No mercado há 52 anos, a Spinelli Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio é
uma das principais corretoras de valores no Brasil. Possui mais de 1.300 clientes ativos, incluindo clubes de investimento, fundos de pensão, instituições
financeiras e asset managements.
Em um mercado extremamente tradicional e voltado ao mundo adulto e corporativo, a Spinelli rompeu as regras lançando, em setembro de 2005, o
primeiro clube de investimentos voltado exclusivamente para crianças de até 13
anos de idade.
Os clubes de investimento são uma aplicação financeira criada por um grupo
de pessoas que desejam investir seu dinheiro no mercado de ações. Os
participantes definem a quantidade e o valor de cada cota do clube, e decidem quantas cotas cada um vai comprar - e quanto dinheiro investirá no clube.
Pelas regras, ninguém pode ter mais de 40% das cotas. Os membros do clube
decidem onde o dinheiro será aplicado, com a assessoria de uma corretora de
valores, que realiza a transação. De tempos em tempos o clube de
investimentos faz uma assembléia para decidir as novas estratégias de
aplicação. Os clubes de investimento são uma solução para as pessoas que
não têm o interesse de se iniciar nesse mercado sozinhos possam dar seus
primeiros passos em conjunto com outros investidores.
Batizado de “Vida Feliz”, o clube de investimentos para crianças da Spinelli é
um projeto pioneiro no mercado e tem o objetivo de educar as crianças e criar
uma cultura de investimentos em bolsa desde a infância.
Para participar, cada criança tem que depositar pelo menos trinta reais por mês.
Aplicações maiores são permitidas, desde que nenhum cotista tenha mais de
gestão é da Spinelli, que cobra uma taxa administrativa de 2% ao ano. Mas a
política de investimentos é definida pelas próprias crianças. O extrato é enviado
no nome da criança, além de uma cartilha com os próximos passos,
documentos necessários, instituições acessíveis, custos e outras informações.
Não há prazos para saques, mas o clube sugere aos cotistas que deixem os
recursos aplicados até completar os 18 anos de idade.
Segundo Nelson Spinelli Neto, diretor da corretora, os objetivos de criar o clube de investimentos para crianças são vários:
Incentivar o desenvolvimento das crianças nos princípios de
acompanhamento do mercado, análise de ações e gestão de carteira de
investimentos;
Colaborar para a criação da poupança desta geração;
Formar uma nova geração de investidores no mercado de ações;
Atrair os pais como potenciais clientes da corretora.
O clube começou em setembro de 2005 com dez participantes e foi divulgado
em escolas por intermédio de palestras com educadores. Em janeiro de 2006,
a Spinelli já contava com 22 cotistas e estava analisando outros 30 cadastros
enviados. Dos cotistas atuais, aproximadamente 50% são meninos e 50%
meninas, entre 7 e 13 anos, de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Brasília, Santa Catarina, Porto Alegre e Salvador. Janeiro de 2006 fechou com
um rendimento aproximado de 35%.
A Spinelli acredita que o clube “Vida Feliz” poderá se tornar uma verdadeira
CO N C L U SÃ O
Demasiado maduros para serem considerados infantes, mas ainda novos para ser classificados como adolescentes; demasiado maduros para aceitarem totalmente a decisão dos pais, mais ainda novos para gerarem seu próprio
dinheiro, os tweens são diferentes das outras gerações.
É mais provável que tenham amigos do outro lado do globo do que na mesma
rua, que passem mais horas sentados na frente do computador do que na frente da televisão, ou que seu “brinquedo” preferido seja o celular. Ainda mais
importante, a linha do mercado que demarca o início do território dos produtos
dirigidos aos adultos está cada vez mais perto da fronteira do universo tween,
não só como consumidores diretos mas também como influenciadores de
compras de adultos.
Muitas empresas no Brasil e no mundo já perceberam a importância desta
geração e começaram a desenvolver produtos, serviços e campanhas de
comunicação dirigidas especificamente a estes consumidores. Um exemplo é o
clube de investimentos Vida Feliz da corretora de valores Spinelli.
As empresas que desconsiderarem o poder de consumo da geração tween
desprezarão um dos mais promissores comportamentos de consumo deste
século. A nova realidade, sem dúvida, gerará complicações para as empresas
que não encontrarem uma forma para acompanhar esta revolução no consumo
RE F E RÊ N C I A S
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