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Comparações e Correlações de Impacto em Profundidade

6. RESULTADOS

6.3. Comparações e correlações entre variáveis

6.3.1. Comparações e Correlações de Impacto em Profundidade

As primeiras comparações e correlações com respeito a impacto em profundidade foram realizadas entre as escalas (de uso de competências e de contribuição do DGEx) utilizadas para a mensuração desse constructo.

Conforme apresentado na seção 5.1 a escala ECD foi acrescentada aos instrumentos de impacto em profundidade e de amplitude com o objetivo de medir até que ponto se poderia efetivamente atribuir ao curso o nível de desempenho dos participantes. A primeira análise realizada foi de correlação bivariada entre os escores atribuídos aos mesmos itens das duas escalas. A Tabela 40 mostra as dez melhores e as dez piores correlações, entre os 41 itens do instrumento.

Tabela 40: Correlações entre as escalas EUC e ECD de impacto em profundidade.

Itens r

23. Utilizo conhecimentos sobre motivação (por exemplo: teorias de conteúdo, de

processo e mecanismos de defesa) na minha atuação gerencial. 0,62** 31. Uso os mecanismos indicados no curso para uma oratória eficiente e eficaz. 0,61** 14. Utilizo o conhecimento dos elementos básicos para resolução criativa de conflitos,

propostos por Schimidt e Tannenbaum. 0,60**

5. Classifico o Banco Central de acordo com os níveis de amadurecimento moral das

organizações. 0,60**

6. Relaciono teorias sobre organização e pensamento sistêmico à organização Banco

Central. 0,58**

39. Busco modificar aspectos da minha função de gestor, a partir da compreensão do

papel de coach. 0,58**

12. Gerencio conflitos na equipe utilizando técnicas como a identificação das variáveis fundamentais (a natureza das divergências, os fatores subjacentes e o estágio de

Tabela 40. (continuação)

Itens r

27. Exerço papel de liderança estratégica, de acordo com o contexto do Banco. 0,56** 41. Defendo o desenvolvimento de tecnologias educacionais, para o alcance de

objetivos estratégicos do Banco. 0,55**

18. Utilizo técnicas de gestão por competências no meu componente administrativo. 0,54** 7. Defendo o desenvolvimento de competências emocionais indispensáveis à equipe sob

minha direção, tais como autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia,

sociabilidade e/ou assertividade. 0,32**

25. Assumo o papel de líder em meu trabalho como gestor. 0,32**

36. Defendo a importância da dimensão ética do trabalho no Banco junto a meus

subordinados. 0,32**

33. Adoto comportamento assertivo na comunicação com subordinados, pares e

superiores. 0,32**

17. Defendo a criação e o desenvolvimento de processo de conversão de conhecimentos

tácitos em explícitos no componente administrativo sob minha direção. 0,27** 21. Identifico competências organizacionais e individuais necessárias para o alcance dos

resultados do componente administrativo sob minha direção. 0,26** 22. Compartilho com os meus subordinados o conhecimento necessário para as

atividades da gerência. 0,26**

40. Levo em consideração a cultura organizacional no exercício da minha função

gerencial. 0,22*

16. Utilizo uma agenda eficaz na reunião, observando concentração em tópicos relacionados entre si, distribuição antecipada, indicação de participantes, local, hora de

início e término, entre outros. 0,20*

13. Analiso requisitos antes de propor uma reunião, tais como: necessidade real,

objetivo, finalidade, custo e/ou oportunidade. 0,18*

**p<0,01, *p<0,05

Pode-se observar na Tabela 40 que as correlações entre os itens das duas escalas se situaram em índices entre 0,62 e 0,18. Uma observação interessante é que os dez itens com maiores correlações pertencem todos ao fator Utilização de Técnicas e Teorias e os dez itens com correlações menores pertencem ao fator Gestão de Pessoas e Comunicação da escala EUC. Em relação à escala ECD, cinco dos dez itens com correlações mais altas estão no fator GPC e cinco no fator UTT. Já nove das dez menores correlações se referem a itens do fator GPC e apenas uma pertence ao fator UTT.

Convém lembrar que as médias do fator UTT são inferiores às do fator GPC nas duas escalas, o que leva à observação de que, de uma maneira geral, itens com médias mais baixas apresentam correlações mais altas e vice-versa.

A diferença entre as médias dos itens das duas escalas de impacto em profundidade, da ordem de 0,29 (3,66 – 3,37) foi comprovada pelo teste T (p= 0,00). A correlação de Pearson calculada entre as médias dos itens das duas escalas gerais (EUC e ECD) situou-se em 0,51 (p<0,01).

As comparações entre os resultados de impacto em profundidade auto e heterovaliação foram feitas por meio da escala de uso de competências – EUC, que é comum aos dois instrumentos, de vez que na heteroavaliação não foi utilizada a escala de contribuição do DGEx – ECD. Uma segunda observação é que apenas 18 itens do instrumento de autoavaliação foram selecionados para compor o instrumento de heteroavaliação, em razão da impossibilidade de percepção por parte dos subordinados da entrega das competências presentes nos outros itens do instrumento, conforme explicado no capítulo 5. A terceira observação diz respeito ao “pareamento” das duas fontes de informação. Como relatado no capítulo 5, a heteroavaliação foi feita com base nas respostas de 66 subordinados sobre o desempenho de 49 gerentes. Foram então compostos dois grupos de 49 médias das respostas aos 18 itens:

1) o primeiro grupo foi formado pelas médias dos escores dados pelos 49 gerentes que foram avaliados por seus subordinados aos 18 itens correspondentes aos que compuseram o instrumento de heteroavaliação;

2) o segundo grupo foi formado pelas avaliações dos subordinados dos 49 gerentes (foi utilizada a média das respostas quando havia mais de um subordinado avaliando o mesmo gerente).

A média das respostas da autoavaliação foi de 3,70 (DP = 0,56) e a da heteroavaliação foi de 3,44 (DP = 0,78), o que novamente sugere a tendência de os participantes terem uma percepção de melhor uso das competências ensinadas no curso do que os subordinados. A diferença entre as médias, da ordem de 0,26, foi confirmada pelo teste T (p=0,00). Não foram registradas correlações bivariadas significativas (p<0,01 e p<0,05) entre os 18 itens correspondentes dos dois grupos. Entretanto, foi registrada uma correlação de 0,33 (p<0,05) entre as duas variáveis formadas pelas médias dos itens de auto e de heteroavaliação, resultado este que é discutido ao final da próxima seção. A próxima subseção apresenta informações sobre impacto em amplitude.