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2.6 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS E OPÇÕES METODOLÓGICAS DE

2.6.1 COLETA DE DADOS

Os dados da pesquisa são as produções dos alunos, organizados em arquivos físicos, ou seja, registro produzidos pelos alunos durante as aulas e arquivos digitais, produzidos pelos alunos e disponíveis no ambiente virtual de ensino e aprendizagem ou capturados a partir da tela de computadores ou da lousa digital pelo programa Camtasia Studio13. Também foi feito o registro do

ambiente da sala de aula a partir de gravações de áudios e vídeos e o diário de campo produzido pela Professora-pesquisadora.

Os instrumentos que auxiliaram na coleta de dados são: lousa digital e laboratório de informática, fornecidos pela escola; Gravadores e filmadoras emprestados do grupo de estudo e pesquisa GEPMIT – Grupo de Estudo e Pesquisa em Modelagem Matemática, Investigação Matemática e Tecnologias, vinculado ao programa de pós graduação PPGMAT da UTFPR de Londrina; Recursos digitais como o ambiente virtual de ensino e aprendizagem Google

Classroom, disponíveis gratuitamente na Web.

Desse modo, utilizamos a perspectiva da análise da produção escrita dos alunos como uma estratégia para analisar o pensamento e raciocínio do aluno diante de suas produções escritas (SANTOS; BURIASCO; CIANI, 2008).

Neste sentido, Santos, Buriasco e Ciani (2008) propõem uma maneira de olhar para as atividades dos alunos de uma forma diferente, cuidadosa, valorizando e compreendendo o que o aluno pensou, interpretou e como resolveu os problemas. Trata-se de investigar a resolução do aluno identificando suas potencialidades e fracassos, a fim de ajudá-lo e também poder avaliar sua própria prática enquanto docente.

Asssim, a análise da produção escrita dos alunos convida o professor a desvencilhar-se do “certo/errado” e “buscar conhecer os alunos em sua complexidade e heterogeneidade, respeitando suas vivências e idiossincrasias, na perspectiva de ampliar os modos de produzir significados [...]” (SANTOS; BURIASCO; CIANI, 2008, p. 37).

Santos, Buriasco e Ciani (2008, p. 37) ainda colocam que esta é uma “estratégia” para o professor conhecer seus alunos, identificar seus erros, suas estratégias de resolução, “o procedimentos que utilizam”, o modo como “lidam com questões abertas de matemática”, uma maneira de analisar o que o aluno pensou, interpretou e resolveu por meio de sua produção escrita.

Segundo Silva e Buriasco (2015), a análise da produção escrita tem como finalidade a

obtenção de informações que possibilitem uma tomada de consciência do ocorrido nos processos de ensino e aprendizagem e uma tomada de decisão de modo a auxiliar tanto o professor quanto alunos a organizar e orientar seus trabalhos (SILVA; BURIASCO, 2015, p. 122). Desse modo, esta possibilita identificar o que o aluno pensou, a estratégia que usou, para realizar tal atividade. E por meio de seus registros, o professor consegue perceber os acertos e erros, não considerando o erro como algo negativo, mas como uma reflexão, para que consiga reorganizar sua prática e ajudar seus alunos a superar estes erros.

Silva e Buriasco (2005) consideram que o erro do aluno deve ser superado com o auxílio do professor, considerando-o como uma ferramenta de aprendizagem. De modo, que o professor conheça, aprenda e identifique a “natureza” dos erros de seus alunos, para que consiga ajudá-los a superá-los e que sejam “encarados como uma etapa a ser vencida pelos alunos com a ajuda do professor” (SILVA; BURIASCO, 2005, p. 501).

Nesse sentido, Santos, Buriasco e Ciani (2008, p. 37) argumentam que a análise da produção escrita “mostra um caminho para conhecer múltiplos aspectos da atividade de matemática dos alunos” e também uma maneira do professor analisar e reorganizar sua prática pedagógica.

A análise da produção escrita auxilia o “professor na obtenção de informações a respeito dos processos de ensino e de aprendizagem em matemática subsidiando o processo de elaboração e intervenções, comentários e/ou questionamentos” (SANTOS; BURIASCO, 2015, p. 130). Assim, o professor pode visualizar o processo de aprendizagem de seus alunos e assim buscar intervenções precisas em suas práticas pedagógicas, ampliando suas estratégias como avaliação e ensino.

Nessa perspectiva, toda produção escrita dos alunos que

[...] possibilite o registro de suas ideias, é importante, pois, ao analisar e interpretar, por exemplo, a produção escrita dos estudantes na resolução de um problema, o professor pode perceber que, por meio dessa resolução, seja ela considerada totalmente correta, parcialmente correta ou incorreta, é possível obter informações sobre o que eles sabem do conteúdo envolvido, ter pistas do que podem vir a saber futuramente, além de também ter pistas de como ele, o professor, pode auxiliá-los em suas aprendizagens (SANTOS, 2008, p.20).

Com o intuito de analisar as produções escrita dos alunos, Tortola e Almeida (2016) argumentam sobre o uso das linguagens, que no contexto da matemática se caracterizam como “uma pluralidade de símbolos e representações” (TORTOLA; ALMEIDA, 2016, p. 89) que são “números, textos, gráficos, tabelas, equações, etc. – e é por meio do uso dessa linguagem que conseguimos ter acesso aos objetos matemáticos e manipulá-los” (TORTOLA; ALMEIDA, 2016, p. 89). Ou seja, por meio dessa linguagem expressa pelos alunos em suas produções escritas é possível fazer uma análise, uma avaliação ou uma investigação e assim, decidir o que fazer com os resultados encontrados. Observamos que essa linguagem expressa pelos alunos de diferentes maneiras, como apresentam Tortola e Almeida (2016), permitem ao professor compreender os seus significados nas produções escritas de seus alunos. Os autores ainda destacam, que nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental o uso dessas linguagens não é menos “sofisticados”, pois utilizam do conhecimento matemático que possuem, que conhecem, ou seja, as resoluções apresentadas

pelos alunos representam a matemática vivenciada e aprendida até o momento de sua escolaridade.

É sob esta perspectiva que pretendemos analisar os dados coletados, olhando cuidadosamente para o que o aluno produziu, investigando seus acertos e erros e proporcionando um ambiente de discussão, interpretação e construção do conhecimento.