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Outra comparac¸˜ao pertinente ´e a com pa´ıses onde o aproveitamento de energia solar pelo uso de pain´eis fotovoltaicos ´e relevante. As regi˜oes escolhidas por esses fatores foram o Reino Unido e a Alemanha. Ambos tamb´em possuem mapas solarim´etricos no padr˜ao da European Comission, o que facilita comparac¸˜oes com as Figuras 43 e 44 de Tiepolo (2015,) e esses dados de irradiac¸˜ao solar anual s˜ao disponibilizados na internet (EUROPEAN COMISSION, 2016). A European Comission (2016) pede para que sejam citados ˇS´uri et al. (2007) e Huld et al. (2012) pelo trabalho no levantamento dos mapas solarim´etricos para o continente Europeu. As Figuras 46 e 45 cont´em esses mapas.

Entre as duas regi˜oes analisadas, a Alemanha ´e a que mais se destaca na gerac¸˜ao de energia fotovoltaica. Mesmo tendo perdido a primeira posic¸˜ao mundial como geradora de energia fotovoltaica durante o ano de 2016 para a China, ´e importante realizar uma an´alise mais detalhada deste pa´ıs. Conforme mostrado na Figura 45, comparativamente a Alemanha ´e um pa´ıs que possui um n´ıvel de radiac¸˜ao significativamente menor que a regi˜ao da capital paranaense, e mesmo assim, atrav´es de grandes investimentos nas ´ultimas d´ecadas, foi capaz de gerar 38,7 TW h em 2015, de acordo com Arbeitsgemeinschaft Energiebilanzen (AGEB) (2016), que ´e um centro de estudos oficial respons´avel por monitorar o setor no pa´ıs.

Figura 45: Mapa solar da Alemanha, m´edia de irradiac¸˜ao anual no plano inclinado. Fonte: traduzido pelos autores de European Comission (2016).

O Reino Unido, apesar de ser um pa´ıs com pouca incidˆencia de radiac¸˜ao, gerou no mesmo ano 7,561 TW h de energia fotovoltaica, de acordo com Department for Business, Energy and Industrial Strategy (2016).

A Alemanha apresenta no plano inclinado um potencial de 1251 kW h/(m2.ano) Tiepolo (2015), enquanto de acordo com os dados obtidos neste trabalho para a rekW h/(m2.ano) European Comission (2016) regi˜ao de Curitiba, em 2015 marcou o potencial de 1664,34 kW h/(m2.ano) e 2016 de 1579,40 kW h/(m2.ano) tamb´em no plano inclinado, ou seja, em m´edia a regi˜ao curitibana possui um potencial de gerac¸˜ao 29,64% maior que o territ´orio alem˜ao e 40,66% maior que o Reino Unido, que possui um potencial de 1153 kW h/(m2.ano) European Comission (2016).

Os valores encontrados no plano inclinado para a capital do estado do Paran´a se mostraram mais vantajosos do que nos melhores lugares da Alemanha e Reino Unido, pa´ıses que s˜ao exemplos de aplicac¸˜ao da tecnologia fotovoltaica aplicada para gerac¸˜ao de energia el´etrica.

Figura 46: Mapa solar do Reino Unido, m´edia de irradiac¸˜ao anual no plano inclinado. Fonte: traduzido pelos autores de European Comission (2016).

5 CONCLUS ˜AO

A coleta de dados ambientais se mostra um esforc¸o cont´ınuo. Variac¸˜oes sazonais se mostraram muito significativas para que, num per´ıodo de dois anos, fosse poss´ıvel chegar a um resultado conclusivo. Tal fato ´e percept´ıvel atrav´es da an´alise dos dados comparados, onde de um lado tem-se uma aproximac¸˜ao baseada nas m´edias hist´oricas por m´etodos computacionais e por outro temos dados de um per´ıodo disperso. Por outro lado, as diferenc¸as observadas, ainda que o per´ıodo de observac¸˜ao seja relativamente curto, sugerem a necessidade de revis˜ao de modelos adotados pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar.

O ideal seriam leituras, em solo, de um espac¸o de tempo maior, para assim integrar essas leituras ao modelo atual, tornando-o mais completo.

