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Escola Superior de Enfermagem de Lisboa

A L. tem 42 anos de idade, é do sexo feminino. Esta cliente foi internada quando tinha 1 ano de idade com o diagnóstico clínico de tumor cerebral. Tem antecedentes de maus tratos infantis e foi entregue ao cuidado da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa onde esteve até aos 14 anos de idade. Os pais divorciaram-se, o pai era alcoólico e a mãe tem uma doença do foro psiquiátrico. Tem três irmãs, mas não tem relações significativas com a mãe ou as irmãs O pai faleceu há cerca de 2 anos, manifesta muito afeto quando fala do pai, esta morte induziu descompensação psicótica na L. com várias recorrências ao serviço de urgência geral em 2012, sendo que estabilizou o seu quadro clínico a partir de Dezembro de 2012.

Trabalhou em cafés e frequentou um curso de hotelaria durante 3 anos. Existe referência de 1 internamento no Hospital Miguel Bombarda por “esgotamento” onde esteve três meses. Em 1995 fez uma tentativa de suicídio.

Atualmente reside na Residência autónoma da instituição e frequenta a formação profissional (já frequentou várias formações) neste momento encontra-se na lavandaria.

Quadro clínico: Debilidade mental moderada, associada a quadro psicótico.

Medicação:

Pequeno- almoço

Almoço Jantar Deitar

Gabapentina 300 mg × × Tegretol 200 mg × × Priadel 400 mg × × Bialzepam 3 mg × × Trazadone 150 mg × Quetiapina 100 mg × Risperidona 3 mg × Omeprazol 20 mg × Akineton 2 mg × × Risperdal consta 25 mg 3/3 semanas

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Avaliação Holística 27/12/2012 e 02/01/2013

“Vivia na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O meu pai meteu-me lá. A minha mãe deixou-me lá. Aos três meses cai numa pia, fiz várias operações. Tive até aos 15 anos

[Na Misericórdia]. Aos 16 anos fui para o hospital. Aos 18 anos fui copeira, lavava

talheres, copos, tirava bicas. Fiz um curso e era a melhor copeira do mundo. Tomei conta de uma senhora velhota, dava-me medicamentos para trabalhar mais. Trabalhei em Santa Maria, Pulido, tudo na cozinha até aos 21/22 anos.

Não gostava de jardinagem, encadernar livros era difícil, costureira era difícil. Ainda não trabalhei em copeira [na instituição].Gostava de ser copeira. Não gosto de estar na lavandaria. Tenho de gostar. Trabalhei na associação dos idosos, sim é verdade. Gostei muito, tive lá algum tempo. Saí de lá e vieram entregar-me.

Andava na rua com o meu pai. A mãe fechava a porta e nós não entrávamos. Ela quis matar o meu pai. Ela é maluca. Tenho 3 irmãs, dão-se bem o problema é sempre comigo. Deixei de andar na rua. O meu pai morreu há dois anos. Estou contente de estar aqui. Fiz o 3.º ano da escola, era muita gente.

Gosto de ler o Pinóquio, a Cinderela. Gosto de rock, dos Europa. A amizade é importante, mas tenho namorado aqui. Tive internada doente, lembro-me que tive de ser tratada, porque fazia tudo à pressa. Não faço lá nada na lavandaria, não sei passar a ferro, termina em Abril e já estou cansada. Divirto toda a gente, sou amiga, sou pontual, inteligente. As pessoas riem-se.

Gosto do peluche deu-me a minha colega de quarto. Queria que me dessem um emprego para trabalhar: L. vai para a cozinha. Ajudar naquilo que gostava [que o enfermeiro faça por

mim]. A lavandaria é um grande aborrecimento é no 10 [foi desenhada uma montanha em que a parte mais alta é 10, que é o máximo de problema que causa e mais baixa 1 o mínimo problema]. A pessoa importante é a minha colega de quarto. Quando vou para a

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Avaliação das necessidades de saúde:

Compreender quais são as dificuldades da L.

 “Não gostava de jardinagem, encadernar livros era difícil, costureira era difícil. Ainda

não trabalhei em copeira [na instituição].Gostava de ser copeira. Não gosto de estar na lavandaria. Tenho de gostar.” (sic).

Avaliação do estado de saúde mental segundo Trzepacz e Baker (2001):

Aspeto, atitude e atividade: Cliente vígil, com idade aparente inferior à real. Manteve-se sentada, mas assumiu várias posturas, gesticula com os braços. Tem um comportamento regressivo, mas com vestuário adequado à época. Cliente com obesidade. O contacto é simpático mas oscila com um contacto superficial. Demonstrou uma atitude colaborante. Apresenta tremor fino das extremidades.

