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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4 Coleta e tratamento dos dados

3.4.1 Coleta dos dados

Independente do tipo de coleta de informações, segundo Triviños (1987), para se obter resultados científicos no campo das ciências humanas e sociais, as informações devem apresentar coerência, consistência, originalidade e objetividade.

Na pesquisa científica os dados podem ser coletados em fontes primárias e secundárias. Conforme Andrade (1994), as fontes primárias são constituídas por informações de primeira-mão e, as secundárias em obras e informações que interpretam e analisam as fontes primárias.

Assim, os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados através de duas fontes básicas: primárias e secundárias.

A coleta dos dados primários, referentes ao campo da investigação com os sujeitos indicados no tópico, que trata do universo da pesquisa deste estudo, executou-se através da remessa pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, (EBCT) dos Questionários de Pesquisa, instrumento de coleta, todos postados no mesmo dia, haja vista que os informantes residem na Região Oeste do Estado de Santa Catarina, dispersos entre escolas públicas estaduais e municipais, de trinta e cinco municípios alcançados pelo projeto de qualificação profissional desenvolvido pela UFSC, bem como outros residentes em outros Estados.

O emprego de Questionários, por se constituir em técnica que atinge público numeroso, geralmente dispersos geograficamente, afirma Labes (1998), são fatos que não recomendam outras técnicas de coleta de dados para o universo a que se destina, constituindo-se, pois, forma mais recomendada para a situação objeto da pesquisa.

O universo da pesquisa constituiu-se de cento e seis sujeitos, aos quais foram encaminhados os Questionários, dos quais, foram respondidos e devolvidos sessenta e oito (64,15%), caracterizando que uma parcela significativa da população envolvida no estudo foi atingida.

A elaboração desse instrumento da pesquisa foi feita de forma estruturada, conte ndo perguntas fechadas de múltipla escolha, contemplando apenas uma pergunta aberta. Perguntas fechadas são consideradas por Pádua (1997) como um dos instrumentos mais adequados à coleta dos dados, considerando que são fáceis de codificar e tabular, proporcionando comparações entre os dados relativos ao tema da pesquisa.

Sugere Labes (1998) que perguntas abertas são aquelas que deixam o respondente à vontade para se manifestar, seja por meio de palavras ou números, dentro do espaço delimitado no impresso do questionário.

O Questionário foi dividido em sete partes, sendo que a primeira contemplou uma série de "perguntas de fato", a segunda foi composta de "perguntas dicotômicas", da terceira a sexta apresentou-se "perguntas de estimação e/ou avaliação", e a sétima constou de uma "pergunta aberta", conforme exposto a seguir.

- Parte 1: Informações Preliminares;

- Parte 2: Aspectos Conceituais de Educação a Distância; - Parte 3: Atingimento dos Objetivos do Curso;

- Parte 4: Organização e Funcionamento do Curso;

- Parte 5: Acessibilidade e Disponibilidade Tecnológicas e Recursos Instrucionais;

- Parte 6: Auto-Avaliação do Curso; - Parte 7: Comentários Gerais.

A parte 1 destinou-se à coleta de dados pessoais, possibilitando caracterizar os envolvidos na pesquisa, sem, contudo, identificar o pesquisado; as partes 2 a 6 constituíram-se de um conjunto de alternativas diretamente relacionadas ao curso, tais como alcance dos objetivos; valorização pessoal e profissional; perfil do corpo discente; aplicabilidade e adequação do conteúdo das disciplinas; auto-avaliação; organização e funcionamento, entre outros; a parte 7 tratou de questão aberta para comentários gerais enfocando aspectos positivos e/ou negativos, com base na experiência vivida pelo pesquisado.

Adverte Thiollent (1998) que os instrumentos de coleta de dados devem ser testados em pequeno número de pessoas representativas, o que permitirá melhorar a formulação e eliminar ambigüidades de linguagem. Por conseguinte, anteriormente à sua aplicação, o Questionário foi validado por meio de pré-teste com sujeitos típicos em relação ao universo estudado.

Conforme Rea e Parker (2000), o formato postal para a coleta de dados por meio de Questionários apresenta vantagens e desvantagens. Entre as vantagens, dentre algumas selecionadas, está a conveniência para o entrevistado e prazo de entrega mais dilatado, logo, o entrevistado não sofre virtualmente nenhuma restrição de tempo, apenas aquela solicitada pelo pesquisador que estabelece prazos compatíveis para recebimento das respostas. Assim, há possibilidade de maior reflexão em responder os quesitos.