Assim, tais estudos pontuais tem sua importˆancia para compreender a variabilidade e complexidade do problema. As vari´aveis devido a efeitos meteorol´ogicos e ciclos solares s˜ao tantas que torna muito dif´ıcil a tarefa de dizer com exatid˜ao o comportamento da intensidade de radiac¸˜ao solar num curto per´ıodo. Por´em, a tendˆencia ao longo do tempo ´e sempre um retorno `a m´edia, como ´e visto atrav´es da diferenc¸a de 2015 e 2016, o qual apresenta uma leitura maior e mais pr´oxima da m´edia esperada.

Ainda, ´e poss´ıvel vislumbrar que os desafios para o aproveitamento da radiac¸˜ao solar para gerac¸˜ao de energia el´etrica atrav´es do efeito fotovoltaico n˜ao tem relac¸˜ao com a intensidade de radiac¸˜ao na cidade de Curitiba, sendo essa maior que 1400kW h/m2.ano.

A quantidade de energia irradiada, mesmo com a fama de cidade chuvosa, ´e significativa e maior que muitas regi˜oes onde a tecnologia fotovoltaica para gerac¸˜ao distribu´ıda ´e amplamente utilizada. Se o problema n˜ao ´e a intensidade de irradiac¸˜ao, nem a eficiˆencia de sistemas fotovoltaicos, presume-se que o problema seja econˆomico ou pol´ıtico.

Econˆomico no sentido de que o Brasil n˜ao produz m´odulos fotovoltaicos nacionais e a burocracia torna importac¸˜ao um processo caro. O que acaba prolongando o tempo necess´ario para que um investimento nessa forma de gerac¸˜ao tenha um retorno, tornando-o menos atrativo que outras aplicac¸˜oes financeiras, principalmente quando se leva em conta o segundo problema

pressuposto.

Outro problema seria na esfera pol´ıtica, no sentido de legislac¸˜oes e regulamentac¸˜oes para gerac¸˜ao distribu´ıda e uso de sistemas fotovoltaicos conectados `a rede. O estado do Paran´a ´e um entre seis estados que cobra ICMS na gerac¸˜ao de energia e essa tributac¸˜ao se torna mais um ˆonus ao investimento. Somado ao fato dessas legislac¸˜oes n˜ao serem de f´acil compreens˜ao, o conjunto de problemas leva muitos potenciais micro-geradores a desistirem da ideia de implantac¸˜ao de um sistema fotovoltaico conectado a rede.

Curitiba disp˜oe de um bom potencial para aproveitamento fotovoltaico. Com mais estudos e publicac¸˜oes nessa ´area, os cidad˜aos e o governo podem intensificar a utilizac¸˜ao dessa forma de gerac¸˜ao e melhorar a confiabilidade aliado `a diminuic¸˜ao da sobrecarga no sistema el´etrico da cidade.

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AP ˆENDICE A -- GR ´AFICOS IRRADI ˆANCIA M ´EDIA GLOBAL POR M ˆES EM 2015 E 2016

Figura 47: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em janeiro de 2016.

Figura 49: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em fevereiro de 2016.

Figura 50: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em marc¸o de 2015.

Figura 52: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em abril de 2015.

Figura 53: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em abril de 2016.

Figura 55: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em maio de 2016.

Figura 56: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em junho de 2015.

Figura 58: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em julho de 2015.

Figura 59: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em julho de 2016.

Figura 61: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em agosto de 2016.

Figura 62: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em setembro de 2015.

Figura 64: Irradiˆancia m´edia global em outubro de 2015.

Figura 65: Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em outubro de 2016.

AP ˆENDICE B -- GR ´AFICOS IRRADI ˆANCIA M ´EDIA INCLINADA POR M ˆES EM 2015 E 2016

Figura 68: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em janeiro de 2016.

Figura 70: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em fevereiro de 2016.

Figura 71: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em marc¸o de 2015.

Figura 73: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em abril de 2015.

Figura 74: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em abril de 2016.

Figura 76: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em maio de 2016.

Figura 77: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em junho de 2015.

Figura 79: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em julho de 2015.

Figura 80: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em julho de 2016.

Figura 82: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em agosto de 2016.

Figura 83: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em setembro de 2015.

Figura 85: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em outubro de 2015.

Figura 86: Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em outubro de 2016.

AP ˆENDICE C -- ARQUIVO RECEBIDO COM OS DADOS BRUTOS PARA AN ´ALISE

Figura 89: Planilha recebida com os dados brutos para an´alise. Fonte: TECPAR (2016).

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