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COMO OCORRE A EREÇÃO PENIANA

No documento Copyright 2021 Publicado por: (páginas 42-45)

O pênis não funciona como um ser isolado e desconexo do restante do corpo. Todo o processo de ereção funciona em uma imensa cadeia de reações e estímulos, no qual a falha sistemática constante em um destes processos pode acarretar em disfunção erétil.

Mas é importante saber que tudo começa no sistema nervoso. Entenda o sistema nervoso como um conjunto de conexões nervosas espalhadas pelo corpo e conectadas ao cérebro. Estas conexões funcionam como receptoras de estímulos e tradutoras de sentidos.

Um cheiro, um toque, uma imagem, um som, um sabor. Tudo é recebido e decodificado pelo sistema nervoso. Os cinco sentidos (olfato, tato, visão, audição e paladar) nada mais são do que receptores neurais, que captam a experiência e a enviam para o cérebro, que decodifica e traduz aquilo que foi recebido.

Após a decodificação, o cérebro envia um feedback baseado naquilo que foi recebido e interpretado.

Não é necessário ativar todos os cinco sentidos ao mesmo tempo para que a ereção ocorra. Apenas um deles já é suficiente para iniciar o processo. Um perfume gostoso, uma imagem que seu cérebro interprete como sensual, um toque em uma região do corpo; qualquer estímulo julgado pela rede neural como erógeno pode “tirar o monstro da jaula”.

A imaginação também pode ser um gatilho para que o cérebro envie o comando para o resto do corpo e direcione o sangue para os

corpos cavernosos do pênis, pois o cérebro não consegue distinguir aquilo que é real ou imaginário (veremos mais sobre isto no Capítulo VII).

Imagine os corpos cavernosos como um conjunto de tubos cilíndricos localizados no interior do pênis que se esticam e se contraem. No interior destes tubos existem ramificações que lembram uma esponja. Quando o pênis está em estado de repouso, os corpos cavernosos ficam contraídos e flácidos, pois não existe sangue para preencher seu interior e encharcar a tal “esponja”.

Corpos cavernosos do pênis.

Assim que o estímulo é recebido e o cérebro passa a direcionar mais sangue em direção ao pênis, os corpos cavernosos passam a se encher de sangue e ficam esticados e tensionados, gerando a ereção. Por isso o pênis fica alongado e rígido quando se encontra ereto, pois está cheio de sangue, com as ramificações dos corpos cavernosos que aumentam de tamanho assim como uma esponja mergulhada em uma bacia com água.

Para que o sangue consiga penetrar no pênis, é necessário que a musculatura lisa, que envolve o membro, relaxe e assim permita a passagem do sangue em direção ao interior dos corpos cavernosos.

Quando o pênis está flácido significa que a musculatura lisa está contraída, impedindo a passagem do sangue para o interior do pênis.

O relaxamento da musculatura lisa ocorre quando o corpo passa a produzir uma substância chamada óxido nítrico em grande quantidade, estimulando a geração de uma enzima chamada GMP cíclico (guanosina monofosfato cíclico). Esta enzima desencadeia uma série de processos químicos que terminam por tornar indisponível o cálcio no interior das células lisas do corpo cavernoso. A ausência deste mineral resulta no relaxamento das células e, consequentemente, da musculatura, de forma a permite a entrada do fluxo sanguíneo.

Além do “caminho de ida” para o sangue em direção ao interior do pênis, também existe uma “via de retorno”. Estas vias de saída pelo fluxo venoso sanguíneo ocorrem nas veias denominadas subtunicais.

Quando o pênis está ereto, o acumulo de sangue dilata as dimensões do membro, alargando sua estrutura. Isto bloqueia o fluxo venoso nas veias subtunicais, que fica “apertada” entre os corpos cavernosos e a área mais externa do pênis, o que mantêm o sangue no interior do órgão reprodutor. Guarde muito bem esta informação, pois é a chave para a eliminação da disfunção erétil em sua vida.

Mesmo com a pressão exercida nas veias subtunicais, um pouco de sangue ainda acaba escapando do pênis. Logo a ereção nada mais é do que uma luta entre a quantidade de sangue que entra e a quantidade de sangue que sai do pênis.

Se o fluxo sanguíneo que adentra o interior dos corpos cavernosos for superior à quantidade de sangue que escapa pelas veias subtunicais, parabéns... Você conseguiu uma ereção.

Caso ocorra o oposto, mais sangue saindo do que entrando, você ficará, infelizmente, com o pênis em um estágio “meia bomba” ou completamente flácido.

Além da luta do sistema vascular para manter a ereção, também existe uma batalha ferrenha ocorrendo no campo da química corporal. E é exatamente aí que os remédios de combate à disfunção erétil atuam.

Como já comentei em linhas anteriores, Sildenafila, Tadalafila e Vardenafila trabalham para o estímulo da ereção por meio do bloqueio da enzima Fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5). Esta enzima é a Darth Vander da ereção. A PDE-5 ataca e destrói o GMP cíclico (substância responsável por obstruir a disponibilidade do cálcio do interior das células lisas dos corpos cavernosos, o que propicia o relaxamento da musculatura do pênis e assim permite a entrada do sangue).

Portanto, na arena das substâncias químicas a luta ocorre entre o óxido nítrico, que tenta estimular a produção de GMP cíclico, e a PDE-5, que por sua vez ataca e destrói o GMP cíclico.

Apesar da aparente “maldade” por traz da Fosfodiesterase tipo 5, esta enzima tem um papel importante em todo o encadeamento responsável pela ereção, pois é ela que faz o pênis voltar ao seu estado de repouso. Afinal, ninguém quer ficar constantemente com um volume constrangedor e incômodo na calça quando está em público. Além disso, ereções prolongadas caracterizam o priapismo, que, como já vimos, é um perigoso problema para a saúde masculina.

Mesmo com todos estes processos descritos, estou simplificando bastante o tema e a complexidade da ereção peniana, que evolve muitas outras variáveis. Mas, na realidade, é basicamente isto que você precisa entender. O restante são tecnicidades desnecessárias ao nosso objetivo.

No documento Copyright 2021 Publicado por: (páginas 42-45)

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