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3. Já entrei e agora?

3.1. Como são os minimeus?

A avaliação, de natureza contínua, permite ao profissional de educação observar e recolher informações sobre o desenvolvimento e o percurso de cada uma das crianças e de aferir a sua própria prática, adaptando-a às necessidades e interesses das crianças.

Para a realização da avaliação do grupo de crianças, segundo o PCG (2018), a educadora cooperante recorre a uma prática alternativa de avaliação, ao uso do portefólio que, segundo Formosinho e Parente (2005) é considerado uma coleção sistemática composta por trabalhos, registos de observação da criança e amostras de competências de resolução de problemas escolhidos pela criança e/ou pelo adulto, que completa as diversas áreas de conteúdo presentes nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2016). Este evidencia o crescimento, o esforço e o progresso da criança ao nível de conhecimento, de competências e de atitudes. A avaliação é ainda feita, pelo/a educador/a de infância através da recolha de evidências, isto é, através da observação.

Para delinear as minhas intenções para a ação, tornou-se crucial fazer uma observação atenta às ações das crianças durante as suas brincadeiras e na realização de produções, bem como analisar o PCG (2018) e ter conversas informais com a educadora.

No que concerne ao desenvolvimento motor das crianças, todas elas se encontram a desenvolver habilidades motoras fundamentais, nomeadamente a realização do salto ao pé- coxinho e o salto no mini-trampolim, revelando uma grande necessidade intrínseca e satisfação pelo movimento e pelo desenvolvimento da motricidade grossa, visível nos registos n.ºs 166 e 181, respetivamente.

Na praça, algumas crianças estão a brincar com coisas, enquanto outras correm pelo espaço, dizendo que estão a jogar às escondidas.

O Af., o R. e o F. estão a correr pelos corredores. Quando venho da casa de banho para a sala com o Af., o R. e o F. vejo o P. também a correr. Mais tarde, vejo o Rm. e uma menina a levarem um cesto, onde vinha a fruta, aos altos.

As crianças demonstram ainda estar a desenvolver a interiorização de regras e de estratégias de jogo, tal como se observa no registo n.º 136, em que as crianças demonstram querer jogar e não ligar tanto a estratégias como lançar a bola a quem estivesse mais perto, pois assim tinha maior probabilidade de tocar nela e de a “eliminar do jogo”.

18 Quando uma criança lançava a bola e tinha de tocar em alguma, as crianças escolhiam normalmente ou um amigo ou crianças que estavam mais longe.

Para além disso, observa-se que as crianças têm uma necessidade intrínseca em se envolver em brincadeiras arriscadas, umas mais do que outras, e que algumas crianças parecem ter ou estar a desenvolver uma perceção sobre o risco, visível no registo n.º 179.

O R. está a saltar nas escadas e a tentar agarrar-se à parede que está ao lado do corrimão. Até que se consegue agarrar. A E. olha e diz “olha que vais cair”.

As canções e as músicas revelam ser momentos de prazer, em que verifica um grande envolvimento nas atividades música e de movimento, revelando facilidade em memorizar melodias, movimentos e pequenas coreografias.

Na dimensão socio-emocional, as crianças interagem muito entre pares e com os adultos, expressando os seus sentimentos, motivações, desejos, ideias e opiniões. Assim, face à organização do grupo este assume-se como estrutura social, em que todos desempenham um papel importante, sendo possível observar a participação afetiva entre crianças. Exemplo disso são as brincadeiras nos jardins que revelam cooperação e cumplicidade entre pares. Para além disso, é possível observar a gestão partilhada de poder. As crianças, também, são capazes de fazer escolhas e tomar decisões cada vez mais conscientes, evidenciando a autonomia das crianças. O grupo tem as rotinas bem assimiladas, embora algumas crianças ainda procurem a ajuda do adulto, nomeadamente as crianças mais novas e a criança que está em adaptação. Isto encontra-se bem presente no registo n.º 131, em que os presidentes da semana gerem o momento de escolha das áreas e já têm em conta alguma das coisas que o/a educador/a menciona.

O T. pergunta ao S.M. o que ele vai fazer. O S.M. diz que vai para a área do desenho. O T. diz que ele não pode estar sempre na área do desenho, tem de escolher outra área. Relativamente às necessidades do grupo, segundo o PCG (2018), algumas crianças do grupo nem sempre participam nos desafios (propostos pelo/a educador/a) por iniciativa própria ou procuram sempre as mesmas áreas de atividade, tendo de haver uma negociação das suas escolhas por parte do adulto, por forma a diversificá-las. Alguma das crianças do grupo necessitam de algum acompanhamento (presença física do adulto) na realização de algumas atividades, na medida em que não conseguem manter-se focadas na tarefa, distraindo-se com alguma facilidade, sendo que o seu tempo de atenção/dedicação é curto. Outras questões que são necessárias de continuar a trabalhar, são as crianças partilharem a sua vez, arrumarem os espaços e os materiais, manterem-se atentas nas reuniões de grande grupo e escutar. Pois, o grupo conhece as regras e regem-se por elas, contudo nem todos as cumpram.

19 A grande maioria das crianças conseguem escrever o seu nome, contudo, só agora estão a manifestar interesse pela palavra escrita e pela sua funcionalidade. Nem todas as crianças dedicam muito tempo à exploração das suas próprias produções, apresentando trabalhos rápidos e sem grande exploração. As crianças ainda se encontram, gradualmente, a descobrir as possibilidades que a sala de atividades oferece, nomeadamente os materiais disponíveis no atelier.

A avaliação do grupo de crianças será a base para justificar as minhas intenções para a ação, bem como para fundamentar a planificação da ação.