Humor e emoções: Humor eutímico, expressão emocional consistente e congruente.

Discurso e linguagem: Cliente com discurso de um modo geral espontâneo. Apresenta dificuldade na compreensão e na expressão oral. Discurso pueril.

Alterações formais do pensamento, conteúdo do pensamento e perceção: A entrevista necessitou de ser orientada com muita frequência para o seu objetivo. Relativamente ao processo do pensamento, revela um discurso tangencial e com fuga de ideias por períodos. O conteúdo do pensamento por vezes é mágico “Fiz um curso e era a melhor copeira do Mundo.” (sic). Manifesta ideias de desconfiança “Tomei conta de uma senhora velhota, dava-me medicamentos para trabalhar mais.” (sic); Quando vou para a formação elas

[Profissionais da associação] pensam que vou para o café. (sic).Não manifesta alterações da percepção.

Cognição: Orientada em relação à pessoa, espaço e tempo presente, mas com discurso pouco claro em relação ao passado. Manteve atenção no momento, mas pouca concentração durante a entrevista.

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Insight e juízo crítico: Cliente sem insight para a sua doença “Tive internada doente, lembro-me que tive de ser tratada, porque fazia tudo à pressa”. (sic). Não apresenta

processo de juízo crítico.

Diagnóstico do estado de saúde:

Foco de enfermagem: “Identidade pessoal (…) conjunto de ideias, sentimentos e atitudes que cada um tem sobre a sua identidade, merecimento, capacidades, limitações e opiniões de outros (…) ” (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem CIPE/ICNP Versão βeta 2, 2003, p.54).

Plano de cuidados Cliente L.

Diagnóstico Intervenções de enfermagem

Identidade Pessoal Alterada

 Estabelecer uma relação terapêutica com base na confiança e no respeito;

 Utilizar técnicas de comunicação e linguagem adaptada que possibilitem a expressão das suas dificuldades;

 Manifestar compreensão pelas dificuldades da L. sentidas na adaptação à formação profissional;

 Ajudar na identificação de qualidades pessoais características da sua individualidade.

Resultados esperados:

 Possibilitar à L. um espaço sem julgamentos para que esta consiga identificar as suas características individuais.

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Entrevista 09/01/2013

Objetivos da entrevista:

 Ajudar na exploração e identificação das dificuldades nas diferentes áreas de formação experienciadas.

Eu: L. já experimentou muita coisa na formação, disse-me que era difícil a costura, quer

falar sobre isso?

(Não me senti desconfortável por estar no quarto da L., pois demonstra segurança e calma quando se encontra no mesmo. Foi colocada uma questão mais aberta, mas mesmo assim o discurso não foi muito desenvolvido).

L.: Era difícil cozer as bainhas das calças, era muita coisa não gostava.

(Apresenta o olhar para baixo, baloiça sentada na cama. Parece-me pensativa).

Eu: Em relação à jardinagem, o que sentia?

(Inclinei o corpo inconscientemente a aguardar uma resposta, voltando depois para trás novamente).

L.: Bem eu não gostava lá dele [instrutor], sempre a dizer L. não é assim, mas eu plantava

bem, até gostava mas acabou. Houve um colega que recomeçou outro curso da mesma coisa, mas depois ganho menos subsidio. Tenho de começar um novo. Agora depois de Abril não sei o que vai ser da minha vida, se calhar vou para o hospital não sei.

(Neste momento apresentava o tronco mais direito, contacto mantido e um fácies preocupado).

Eu: Vai para o Hospital…

(Fiquei confusa. Utilização de reflexo simples de modo a esclarecer o conteúdo da mensagem e também uma busca de clarificação).

L.: Pois não sei, mas já estive em Santa Maria, Pulido Valente na cozinha a lavar pratos

mas eu estava lá no internamento e ajudava. Depois fiquei de muletas e de cadeira de rodas, fui tomar conta de uma velhota, tinha uma filha. Ela dava-me comprimidos para engordar, dizia L. toma que tens de trabalhar. Aí engordei até agora.

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(Gesticula bastante e fala muito alto. Neste momento manteve-se com discurso tangencial e pensamento imaginativo).

Eu: Mas L. e a encadernação de livros? Já me tinha dito que era difícil…

(Realização de questão direta para tentar focar a entrevista nos objetivos com recurso ao que já me tinha transmitido anteriormente).

L.: Isso era muito difícil, ele [instrutor] estava-me sempre a dizer L. não sabes fazer um

livro, ensinou-me mas eu estragava o livro.

(Continua a gesticular e a falar mais alto do que o costume. Reconhece que não conseguia ser produtiva nesta formação).

Eu: Como correu hoje na lavandaria?

