• Nenhum resultado encontrado

A coleta de dados ocorreu no período de abril a setembro de 2017, após aprovação do protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense. Para coleta de dados foi utilizado formulário estruturado, elaborado com base nas evidências encontradas em revisão integrativa sobre os principais fatores de riscos associados ao desenvolvimento de infecção em pacientes onco- hematológicos após quimioterapia, realizada anteriormente (Apêndice 1) e, no tocante aos cuidados de Enfermagem, seguiram as recomendações da ANVISA vigentes à época do período avaliado (2012-2015). Assim, o instrumento utilizado para coleta de dados foi estruturado de modo a organizar as variáveis de interesse que são apresentadas na figura 3 que se segue.

Figura 3 – Esquema das variáveis de interesse para o estudo. Niterói, 2017. VARIÁVEIS DE INTERESSE Preditoras/ Exposição - Doença Hematol - Protocolo QT - Transfusão CH - Mucosite - CVC - Neutropenia Modificadores de efeito -Medicamentos - Téc. Assépticas - Troca dispositivos - Sociodemográfico

Desfecho - Sem infecção

A variável preditora ou de exposição é o fator que precede o desfecho, também denominada variável independente, é aquela que influencia, determina ou afeta uma variável de desfecho.45,46 As variáveis preditoras definidas para este estudo são: (a) quantitativas contínuas – número de casos de neutropenia segundo classificação em moderada, severa e profunda que será avaliada através de dados laboratoriais; (b) qualitativas categóricas ou nominais - doença onco-hematológica apresentada; tipo de protocolo de quimioterapia realizado; presença de cateter venoso central (CVC); presença de mucosite e presença de neutropenia.

Assim, para efeito de análise e classificação dos casos de neutropenia identificados neste estudo, tomou-se por base os seguintes valores de referência descritos por León6 para os três níveis de neutropenia, conforme apresentado no quadro 3.

Quadro 3 – Valores de referência para classificação dos casos de neutropenia em moderada, severa e profunda. Niterói, 2017.

NEUTROPENIA

Nº NEUTROFILOS/mm3 MODERADA SEVERA PROFUNDA

˃500 e ˂ 1000 ˃100 e ≤ 500 ≤ 100

Fonte: León LC. Infecciones en huéspedes inmunocomprometidos. Rev méd hered. 2013.6

Quando a interação de vários fatores causais (variáveis de exposição) pode produzir impacto considerável para saúde do paciente, a variável denominada Modificador de Efeito é utilizada para medir a variação na força de relação entre as variáveis de exposição e de desfecho, de acordo com os níveis de uma terceira variável.38 É possível haver mais do que uma variável modificadora de efeito independentes.47 Neste contexto, foram consideradas variáveis de modificadoras de efeito para este estudo a variável contínua idade e as variáveis qualitativas: (a) categóricas – sexo, estado civil, tipo de medida preventiva medicamentosa e não medicamentosas adotadas; e, (b) ordinal – escolaridade. As variáveis modificadoras de efeito foram utilizadas para testar a hipótese delimitada para o estudo em questão.

Variável de Desfecho é a variável que se deseja explicar, em função de ser influenciada, afetada pela variável preditora. Também chamada de variável dependente, varia de acordo com as oscilações da variável preditora. Aquela que se supõe ser o resultado da investigação na mensuração da condição de saúde-doença.45,46 As variáveis de desfecho consideradas no presente estudo foram: o não desenvolvimento de infecção e o desenvolvimento de infecção. Foi considerada presença de infecção, o diagnóstico realizado

pelo médico assistente descrito em prontuário, comprovados por exames diagnósticos de imagens, exames laboratoriais de hemocultura, urinocultura, cultura de escarro e corroborados ou não por sinais e sintomas de infecção como febre ou hipotermia; hipotensão; taquicardia; tremores; diarreia e outros.

A fonte dos dados foram os registros da equipe de saúde referente ao tratamento, ações de cuidado, sinais e sintomas, intercorrências durante o tratamento, resultados de exames laboratoriais e de imagem nos prontuários selecionados para compor a amostra da pesquisa.

Podemos identificar alguns vieses de seleção neste projeto de pesquisa. Viés de seleção em estudo de Coorte são diferenças sistemáticas de características entre os dois grupos comparativos, além do fator em exposição, com efeito sobre o desfecho.48 Neste caso, o viés de seleção refere-se ao grupo de pacientes que fazem tratamento ambulatorial e os que realizam tratamento internados. Neste caso, o paciente que realizou protocolo quimioterápico internado, e após alta hospitalar apresentou infecção e realizou tratamento com antibiótico no ambulatório sem internação, foi excluído do estudo.

Outro viés considerado no resultado do desfecho refere-se ao viés de suscetibilidade. Este tipo de viés ocorre quando os pacientes incluídos no estudo “diferem em outras formas que não as variáveis em estudo.38:143 As variáveis que caracterizam uma possível suscetibilidade dos pacientes e que podem alterar o desfecho do estudo são denominadas de variáveis externas. Essas variáveis são assim denominadas porque embora possam fazer parte do fenômeno em estudo, elas não foram definidas como específicas ou de interesse para esta pesquisa.

São consideradas variáveis externas nesta pesquisa: se trabalhador ou aposentado, cor/raça, início da doença, início do tratamento, mudança no protocolo de quimioterapia. Para controle desse viés, com exceção da variável referente a mudança ou realização de mais de um protocolo de quimioterapia, seu controle deu-se ao ser considerado como fator de risco para desenvolvimento de infecção, o protocolo realizado imediatamente anterior ao diagnóstico de infecção e os demais foram apenas descritos.

Em caso de instalação de CVC em paciente que já possua diagnóstico de infecção fechado, este dispositivo não foi avaliado como fator de risco, priorizando desta forma o controle do viés na pesquisa.

Os dados foram coletados com auxílio do Magpi®, ferramenta digital, utilizada para coleta e gerenciamento móvel de dados. O instrumento de pesquisa foi construído na citada plataforma eletrônica, onde todas as questões foram previamente inseridas. Através do aplicativo do Magpi®, instalado no tablet, foi realizada a coleta de dados dos prontuários no

setor de arquivo do HUAP de maneira offline. Esses dados foram sendo exportados automaticamente e gerando o banco de dados. A planilha Microsoft Excel® utilizada para tratamento e análise dos dados foi gerada pelo próprio Magpi®.

Documentos relacionados