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COMPARAÇÃO ENTRE OS ENSAIOS DE FILTRAÇÃO

No documento Henrique Azevedo Silveira (páginas 107-112)

A análise entre os ensaios de filtração em escala de bancada e filtração em escala piloto denota diferenças claras no controle das condições e da operação, havendo alguns cuidados a serem tomados específicos em cada caso. Enquanto na etapa de bancada foi avaliado o tratamento em ciclo completo para uma água de manancial superficial, na etapa piloto a água de análise foi adquirida direta de poço, para a qual não houve necessidade de etapas prévias de coagulação, floculação e sedimentação. Diante deste fato, a consideração de comportamentos obtidos na escala de bancada para avaliação da etapa em escala piloto deve ser feita com cautela.

Diante dos resultados avaliados na etapa de bancada, foi possível aplicar a melhor condição encontrada para a estação piloto, ou seja, a realização dos ensaios de filtração sem a aplicação de cloro prévia na zeólita, indicada pelo fabricante. Como resultado, foram obtidas boas eficiências médias de remoção para as águas de Sengés-PR e Lajeado-PR, em especial de manganês, metal existente em maior quantidade nessa água. A remoção, entretanto, embora tenha ocorrido com considerável eficiência média, não apresentou a mesma efetividade que os resultados obtidos para o manganês na etapa de bancada, cuja remoção média foi mais elevada e o desvio padrão menor (melhor estabilidade na remoção), para concentrações afluentes ao sistema mais elevadas (1,0 mg.L-1 na condição Cbaixa e 2,0 mg.L-1 na condição Calta).

6 CONCLUSÃO

Diante do exposto e discutido nas etapas do ensaio, em escala de bancada e escala piloto, e tendo em vista o uso da zeólita como leito filtrante na intenção de remover metais inorgânicos de água para abastecimento nas bibliografias citadas, conclui-se que foi comprovada sua efetividade na remoção de tais metais. A adição no leito filtrante de um agente oxidante como o cloro, descrito em procedimentos da bibliografia e indicado pelo fabricante da zeólita WATERCELL ZF-0410®, se mostrou não necessária na remoção de metais de ferro e manganês no presente trabalho, encontrando-se eficiências médias elevadas na retirada de ferro e manganês, tanto na etapa realizada em bancada, quanto na etapa realizada em estação piloto, para menores concentrações afluentes dos metais inorgânicos estudados; até 3,2 mg.L-1 de ferro e 1,6 mg.L-1 de manganês, as maiores concentrações afluentes ao sistema testadas.

A respeito dos diagramas de coagulação confeccionados para o cloreto de polialumínio (PAC), conclui-se que há influência da ação do coagulante na alteração do pH de coagulação da mistura.

A zeólita WATERCELL-ZF 0410®, em comparação com os leitos filtrantes de areia e carvão antracito, em escala de bancada, foi o único leito onde foi removido manganês com eficiência elevada, não tendo sido registrada eficiência considerável na areia, tampouco no carvão antracito, no qual registrou-se aumento da concentração do metal na água filtrada, não sendo adequado seu uso para este fim. Quanto a remoção de ferro, para concentração mais elevada, como a aplicada na condição Calta (3,2 mg.L-1), o carvão antracito mostrou-se mais eficiente que os leitos de zeólita e areia.

A filtração adsortiva na zeólita WATERCELL ZF-0410® ficou caracterizada no presente trabalho, uma vez que o manganês em estado solúvel (Mn2+) foi removido em pH desfavorável para sua precipitação e sem adição de agente oxidante. A remoção de ferro, ocorrida em todos os leitos filtrantes na etapa em escala de bancada, tem sua retirada associada a precipitação do metal por influência do pH favorável, e a inserção de ar nos procedimentos ocorridos no ensaio em Jar Test, que provoca oxidação dos íons metálicos.

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