdos formais concretos, mas sim a descoberta de procedimentos que permitam legitimar ou não as normas procedentes da vida cotidiana. Exemplos: Rawls, Kohlberg, ética do discurso.

Éticas teleológicas* Se ocupam em discernir o que é o bem não-moral antes de determinar o dever e consideram moralmente boa a maximização do bem não-moral Éticas deontológicas* Marcam o âmbito do dever antes de se ocupar do

bem e só consideram bom o que é adequado ao dever Continua

Continuação Éticas de intenção Fundamentam sua ação na convicção interna, na pureza de intenção, na religião ou na sua visão de mundo

Éticas da

responsabilidade Apóiam sua ação na justificação dos meios pelos fins Ética de máximos (ou

de felicidade) Tentam oferecer ideais de vida boa que os indivíduos possam desfrutar para produzir a maior felicidade possível

Ética de mínimos (ou

de justiça) Ocupam-se da dimensão universalizável do fenômeno moral, ou seja, dos deveres de justiça que são exigíveis

Fonte: Cortina A e Martínez E; 2007.

APÊNDICE B – Quadro descritivo dos “paradigmas” da bioética.

PARADIGMA CARACTERÍSTICAS

Principialista Seus autores Beauchamps e Childress enfatizam os princípios da tradição médica: autonomia – capacidade de a pessoa de autogovernar, escolher, dividir, avaliar sem restrições internas ou externas; beneficência – fazer o bem, cuidar da saúde, favorecer a qualidade de vida; não maleficência – não fazer o mal; e justiça – que obriga a garantia da distribuição justa, equitativa e universal dos benefícios dos serviços de saúde.

Liberal Fundamentado nas ideias de Engelhard, tem

como base o liberalismo norte-americano: radicalização do valor central da autonomia e do indivíduo. O corpo como propriedade do próprio paciente.

Casuístico Elaborado por Jonsen e Toulmin, se orienta pela análise de casos, buscando soluções tanto na singularidade do caso em si, como na comparação com outros casos.

Do cuidado O cuidado é a força motriz da sociedade, da sobrevivência, evidenciado pelo tradicional papel social da mulher. Sua autora, Gilligan parte da psicologia evolutiva e contrapõe o valor do cuidado – característica mais feminina, ao da justiça – característica mais masculina. Nesse

paradigma é superada a perspectiva

exclusivamente técnica da medicina.

Contratualista Sistematizado por Veatch, propõe um contrato tripartite entre médico-paciente, entre médicos e sociedade, com a finalidade de alcançar um amplo contrato que defina os princípios norteadores da relação médico-paciente. Entre os princípios propostos como fundamentais estão a beneficência, a proibição de matar, dizer a verdade e cumprir promessas.

Continuação Da ética das

virtudes

Pellegrino e Thomasma, seus autores, enfocam o valor e a necessidade da virtude para o estabelecimento de relações éticas. A virtude, enquanto característica inata do ser humano, precisa ser despertada e mantida pelo hábito de praticar boas ações e de exercitá-la. Para seus autores, a ação pela formação dos profissionais da saúde e a prática clínica conduziria naturalmente à prática do bem.

Narrativo Propõe como metodologia para a análise de casos e tomada de decisão ética a narração da história de vida das pessoas. Diferencia-se do paradigma casuístico por valorizar os recortes de classe, gênero e etnia, entremeados à situação em que a pessoa se encontra.

Do direito natural Finnis relaciona alguns bens essenciais em si mesmo: o conhecimento, a vida, a vida estética, a vida lúdica, a racionalidade prática, a religiosidade e a amizade e, para ele, a ação só é considerada como moral se reverencia e pode desenvolver esses valores.

Antropológico ou perspectiva personalista humanizante

Baseia-se em uma filosofia humanista e globalizante, cuja referencia é o conceito de pessoa na totalidade de suas expressões e na infinitude de sua realização como pessoa. Da

responsabilidade

Formulado por Hans Jonas, que estabelece que as questões referentes à ecologia e ao desenvolvimento da genética e da tecnologia devem ser analisadas em uma perspectiva filosófica que considera a natureza um bem comum da humanidade.

Fenomenológico e hermenêutico

Baseia-se na premissa de que toda experiência está sujeita à interpretação e que, para cada situação, existem a dimensão subjetiva e a objetiva. “A experiência humana não pode ser facilmente capturada e dirigida para uma escolha moral informada por meio da simples imposição de regras e princípios abstratos”.

APÊNDICE C – Quadro comparativo das principais características das abordagens dilemática e problemática dos conflitos de valores.

ABORDAGEM