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5. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

A experiência vivenciada no curso de mestrado foi de grande importância para a aquisição de conhecimentos que podem contribuir para o desenvolvimento de modelos experimentais em outras pesquisas, bem como avançar nesse mesmo modelo, para a verificação de outros resultados. Uma das maiores preocupações foi tentar evitar riscos, buscando seguir rigorosamente as condições metodológicas, dessa forma permitindo a reprodutibilidade integral de nossos estudos pela comunidade científica, objetivando estimular a obtenção de outros resultados que tragam maiores contribuições para o meio acadêmico.

Este trabalho foi desenvolvido em diferentes Departamentos e Serviços da UFRN e da Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, atestando o seu caráter multidisciplinar. Os procedimentos experimentais foram possíveis através da parceria do Núcleo de Cirurgia Experimental-UFRN firmada com a Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, que forneceu os radiofármacos nas doses certas e nas horas certas, viabilizando o trabalho.

O referencial teórico deste trabalho foi ancorado em alguns autores, que anteriormente trabalharam com o tema. Minhas fontes motivadoras foram Prof. Dr. Mário Bernardo Filho que tem trabalhado com a linha de pesquisa biodistribuição do pertecnetato de sódio, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em colaboração com o Prof. Dr. Aldo Medeiros, responsável pelo Núcleo de Cirurgia Experimental na Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Prof. Dr. Irami Araújo Filho, que trabalha com biodistribuição de radioisótopos em pós-operatório na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sem dúvida, seus trabalhos foram fontes esclarecedoras e pontos de partida para meu experimento.

A motivação para realizar este estudo surgiu em primeiro lugar, do contato com meu orientador que tinha uma pergunta não respondida, baseada na constatação segundo a qual a retirada do baço de pacientes resulta em uma série de conseqüências bem estabelecidas para vários órgãos12-14. Entretanto, repercussões da esplenectomia na captação de radiofármacos pelo tecido hepático não haviam sido estudadas até a realização do presente trabalho,

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como foi constatado em prévio levantamento bibliográfico realizado no início do projeto. O segundo aspecto que me motivou para a execução do estudo, foi a possibilidade de utilizar os recursos de a medicina nuclear para a avaliação da função do fígado após esplenectomia. Como na minha profissão trabalho nessa área, houve grande facilidade de manipulação e emprego do radiofármaco, bem como compreender a sua utilidade para elucidar as alterações na captação da atividade radioativa pelo órgão alvo da pesquisa.

Fico feliz e ao mesmo tempo honrada em colher os frutos deste trabalho. Foram investidos tempo, e muita leitura no desenvolvimento desta pesquisa. Três artigos foram publicados em revistas internacionais (qualis B2) com o grupo da base da pesquisa em Cirurgia Experimental-UFRN. Adicionalmente, destaco a contribuição deste trabalho para a comunidade científica, caracterizando-se como um trabalho inédito e relevante, pois nos meios de busca eletrônica de pesquisa bibliográfica não foram encontradas publicações a respeito da biodistribuição do fitato de sódio pós- esplenectomia, para avaliar a função hepática.

Com a realização do projeto piloto, foi possível detectar e corrigir uma variação na atividade radioativa injetada nos animais. Esta variação estava ocorrendo devido ao pequeno volume de líquido a ser injetado, com uma quantidade não desprezível de atividade radioativa remanescente na seringa após a injeção. A solução encontrada foi o estabelecimento de um padrão, formado pela atividade radioativa média em três tubos de ensaio, cada qual com o conteúdo de uma seringa contendo fitado de sódio-99mTc, na mesma atividade radioativa empregada durante o estudo, esvaziada diretamente dentro dos tubos, simulando a situação real encontrada, ao se injetar o radiofármaco nos animais. Este padrão foi utilizado para o cálculo final da atividade radioativa observada no fígado. Dessa forma, o modelo atendeu aos objetivos propostos no início da pesquisa, pois através dele pudemos verificar a biodistribuição do radiofármaco no fígado. Neste sentido, não houve em nenhuma etapa modificação do método e do cronograma inicial, pois o estudo piloto assegurou a viabilidade do trabalho.

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Não foi possível realizar foi a análise histopatológica dos órgãos estudados, pois quando surgiu a idéia, o experimento já estava concluído. Este fato motivará a ampliação da investigação do presente estudo, bem como outros fatores relevantes citados neste trabalho.

A análise estatística dos dados obtidos mostrou-se adequada como instrumento auxiliar na interpretação dos achados deste estudo.

Dentre as dificuldades encontradas, pode-se destacar o fato de termos realizado uma intervenção cirúrgica em animais de pequeno porte, além de se ter trabalhado com material radioativo. Com isso, foi necessário o uso de equipamentos de radioproteção, como aventais de chumbo, o que dificultou as manobras operatórias. No estudo piloto foi tentada a manutenção dos animais operados por pelo menos 30 dias após a esplenectomia. Entretanto, observamos uma mortalidade elevada após o 15º dia de pós-operatório, especialmente nos ratos machos, o que fez com que ficasse definido o tempo de observação de 15 dias para todos os animais.

A vivência e a experiência adquirida me propiciaram amadurecimento científico e profissional. Como educadora, a experiência vivenciada no curso de mestrado e a aquisição de novos conhecimentos poderão ser relevantes para ações em projetos futuros, junto ao grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na orientação de alunos da graduação na Universidade onde leciono.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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