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acredita-se que nele estejam inclusas, todas as ações voltadas ao bem

comum. Neste sentido, enaltece-se a importância do Terceiro Setor no

fomento do processo de construção e desenvolvimento da sociedade, a

julgar pelas inúmeras atividades voluntárias, sem fins lucrativos, humanitárias,

que acabam lhe conferindo um caráter, expressivamente, solidário.

Com base nesse raciocínio apresenta-se que a resposta às

necessidades coletivas é tida como fator de exigência às organizações do

Terceiro Setor, uma vez que, são legalmente consideradas sem fins

lucrativos, as entidades que oferecem algum tipo de serviço, contribuindo

assim, com o acréscimo de melhorias à vida em sociedade.

Interessa aqui registrar que para fins legais, as organizações que compõem o Terceiro Setor são denominadas entidades sem fins lucrativos — ESFs —.

No Brasil, existem apenas 2 formas jurídicas para as

entidades não lucrativas: associação civil e fundação. São classificadas

como pessoas jurídicas de direito privado, porém são de natureza bastante

distintas.

Segue-se apresentando alguns conceitos importantes

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6 Uma vista de olhos sobre o marco legal

Rosani Aparecida Alves-Souza

Faz-se necessário o esclarecimento sobre o que vem a ser

pessoa jurídica

. Para tanto, recorrer-se à citação de Rafael (1997: grifos do autor),a saber:

Para o ilustre jurista alemão, o homem não é uma noção jurídica, e só se torna um elemento do conteúdo das normas jurídicas que disciplinam a sua conduta, quando estas fazem certos atos, seus,

objeto de obrigações, responsabilidades ou direitos subjetivos.

Mais adiante, ainda em sua Teoria Pura do Direito, destaca que

a pessoa moral ou jurídica designa apenas a unidade de um conjunto de normas, ou seja, uma ordem jurídica que regulamenta a conduta de uma pluralidade de pessoas, sendo, ora a personificação de uma ordem jurídica parcial, como os estatutos de uma associação, ora a de uma ordem jurídica total, compreendendo o conjunto de normas jurídicas parciais e habitualmente designada pelo nome de Estado.

O mesmo autor continua explicitando que,

[...] podemos definir as pessoas jurídicas como entidades criadas pelo homem, às quais a lei empresta personalidade, atuando na vida jurídica com capacidade diversa da dos seus criadores, capazes por si sós, de serem titulares de direito.

Disponibiliza-se um conteúdo relativo Novo Código Civil

promulgado em 10 de janeiro de 2002, que começou a vigorar em janeiro e

2003, no qual encontram-se as disposições sobre pessoas jurídicas com

TÍTULO II

DAS PESSOAS JURÍDICAS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou

externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios;

IV - as autarquias;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações.

Parágrafo único. As disposições concernentes às associações

aplicam-se, subsidiariamente, às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.

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6 Uma vista de olhos sobre o marco legal

Rosani Aparecida Alves-Souza

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de

direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a

constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Observando ser algumas das citações abaixo mencionadas,

datadas de período anterior à promulgação e vigência do Novo Código

Civil apresenta-se,

Para Szazi (2001) uma associação pode ser conceituada

como sendo “uma pessoa jurídica criada a partir da união de idéias e

esforços de pessoas em torno de um propósito que não tenha finalidade

lucrativa.”

Rafael (1997) colaborou com o espaço reservado para a

conceituação de associação, quando assim se referiu,

Ou, no dizer de Maria Helena Diniz, interpretando com rara felicidade o preceituado por Orlando Gomes.

“Tem-se uma associação quando não há fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, recreativos,

morais, etc. Não perde a categoria de associação mesmo que realize negócios para manter ou aumentar seu patrimônio, sem, contudo, proporcionar ganhos aos associados, p.ex., associação esportiva que vende aos seus membros uniformes, alimentos, bolas, raquetes, etc., embora isso traga, como conseqüência, lucro para a entidade.”

Martins (2003) relacionando o conceito ao Código Civil

Brasileiro explicou que,

Uma associação civil é uma pessoa jurídica de direito privado. O antigo Código Civil de 1916 não definia claramente suas características, o que fez com que os juristas, o senso comum e outras leis, definissem uma associação como a união de pessoas em torno de uma finalidade não-lucrativa.

De grande interesse aqui, é o registro de que o novo Código

Civil Brasileiro define associações como a união de pessoas que se