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A coleta de dados utilizadas nesse estudo foi sistematizada para lograr as metas estabelecidas e se baseou em questionários e entrevistas semiestruturadas. A base de dados foi firmada em amostras colocadas em planilhas eletrônicas a partir da pesquisa censitária e em gravações de áudio e planilhas do que foi coletado nas entrevistas.

3.3.1 Pesquisa Quantitativa – Censitária

A pesquisa quantitativa foi efetivada através de uma pesquisa censitária, visando analisar o grau de aceitação e uso do sistema de informação implantado na divisão de saúde da ALERN.

Oliveira (2011) relata que estudos censitários se fundamentam na utilização de todos os elementos de uma população e é geralmente aplicada quando se trabalha com uma população pequena, pois ao contrário demandaria muito esforço, tempo e dinheiro.

3.3.1.1 Instrumento

O instrumento para a coleta de dados nessa etapa da pesquisa foi um questionário com questões abertas e fechadas (Apêndice A). Gil (2008) o conceitua como um dispositivo de investigação que objetiva captar informações sobre opiniões, crenças, sentimentos, entre outras coisas. Para Flick (2013), os questionários promovem a comparação de respostas de todos os participantes e, portanto, devem conter questões claras e sem viés. Ressalta-se que esse instrumento foi entregue e respondido por toda a população investigada, ou seja, os 36 usuários do sistema.

O modelo do questionário aplicado foi pautado no instrumento de coleta de dados testado e utilizado por Venkatesh e Davis (2000, p.201) para testar o modelo de Aceitação e Uso Estendido, TAM 2, como pode ser visto no Apêndice A. As questões foram adaptadas para captar os objetivos propostos.

O primeiro bloco de questões diz respeito à identificação do perfil dos respondentes e corresponde ao sexo, idade, nível de escolaridade, profissão e o tempo que trabalha no setor.

Já no segundo bloco foram apresentadas as dimensões que representam o modelo TAM 2. Essa seção contém apenas questões fechadas que vão do item um ao vinte e três. Para essa parte foi utilizada a Escala de Likert que, esclarecem Silva Júnior e Costa (2014), consiste em, mediante um constructo, elaborar um conjunto de afirmações com as quais os respondentes deverão concordar ou discordar através de uma escala numérica que verifica o grau dessa concordância. Essa estratégia foi escolhida por ser de fácil manejo, ser bastante usual e pelos autores do TAM 2 também a terem adotado para a sua pesquisa.

A Escala de Likert aplicada foi a de 7 pontos distribuídos da seguinte forma: 1 – discordo totalmente, 2 – discordo moderadamente, 3 – discordo um pouco, 4 – neutro, 5 –de certa forma concordo, 6 – moderadamente concordo, 7 – concordo totalmente.

Essas questões analisavam nove constructos: Intenção de Uso (UI), Utilidade Percebida (PU), Facilidade de Uso Percebida (PEU), Norma Subjetiva, Voluntariedade, Imagem, Relevância para o Emprego, Qualidade de Saída e Demonstrabilidade de Resultados. Ressalta-se que em todas as fases da pesquisa foram empregados procedimentos éticos e antes de aplicar os instrumentos de coleta de dados foi entregue aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, como pode ser visualizado no Apêndice C.

No Quadro 5 é ilustrado a disposição das perguntas de acordo com os construtos trabalhados:

Quadro 5 - Perguntas e Construtos do Questionário

CONSTRUCTO ITEM Nº QUESTÃO

Intenção de uso (UI)

UI-1 Levando em consideração que tenho acesso ao sistema pretendo utilizá-lo.

UI-2 Atualmente utilizo o sistema de informação todos os dias que trabalho.

1;2

Utilidade Percebida (PU) PU-1 Usar o sistema melhora meu desempenho no trabalho.

PU-2 Usar o sistema no meu trabalho aumenta minha produtividade.

PU-3 O uso do sistema de informação aumenta a minha eficácia no trabalho

PU-4 Considero que o sistema é útil ao meu trabalho.

3;4;5;6

Facilidade de Uso Percebida (PEU) PEU-1 Minha interação com o sistema é clara e compreensível.

PEU-2 Interagir com o sistema não exige muito esforço mental.

PEU-3 Eu acho o sistema fácil de usar.

