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Coleta de dados

No documento Izabel Antonina de Araújo (páginas 67-70)

Para a coleta de dados foram utilizados como instrumentos a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, as entrevistas semiestruturadas, um questionário misto e a observação participante. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de livros, artigos e outras fontes que registram o estado da arte do acesso aberto à informação, as políticas de acesso e uso dos RIs já implementadas por universidades brasileiras. Conforme Gil (2008, p. 45), a pesquisa bibliográfica tem a vantagem de permitir ao pesquisador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.

A pesquisa documental foi realizada por meio de fontes diversificadas e dispersas. Utilizou-se a Plataforma Somos UFMG, a Plataforma Lattes, análise de documentos da biblioteca e de departamentos da Escola de Arquitetura. Por meio do registro da produção nas referidas plataformas foi possível identificar o volume e a tipologia documental da produção. Vale mencionar que, para identificar a natureza da produção técnica, foi preciso abrir os currículos Lattes de vários professores de diferentes departamentos, para que na tipologia nomeada como propriedade intelectual fosse possível levantar as principais tipologias produzidas. A pesquisa

in loco foi necessária para verificar alguns tipos de produção que não estão registrados na

Plataforma Lattes, como trabalhos de conclusão de curso (TCCs), memoriais de professores, entre outros. Gil (2008) elucida que a pesquisa documental se assemelha muito à pesquisa bibliográfica: a diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes que são mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico.

As entrevistas foram realizadas com quatro coordenadores de cursos e três chefes de departamento. Considerou-se a escolha desses profissionais muito relevante, pois eles detêm informações sobre a produção intelectual, uma vez que são responsáveis por consolidar o relatório da produção e possuem conhecimento sobre as demandas institucionais que podem ser atendidas pelo repositório. A entrevista incluiu também a perspectiva de conhecer como esses profissionais veem os processos existentes de gestão e disseminação da produção intelectual, suas lacunas e necessidades de melhoria. Ressalta-se que as entrevistas foram gravadas com a permissão dos entrevistados e duraram em torno de 20 a 30 minutos cada. O roteiro foi composto por oito questões e encontra-se anexo (APÊNDICE C).

A quantidade de entrevistados foi determinada com base em Bauer e Gaskell (2008), que explicam que um grande quantitativo de entrevistas nem sempre aumenta a qualidade da pesquisa ou permite maior compreensão dos dados. Isso porque, segundo os autores, o número de versões da realidade é limitado. “Embora as experiências possam parecer únicas ao indivíduo, as representações de tais experiências não surgem das mentes individuais; em alguma medida, elas são o resultado de processos sociais” (p. 71). Assim, concluem que as observações sobre eventos são, de maneira geral, opiniões compartilhadas, logo, em uma experiência de pesquisa as primeiras entrevistas trazem novidades, mas, à medida que vão sendo realizadas as demais, as informações e impressões sobre o fenômeno começam a se repetir, ocorrendo uma “saturação do sentido”. Dessa forma, Moreira (2002) afirma que a

entrevista oral deve contar com o número de um a dez participantes, e raramente um quantitativo maior que esse, oscilando em uma média de seis a oito entrevistados.

O questionário misto (APÊNDICE B) foi composto por 12 questões abertas e fechadas e enviado por e-mail, por meio do Google Docs, a 11 professores do Departamento de Projetos; a oito do Departamento de Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo; a seis docentes do Departamento de Urbanismo; e a dois do Departamento de Análise Crítica e Histórica da Arquitetura. Essa amostra representa 30% do universo de docentes que compõem cada departamento, a escolha dos profissionais foi de forma aleatória.

Para a elaboração do questionário e da entrevista a pesquisadora fundamentou-se nas variáveis teóricas descritas por Leite (2009), para implementação de repositório institucional. Essas variáveis preveem as atividades relacionadas à gestão de repositório, que traduzem em políticas que conduzirão o funcionamento do RI, tais como; política de conteúdo, políticas de informação, políticas de divulgação e a própria política institucional.

A observação participante foi realizada pelo contato direto da pesquisadora com o fenômeno observado, sua incursão na população pesquisada possibilitou ganhar a confiança do grupo, visto que ela atua no processo de implementação da política de acesso aberto na UFMG há mais de dois anos — não apenas acompanhando, mas intervindo ativamente na busca de soluções no processo de estudos, como escolha de software, validação de metadados, organização de comunidades, subcomunidades e coleções no repositório. Além disso, teve participação efetiva no desenho do fluxo de trabalho que passa a ser adotado em todo o sistema de bibliotecas com a implantação do repositório e na elaboração de políticas e manuais de instrução. O fato de conhecer todo o processo de implementação do RI possibilitou a pesquisadora a dar informações mais precisas sobre o projeto para os entrevistados, isso contribuiu para ganhar mais confiança dos mesmos, pois eles entenderam que se tratava de um projeto real que já estava em andamento e que contribuía para a visibilidade da instituição e dos próprios pesquisadores. Com isso, o diálogo durante a entrevista fluiu melhor e as contribuições foram muito significativas. A utilização deste instrumento de pesquisa, somada ao conhecimento tácito da pesquisadora e aos resultados dos dados coletadados, contribuíram para formular diretrizes para organização da informação no repositório e estabelecer componentes essenciais que devem constar em uma política institucional de informação.

Gil (2008, p. 100) afirma que “a observação participante, ou observação ativa, consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada”. Salienta-se que a participação da autora e gestora do projeto do RI permitiu o acesso a muitas informações, vislumbrando, assim, diversificados olhares e argumentos valorosos para a elaboração de um modelo de política de informação a ser aplicado na Universidade.

No documento Izabel Antonina de Araújo (páginas 67-70)

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