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Como a Bíblia foi Preparada?

No documento Evidências históricas da fé Cristã (páginas 32-43)

2A. O PREPARO DAS ESCRITURAS

Muitos têm indagações sobre o contexto da Bíblia, suas divisões e materiais empregados em sua elaboração. Este capítulo irá pô-lo a par do processo de escrita da Bíblia e, creio eu, fará o leitor apreciar ainda mais a Palavra de Deus.

1B. Materiais Empregados na Redação da Bíblia. 1C. MATERIAL PARA ESCRITA

1 D. Papiro

A impossibilidade de recuperar muitos dos antigos manuscritos (um manuscrito é, neste sentido, uma cópia à mão das Escrituras) se deve basicamente aos materiais perecíveis empregados na escrita da Bíblia.

Segundo F. F. Bruce, "há muito, todos... os autógrafos se perderam. Isto não poderia ser diferente, pois tendo sido escritos em papiros (como já vimos) somente em condições excepcionais teriam duração maíor,\ 15/176

Kirsopp Lake assinala que "é difícil resistir à conclusão de que os escribas geralmente destruíam seus exemplares após copiarem os Livros Sagrados". 53/345, 346 Dentre os antigos materiais de escrita, o mais comum era o papiro, feito da planta do mesmo nome. Esse junco crescia nos rios e lagos de pouca profundidade, existentes no Egito e na Síria. Grandes carregamentos de papiros eram despachados através do porto sírio de Byblos. Supõe-se que a palavra grega para livro (biblos) tenha origem no nome desse porto. A palavra portuguesa "papel" vem da palavra grega papyros, isto é, papiro.

The Cambridge History ofthe Bible (A História da Bíblia, de Cam-bridge) relata como se preparava o papiro para a escrita: 'Retiravam-se as películas que envolvem o caule. Essas películas eram cortadas no sentido longitudinal em fitas estreitas, sendo então socadas e prensadas em várias camadas, sendo que cada camada era disposta perpendicularmente em relação à camada de baixo. Quando seca, a superfície esbranquiçada era polida com uma pedra ou outro objeto. Plínio menciona diversos tipos de papiro que foram achados, de diferentes espessuras e superfícies, produzidos antes do período do Novo Império, quando as folhas eram freqüentemente bem delgadas e translúcidas". 38/30

O mais antigo fragmento de papiro de que se tem notícia é de 2400 a.C. 37/19 Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiro, e era difícil a preservação de qualquer um desses papiros, exceto em regiões secas, como as áreas desérticas do Egito, ou em cavernas semelhantes às de Qumran, onde foram achados os rolos do mar Morto.

O uso do papiro era bem comum até por volta do século terceiro depois de Cristo. 37/20 2D. Pergaminho

Essa palavra designa "peles preparadas de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais". Essas peles eram "tosadas e raspadas" a fim de se obter um material mais durável para a escrita.

F.F. Bruce escreve que "a palavra "pergaminho' tem origem no nome da cidade de Pérgamo, na Ária Menor, pois a produção desse material para escrita esteve, numa certa época, especialmente associada ao local". 15/11

3D. Velino

Era o nome dado à pele de filhotes de diversos animais. Freqüentemente o velino era atingido de púrpura. Alguns dos manuscritos que temos hoje em dia são velino cor-de-púrpura. Geralmente os caracteres escritos sobre o velino purpúreo eram prateados ou dourados.

1500 a.C. 37/21

4D. Outros Materiais para Escrita

l.E. Ôstraco. Fragmento de cerâmica não-esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Esses fragmentos têm sido encontrados em abundância no Egito e na Palestina (Jó 2:8).

2E. Pedras, que eram escritas com canetas de ferro.

3E. Tabletes de argila inscritos com um instrumento pontiagudo e, então, secados a fim de se ter um registro definitivo (Jeremias 17:13; Ezequiel 4:1). Eram os mais baratos e um dos mais duráveis materiais para escrita.

