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1. INTRODUÇÃO

2.2. Coleta das amostras

2.2.1. Coleta das amostras de solo

As amostras foram coletadas seguindo o padrão do Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo (Santos et al., 2005), Manual Técnico de Pedologia (IBGE, 2005) e o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2006). As áreas de coletas foram selecionadas de acordo com sua capacidade de representar uma unidade de mapeamento, aliado à identificação e registro de suas transições (IBGE, 2005; Embrapa, 2006).

Fez-se a descrição completa de 4 perfis de solo em topossequência, mais a coleta de 17 perfis com seção de controle, isto é, uma camada superficial do horizonte A e outra representativa do horizonte diagnóstico subsuperficial, totalizando 58 amostras. Caracterizou- se em campo a estrutura e consistência dos solos coletados (seca, úmida e molhada). Posteriormente, foram conduzidas às análises de laboratório após secagem e obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA). Também foram coletadas 7 amostras em anéis volumétricos para determinação da densidade do solo, micro e macroporosidade e a resistência à penetração na capacidade de campo e no ponto de murcha permanente. Duplicatas dessas 7 amostras foram destinadas à caracterização mineralógica. As descrições completas dos perfis e seções de controle são apresentadas nos anexos II e III.

2.2.2. Coleta das amostras de água

Os locais de coleta das amostras de água foram escolhidos com a participação dos quilombolas, definindo-se a coleta de 20 amostras, sendo duas em cada ponto, uma coletada em frasco de vidro esterilizado e transportada em isopor com gelo e a outra em condição ambiente. As 10 amostras mantidas refrigeradas durante as 23 horas de transporte até ao laboratório foram submetidas às análises para quantificar E. Coli e coliformes totais. As

outras 10 amostras foram analisadas quanto ao conteúdo de elementos totais. No Quadro 1 são apresentados os pontos de coleta das amostras.

Quadro 1. Locais de coleta das amostras de água do território da comunidade remanescente do quilombo de Brejo dos Crioulos

Local de coleta Núcleo de Moradia Localização

Rio Arapuim Orion

Calumbi Conrados

Lagoa Água Preta

Furado Seco

Araruba

Orion Residência do Sr. Dário

Poço artesiano Furado Seco Residência do Sr. Cândido

Caxambu I Residência do Sr. Papa

Furado Modesto

Orion Residência da Sra. Júlia

2.3. Análises laboratoriais

2.3.1. Caracterização da cor e de atributos físicos do solo

Foram realizadas nos laboratórios do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa - UFV.

As cores foram determinadas por comparação com padrões contidos na Soil Color

Charts (Munsell, 1994) em amostras secas e ligeiramente umedecidas.

a) Granulometria, argila dispersa em água (ADA) e densidade de partículas (DP)

A composição granulométrica foi determinada pelo método da pipeta, baseado no princípio da velocidade de queda das partículas, conforme a Lei de Stokes, mediante a dispersão de 10 g de TFSA (terra fina seca ao ar) com NaOH 0,1 mol L-1 sob agitação lenta de 50 rpm por 16 horas (Ruiz, 2005a). As frações areia grossa e fina foram separadas por tamisação em peneiras com malhas de 0, 2 mm e 0,053 de abertura, respectivamente. A determinação de silte deu-se por pipetagem (Ruiz, 2005b).

A argila dispersa em água (ADA ou AN) foi determinada de acordo com a metodologia descrita para análise granulométrica, com agitação rápida (12.000 rpm por 15 minutos) e suprimindo-se o uso do dispersante químico (Embrapa, 1997).

A densidade de partículas (DP) do solo foi obtida por meio do método do balão volumétrico, utilizando-se álcool como líquido penetrante, conforme Embrapa (1997).

b) Resistência à penetração (RP)

A determinação da resistência à penetração (RP) deu-se mediante a utilização de um penetrômetro eletrônico modelo MA-933 (marca Marconi), conforme Tormena et al. (1998). Os ensaios foram realizados no centro geométrico de cada amostra, percorrendo toda sua extensão, descartando-se os valores dos 0,5 cm das extremidades superiores e inferiores. As determinações, para cada amostra de solo, foram realizadas com teores de umidade na capacidade de campo (0,03 MPa) e no ponto de murcha permanente (1,5 MPa).

c) Porosidade total, macro e microporosidade

A porosidade total (PT) foi determinada a partir da relação entre densidade do solo (DS) e densidade das partículas sólidas do solo [Pt = 1 - (Ds Dp-1)]. A microporosidade foi

obtida a partir da quantidade de água retida nas amostras de solo submetidas à tensão de - 0,006 MPa (60 cm de H2O). A macroporosidade foi calculada pela diferença entre a porosidade total e a microporosidade (Embrapa, 1997).

2.3.2. Caracterização química do solo

As amostras coletadas foram secas ao ar, destorroadas e passadas em peneira de 2 mm de abertura de malha para a obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA). Esta por sua vez, foi submetida às análises de acordo com os métodos padrões estabelecidos pela Embrapa (1997).

O pH foi determinado em água e em solução de KCl a 1 mol L-1 na suspensão solo- solução com proporção de 1:2,5. As concentrações de cálcio e magnésio trocáveis foram extraídas com KCl a 1 mol L-1 na proporção de 1:20, sendoquantificados por espectrometria de absorção atômica. O sódio e potássio trocáveis foram extraídos com solução de Mehlich-1 e determinados por fotometria de chama. O Al3+ foi extraído em KCl a 1 mol L-1 e determinado por titulometria com NaOH. H + Al foram extraídos por acetato de cálcio a 0,5 mol L-1 em pH 7,0 e quantificados por titulometria com NaOH. O P disponível foi extraído pelo extrator Mehlich-1 e quantificado pelo método do ácido ascórbico (Defelipo & Ribeiro, 1997). Os teores de Fe, Zn, Mn e Cu também foram extraídos com o Mehlich-1, o B em extrator de água quente (Embrapa, 1997). A acidez potencial foi determinada por titulação com NaOH (0,025 mol L-1) da extração de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 a pH 7,0. O carbono foi determinado de acordo com o método de Yeomans & Bremner (1988) adaptado por Mendonça & Matos (2005).

2.3.3. Determinação mineralógica

A identificação dos minerais presentes nas frações argila, silte e areia, foi realizada por difratometria de raios-X (aparelho Rigaku - tubo de cobalto), de acordo com os procedimentos descritos por Melo (1998). Fez-se a remoção da matéria orgânica e separação das frações. Não foram realizados tratamentos para a diferenciação dos minerais presentes nas amostras da fração argila.

A fração argila foi passada em almofariz de ágata e montada em placa de Koch para identificação dos minerais da amostra não orientada (em pó). Após a montagem, as lâminas foram analisadas em uma amplitude de 2 a 50° 2θ, a uma velocidade do goniômetro de 2° 2θ/min. Os difratogramas foram interpretados de acordo com Chen (1977) e Melo (1998).

2.4. Caracterização química e biológica das amostras de água