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CAPÍTULO III RESULTADOS

3.5. Conhecimentos acerca dos microrganismos multirresistentes

3.5.1. Comparação dos conhecimentos entre médicos e enfermeiros

Para avaliar se a qualificação influencia o conhecimento, pretendeu-se comparar os conhecimentos demonstrados pelos profissionais relativamente aos microrganismos multirresistentes.

Para a análise dos conhecimentos globais considerou-se cada resposta correta como 1 e as respostas incorretas como 0, sendo o valor obtido por somatório. Neste sentido, os valores podem variar entre 0 e 23. Assim, os valores variaram entre 7 e 21, com média 15,1±2,65 e mediana 15. Como cada uma das amostras apresenta mais de 30 unidades de amostragem, considerou-se a existência de normalidade de distribuição (Pestana, 2014), pelo que para a comparação entre grupos se utilizou o Teste t para amostras independentes.

Na comparação entre grupos observa-se homogeneidade de variâncias (Teste de Levene F=2,244; sig=0,137), não se observando diferenças estatisticamente significativas entre médicos e enfermeiros quanto aos conhecimentos globais (t=0,799; gl=130; sig=0,426) (Apêndice F).

Para a análise de cada uma das questões, utilizou-se o teste de independência de Qui-quadrado e, nas situações em que se observaram diferenças significativas, recorreu-

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se à análise de resíduos ajustados standardizados para identificar os grupos que são diferentes. Observam-se diferenças estatisticamente significativas conforme se observa na tabela 11.

Tabela 11 - Análise das diferenças entre os conhecimentos dos Médicos e Enfermeiros (n=132)

Nota: a – Teste qui-quadrado

Questão Valor de

teste gl sig

1.Os MMR são resistentes apenas a uma classe de antibióticos. 8,325 1 0,004a

2.Os MMR podem ser adquiridos via transmissão de profissional a doente,

doente a doente ou ambiente a doente. 0,517 1 0,472

3.A infeção por MMR não está associada a taxas elevadas de mortalidade,

aumento do tempo de internamento e dos custos. 1,436 1 0,231

4.A disseminação de MMR não põe em causa a eficácia da maioria dos

antibióticos. 1,542 1 0,214

5.Não é necessário instituir medidas adicionais de isolamento na suspeita

de colonização por MRSA. 4,465 1 0,035a

8.As PBCI consistem no uso de EPI quando existir possibilidade de contato com sangue, fluídos corporais, secreções e excreções, mucosas e pele não íntegra.

2,496 1 0,114

9.As PBCI previnem de forma eficaz a transmissão da infeção de todos os

agentes infeciosos. 10,389 1 0,001a

10.As PBCI aplicam-se a todos os utentes, independentemente de se

conhecer o estado infecioso dos mesmos. 0,105 1 0,746

11.A utilização das medidas adicionais de isolamento – PBVT (contacto,

aérea e gotículas), substitui as PBCI. 0,803 1 0,370

12.As medidas adicionais de isolamento são divididas em Via Aérea, Gotículas e Contacto e nunca requerem mais do que uma categoria de isolamento.

0,001 1 0,977

13.São exemplos de doenças que implicam precauções para gotículas: Infeções por Haemophilus influenzae tipo b - epiglotite, meningite, pneumonia.

1,465 1 0,226

14.Os seguintes Microrganismos/ Infeções implicam precauções de

contacto: MRSA; ABMR; VRE; CRE; PAMR. 5,492 1 0,019a

15.Os seguintes Microrganismos / Infeções implicam precauções de

contacto: MRSA; ABMR, VRE; TBMR. 4,688 1 0,030a

16.Nas precauções de contacto, durante o contacto direto com o doente, com o ambiente envolvente ou com objetos utilizados pelo doente, deve higienizar as mãos, usar luvas e bata de proteção de uso único.

0,122 1 0,727

17.Nas precauções de contacto, durante o contacto direto com o doente, com o ambiente envolvente ou com objetos utilizados pelo doente, deve higienizar as mãos, usar luvas, bata de proteção de uso único e máscara cirúrgica.