4E. Tabletes de cera. Um estilete de metal era usado para escrever num pedaço plano de madeira recoberto com cera.

2C. INSTRUMENTOS PARA A ESCRITA 1D. Cinzel

Um instrumento de ferro para entalhar as pedras. 2D Estilete de Metal

"Usava-se o estüeto, um instumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de argila e de cera". 32/228.

3D. Pena

Era feita de "juncos (juncus maritimis). com 15 a 40 centímetros de comprimento, sendo que uma das extremidades era cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse fazer traços grossos ou finos com as beiradas largas ou estreitas. A pena de junco esteve em uso na Mesopotâmia desde o início do primeiro milênio (a.C), sendo que é bem possível que tenha sido adotada em outros lugares, enquanto que a idéia de uma pena de ave parece ter vindo dos gregos, no século três a.C." (Jeremias 8:8). 38/31

A pena era usada para escrever em velino, pergaminho e papiro. 4D. A tinta geralmente era uma mistura de "carvão, cola e água". 15/13 2B. As Formas dos Livros Antigos

1C. ROLOS

Eram folhas de papiro coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras, e, então, enroladas num bastão. O tamanho do rolo era limitado por causa da dificuldade de seu uso. Geralmente se escrevia só de um lado. Um rolo escrito dos dois lados tem o nome de "opistógrafo" (Apocalipse 5:1). Conhecem-se alguns rolos com 43 metros de comprimento, mas em geral, os rolos tinham entre seis e dez metros.

Não é de surpreender que Calímaco, pessoa cuja função consistia em catalogar os livros da biblioteca de Alexandria, tenha dito que "um livro grande é um grande transtorno"' 62/5

2C. FORMA DE CÓDICE OU LIVRO

A fim de tornar a leitura mais fácil e menos desajeitada, as folhas de papiro foram montadas em forma de livro, sendo escritas em ambos os lados. Greenlee afirma que o cristianismo foi o principal motivo para o desenvolvimento de formato do códice, ou volume manuscrito antigo.

Os escritores clássicos escreveram em rolos de papiro até aproximadamente o século três depois de Cristo.

1C. ESCRITA UNCIAL

Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, própias para livros. Os códices Vaticano e Sinaítico são manuscritos unciais.

2C. MINÚSCULA CAROLINA

"Uma escrita de letras menores, cursivas... criadas com vistas à produção de livros". 62/9 A mudança de unciais para minúsculas teve início no século nove. 62/9

Os manuscritos gregos eram escritos sem quaisquer espaços entre as palavras. (Até 900 AD. o hebraico era escrito sem vogais, quando os massoretas introduziram a vocalização.)

Bruce Metzger responde o seguinte àqueles que falam da dificuldade de um texto contínuo: "Não se deve, todavia, pensar que essas ambigüidades ocorram com muita freqüência no grego. Nessa língua a regra é que, com bem poucas exceções, as palavras vernáculas só podem terminar em vogai (ou em ditongo) ou em uma dentre três consoantes: n, r e s (ni, rô e sigma) Além do mais, não se supõe que a escrita contínua apresentasse dificuldades excepcionais na hora da leitura, pois, na antigüidade, aparentemente era costume ler em voz alta, mesmo quando se estivesse sozinho. Assim, apesar da inexistência de espaço entre as palavras, ao pronunciar, sílaba por sílaba, o que estava lendo, a pessoa logo se acostumava a ler o texto em escrita contínua". 62/13

4B. Divisões

1C. LIVROS (veja pp. 38, 39). 2C. CAPÍTULOS

As primeiras divisões foram feitas em 586 a.C, quando o Pentateuco foi dividido em 154 partes (sedarim).

Cinqüenta anos depois foi secionado em mais 54 divisões (paraslú-yyoth) e em 669 segmentos menores, para facilitar a localização de referências. Essa divisão era usada num ciclo de leitura durante um ano.

