CAPÍTULO I APORTES TEÓRICOS METODOLÓGICOS
1.5 Coleta de Dados
De acordo com Gil (1999) na realização de uma pesquisa, o Universo ou população é o conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. A população se refere ao conjunto de todos os dados que podem ser coletados sobre algum fenômeno de interesse e sobre o qual se deseja estabelecer conclusões. Muitas vezes, os tamanhos das populações são muito grandes ou as mesmas não podem ser medidas integralmente. Portanto, é necessário selecionar um subconjunto desses dados, denominado amostra.
Neste caso, delimitamos como universo desta pesquisa os aprendentes dos 30 (terceiro) e 40 (quarto) marcos, mediadores a distância e professores pesquisadores, tomando-se como base o período letivo 2009.1 (totalizando 346 usuários), distribuídos da seguinte forma:
Pesquisados Quantidades
Aprendentes 262
Professores pesquisadores 29
Mediadores acadêmicos 55
Total 346
TABELA 03 - População de usuários do Moodle
Os critérios que basearam a escolha foram delimitados em função do tempo de vivências dos atores (alunos, docentes e mediadores) no AVA Moodle.
Amostra
Utilizamos a amostragem aleatória simples que consiste em escolher uma amostra de uma população, de forma que qualquer sujeito participante da população tenha a mesma probabilidade de ser selecionado. Utilizamos como amostra da pesquisa, 10% da população de cada extrato de usuário, (aprendente, professor pesquisador, mediador a distância) feita através de uma tabela de números aleatórios.
Instrumentos de Coleta
Avaliação da Usabilidade
A usabilidade foi avaliada a partir da contribuição de Cybis (2000) que destaca três tipos de técnicas de avaliação:
Preditivas/analíticas: esta técnica não necessita da participação do usuário e deve ser aplicada por avaliadores experientes em avaliação de usabilidade; Objetivas/empíricas: o usuário tem participação ativa, com sessões de
observação da interação, a exemplo da técnica de ensaios de interação. Prospectivas: caracterizam-se pela participação dos usuários do sistema na
avaliação com sua experiência, suas opiniões e preferências. Baseiam-se nas aplicações de questionários de satisfação ou insatisfação do usuário em relação à interação com a interface.
A escolha deste instrumento teve como suporte a afirmação de Dias (2003, p.66) que argumenta que
os questionários são úteis quando se tem uma grande quantidade de usuários, dispersos geograficamente ou segmentados por perfil. Com esse instrumento, pode-se identificar indícios de problemas de uso do sistema por um certo tipo de usuário, em um determinado ambiente operacional [ou contexto específico de uso].
Na busca dos resultados para os objetivos propostos neste trabalho, foi utilizado o questionário para medir o índice de satisfação dos usuários, baseado na
técnica prospectiva. Segundo Medeiros (1999), o sucesso das técnicas prospectivas depende da objetividade do instrumento de coleta adotado, quanto mais dirigido para os dados a serem analisados e menos ambíguo, melhor será a eficácia do instrumento. Essas técnicas também denominadas de pesquisa de opinião. Através dessa ferramenta, o pesquisado responde a um conjunto de perguntas sem a presença do pesquisador. O questionário é constituído por uma série de perguntas elaboradas com o objetivo de se levantarem dados e atenderem aos objetivos da pesquisa.
Em observância a essa conciliação de objetivos, o questionário utilizado nesta pesquisa (Apêndice A) foi especialmente formulado para um público-alvo do ambiente virtual de aprendizagem Moodle, apoiando-se em informações relevantes ao seu entendimento, e baseiam-se em pesquisas diretamente relacionadas com usabilidade.
Foram utilizadas questões do tipo abertas e fechadas divididas em duas seções: a primeira, se refere ao perfil dos usuários, composta de 10 (dez) questões e a segunda seção do questionário, referente aos atributos de análise de usabilidade, ou seja, de obter informações sobre o grau de satisfação dos usuários em relação ao ambiente virtual de aprendizagem Moodle, em relação ao conteúdo e em relação aos professores pesquisadores e mediadores.
Na segunda parte do questionário, utilizamos especificamente, os critérios de concordância em referência aos atributos de usabilidade.
A criação do questionário baseou-se, no uso da escala do tipo Likert. Conforme Likert (1932 apud HAYES, 1995, p. 80), idealizador da escala, ela deve representar um continuo bipolar, de resposta negativa em uma extremidade à resposta positiva na outra extremidade, permitindo que os questionados respondam itens perguntados em graus variados.
[...] [com o uso da escala de Likert], permitimos que os clientes se expressem em termos de grau de suas opiniões acerca do Produto ou Serviço recebido, em vez de restringi-los a uma simples resposta do tipo sim ou não (HAYES, 1995, p. 83).
Portanto a escala de Likert atende o propósito da investigação por ser uma escala continua de respostas gradativas de 5 (cinco) pontos, que se baseiam em diversos critérios, tais como: de opinião, de apreciação geral, com relação ao grau de satisfação.
