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Comparação entre a legislação atual e a legislação anterior

4. AS PRINCIPAIS MUDANÇAS OCORRIDAS NO REGIME DE PREVIDÊNCIA

4.7. Comparação entre a legislação atual e a legislação anterior

Como exemplo, pode-se citar as principais alterações, além das já apresentadas nesse capítulo, a maior flexibilização no desenho dos planos de benefícios, ao contrário da Lei nº 6.435, que direcionava apenas para a modalidade de benefício definido. Por outro lado, foram estabelecidas as condições para que o órgão fiscalizador e regulador possa editar normas complementares com vistas à defesa dos direitos dos participantes.

A nova Lei Complementar permite às entidades de previdência complementar concentrar-se unicamente na concessão de benefícios previdenciários, objeto de sua autorização para funcionamento, barrando, a partir de sua promulgação, a constituição de planos de saúde pelas EFPC’s. As fundações que já possuem planos de saúde não terão prejuízo quanto ao seu funcionamento.

Outro fato importante contemplado na Lei Complementar nº 109/2001 foi a permissão da contratação do resseguro para garantir os benefícios futuros dos participantes dos planos. Tal previsão não era contemplada na Lei nº 6.435.

Também ocorreu uma mudança substancial na forma de contabilização dessas entidades, que passaram a ter seus registros baseados no plano de benefícios, fato que será abordado mais detalhadamente no capítulo posterior.

A comparação entre a Lei nº 6.435, que regulamentava o Regime de Previdência Complementar a partir de 15/07/1977, e a Lei Complementar nº 109/2001 que passou regulamentar o setor a partir de 29/05/2001, focalizando as principais mudanças ocorridas encontra-se no apêndice nº 1, mostrando as principais mudanças ocorridas, no final desta dissertação.

4.8. Tendências de crescimento dos Fundos de Pensão no Brasil

Segundo dados do Informativo ABRAPP (2002), nas últimas duas décadas, entre 1980 e 2000, os ativos dos fundos de pensão tiveram crescimento de 16,2%, indicando que o desempenho desse setor ficou bem acima do que se poderia esperar com base na evolução da economia brasileira e na dinâmica demográfica. Estes fatores permitiram um crescimento dos ativos dos fundos de pensão da ordem de 14,1% ao ano.

Um dos fatores mais importantes para a expansão da previdência privada em um país é a confiança da população na sua solidez, dado que os investimentos em previdência privada constituem aplicações de longo prazo e baixa liquidez. A confiança no fundo investido é fundamental, pois a decisão do indivíduo de participar de um plano depende da sua crença de que o mesmo será capaz de fornecer a renda prometida ou projetada quando vier a aposentar-se.

As experiências internacionais, há mais tempo, e a brasileira, após a reforma previdenciária ocorrida através da Lei Complementar nº 109/2001, mostram que os fundos de pensão estão em sintonia com as necessidades sociais e econômicas da população, transformando-se em provedores relevantes de benefícios previdenciários, empregos para a força de trabalho em e poupança crescente capaz de fomentar a prosperidade econômica. A poupança previdenciária brasileira, a exemplo no que acontece nos Estados Unidos, oferece provas freqüentes de sua importância para o desenvolvimento do país. Segundo reportagem apresentada na Revista ABRAPP (2001), prevê-se um grande crescimento nas reservas dos fundos de pensão brasileiros, que se encontravam em R$ 145 bilhões em novembro/2001. Tais reservas já se mostram suficientes para prover mais de 500 mil empregos diretos e milhões de empregos indiretos. As estatísticas da ABRAPP mostram que o valor médio das aposentadorias pagas pelos fundos de pensão brasileiros alcançou em dezembro/2001 o montante de R$ 1.693,00, sendo desembolsados R$ 661,2 milhões em benefícios, crescimento em percentual de 6,5% em relação ao mês dezembro do ano anterior.

Como nos países mais avançados, os fundos de pensão brasileiros estão ligados ao desenvolvimento social e econômico do país. Com a tendência de crescimento do setor, cresce também a poupança previdenciária de longo prazo, trazendo consigo não apenas os capitais necessários para o investimento nas empresas, mas também a própria idéia de democratização da propriedade, uma vez que esses recursos pertencem aos participantes dos planos e em seu nome são capitalizados.

Com a perspectiva de crescimento do setor de fundos pensão no Brasil aparece uma grande preocupação quanto a profissionalização dessas entidades. Cientes de sua responsabilidade para com seus participantes, empresas patrocinadoras e a própria sociedade brasileira, os fundos de pensão preocupam-se em avançar cada vez mais em sua profissionalização, buscando um corpo técnico e

administrativo devidamente preparado e orientado por critérios rigidamente profissionais.

Por fim, cabe ressaltar que para as reformas previdenciárias obterem o êxito esperado, vindo de encontro com os interesses da sociedade em geral, é necessário que haja um espaço para a geração da poupança estável e de longo prazo na reforma tributária brasileira. Hoje, no Brasil, as contribuições de patrocinadores e participantes são dedutíveis, em parte, da base de incidência do imposto de renda. É importante salientar que esse montante aportado nos fundos de pensão na prática não podem ser vistos como um “Patrimônio dos Fundos”, na medida em que representam o somatório da poupança de milhares de participantes que está sendo acumulada na proporção necessária para honrar compromissos previdenciários futuros. É um equívoco confundir a poupança dos trabalhadores como um sinal de riqueza dos fundos de pensão, que são apenas administradores dos recursos. Com as reformas da previdência e tributária novos horizontes serão vislumbrados visando a criação de novas riquezas e de mecanismos que ajudem a reparti-las.

CAPÍTULO 5 - NORMAS CONTÁBEIS PARA AS ENTIDADES

FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

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