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O ZCR e a MDF obtidos no grupo que realizou o exercício com intensidade de 80% da máxima contração voluntária (nadadores) apresentam comportamento com diferenças visualmente notáveis em relação ao grupo cuja intensidade do exercício correspondeu à 40% (sedentários). Observa-se decrescimento mais acentuado desses parâmetros do grupo de maior intensidade. A WIRE51 e a WIRELT também apresentaram maior taxa de crescimento nos indivíduos que realizaram esforços mais intensos. As variáveis RMS, SWW e SWF parecem ser pouco sensíveis à fadiga gerada com sobrecargas diferenciadas e não apresentam crescimento perceptível com menor e maior intensidades (Figura 5.22).

100 Figura 5.21 - Parâmetros eletromiográficos clássicos do grupo com esforço em intensidade de 80% da máxima contração isométrica voluntária e do grupo com sobrecarga equivalente a 40%. A figura apresenta os parâmetros registrados em um canal diferencial do arranjo

101 Figura 5.22 - Novos parâmetros de descrição dos sinais eletromiográfico. Os sinais foram

coletados no grupo com esforço em intensidade de 80% da máxima contração isométrica voluntária e no grupo com sobrecarga equivalente a 40%. A figura apresenta os parâmetros

registrados em um canal diferencial do arranjo linear de eletrodos posicionado no bíceps braquial de um voluntário.

O procedimento de acumulação associado à normalização foi capaz de destacar as diferenças observadas no comportamento das variáveis brutas. O ZCR, a MDF, a WIRE51, o SWW e a WIRELT do grupo de maior intensidade apresentam maior divergência do modelo estacionário. Nos parâmetros RMS e SWF o comportamento dos grupos de maior e menor intensidades se confundem (Figuras 5.23 e 5.24).

102 Figura 5.23 - Comportamento dos parâmetros clássicos normalizados e acumulados. Os sinais foram coletados no grupo com esforço em intensidade de 80% da máxima contração

isométrica voluntária e no grupo com sobrecarga equivalente a 40% (curva média com as informações de todos os voluntários).

103 Figura 5.24 - Comportamento dos novos parâmetros normalizados e acumulados. Os sinais

foram coletados no grupo com esforço em intensidade de 80% da máxima contração isométrica voluntária e no grupo com sobrecarga equivalente a 40% (curva média com as

informações de todos os voluntários).

Na maioria dos parâmetros eletromiográficos, a inclinação normalizada da reta de regressão foi eficiente para detectar a diferença entre grupos de maior e menor intensidades de contração. A Figura 5.25 ilustra os valores das inclinações associadas a cada parâmetro e aponta os índices que apresentaram diferenças significativas entre os grupos.

104 Figura 5.25 - Valores da inclinação normalizada das restas de regressão referentes aos

parâmetros eletromiográficos analisados nos grupos com contrações realizadas em diferentes percentuais da contração isométrica máxima. * Índices elevados à potência 10-3. # Diferença significativa entre as intensidades de 40% e 80% da força isométrica máxima.

Diferentemente dos resultados encontrados na comparação entre homens e mulheres, a maioria dos índices de fadiga baseados na razão entre as áreas mostrou eficácia para estabelecer a diferença entre os grupos de alta e baixa intensidades de contração (Figura 5.26). Resultados que não ressaltam a diferença entre os grupos foram observados somente no ARMS𝑟, ASWF𝑟, ASWW𝑟, ARMS, ASWF, ASWW.

105 Figura 5.26 - Valores das razões entre as áreas (Merletti et al., 1991) referentes aos parâmetros eletromiográficos analisados nos grupos com contrações realizadas em diferentes percentuais da contração isométrica máxima. # Diferença significativa entre as

intensidades de 40% e 80% da força isométrica máxima.

A inclinação da reta dos parâmetros normalizados e acumulados mostrou-se mais sensível para indicar a diferença entre os grupos que realizaram os testes em diferentes intensidades do que para apontar a diferença na fadiga de homens e mulheres. Nos parâmetros cujas curvas acumuladas dos testes de maior e menor intensidades se sobrepuseram (RMS e SWF) não foi identificada diferença entre a fadiga gerada por essas sobrecargas. Da mesma forma, o índice baseado na curva acumulada o SWW não detectou diferença significativa entre os grupos, embora na Figura 5.24 não se observe sobreposição de suas curvas cumulativas. A Figura 5.27 ilustra os índices baseados na nova proposta de análise cumulativa e aponta os indicadores sensíveis à aplicação de diferentes sobrecargas.

106 Figura 5.27 - Valores das inclinações das retas referentes aos parâmetros eletromiográficos normalizados e acumulados. Os resultados apresentados referem-se a parâmetros estimados nos grupos com contrações realizadas em diferentes percentuais da contração isométrica máxima. # Diferença significativa entre as intensidades de 40% e 80% da força isométrica

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6 - DISCUSSÃO

Segundo Hogrel et al. (1998), é fantasiosa a ideia de se obter índices de fadiga consistentes sem considerar questões relativas às interferências intrínsecas e extrínsecas no sinal da EMG-S. Portanto, a consistência dos métodos e técnicas propostos na presente tese em relação às perturbações internas e externas que influenciam o diagnóstico da fadiga com EMG-S foi avaliada com dados experimentais de voluntários que realizaram esforços físicos fatigantes.

Para facilitar a interpretação dos resultados dos experimentos, a discussão será dividida em subtópicos, de acordo com as investigações realizadas. A primeira parte será dedicada à avaliação do comportamento das variáveis eletromiográficas estudadas, em especial os novos parâmetros propostos. Na segunda e terceira parte serão discutidos os resultados da invariância espacial e da invariância temporal dos índices de fadiga. Os critérios de reprodutibilidade absoluta e relativa adotados para quantificação das invariâncias serão debatidos nessa etapa. As duas últimas seções analisam a sensibilidade dos índices eletromiográficos para mensurar a fadiga de homens e mulheres, assim como a capacidade de os índices perceberem a fadiga em diferentes intensidades de contração muscular.

6.1 - COMPORTAMENTO DAS VARIÁVEIS