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No processo de coleta de dados, foram empregadas fontes primárias e secundárias. Richardson; Peres (1999, p.252) explicam que “uma fonte primária é aquela que teve uma relação física direta com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada”, ou seja, são aqueles obtidos diretamente através de questionários ou entrevistas por exemplo. E os dados secundários de acordo com Martins (1994, p.47), são “os dados coletados em publicações, cadastros, fichários”, entre outros.

Conforme Richardson; Peres (1999), a diferença básica entre as fontes primárias e secundárias é que a fonte primária está relacionada diretamente com o evento e está próxima dele. E a fonte secundária são os elementos que intervêm entre a fonte e o acontecimento.

Neste estudo, para o alcance dos dados primários, foram realizadas entrevistas semiestruturadas (os roteiros estão disponíveis no Apêndice A) com os responsáveis pelas áreas escolhidas para a pesquisa. Vale ressaltar que a entrevista semiestruturada “é direcionada por um roteiro previamente elaborado, composto geralmente por questões abertas, o qual permite uma organização flexível e ampliação dos questionamentos à medida que as informações vão sendo fornecidas pelo entrevistado” (FUJISAWA, 2000 apud BELEI et al., 2008, p. 189). Já Manzini (2012, p.156) esclarece que a entrevista semiestruturada “tem como característica um roteiro com perguntas abertas e é indicada para estudar um fenômeno com uma população específica”. Para o autor, deve existir flexibilidade na sequência da apresentação das perguntas ao entrevistado e o entrevistador pode realizar perguntas complementares para entender melhor o fenômeno em pauta (MANZINI, 2012, p.156).

As áreas escolhidas para a realização desta pesquisa foram selecionadas de acordo com dois critérios: importância das atividades desenvolvidas na área para a RSC e relevância das mesmas para a pesquisa. O mapa descritivo que guiou a elaboração das questões específicas para cada área está detalhado nos Apêndices C e D, sendo que foram divididos entre as melhores práticas e as fases de implementação de RSC. Estes quadros foram desenvolvidos a partir do Modelo da Dinâmica Interdisciplinar de RSC (WELZEL; LUNA; BONIN, 2008), explicado na seção 2.3 e serviram como roteiro para a realização das entrevistas.

As entrevistas foram realizadas entre os dias 21/05/15 e 12/06/15, in loco, com os responsáveis pelas áreas, conforme descrito no Quadro 4. Na segunda etapa da coleta de dados, a informação sobre o entendimento de RSC para as entrevistadas, foi obtida através de

Quadro 4: Perfil Geral dos Entrevistados

Nome Daniela Dione Leila Maria Elisa

Faixa etária Entre 41 e 45 Entre 36 e 40 Entre 41 e 45 Entre 41 e 45

Grau de instrução Especialização/ MBA Especialização/ MBA Especialização/ MBA Especialização/ MBA Curso de Graduação Ciências Contábeis Automação de Escritórios e Secretariado Administração Automação de Escritórios e Secretariado

Cargo Supervisora Gerente Supervisora Supervisora

Departamento Relacionamento com Cliente

Recursos Humanos

Marketing Qualidade e Meio Ambiente

Há quanto tempo trabalha

na empresa

De 10 a 20 anos De 10 a 20 anos De 10 a 20 anos Há mais de 20 anos

Duração das Entrevistas

15 min e 38 seg. 3 hs e 21 min. 30 min e 2 seg. 1 h e 32 min.

Fonte: Elaboração própria.

Já para a obtenção dos dados secundários, foram utilizados materiais disponíveis no

site da organização, na intranet da empresa, bem como arquivos disponibilizados pelos

entrevistados.

Outra ferramenta utilizada para a coleta de dados foi a observação participante, ou observação ativa, que “consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo” (GIL, 2008, p.103). Com efeito, uma das pesquisadoras trabalha na organização, sendo que esta técnica será importante para obtenção de dados mais profundos e complexos acerca do tema pesquisado. As principais vantagens dessa ferramenta são: facilidade de rápido acesso aos dados sobre situações habituais em que os membros das comunidades se encontram envolvidos; possibilidade do acesso a dados que a comunidade ou grupo considera de domínio privado e possibilidade para captar as palavras de esclarecimento que acompanham o comportamento dos observados (GIL, 2008, p.103).

Como técnica de análise, utilizou-se a análise por triangulação de métodos, pois no que tange à coleta de dados, “a triangulação permite que o pesquisador possa lançar mão de três técnicas ou mais com vistas a ampliar o universo informacional em torno de seu objeto de pesquisa” (MARCONDES; BRISOLA, 2014, p. 203,). Nesta técnica, numa primeira etapa, deve-se “transcrever os dados qualitativos levantados e à medida que são lidas as transcrições, deve-se realizar as marcações daquilo que se considera relevante nos dados qualitativos

levantados” (MARCONDES; BRISOLA, 2014, p. 205). Já na segunda etapa, devem-se avaliar os dados primários coletados, retomando os objetivos do estudo, para depois, dar início à discussão das categorias anteriormente estabelecidas (MARCONDES; BRISOLA, p. 205, 2014). Na terceira etapa, “os dados coletados devem ser trabalhados no sentido de refletir, contextualizar, exemplificar e elucidar as diversas dimensões do estudo que se queira realizar” (MARCONDES; BRISOLA, 2014, p. 205). E, por fim, “os dados qualitativos devem ser tratados ainda no sentido de conferir sustentáculos para as conclusões” (MARCONDES; BRISOLA, 2014, p. 205). Os autores finalizam afirmando que

A opção pela Análise por Triangulação de Métodos significa adotar um comportamento reflexivo-conceitual e prático do objeto de estudo da pesquisa sob diferentes perspectivas, o que possibilita complementar, com riqueza de interpretações, a temática pesquisada, ao mesmo tempo em que possibilita que se aumente a consistência das conclusões (MARCONDES; BRISOLA, 2014, p. 206).

Portanto, neste estudo, serão analisadas as entrevistas semiestruturadas, a pesquisa documental e a observação participante na triangulação, aumentando o universo informacional em torno do objeto de pesquisa, conforme elucidam os autores mencionados acima, bem como ampliando a consistência das conclusões. Esta triangulação foi realizada analisando-se o conteúdo dos métodos citados acima, e mediante os dados obtidos foi-se agrupando os elementos de acordo com os objetivos propostos.