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A Colaboração da Petrobrás na Solução do Problema da Água Subterrânea para o Nordeste

No documento Volume 1 (páginas 86-89)

7. ANEXOS

7.1.3. A Colaboração da Petrobrás na Solução do Problema da Água Subterrânea para o Nordeste

AUTOR: Dirceu César Leite

ENTIDADE RESPONSÁVEL: Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRÁS

VEÍCULO DE DIVULGAÇÃO: Coletânea de Relatórios de Exploração (I) do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da PETROBRÁS

ANO DA PUBLICAÇÃO: 1967

OBJETIVO DO ESTUDO: Contribuição ao conhecimento hidrogeológico da região.

SINÓPSE DO ESTUDO: O trabalho representa um resumo dos estudos elaborados pela PETROBRÁS para o Grupo de Trabalho constituído pelo Ministério das Minas e Energia com a finalidade de “estudar e programar o aproveitamento da água subterrânea no País, dando primazia ao Nordeste”. As bacias sedimentares objeto do estudo foram as do Recôncavo-Tucano-Jatobá, a Potiguar (Rio Grande do Norte) e a do Maranhão-Piauí.

Com relação ao conjunto das bacias sedimentares do Recôncavo-Tucano-Jatobá, o estudo se desenvolveu com maior riqueza de informações na parte do Recôncavo, face ao grande volume de dados dos poços da Petrobrás, diminuindo de intensidade na área do Tucano e de forma muito sucinta na parte do Jatobá.

De um modo geral, o estudo hidrogeológico se restringiu aos aqüíferos de idade mesozóica, ou seja, da Série Bahia, desde a Formação Aliança, até a Formação Marizal o que se constitui uma grande restrição, tendo em vista que, como se sabe atualmente, os principais aqüíferos da Bacia do Jatobá são as formações paleozóicas Tacaratú e Inajá.

O estudo realizado no conjunto de bacias Recôncavo/Tucano revela os seguintes pontos básicos:

• A Formação São Sebastião se constitui na “formação aqüífera por excelência”

onde o arenito possui espessura de até 1.000m contendo água doce em toda a sua extensão;

• A Formação Ilhas “apresenta boas possibilidades na parte média e superior, onde existem os principais arenitos aqüíferos”.

• A Formação Sergi, com espessura de 100 a 300m de areia, se constitui em

“excelente aqüífero nas áreas onde aflora ou está próximo à superfície”.

Por fim, o autor apresenta recomendações sobre os estudos a serem desenvolvidos em cada um desses aqüíferos e as especificações técnicas dos poços a perfurar em cada aqüífero, nas distintas situações.

7.1.4. O Paleozóico da Bacia de Jatobá, Pernambuco AUTOR: Paulo M. C. Barretto

ENTIDADE RESPONSÁVEL: Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN

VEÍCULO DE DIVULGAÇÃO: Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia – SBG, Volume 17, Número 1

ANO DA PUBLICAÇÃO: 1968

OBJETIVO DO ESTUDO: Detalhamento dos sedimentos do Paleozóico

SINÓPSE DO ESTUDO: À luz da época, o trabalho descreve com maiores detalhes os sedimentos do Paleozóico, uma vez que as formações pós-Aliança são bastante conhecidas quanto a sua petrografia e sedimentologia.

Dessa forma, detém-se às formações Manarí (atualmente normatizada como Tacaratú), Inajá, Ibimirim e Moxotó. Particularmente à segunda, Formação Inajá, descreve-a com variações faciológicas, três fácies areníticas (Arenito Feldspático, Arenito Cacimba e Arenito Lages) e duas sílticas (Siltito Basal e Siltito Cacimba).

Através de lâminas petrográficas, constatou matrizes com mineralização radioativa (argilo-ferruginosa-fosfática-uranífera) na Formação Inajá. Primariamente, a mineralização radioativa foi de apatita microcristalina uranífera que foi, secundariamente, alterada em pseudowavellita e crandalita, hidrofosfatos de cálcio e alumínio de zona supérgena. A espectrografia de raio X indicou a presença de Fe, Sr, Zr, Y, Mn, Rb, Pb, Na, Zn, Cu?, AS?.

