• Nenhum resultado encontrado

GEOLOGIA ESTRUTURAL

3.5 COMPARAÇÃO COM OS SEGMENTOS ADJACENTES

A evolução estrutural da área em apreço quando comparada às propostas para as regiões de Araxá (Simões & Navarro 1996, 1997; Seer 1999) e Passos (Simões 1995; Valeriano 1992; 1999; Valeriano et al. 1995) que são contíguas à área estudada apresentam algumas similaridade e diferenças.

Tabela 3.1 - Correlação e características das fases de deformação nos segmentos de Passos, Araxá e Tapira na porção meridional da Faixa Brasília.

Região de Passos Região de Araxá Região de Tapira

D1 Dobras isoclinais recum- bentes, eixos N-S; clivagem ardosiana S1 subhorizo-ntal; lineação mineral N-S. D1 Auge metamórfico; xistosidade S1, retrometamorfismo D1 Xistosidade S1 D2 Precoce Auge metamórfico, dobras apertadas a isoclinais (e em bainha) recumbentes, eixos E-W a

NW; clivagem/ xistosidade de crenulação

S2; lineação mineral/ estira-mento

paralela aos eixos de dobras

D2 Precoce

Dobras apertadas, eixos NNE, lineação de estiramento/ mineral paralela ao eixo das dobras, clivagem/ xistosidade de crenulação S2p; alojamento de granitos; transporte tectônico em direção a NNE retrometamorfismo

D2 Auge metamórfico; dobras apertadas, verticais, eixos variando de NW-SE, E-W a N-S; xistosidade/ clivagem de crenulação S2; lineação mineral/ estiramento NW- SE; transporte tectônico para SE.

D3 Dobras abertas, verticais,

com plano axial vertical, eixo NW-SE, localmente clivagem ardosiana S3 D2

Tardio

Exumação e colocação da nappe de Passos e demais nappes internas, sobre o Domínio Externo; retrometamorfismo

D2 Tardio

Dobras apertadas a isoclinais, eixos NW-SE,

lineação de estiramento/ mineral

paralela ao eixo das dobras, transporte tectônico em direção a SE

D4 Dobras apertadas a

isoclinais, inclinadas a recumbentes, eixos NW-SE a E-W; lineação mineral e de estiramento, paralela ao eixo das dobras; transporte em direção a SE

D3 Dobras suaves a abertas com eixos WNW; falhas subverticais associadas

D3 Dobras suaves a abertas com eixos WNW; zonas de cisalhamento subverticais associadas

D5 Dobras suaves a abertas com eixos NW-SE; zona de cisalhamento subverticais de associadas

D4 Dobras angulares empina-das, crenulações e kinks com eixos N-S; falhas associadas

D6 Dobras suaves a abertas com eixos N-S; falhas suverticais associadas.

As características comuns à evolução estrutural dos segmentos de Passos, Araxá e Tapira são:

- Ocorrem estruturas relacionadas à no mínimo duas fases de deformação

anteriores (três no caso de Tapira) a deformação principal, sendo que auge metamórfico foi atingido nestes estágios anterior (D1 no caso de Araxá e D2 no caso de Passos e Tapira);

- Embora as dobras relacionadas à fase D3, sejam mais visíveis em Tapira elas

fase também relaciona-se o principal transporte tectônico em direção ao cráton do São Francisco;

- As fases pós-deformação principal apresentam as mesmas características em

Tapira e Passos, e parcialmente com Araxá, que não apresenta estruturas com eixo N-S;

Embora existam algumas diferenças o padrão estrutural da área é similar ao observado para as regiões de Passos e Araxá.

4

METAMORFISMO

4.1 -INTRODUÇÃO

A integração de estudos petrográficos, microestruturais e termobarométricos é importante na caracterização da história de pressão-temperatura-deformação de um cinturão orogênico, podendo trazer importantes informações a seu respeito.