3,927 1 0,048a

18.Perante a necessidade de isolamento de via aérea, as barreiras de

proteção indicadas são a utilização de protetor respiratório P2. 0,950 1 0,330

19.Perante a necessidade de isolamento de via aérea, as barreiras de proteção indicadas são a utilização de protetor respiratório P2, luvas e bata.

0,592 1 0,442

20.Durante o transporte do doente com tuberculose ativa, deve ser colocado protetor respiratório P2 ao doente, e os profissionais, devem colocar máscara cirúrgica.

11,457 1 0,001a

21.Após a saída de um doente com Tuberculose Pulmonar da sala

operatória, a higienização da sala deve ser iniciada de imediato. 8,286 1 0,004a 22.A higienização da sala operatória onde permaneceu um doente

portador de MMR é efetuada sempre da mesma forma,

independentemente do microrganismo de que o doente é portador.

0,029 1 0,864

23.O profissional que efetua a higienização da sala operatória, após a intervenção a um doente portador de MMR, não necessita de usar o EPI adequado à situação de isolamento, uma vez que o doente já não se encontra na sala.

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Não foram analisadas as questões 6 e 7, respetivamente a “A higienização das mãos é uma medida fundamental para a redução da disseminação dos MMR“ e “São fatores de risco para colonização/ infeção por MMR o tempo de internamento, o uso de antibióticos e a presença de dispositivos invasivos”, por se verificar que a totalidade de médicos e enfermeiros responderam corretamente.

Relativamente à afirmação “Os MMR são resistentes apenas a uma classe de antibióticos”, da análise de resíduos ajustados standardizados, verifica-se que existem mais médicos com respostas corretas (2,9), e mais enfermeiros com respostas incorretas (2,9) (Apêndice G).

Relativamente à afirmação “Não é necessário instituir medidas adicionais de isolamento na suspeita de colonização por MRSA”, da análise de resíduos ajustados standardizados, verifica-se que existem mais médicos com respostas corretas (2,1), e mais enfermeiros com respostas incorretas (2,1) (Apêndice H).

Observam-se ainda diferenças relativamente à afirmação “As Precauções Básicas de Controlo de Infeção previnem de forma eficaz a transmissão da infeção de todos os agentes infeciosos”, que através da análise de resíduos ajustados standardizados se verifica que existem mais médicos com respostas corretas (3,2) e mais enfermeiros com respostas incorretas (3,2) (Apêndice I).

Relativamente à afirmação “Os seguintes Microrganismos/ Infeções, implicam precauções de contacto: MRSA; ABMR; VRE; CRE; PAMR” verifica-se através da análise de resíduos ajustados standardizados que existem mais médicos com respostas corretas (2,3) e mais enfermeiros com respostas incorretas (2,3) (Apêndice J).

Pelo contrário, em relação à afirmação “Os seguintes Microrganismos/ Infeções implicam precauções de contacto: MRSA; ABMR, VRE; TBMR”, da análise de resíduos ajustados standardizados verifica-se que existem mais enfermeiros com respostas corretas (2,2), e mais médicos com respostas incorretas (2,2) (Apêndice K).

Em relação à afirmação “Nas precauções de contacto, durante o contacto direto com o doente, com o ambiente envolvente ou com objetos utilizados pelo doente, deve higienizar as mãos, usar luvas, bata de proteção de uso único e máscara cirúrgica”, da análise de resíduos ajustados standardizados, verifica-se também que existem mais enfermeiros com respostas corretas (2,0), e mais médicos com respostas incorretas (2,0) (Apêndice L).

Relativamente à afirmação “Durante o transporte do doente com tuberculose ativa deve ser colocado protetor respiratório P2 ao doente, e os profissionais, devem colocar máscara cirúrgica”, da análise de resíduos ajustados standardizados, observam-se mais enfermeiros com respostas corretas (3,4), e mais médicos com respostas incorretas (3,4) (Apêndice M).

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Por fim, observam-se ainda diferenças relativamente à afirmação “Após a saída de um doente com Tuberculose Pulmonar da sala operatória, a higienização da sala deve ser iniciada de imediato”, que através da análise de resíduos ajustados standardizados se verifica que existem mais enfermeiros com respostas corretas (2,9) e mais médicos com respostas incorretas (2,9) (Apêndice N).