Na época, Braum (1966) utilizava a denominação de Formação Tacaratú, sem, contudo, caracterizá-la formalmente de acordo com o código de nomenclatura estratigráfica. Por ocorrer, na Serra do Manarí, um dos pontos mais altos da bacia, uma magnífica seção vertical dessa formação, o autor (Barretto) propôs designá-la formalmente de Formação Manarí. Essa será originou-se da grande falha de igual nome que nivelou o embasamento com a Formação Aliança.

A denominação de Formação Ibimirim foi sugerida formalmente pelo autor, pelo nome da cidade e município onde foi realizada a sondagem da Petrobrás (IMst-1-PE) em 1963, num total de 2.832 metros de profundidade. Essa formação só é encontrada em sub-superfície. A Petrobrás a tinha designado como Unidade C, composta por arenitos esbranquiçado, de granulação média a grossa, bem classificado, poroso, friável, numa espessura média de 90 metros.

A denominação de Formação Moxotó também foi sugerida pelo autor, pelo nome da cidade situada a 38 km a W de Inajá, e corresponde à denominação da Unidade D da Petrobrás, por determinação exclusiva em sub-superfície, através da mesma sondagem que determinara a Formação Ibimirim, sobreposta à mesma, composta por folhelhos, siltitos, arenitos numa espessura média de 170 metros.

Após descrever as litologias, distribuições e expressões topográficas, espessuras e áreas, origens e ambientes de sedimentação, relações estratigráficas, idades e correlações, e relações sedimentológicas, das formações sedimentares do Paleozóico (Fm. Manarí, Fm. Inajá, Fm.

Ibimirim e Fm. Moxotó), o autor relata uma história geológica para a bacia sedimentar do Jatobá, a qual é transcrita abaixo.

“Os sedimentos da base da bacia de Jatobá são datados como do Eodevoniano ao Mesocarbonífero pelas faunas encontradas e pela correlação com os sedimentos inferiores da Bacia do Maranhão.

Durante o Eodevoniano iniciou-se a deposição dos sedimentos da Formação Manarí.

Ocorreram então as primeiras invasões marinhas, talvez vindas de SW ou W, depositando os sedimentos finos da Formação Inajá, com marcas e fauna de águas pouco profundas. Houve certa movimentação, recuo e novas flutuações que explicariam os horizontes de siltito e folhelhos intercalados com arenito. A invasão das águas marinhas deve ter alcançado seu ponto máximo por ocasião da sedimentação da parte inferior da Formação Moxotó com a presença de folhelhos carbonosos e material clástico bem fino característicos da zona batial.

A fase regressiva da sedimentação iniciar-se-ia no Mesocarbonífero com a deposição dos sedimentos neríticos da Formação Moxotó, podendo mesmo ser totalmente continental sua parte superior.

Durante quase todo o Permiano até o Eo-Jurássico não houve sedimentação alguma, ocorrendo apenas o retrabalhamento do material já depositado, evidenciado pela discordância existente entre o Paleozóico e Mesozóico. Neste hiato da sedimentação levantou-se o Arco de São Francisco separando a bacia de Jatobá da bacia de Tucano, até então ligadas, dispondo os sedimentos da bacia de Jatobá de tal forma que uma forte erosão destruiu as Formações Ibimirim e Moxotó e também parte da Formação Inajá. Daí encontramos atualmente a Formação Inajá em contato com a Formação Aliança.

Com o nivelamento entre as bacias de Tucano e Jatobá restituído, inicia-se então uma segunda fase de subsidência dando origem, outra vez, a uma bacia, ode, sob condições de ambiente calmo de águas profundas foram depositados no Jurássico os folhelhos e calcários da Formação Aliança.”

7.1.5. Inventário Hidrogeológico Básico do NE – Folha nº 20

No documento Volume 1 (páginas 86-89)