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3. AS ATIVIDADES MENTAIS

3.6 Os Mapas Mentais

3.6.10 Classificação dos Esboços dos Mapas Mentais

LADD, 1970 (apud CANTER, 1977), pediu para as crianças entre as idades de doze a dezessete, de baixa renda, desenhar um mapa do bairro delas. Ela achou conveniente classificar os desenhos produzidos em quatro categorias, como ilustrou na figura 3.8: "pictórico ", "esquemático ", "se assemelhando a um mapa " e " um mapa com marcos identificáveis".

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Pictórico Esquemático

Se assemelhando a um mapa Mapa com marcos identificáveis

Figura 3.8 - Quatro tipos de esboços produzidos por crianças des enhando sua vizinhança. Fonte: CANTER (1977)

A classificação e as ilustrações das quatro categorias, ajudaram consideravelmente a discussão prévia de mapas, as diferenças nos esboços de cada pessoa, e as habilidades envolvidas na sua produção. A um nível simples, as quatro ilustrações da figura 3.8 podem ser tomadas como fases no progresso de uma forma pictórica de esboço para uma forma de mapa. Eles demonstram como cada uma das transformações pode ser efetivamente utilizadas, transformado um quadro em " um mapa com marcos " identificáveis, de forma que nos mais recentes estágios as tentativas são realizadas para, segundo este critério, imitar " mapas publicados".

Porém, há várias dificuldades usando estes critérios e associações. LADD teve, mais adiante, dificuldade em relacionar estas categorias à idade, tamanho da residência, qualquer fator socio-econômico direto, ou fatores associados com experiência prévia. Todos estes são fatores

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para os quais seria esperado uma relação a uma seqüência progressiva de sofisticação de cartografia (CANTER, 1977).

As razões para estas dificuldades estão próximas. Traçar mapas (mapear) é um método de representar arranjos de espaço. De fato são muitos os métodos, porque muitas formas de projeção, jogos de símbolos, escala e assim por diante podem ser usados. Então com um grupo não sofisticado, como o de LADD, estes métodos seriam um pouco confundidos, desafiando uma classificação rigorosa. Eles confundiram pontos de vista específicos com visão macro, e linhas como símbolos para estradas com espaços entre blocos que representam edifícios, e assim por diante. Então, antes que se possa começar a dizer o que qualquer estilo de esboço consistente implica para o sistema cognitivo do respondente, temos que obter uma idéia melhor do que os mapas mentais podem representar prontamente, e a variação possível dentro disso (CANTER, op.cit.).

Para obter uma compreensão mais completa das possibilidades para classificar dos esboços dos mapas, continua CANTER, vale a pena retornar ao uso deles por LYNCH. Será lembrado que ele observou que aqueles mapas mentais tenderam a enfatizar o linear, elementos de cidades parecidos com caminhos às custas de localizações identificáveis. Por enquanto temos que suspender o julgamento de que esta é uma propriedade de nossos sistemas cognitivos. Organizando-se uma representação de espaço, parece ser vantajoso enfatizar relações entre pontos do que identificar todas as possíveis localizações. Conseqüentemente existe uma tendência de haver mais detalhe sobre caminhos e rotas que sobre lugares. Isto não deveria ser muito surpreendente, dado que, inicialmente, o propósito principal de mapas era, em toda a probabilidade, ajudar as pessoas a acharem rotas por um terreno desconhecido. Realmente, se mapas mentais são tirados de experiência, então dado que a experiência do arranjo de espaço de lugares é construída essencialmente do movimento entre eles, seria esperado que as representações de espaço produzidas refletiria este movimento.

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Por causa da ênfase em conexões entre lugares em esboços, muitos dos sistemas para classificar mapas são essencialmente modos de descrever cadeias. Isto é particularmente verdade na tentativa mais notável para derivar uma classificação para esboço de mapas, a de APPLEYARD, 1969 (apud CANTER, 1977), que era um dos sócios de LYNCH. Ele dividiu os mapas em dois modos: primeiro por primitivo (ou complexo) que fossem; segundo, por como eles lidaram com as partes da cidade, se de algum modo "seqüencial" por meio de ligações, ou "espacialmente" indicando as localizações relativas de lugares sem notar as ligações entre eles. Infelizmente, APPLEYARD lidou com uma cidade bastante incomum para elaborar o sistema dele, Ciudad Guayana. Ele descreve a cidade como " geralmente linear sem nenhum centro dominante", consistindo em trinta mil pessoas que vivem " ao longo de uma estrada principal que vagou do moinho de aço... para a aldeia de San Felix". O estudo de Appleyard destaca dois fatores que devem ser levados em conta quando mapas de esboço são examinados. Um deles é que as instruções exatas dadas aos assuntos podem influenciar a ênfase dos esboços produzidos. Se Appleyard tivesse pedido para os entrevistados dele, que simplesmente desenhassem um mapa de Ciudad Guayana ele poderia ter tido um conjunto muito diferente de esboços. Porém, ele não pode, porque a outra influência obviamente importante nos esboços produzidos é a forma do lugar que eles representam. Era provavelmente difícil de representar uma cidade linear como Ciudad Guayana sem produzir um mapa que enfatiza a sucessão de estrada do moinho de aço para San Felix. Como conseqüência, quando Appleyard determinou a classificação dos esboços produzidos, ele achou muito mais fácil elaborar e achar vários graus de complexidade nos tipos de mapa seqüenciais produzidos do que nos tipos de mapa espaciais, e ele achou que 78% (setenta e oito por cento) dos mapas produzidos foram classificados como seqüenciais, os remanescentes eram espaciais. Todavia, a classificação dele diferenciou entre vários sub-grupos na população e foi usada, como conseqüência, por outros (CANTER, op. cit.).