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3 Indústria sucroalcooleira

3.5 Cluster do setor sucroalcooleiro

3.5.2 Cluster de açúcar e álcool do Estado de São Paulo CAASP

Como já informado nas seções anteriores deste capítulo, razões históricas, econômicas e geográficas determinaram a concentração da indústria sucroalcooleira no Estado de São Paulo, porém, quando analisado pelo foco dos determinantes principais apresentados no “Modelo Diamante”, proposto por Porter (1999), esta concentração fica reforçada em sua lógica de trazer competitividade às empresas desta indústria.

Condições dos fatores: o Estado de São Paulo atinge produtividade média acima das observadas em outros Estados, segundo o IBGEa (2009) dos 10 municípios com maior produtividade na produção de cana de açúcar, 9 são municípios paulistas, o que naturalmente reflete não só as condições agrícolas, mas todo o contexto de gestão e infraestrutura existente.

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PORTER, M.E. Competição: estratégias competitivas essenciais, 2.ed. Rio de janeiro: Campus, 1999.

- Client es locais sofist icados e exigent es.

- Necessidades dos client es que ant ecipem as necessidades que surgirão em out ros lugares . - Dem anda local pouco com um em segment os especializados que possam ser at endidos globalment e.

- Qualidade dos fat ores. - Especialização dos fat ores . - Quant idade e cust o dos fat ores (insum os) _Recursos nat urais _ Recursos humanos _ Recursos de capit al _ Infraest rut ura física _ Infraest rut ura adminis- t rat iva

_ Infraest rut ura de infor- mação

_ Infraest rut ura cient íf ica e t ecnológica

-Cont ext o local que enco- raje form as apropriadas de invest im ent o. - Compet ição vigorosa ent re rivais .

- M assa crít ica de fornece- dores.

- Presença de aglomerados, em vez de set ores isolados.

Cont ext o para a est rat égia e rivalidade

da em presa

Condições dos fat ores (Insumos)

Condições de dem anda

Set ores correlat os e de apoio

Condições de demanda: somente o Estado de São Paulo, responde por significativa parcela do consumo de etanol e açúcar. Segundo dados da UNICA (2009) e do MAPA (2009), o Porto de Santos respondeu por 70% do açúcar exportado pelo Brasil nos últimos 04 anos.

Segundo dados do DENATRAN49 a frota de veículos registrados no país em Abril de 2009 era de 55.937.035 unidades e somente na região Sudeste era de 29.282.851 unidades dos quais 65% compostos por automóveis. Segundo dados da ANFAVEA (2009), em 2009 40% dos automóveis são do tipo Flex ou movidos a etanol, e segundo suas projeções, em 2012 a parcela de automóveis movidos a etanol ou tipo Flex será de 57%.

Se for considerados a população relativa e seu poder aquisitivo, reforça a região como grande consumidora dos produtos produzidos pelo CAASP.

Indústrias correlatas e de apoio: Conforme já demonstrado em seções anteriores deste capítulo, a força da indústria paulista foi um dos fatores que consolidou a indústria sucroalcooleira no Estado após a 2ª Guerra Mundial, o que é reforçado até os dias atuais. Segundo o IBGE (2009), o Estado de São Paulo concentra a indústria de bens e equipamentos e esta indústria respondeu em 2007 por 55% do Valor da Transformação Industrial – VTI, com cerca de US$ 11 bilhões, e por 51% do pessoal ocupado nesta indústria no país.

Estratégia estrutura e rivalidade das empresas: A figura 27 mostra o grande número de plantas em operação e em desenvolvimento ocupando a mesma região, o que produz grande competição sobre os mesmos recursos, considerando a natureza do produto açúcar e etanol e pela característica de commodity, possuem direcionadores de preço determinados por fatores exógenos.

A indústria brasileira de açúcar e etanol apresenta intensa rivalidade entre seus players. O cluster tem entre 120 e 130 unidades industriais que produzem açúcar e álcool, e cerca de 12 mil produtores independentes de cana de açúcar e as diferentes estratégias competitivas existentes na indústria refletem tal rivalidade, bem como os constantes movimentos de fusões e aquisições e a formação de grupos de cooperação. (DI SERIO et al., 2007, 133).

Segundo Di Serio et al. (2007) existe grande diversidade e heterogeneidade de produtos e empresas nesta indústria que além dos principais produtos, açúcar e álcool gera outros subprodutos como co-geração de energia, levedura e bagaço, contribuindo para melhorar o

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Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN. Disponível em: < http://www.denatran.gov.br/frota.htm>. Acesso em 17/10/09.

resultado das empresas. Aqueles autores identificam ainda diferentes estratégias competitivas no CAASP como: foco na produtividade; diferenciação e diversificação; fusões, aquisições e joint ventures e grupos de cooperação.

A figura 29 mostra a atuação do CAASP, tendo como elementos centrais a produção e o processamento da cana de açúcar, influenciado por setores públicos e privados para regulação e desenvolvimento tecnológico, integrado em uma estruturada cadeia de suprimentos e impactando e sendo impactado por outros clusters.

Figura 29 – Cluster de açúcar e álcool do Estado de São Paulo Fonte: Di Serio et al., 2007, P.141.

Armazenament o de Cana-de-açúcar

Transport e de Cana-de-açúcar

Fert ilizant es, pest i- cidas e herbicidas Cana-de-açúcar

Clust er

aliment ício

Clust er

aut omobilíst ico Publicações especializadas Relações públicas e propaganda Financiam ent o Arm azenament o de álcool Produt os quím icos,

supriment os Logíst ica de saída

Equipam ent os & manut . para usinas

Equipament os para cult ivo e irrigação

Força de t rabalho agrícola Financiam ent o Clust er agrícola de São Paulo Cult ivo da cana-de-açúcar Usinas Dest ilarias

Ensino e pesquisa (Esalq, IAC, UFScar, CTC) Organizações Com erciais (Única, Orplana, Consecana, Udop, Sim esp, Ceise) Congresso, governo federal, est adual e municipal, agencias governam ent ais, câmaras set oriais, W TO