Os gregos fizeram divisões por volta de 250 A.D. O mais antigo sistema de divisão de capítulos data de aproximadamente 350 A.D., nas margens do códice "Vaticano". 62/22 Geisler e Nix informam que "não foi senão no século treze que essas seções foram mudadas... Estêvão Langton, um professor da Universidade de Paris e, posteriormente, arcebispo de Cantuária, dividiu a Bíblia no atual sistema de capítulos (cerca de 1227 A.D.)". 32/231, 232

3C. VERSÍCULOS

Os primeiros sinais indicativos de versículos variavam desde espaços entre palavras até letras ou números. As primeiras divisões padronizadas de versículos sugiram por volta de 900 A.D.

A Vulgata Latina foi a primeira Bíblia a incorporar tanto a divisão de versículos como a de capítulos, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

capítulo 3:

O Cânon...

3A. O CÂNON 1B. Introdução

1C. O SIGNIFICADO DA PALAVRA "CÂNON"

A palavra cânon tem raiz na palavra "cana", "junco" (do hebraico geneh, através do grego kanonj . O "junco" era usado como uma vara para medir e, por fim, veio a significar "padrão".

Orígenes empregou a palavra "cânon para indicar aquilo que chamamos de 'regra de fé', o padrão pelo qual devemos medir e avaliar..." Mais tarde teve o sentido de "lista" ou "rol". 15/95

Aplicada às Escrituras, a palavra cânon significa "uma lista de livros oficialmente aceitos". 23/31

Deve-se ter em mente que a igreja não criou o cânon nem os livros que estão incluídos naquilo que chamamos de Escrituras. Ao contrário, a igreja reconheceu os livros que foram inspirados desde o princípio, Foram inspirados por Deus ao serem escritos.

2C. TESTES PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO NO CÂNON

Não sabemos exatamente quais foram os critérios que a igreja primitiva usou para escolher os livros canônicos. Possivelmente houve cinco princípios orientadores, empregados para determinar se um livro do Novo Testamento era ou não canônico, se era ou não Escritura. Geisler e Nix registram esses cinco princípios: 32/141

1. Revela autoridade? - Veio da parte de Deus? (Esse livro veio com o autêntico "assim diz o Senhor"?)

2. É profético? - Foi escrito por um homem de Deus?

3. É autêntico? (Os pais da igreja tinham a prática de "em caso de dúvida, jogue fora". Isso acentua a validade do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.")

4. É dinâmico? — Veio acompanhado do poder divino de transformação de vidas? 5. Foi aceito, guardado, lido e usado? — Foi recebido pelo povo de Deus?

Pedro reconheceu as cartas de Paulo como Escrituras em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo Testamento (2 Pedro 3:16).

2B. O Cânon do Antigo Testamento

1C. FATORES DETERMINANTES DA NECESSIDADE DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO 1D. A destruição de Jerusalém e do templo, em 70 A.D., acabou com o sistema sacrificial judaico. Muito embora o cânon do Antigo Testamento estivesse fixado na mente judaica bem antes de 70 A.D., era necessário algo mais definitivo. Os judeus encontravam-se espalhados e precisavam definir que livros tinham a Palavra oficial de Deus devido à existência de muitos textos extra-escriturísticos e à descentralização. Os judeus se tornaram o povo de um Livro específico, e foi esse livro que os manteve juntos.

2D. O cristianismo começava a florescer e muitos textos, de autoria de cristãos, principiavam a circular. Os judeus necessitavam desmoralizar de modo marcante esses textos, bem como impedir que fossem aceitos junto com os seus próprios escritos e usados nas sinagogas.

literatura religiosa existente. 2C. O CÂNON HEBRAICO

1D. A seguir tem-se um esboço do cânon do Antigo Testamento judaico (extra.'do de minhas anotações feitas no seminário, mas que se pode encontrar em vários livros, tais como as edições modernas do Antigo Testamento Judaico. Verifique The Holy Scriptures (As Escrituras Sagradas, tradução feita segundo o texto massorético, e a Bíblia Hebraica, editada por Rudolph Kittel e Paul Kahle).

