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3.5.1 Procedimentos preliminares

Os seguintes procedimentos foram executados anteriormente à aquisição dos dados: • Submissão e aprovação do Comitê de ética em Pesquisa em Seres Humanos da UDESC sob referência nº 023/06 (ANEXO I);

• Contato com a direção ou responsáveis das escolas, escolinhas ou clubes através de uma visita na qual foram explicados os objetivos e os procedimentos do estudo;

• Envio do termo de consentimento livre e esclarecido por intermédio das crianças, a fim de obter as autorizações dos pais ou responsáveis, para que os mesmos tomassem conhecimento sobre os procedimentos utilizados na coleta de dados;

• Agendamento da coleta de dados no laboratório de Biomecânica do CEFID/UDESC e com a direção das escolas, escolinhas ou clubes;

• Ambiente da coleta: a coleta dos dados cinemáticos foi realizada em ambiente de laboratório, com piso regular e livre de qualquer risco à integridade física dos mesmos. Em todos os momentos o pesquisador esteve presente.

• Organização do local da coleta: a coleta ocorreu num ambiente semelhante a um cômodo grande de aproximadamente 65 m2. No dia da coleta dos dados a sala foi decorada

com temas infantis, a fim de tornar o ambiente mais agradável, visto se tratar de uma sala com parede e teto pretos, própria para aquisições de dados dessa natureza.

• Calibração do sistema: para a calibração do sistema Peak Motus utilizou-se um calibrador em forma de bastão com comprimento de 136 cm, apoiado sobre um tripé, por ser suficiente para uma aquisição bidimensional (Figura 6).

Figura 6. Calibrador bidimensional 3.5.2 Preparação dos participantes

No dia da coleta de dados, as crianças foram conduzidas até o Laboratório de Biomecânica do CEFID/UDESC por um dos pesquisadores integrantes do projeto, onde passaram por período de familiarização com o ambiente e instrumentos e pesquisadores. A familiarização consistiu em caminhar pela sala e conhecer os equipamentos como a câmera e os marcadores refletivos. Os sujeitos executaram o movimento de salto vertical usando short e camisa de cor preta, a fim de destacar os marcadores refletivos fixados no corpo dos sujeitos, e também realizaram os saltos descalços, a fim de padronizar a coleta de dados.

Na seqüência, fez-se as marcações nas referências articulares de interesse para este estudo através da colocação de marcadores refletivos (ombro, cotovelo, quadril, joelho e tornozelo), conforme o modelo antropométrico adaptado de Kalfhues apud Riehle (1976):

Ombro: 4,9 cm do canto superior distal do acrômio;

Cotovelo: 1,1 cm da fenda lateral proximal da articulação do cotovelo; Quadril: 0,3 cm da ponta distal do trocânter;

Joelho: 2,6 cm da fenda proximal da articulação do joelho; Tornozelo: 1,3 cm da ponta distal do maléolo lateral.

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3.5.3 Aquisição dos dados

Primeiramente foi preenchida pelo pesquisador a ficha cadastral com os dados de identificação, na qual cada criança recebeu uma identificação numérica (código) para assegurar o posterior anonimato da mesma (APÊNDICE II). Na seqüência, foi realizada a avaliação antropométrica, que consistiu na aferição da massa corporal e da estatura, medida do vértex à região plantar, registradas na ficha de dados de identificação (APÊNDICE II). E, em seguida, realizou-se a coleta de dados cinemáticos.

Os dados cinemáticos foram adquiridos a uma freqüência de 60 Hz com filmagem bidimensional. Utilizou-se uma câmera de vídeo da Peak Motus (HSC-180), acoplada a um tripé localizado perpendicularmente ao plano do movimento do salto vertical, a uma distância mínima e suficiente para que o movimento fosse visualizado na íntegra, preenchendo todo o campo visual da câmera (Figura 7).

A escolha da freqüência de amostragem se deu pelo fato da maioria das análises cinemáticas dos movimentos humanos utilizarem freqüências entre 30 e 180 Hz, podendo ser aumentadas para movimentos com maior velocidade. Encontrou-se na literatura estudos (Jódar; Redin, 1995; Amadio, 1998; Estrázulas, 2006; Detânico, 2008) com movimentos de saltos com freqüências de aquisição a partir de 30 Hz. No estudo de Estrázulas (2006) foram testadas freqüências de aquisição de 60 e 180 Hz para a tarefa motora do salto horizontal de crianças, concluindo através dos resultados, que a análise a 60 Hz não comprometeu a identificação de eventos importantes nas curvas de ângulos. Portanto, pela semelhança entre o salto vertical e horizontal, optou-se pela freqüência de 60 Hz neste estudo.

Figura 7. Layout do posicionamento da câmera e do sujeito.

Na seqüência fez-se a demonstração do salto vertical através de vídeo, com intuito de padronizar as informações fornecidas para as crianças. O vídeo utilizado para demonstração consistiu da imagem de um salto com padrão maduro de movimento, utilizado para padronizar a demonstração para todas as crianças, garantindo que a informação fornecida fosse sempre a mesma. Verificou-se no estudo piloto (APÊNDICE I) que a demonstração do vídeo não foi suficiente para a compreensão da tarefa, pois as crianças demonstraram dúvidas fazendo perguntas antes de durante a execução dos saltos. Portanto, como a matriz de Gallahue (1989) não fornece os procedimentos e explicações que devem ser realizados, foram adaptadas as orientações do protocolo do TGMD-2 (Test of Gross Motor Development) de Dale Ulrich (Ulrich, 2000), validado no Brasil por Valentini et al. (2008). O TGMD-2 é um teste de avaliação do desenvolvimento motor grosso de diversas habilidades motoras, portanto, com objetivos semelhantes à matriz analítica de Gallahue (1989). Algumas das orientações do TGMD-2 (ANEXO II) utilizadas neste estudo, foram:

Demonstre e oriente verbalmente de maneira precisa a habilidade a ser realizada. No

caso de demonstração utilizar o padrão maduro das habilidades;

Sempre propicie uma tentativa de prática para ter certeza que a criança entendeu a tarefa;

Propicie demonstração adicional se necessário quando a criança parece não saber o que fazer;

Evite dicas verbais. Evite expressões com juízo de valor (ex: muito bom; você é o

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Encoraje a criança a executar da melhor forma possível utilizando-se de dicas verbais apropriadas.

Em seguida, ao comando de voz “pode saltar”, a criança iniciou a execução de três saltos verticais válidos, ou seja, a partir da posição estática, realizados no plano sagital, e iniciados com ambos os pés. A escolha pelas três tentativas fundamenta-se no estudo de Detânico (2008), no qual verificou-se baixos coeficientes de variações tanto para três quanto para cinco repetições.