No presente capítulo são descritas as variações das associações mineralógicas metamórficas presentes nas rochas dos grupos Araxá e Canastra, na região de Tapira enfocando-se principalmente as paragêneses/ assembléias diagnósticas. Para tanto são descritas as assembléias metamórficas para grupos de rochas de diferentes origens: pelítica/ semi-pelítica; básicas; ultrabásicas; e também gnaisses. Como os três últimos tipos de rocha têm ocorrências restritas, a caracterização do metamorfismo dos diferentes domínios baseou-se essencialmente na variação metamórfica das rochas pelíticas/ semi- pelíticas. Essas mudanças foram monitoradas através de dados de campo, petrografia e

4.2 - SITUAÇÃO GEOLÓGICA(descrição similar à apresentada nos capítulo 3)

As rochas desta região apresentam uma complexa evolução estrutural com descontinuidades tectônicas de diferentes gerações, que justapõem terrenos de variadas origens e padrões metamórficos. Este quadro conduz à proposição de uma compartimentação em três domínios tectono-estruturais, cujas principais características são sintetizadas nos parágrafos a seguir e também no mapa geológico da área (Anexo 1).

No domínio oeste (DW) ocorrem duas escamas tectônicas separadas por falha de empurrão. Na escama 1 ocorre granada-grafita-muscovita xisto com freqüentes intercalações de quartzito. Na escama 2 ocorre granada-mica xisto, com intercalações de hornblenda-mica xistos, anfibolitos e metaultramáficas. Estes passam gradativamente a quartzitos micáceos com intercalações de mica xistos, que são sobrepostos por gnaisses.

No domínio leste (DE) foi definido um conjunto de três escamas com características litológicas distintas delimitadas por falhas de empurrão, este conjunto é colocado sobre o Grupo Bambuí autóctone, onde a distribuição das rochas dessas unidades é a seguinte:

o Grupo Bambuí – constituído por filitos e ardósias localmente com lentes

métricas de mármores calcíticos.

o Escama Inferior – Nesta escama são identificadas 3 unidades. Apresenta na base

quartzo-muscovita xistos com intercalação de muscovita xistos, que em direção ao topo passam gradativamente a grafita-muscovita xistos. Estas rochas são sobrepostas por quartzo-muscovita xistos, com intercalações de quartzitos. No topo da seqüência sedimentar desta escama ocorrem quartzitos puros a micáceos com intercalações de quartzo xistos.

o Escama Intermediária – Nesta escama foram individualizadas 5 unidades. Na

base da seqüência tectono-estratigráfica ocorrem granada-grafita-muscovita xistos de granulação fina com intercalações de xistos grafitosos e granada- biotita-muscovita xistos. Estes são sobrepostos por granada-grafita xistos, que passam gradativamente a granada-mica xistos pouco grafitoso. No topo desta escama ocorrem quartzitos e intercalações métricas de quartzo xistos, muscovita xistos e quartzitos micáceos.

o Escama Superior – Apenas uma unidade foi individualizada nesta escama. Esta

unidade é composta por granada-mica xistos, com camadas métricas de granada-quartzo xistos e rochas metaultramáficas.

O empilhamento estratigráfico proposto para o domínio sul (DS) apresenta na base quartzo xistos que passam a metarenitos com intercalações de quartzo xisto. Em direção ao topo ocorre um pacote que intercala filito e metarenito. Ao qual segue-se metarenito com lentes métricas de filitos e metaconglomerados. O topo da seqüência estratigráfica do DS é marcado por quartzo-muscovita xistos.

Tabela 4.1 - Lista de abreviações

act – actinolita epi – epidoto pl – plagioclásio Membros finais da

bio – biotita gra - granada rut – rutilo Granada

cia – cianita hor – hornblenda tur – turmalina Alm – almandina

clo – clorita ilm – ilmenita Gros - grossulária

clt – cloritóide mb – mica branca XFe = Fe/ Fe+Mg Pyr – Piropo

cpx – diopsídio qtz – quartzo XMg = Mg/ Mg+Fe Sps – Espessartita