A Lei (Torah)

Os Escritores

(Kethubyim ou fíagiographa) 1. Gênesis A. Livros Poéticos

2. Êxodo 1. Salmos 3. Levítico 2. Provérbios 4. Números 3. Jó

5. Deuteronômio

Os Profetas (Nebhim) B. Os Cinco Rolos (Megilloth) 1. Cântico dos Cânticos A. Profetas Anteriores 2. Rute

1. Josué 3. Lamentações

2. Juizes 4. Ester

3. Samuel 5. Eclesiastes

4. Reis

C. Livros Históricos 1. Daniel B. Profetas Posteriores 2. Esdras-Neemias

1. Isaías 3. Crônicas

2. Jeremias 3. Ezequiel 4. Os Doze

Embora a igreja cristã adote o mesmo cânon do Antigo Testamento, o número de livros difere porque dividimos Samuel, Reis, Crônicas, etc, em dois livros cada um; os judeus também consideram os Profetas Menores como um único livro.

A ordem dos livros também é diferente. O Antigo Testamento dos protestantes segue uma seqüência de assuntos em vez de uma seqüência oficial. 32/22

3C. O TESTEMUNHO DE CRISTO A RESPEITO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

1D. Lucas 24:44. No cenáculo Jesus disse aos discípulos: "que importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos." Com essas palavras "Ele mencionou as três divisões da Bíblia Hebraica - a Lei, os Profetas e os 'Escritos' (aqui chamados de 'Salmos', provavelmente porque o Livro de Salmos é o primeiro e o mais longo livro nessa terceira divisão)." 15/96

2D. João 10:31-36; Lucas 24:44. Jesus discordou das tradições orais dos fariseus (Marcos 7; Mateus 15), não do conceito que tinham do cânon hebraico. 15/104 "Não há indício de qualquer disputa entre Ele e os judeus acerca da canonicidade dos livros do Antigo Testamento". 108/62

3D. Lucas 11:51 (e também Mateus 23:35): "... desde o sangue de Abel até ao de Zacarias". Aqui Jesus confirma o testemunho que dá acerca da extensão do cânon do Antigo Testamento. Abel, como todos sabem, foi o primeiro mártir (Gênesis 4:8). Zacarias é o último mártir citado (de acordo com a ordem dos livros do Antigo Testamento hebraico. Veja a lista acima - 2C, 1D). Foi apedrejado» enquanto profetizava ao povo, "no pátio da casa do Senhor" (2 Crônicas 24:21). Gênesis era o primeiro livro no cânon hebraico, e Crônicas, o último. Em outras palavras, Jesus disse "de Gênesis a Crônicas", ou, como diríamos, de acordo com a nossa ordem dos livros, "de Gênesis a Malaquias". 15/96

4C. TESTEMUNHOS DE ESCRITORES NÃO-BÍLICOS

1D. O mais antigo registro de uma divisão tríplice do Antigo Testamento é o prólogo do livro de Eclesiástico (escrito por volta de 130 a.C). O prólogo, escrito pelo neto do autor, diz: "A Lei, e os profetas, e os outros livros dos pais". Existiam três divisões bem nítidas das Escrituras. 108/71

2D. Josefo, o historiador judeu que viveu no final do primeiro século depois de Cristo, escreve: "... e a maneira como, tenazmente, temos nos apegado a esses livros da nossa própria nação fica evidente através daquilo que fazemos; pois durante as tantas eras que já têm passado ninguém foi tão audaz ao ponto de acrescentar alguma coisa aos livros ou de retirar alguma coisa; mas torna-se natural a todos os judeus, sendo algo espontâneo que ocorre desde o próprio nascimento, considerar que esses livros contêm doutrinas divinas, perseverar nelas e estar disposto a, caso necessário, morrer por elas. Pois não é é novidade para nossos cativos, que são em grande número, serem freqüentemente vistos suportando nas arenas todo tipo de torturas e mortes, a fim de não serem obrigados a pronunciar uma única palavra contra nossas leis e contra os registros que as contêm..." 45/609

3D. O Talmude

1E. Tosefta Yadaim 3:5 diz: "O Evangelho e os livros dos heréticos não tornam as mãos impuras; os livros de Ben Sira e quaisquer outros livros que tenham sido escritos desde a época dele não são canônicos".