(Coloca as mãos sobre o colo e cruzo as pernas, lembro-me que estava numa posição desconfortável. Pretendo retomar à realidade e aos sentimentos atuais face à atividade de formação frequentada).

L.: Oh não fiz nada meti a roupa dentro da máquina e secamos, fizemos à vez. Uma

instrutora morreu a mãe diz que ela chamava por ela. O meu pai também me chamava, oh L. anda cá… agora não chama mais…é assim. Aquilo já estou cansada saio de casa de noite e chego a casa de noite, venho no autocarro. Estou cansada. Eu quero ir para a cozinha!

(Coloca as mãos em cima da cama, olha para o relógio preocupada com a hora do jantar apesar de ainda faltar tempo. Fala do pai com clareza e demonstra compreensão pela dor da instrutora).

Eu: Pensar assim nas dificuldades que sentiu nas várias experiências pode ajudar a ter

uma atividade que goste mais…

(Esclarecer os objetivos delineados através do que já foi referido pela cliente, revelou ser mais fácil de compreendê-los).

L.: Sim, queria a cozinha. Lavar pratos e canecas.

(Esboça sorriso e ri-se bem alto, levanta-se e foi-me mostrar uma caixa de música que recebeu no Natal e gosta muito).

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A sequência de interação encontra-se na fase de exploração da entrevista que decorria há cerca de 10 minutos. Selecionei esta sequência uma vez que foram nestas interações que a L. mais esteve focalizada no conteúdo da entrevista.

Duração da entrevista: 30 minutos

Entrevista 17/01/2013

Objetivos da entrevista:

 Utilização de técnicas de comunicação que possibilitem a expressão das suas dificuldades.

 Manifestar compreensão pelas dificuldades que sente em relação à formação profissional.

Eu: Como tem passado?

(Encontro-me sentada numa das camas em frente à L. e inicio a exploração da entrevista com uma questão mais ampla).

L.: Dói-me a barriga eu não sei o que é… é picadas e cólicas.

(Olha para baixo. Gesticula com as mãos. Não desenvolve o discurso).

Eu: E então a dieta como está a correr?

(Recorro ao que já me referiu uma vez em relação a dieta alimentar e alterações no regime alimentar).

L.: [Ri-se bem alto] tenho comido doces, como queijo, pão com marmelada e manteiga,

como muito pão, mais pão que bolos. Eu não gosto de esparregado com água, só com leite.

(Mexe bastante as mãos e fala alto. Reconhece que não tem tomado cuidado como o que come e que as dores de barriga podem ter origem na alimentação).

Eu: Tirando a dor de barriga como foi o seu dia?

(Pretendia centrar a L. na entrevista com recurso a uma pergunta mais diretiva).

L.: Não fiz nada.

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Eu: A L. diz sempre que não faz nada, será mesmo assim? Eu quando fui lá a semana

passada visitar as instalações vi a L. a passar a ferro.

(Fico tensa e preocupada pelo desenvolvimento e condução da entrevista. Recorro à confrontação para tentar que consiga exteriorizar algo mais sobre o seu dia).

L.: Estava a aprender no ferro…Hoje estive na máquina grande e depois lavo a loiça, fiz a

secagem e depois ela secou e foi para passar. Lá a que está a ensinar diz que eu carrego muito no ferro. Tenho muita força não consigo de outra maneira.

(Consegue desenvolver mais o seu pensamento e expressar algumas dificuldades que sente durante a formação profissional).

Eu: E em relação a esta formação profissional já gosta mais um bocadinho…

(Cruzo as pernas e mexo no cabelo. Sinto-me ainda um pouco perdida com a condução da entrevista. Como recurso tento reavaliar a sua posição face à atividade que está a desenvolver).

L.: Não, não gosto…eu tenho de acabar o curso agora para onde me querem mandar não sei. Queria trabalhar num café a tirar bicas, gosto de atender as pessoas, sou simpática, pontual, inteligente para as pessoas. Eu aqui lavo a loiça, meto a mesa.

(Olha em frente, endireita o tronco e fala alto. Manifesta desejo pelo fim do curso, mas preocupação em relação ao seu futuro que ainda irá ser ponderado posteriormente. No entanto revela qualidades pessoais de modo mais espontâneo).

Eu: Sente-se melhor com a injeção que está a fazer agora…

(Questiono como se sente com a alteração terapêutica que foi introduzida recentemente).

L.: Dói-me as pernas…

(Levanta-se e flete os joelhos para demonstrar que tem dores).

Eu: Mas sente-se mais calma…

(Neste momento tento voltar à questão inicial).

L.: Sim é verdade estou mais calma…está na hora do jantar.