Outra vantagem assinalada pelos autores é a do anonimato, quando não há contato pessoal entrevistado/entrevistador, minimizando os aspectos pessoais, pois os questionários contêm impressões autorizadas de legitimidade e credibilidade.

A redução do viés induzido pelo entrevistador é uma questão central da pesquisa por questionários, considerando que pesquisas por correio expõem cada entrevistado precisamente à mesma redação de perguntas, minimizando interferências do entrevistador durante o processo de coleta dos dados, tais quais, inflexão da voz, má interpretação das perguntas e outros fatores intervenientes, típicos do processo e sobejamente conhecidos na literatura que trata do assunto.

A dinâmica adotada para distribuição dos Questionários obedeceu às seguintes etapas:

- Primeira Etapa: contato com as Coordenadorias Regionais de Ensino (CRE) das cidades catarinenses de São Miguel d’Oeste, Maravilha e Chapecó, para identificar a lotação atual dos licenciados pelo curso, ou seja, professores em efetivo exercício nas Redes Públicas de Ensino Estadual e Municipal.

- Segunda Etapa: contato com a SEE/SC, em Florianópolis, objetivando levantar os endereços das escolas, tendo em vista de que as CRE’s somente registraram o nome das escolas afetas às respectivas jurisdições, sem os respectivos endereços.

- Terceira Etapa: na mesma data, em 25/5/2001, foram postados os Questionários endereçados às escolas em que cada um dos pesquisados encontrava-se lotado, no total de cento e seis, e àqueles que não mais se encontravam nas escolas indicadas, foram levantados os endereços particulares, junto ao Coordenador do Curso na UFSC, para então serem postados aos seus endereços residenciais. Cada Questionário foi acompanhado de envelope selado para a devolução do mesmo.

- Quarta Etapa: aos pesquisados que não devolveram o Questionário na data aprazada, ou seja, em 20/6/2001, foi encaminhada uma correspondência e/ou mantido contato telefônico, importando em mais de três horas de ligações telefônicas. Alguns professores foram encontrados no Estado de Mato Grosso do Sul.

- Quinta Etapa: encerramento do recebimento dos questionários em 06/08/2001, contabilizando-se os seguintes números:

Tabela 1: Panorama geral do trânsito dos questionários

QUESTIONÁRIOS ENVIADOS QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS E DEVOLVIDOS QUESTIONÁRIOS NÃO DEVOLVIDOS 106 (100%) 68 (64,15%) 38 (35,85%)

Pela analise dos dados apresentados na Tabela 1, pode-se inferir que apresentam um erro amostral de aproximadamente 1,5%, para mais ou para menos. Portanto, pode-se dizer que os resultados obtidos na pesquisa apresentam alta confiabilidade para o universo estudado, apesar de 35,85% dos Questionários enviados não terem sido respondidos e devolvidos.

Para a coleta dos dados secundários foram utilizados os documentos existentes na UFSC sobre o Curso de Graduação objeto da investigação, que conforme Lüdcke e André (1986) afirmam, a análise documental pode se constituir num complemento às informações obtidas por outras técnicas.

Por sua vez, Mazzotti e Gewndsznadjer (1998) consideram como documento, qualquer registro escrito que possa ser usado como fontes de informações úteis para compreensão da situação a ser estudada, como atas, relatórios, apontamentos, arquivos, pareceres, programas de curso, entre outros.

Assim, para a pesquisa, as fontes para coleta de dados secundários foram exploradas por meio de uma leitura seletiva, com foco naqueles relevantes para a pesquisa e sob o foco da situação atual em que se encontram, tendo sido pesquisados livros, redes eletrônicas, sites webs, listas de discussões, grupos de discussão, entidades civis atuantes no contexto (ABED/SBPC e ABT), teses, dissertações, artigos científicos, periódicos, sempre objetivando maior compreensão do assunto e, via de conseqüência, um quadro referencial para a investigação em campo, empreendida por meio da técnica de questionários.

Destaque-se que a consulta aos documentos e registros do curso propriamente dito, de fundamental importância para o trabalho realizado, foi feita, principalmente, nos materiais disponibilizados pela coordenação executiva do curso – principal fonte, e em arquivos da UFSC. Note-se, por oportuno, que os registros na sua maioria são pessoais da coordenação executiva do curso.