70/63; 32/129

2E. Seder Orlam Rabba 30 declara: "Até essa época (a de Alexandre o Grande) os profetas profetizaram através do Espírito Santo; a partir desse momento, inclina o teu ouvido e ouve o que dizem os sábios". 32/129

3E. Talmude Babilônico, Tratado "Sanedrim" VII-VIII, 24: "Depois dos profetas posteriores. Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo se afastou de Israel".

4D. Melito, bispo de Sardes, elaborou a mais antiga lista do cânon do Antigo Testamento de que se tem notícia (cerca de 170 A.D.).

Eusébio (História Eclesiástica, IV. 26j preservou os comentários de Melito. Melito afirmou que obtivera uma lista fidedigna enquanto viajava pela Síria. Os comentários de Melito foram feitos numa carta a um amigo, Anesímio: "Estes são os livros... os cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio. Jesus Naue, Juizes, Rute. Quatro livros de Reinos, dois de Crônicas, os Salmos de Davi, Provérbios de Salomão (também chamado Sabedoria), Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Jó. Dos profetas: Isaías, Jeremias, os Doze num único livro, Daniel, Ezequiel, Esdras".

F. F. Bruce comenta: "É provável que Melito tenha incluído Lamentações junto com Jeremias, e Neemias com Esdras (embora seja curioso encontrar Esdras relacionado entre os profetas). Nesse caso, a lista de Melito contêm todos os livros do cânon hebraico (dispostos em conformidade com a seqüência da Septuaginta), com exceção de Ester. É possível que o livro de Ester não estivesse incluído na lista que recebeu na Síria". 15/100

5D. A tríplice divisão do atual texto judaico (com onze livros nos Escritos) tem origem na Mishnah (tratado Baba Bathra, século quinto depois de Cristo). 32/20

5C. O TESTEMUNHO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DO ANTIGO TESTAMENTO COMO SENDO ESCRITURA SAGRADA

Mateus 21:42; 22:29; 26:54, 56 Lucas 24 João 5:39; 10:35 Atos 17:2,11;18:28 Romanos 1:2; 4:3; 9:17; 10:11; 11:2; 15:4; 16:26 1 Coríntios 15:3,4 Gálatas 3:8; 3:22; 4:30 1 Timóteo 5:18 2 Timóteo 3:16 2Pedro 1:20, 21; 3:16

"... Como diz a Escritura ..." (João 7:38), frase dita sem uma identificação mais específica, sugere que deve ter havido uma compreensão geral sobre a relação entre Escritura e os vários livros.

6C. O CONCILIO DE JÂMNIA

Muitos estudantes fazem este comentário: "Ah! eu já sei como se formou o cânon. Os líderes se reuniram num concilio e decidiram que livros eram mais úteis e, então, forçaram os adeptos a aceitá-los". Mas essa é a idéia mais afastada da verdade que se pode ter. (Mas para algumas pessoas, a distância não chega a ser problema na era espacial.)