Para Richardson (1999, p.271),
O método Likert determina mais diretamente a existência de uma ou mais atitudes no grupo de itens considerados e a escala construída a partir desses itens mede o fator mais geral [pela concentração de respostas]. O uso de uma escala de cinco pontos proporciona mais informação que uma simples dicotomia “acordo” ou “desacordo”.
Considerando que os dois tipos de usuários (mediadores e aprendentes) não realizam as mesmas tarefas, compara-se, ao final, os dois resultados na busca por semelhanças e diferenças de satisfação dos usuários com o software Moodle.
Datação da coleta de dados
No mês de março de 2009, foi solicitada a coordenação do curso de Pedagogia a distância a relação com os nomes e endereços de e-mails dos aprendentes dos 30 (terceiro) e 40 (quarto) marcos, por possuírem um conhecimento mais avançado em relação ao uso do ambiente virtual de aprendizagem, e dos mediadores pedagógicos (tutores).
No período de 03 a 21 do corrente ano, ocorreu a aplicação dos questionários juntos aos aprendentes e aos mediadores. O questionário foi enviado por e-mail. No dia 03 de abril de 2009 para o e-mail dos aprendentes e mediadores, sendo reenviados nas seguintes datas: 12 e 18 de abril de 2009. Neste período foi recebido o retorno de 51 (cinqüenta e um) questionários.
Devo ressaltar o quanto foi difícil obter atenção/cooperação de alguns pesquisados e suas respostas ao questionário. Como exemplo, transcrevo um relato que foi enviado por e-mail.
“li seu questionário e entendi que ele se dirige a estudantes de EAD. Como sou tutora, a segunda parte do questionário, do jeito que está descrito, não poderá ser respondido por mim.” [...portanto, não respondeu!]
Após o retorno preenchido dos questionários, pelo correio eletrônico, os resultados foram submetidos à análise para sua discussão.
Dessa forma, foi determinada a amostra da pesquisa, conforme o processo demonstrado na Tabela 04:
População Universo Amostra Frequência % em relação ao total do Universo % em relação ao total da Amostra Aprendentes 262 36 82,65% 70,59% Mediadores 55 15 17,35% 29,41% TOTAL 317 51 100% 16,09% TABELA 04 - Universo e Amostra da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa, 2009
A amostra da investigação, portanto, foi de 16,09% do universo, em face daqueles que responderam o questionário, participando, efetivamente, deste procedimento de coleta de dados.
Entrevista
Também foi escolhida como coleta de dados a entrevista por ser um instrumento de coleta de dados privilegiado. Segundo Minayo (1996), a fala dos sujeitos pode revelar condições estruturais, sistemas de valores, normas e símbolos, ou, ainda, transmitir as representações de um determinado grupo em condições históricas, sociais, econômicas e culturais específicas. A autora também destaca que, durante a coleta de dados, através da entrevista, ocorre uma situação de interação entre os sujeitos envolvidos (pesquisador(a)/pesquisador(a)) que pode alterar as informações obtidas, e alerta para a compreensão das relações de poder e dos aspectos de dominação implícitos nas investigações sociais.
Utilizamos entrevista do tipo semi-estruturada, que, para Laville e Dione (2004, p.188), configura-se em “série de perguntas abertas, feitas verbalmente em uma ordem prevista, mas na qual o entrevistador pode acrescentar perguntas de esclarecimento”.
Optamos pela entrevista semi-estruturada, que é constituída por questões e pontos de pauta previamente elaborados com base nos objetivos da pesquisa, sobre os quais os entrevistados devem se expressar livremente. De acordo com os objetivos traçados para a pesquisa, foram elencados os pontos fundamentais para o roteiro das entrevistas:
Os aspectos positivos e negativos do processo de mediação pedagógica; O aprendizado através do ambiente virtual de aprendizagem Moodle;
Sugestões.
As entrevistas foram previamente agendadas junto aos professores pesquisadores do curso de Pedagogia a distância que se comprometeram em contribuir com a pesquisa. As entrevistas foram realizadas no próprio CE/UFPB com o fim de responder às questões da pesquisa a partir da facilidade de uso, do ambiente virtual e do aprendizado no ambiente virtual de aprendizagem utilizado na UFPB - Virtual.
As entrevistas foram realizadas entre o dia 13 de abril de 2009 e 08 de maio de 2009, na sala da secretaria do curso de Pedagogia a distância.
Vale ressaltar a dificuldade de obter a cooperação de alguns professores que seriam entrevistados. Como exemplo, transcrevo dois relatos que foi enviado por e- mail.
“Nesta segunda estarei envolvido com a finalização do material para início do semestre. Mesmo estando na UFPB pela manhã, creio que estarei com muitas atividades. Já à tarde e à noite estarei em sala de aula.”
“Se você puder deixar a entrevista para o mês de maio, estarei a disposição para marcarmos para conversar. Boa sorte nos trabalhos.”
Obtive, assim, a participação de 11 (onze) professores entrevistados.