7;8;9

Norma Subjetiva As pessoas que influenciam meu comportamento acham que devo usar o sistema

As pessoas que são importantes para mim no meu trabalho acham que eu deveria usar o sistema.

10;11

Voluntariedade Meu uso do sistema é voluntário.

Meu coordenador não exige que eu use o sistema. Embora possa ser útil, o uso do sistema certamente não é obrigatório no meu trabalho.

12;13;14

Imagem As pessoas do meu setor que usam o sistema têm mais prestígio do que aqueles que não o fazem.

As pessoas do meu setor que usam o sistema têm um alto perfil.

Ter o sistema é um símbolo de status no meu setor.

15;16;17

Relevância no Trabalho No meu trabalho, o uso do sistema é relevante. 18 Qualidade de Saída O sistema executa bem as tarefas a qual se propõe.

Eu não tenho nenhum problema com o desempenho do sistema.

19;20

Demonstrabilidade de Resultados Os resultados do uso do sistema são visíveis para mim. Eu consigo descrever facilmente para os outros os resultados do sistema.

Eu teria dificuldade em explicar por que usar o sistema pode ou não ser benéfico.

21;22;23

A terceira seção é composta de três questões abertas que buscam ampliar as respostas no que se refere à aceitação e uso, bem como os fatores que influenciam no sucesso de implantação do sistema, a saber, dificuldades encontradas no uso do sistema, pontos fortes dessa ferramenta e sugestões de melhorias.

Os questionários foram aplicados no período de 10 de setembro a 30 de outubro de 2018 para que pudessem ser aplicados com todos os que usam o sistema, diminuindo as chances de excluir alguém que estivesse de férias ou afastado por algum outro motivo.

Na próxima seção serão apresentados aspectos relacionados à pesquisa qualitativa.

3.3.3 Pesquisa Qualitativa

A pesquisa qualitativa deste estudo se pautou nas questões abertas utilizadas no questionário aplicado aos usuários finais. Além dessas perguntas, também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a equipe responsável por desenvolver e implantar o sistema.

3.3.3.1 Questões Abertas

As três perguntas abertas empregadas no terceiro bloco do questionário aplicado aos usuários tinham como objetivos principais identificar novos aspectos sobre o TAM e o sucesso na implantação do sistema, além de captar opiniões que ajudassem a construir o projeto de intervenção.

Foram elaboradas três itens (24, 25, 26) que solicitava aos usuários a indicação de pontos fortes e fracos do sistema, assim como sugestões de melhorias.

3.3.3.2 Entrevistas Semiestruturadas

Gray (2012) relata situações nas quais a entrevista é um instrumento interessante a ser escolhido, como, por exemplo, quando se procura entender mais profundamente o fenômeno e os sentimentos dos entrevistados.

Na entrevista semiestruturada, o entrevistador utiliza um roteiro para ajudar a guiar o diálogo, mas não necessariamente precisará usar todas as perguntas e nem seguir uma ordem. Os questionamentos podem ser realizados de forma mais ampla e novas perguntas podem surgir, a depender do andamento da entrevista (Flick, 2013; Gray, 2012).

Foi elaborado um roteiro de entrevista como demonstrado no apêndice B, direcionado à equipe de Tecnologia da Informação, usando como base o referencial teórico que trata sobre os fatores críticos de sucesso do sistema. Foram entrevistados quatro pessoas desse grupo de TI: uma pessoa que ficou responsável por acompanhar a implantação e prestar assessoria aos usuários, estando presente diariamente no setor; um técnico de TI lotado no setor de informática da Assembleia Legislativa potiguar e os dois técnicos da empresa terceirizada responsáveis por desenvolver e implantar o sistema de informação do setor de saúde.

As entrevistas objetivaram captar aspectos relacionados à descrição e estrutura do sistema, pontos críticos que influenciaram o sucesso na implantação do sistema, assim como pontos pertinentes ao TAM 2. A partir disso, também se pretendeu identificar as lacunas desse processo que pudessem servir como base para o projeto de intervenção. As entrevistas foram realizadas entre os dias 05 a 14 de novembro de 2018, devido à agenda lotada da equipe que desenvolveu o sistema, e foram gravadas. Duraram em média 25 minutos e os entrevistados ficaram livres para trazer elementos novos que não estavam expressos nas perguntas.