São apropriados os comentários que F. F. Bruce e H. H. Rowley fazem a respeito: "A principal razão para duvidar que os Escritos estivessem completos à época de nosso Senhor é que existem registros dos debates ocorridos entre os rabinos após a queda de Jerusalém em 70 A.D., debates estes sobre alguns livros dessa divisão da Bíblia. Quando era iminente a destruição da cidade e do templo, um grande rabino, Yohanan ben Zakkai, pertencente à escola de Hilel (um grupo dentro da seita dos fariseus) obteve permissão dos romanos para reconstituir o Sanedrim numa base puramente espiritual. Esse trabalho ocorreu em Jabneh, ou Jâmnia, cidade localizada entre Jope e Azoto (Asdode). Parte do debate travado em Jâmnia foi transmitido oralmente, e posteriormente registrado nos escritos rabínicos. Entre os assuntos debatidos estava a questão de se os livros de Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Ester deviam receber o reconhecimento como livros canônicos. Levantaram-se objeções contra esses livros por várias razões. Ester, por exemplo, não continha o nome de Deus, e não era nada fácil harmonizar o ensino de Eclesiastes com a ortodoxia vigente à época. Mas o resultado dos debates de Jâmnia foi a decidida aceitação de todos esses livros como parte das Sagradas Escrituras". 15/97

E H. H. Rowley diz: "Na verdade, não é muito correto falar em Concilio de Jâmnia. Temos conhecimento de debates ali tratados entre os rabinos, mas nada sabemos acerca de decisões oficiais ou formais que tenham sido tomadas, e é provável que os debates tenham sido informais, muito embora tenham ajudado a cristalizar e a estabelecer mais firmemente a tradição judaica". 80/170

7C. A LITERATURA APÓCRIFA DO ANTIGO TESTAMENTO 1D. Introdução

A palavra apócrifo vem do grego apokruphos e significa "oculto" ou "escondido".

Jerônimo, que viveu no quarto século, foi o primeiro a chamar de apócrifo esse grupo de livros. Os apócrifos são os livros acrescentados ao Antigo Testamento pela Igreja Católica, os quais os protestantes afirmam não serem canônicos.

2D. Por que não canônicos?

O Unger's BibleDictionary (Dicionário Bíblico de Unger) apresenta as seguintes razões para a exclusão:

1. "Estão repletos de discrepâncias e anacronismos históricos e geográficos".

2. "Ensinam doutrinas falsas que incentivam práticas divergentes das ensinadas pelas Escrituras inspiradas."

3. "Apelam para estilos literários e apresentam uma artificialidade no trato do assunto, com um estilo que destoa do das Escrituras inspiradas."

4. "Faltam-lhes os elementos distintivos que conferem caráter divino às autênticas Escrituras, como, por exemplo, a autoridade profética e o sentimento poético e religioso." 99/70

3D. Um Resumo de Cada Livro Apócrifo

Em How We Got Our Bible (Como Obtivemos a Bíblia), excelente guia de estudo de autoria de Ralph Earle, encontramos, resumidamente, os detalhes de cada livro. Devido à qualidade desse resumo, preferi copiar o esboço em vez de apresentar outro.

"1 Esdras (cerca de 150 a.C.) fala da volta dos judeus à Palestina, após o exílio na Babilônia. Baseia-se bastante nos textos de Crônicas, Esdras e Neemias, mas o autor também acrescentou muito material lendário."

"O tópico mais interessante é a História dos Três Guardas. Estavam discutindo sobre qual era a coisa mais forte do mundo. Um disse: "o vinho"; outro: "orei";e o terceiro; "a mulher e a verdade". E colocaram essas três respostas debaixo do travesseiro do rei. Quando este acordou, quis que os três justificassem suas respostas. A decisão unânime foi: "a verdade é, de longe, a mais forte". Por ter dado a resposta certa, como recompensa Zorobabel recebeu permissão para reconstruir o Templo em Jerusalém."

"2 Esdras (100 A.D.) é uma obra apocalíptica que contém sete visões. Segundo dizem, Martinho Lutero ficou tão confuso com essas visões que jogou o livro no rio Elba."

"Tobias (início do segundo século antes de Cristo) é um breve romance. De contendo uma mensagem fortemente farisaica, o livro enfatiza a Lei, os alimentos permitidos, as abluções cerimoniais, a caridade, o jejum e a oração. A afirmação nele existente de que as esmolas trazem o perdão dos pecados é

No documento Evidências históricas da fé Cristã (páginas 32-43)

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