(Senta-se e fica pensativa. Reconhece que tem o humor mais equilibrado mas pergunta pelas horas e está bastante preocupada com a hora de jantar).

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Esta sequência de interação ocorreu após 10 minutos na fase de exploração da entrevista. Apesar da necessidade constante de orientar a entrevista para o assunto central, a cliente expressou algumas dificuldades que sente e está a vivenciar.

Duração da entrevista: 25 minutos.

Entrevista 25/01/2013

Objetivos da entrevista:

 Utilização de técnicas de comunicação que possibilitem a expressão dos seus sentimentos.

Eu: Como correu hoje o dia?

(Introduzo uma questão mais fechada para conduzir a entrevista na direção pretendida).

L.: [Silêncio] Mais ou menos…

(Fica pensativa, baixa a cabeça e coloca as mãos em cima da cama. É pouco explícita na resposta mas mantém a cabeça baixa).

Eu: Então chegou à formação…

(Sento-me mais direita e olho em frente. Aqui pretendia convidar a L. a prosseguir com o seu pensamento e clarificar a resposta anterior).

L.: Sim cheguei às 8:20, porque apanhei a camioneta… saio daqui às 7:10 saio de noite ainda…

(Mantém a cabeça baixa e mexe na roupa. Mantém uma resposta que fica interrompida sem chegar ao que está de faco a preocupá-la).

Eu: Correu menos bem o dia foi…

(Recordo-me que cruzo as pernas e chego-me um pouco mais para a beira da cama. Neste momento tento através de palavras que foram utilizadas pela L., demonstrar escuta e compreensão, bem como possibilitar a expressão do que sente).

L.: Lembrei-me da morte do meu pai, não chorei porque não calhou eu lembrei-me da

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(Levanta a cabeça, olha em frente e entrelaça as mãos. Fácies triste. Conseguiu revelar os seus pensamentos e preocupações).

Eu: Eu compreendo eram muito próximos…

(Escuto o barulho de outros residentes no corredor, por vezes torna-se alto. Sinto-me mal sentada e posicionada. Pretendia manter uma atitude compreensiva e de escuta em relação à mensagem da L.).

L.: Sim ele queria sempre a mim, eu quero a minha L., a minha L., L. anda cá…A “Joana”

[irmã] a mais velha não me disse nada foi lá ao centro de dia e disse à doutora que o pai

tinha falecido. Diga lá à L. e depois eu pensei falta-me alguma coisa e eu perguntei doutora precisa de mim e ah L. preciso. A L. sabe que o pai faleceu. O quê! Ai meu Deus. Chorei nesse gabinete, no outro gabinete, chorei, chorei, chorei. Depois eu fui ao enterro dele, estava vestido todo elegante, nem parecia o meu pai.

(Olha em frente, inclina o tronco para a esquerda e fala muito alto e com débito acelerado, tornando-se difícil acompanhar. Reconhece que tem muitas saudades do pai. Descreve os últimos momentos deste e como recebeu a notícia da morte do pai).

Eu: O pai da L. já estava a sofrer?

(Introduzo uma questão para compreender como o pai se poderia sentir antes de falecer).

L.: Estava sim era já só ossinhos e pele, ele teve um cancro morreu à quarta semana,

passou uma semana, passou outra semana e passou uma terceira semana à quarta morreu. A “Joana” minha irmã é que disse ao meu pai que ele tinha cancro, ainda ficou pior, chorou muito [Silêncio prolongado].

(Levanta-se e senta-se novamente. Gesticula bastante com os braços e olha para baixo. Manifesta tristeza).

Eu: Foi um dia mais difícil para a L. hoje…o que fez hoje de tarefas?

(Mantenho-me atenta e manifesto compreensão, no entanto oriento neste momento a entrevista para outro assunto).

L.: Eu não faço lá nada e depois ela diz [formadora] faz muita força no ferro a rapariga faz

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está preparado para passar…faço recados vou distribuir dinheiro por exemplo, levo o almoço à senhora da secretaria. Mas depois fico parada.

(Encolhe os ombros e os braços. Continua a referir que não faz nada na formação profissional, desvaloriza as tarefas que desempenha. Na continuação desta sequência foram reforçadas de modo positivo as funções que desempenha).

A sequência de interação espelhada localiza-se na fase de exploração da entrevista após oito minutos de contacto. A sequência foi escolhida uma vez que foi o momento em que consegui gerir melhor as trocas estabelecidas através da gestão da comunicação, a L. esteve mais focada no momento presente e conseguiu expressar sentimentos e preocupações reais do momento atual dentro da sua história de vida.

Duração da entrevista: 20 minutos.

Entrevista 13/02/2013

No documento Relatório de Estágio Ana Maduro (páginas 164-175)