• Nenhum resultado encontrado

No Ceará, há 57 usinas eólicas em operação, das quais 39 tiveram seu ato de outorga emitido a partir de 2010. Apesar de ter sido pioneiro na exploração de energia eólica no País, o Ceará vem perdendo espaço para os estados da Bahia, do Rio Grande do Sul e, especialmente, do Rio Grande do Norte. Na Tabela 7 consta o número de usinas eólicas em operação nesses quatro estados.

Tabela 7 − Usinas eólicas nos maiores estados produtores de energia eólica

Estado EOL em operação EOL PIE em operação (ato

de outorga a partir de 2010)

Bahia 68 68

Ceará 57 39

Rio Grande do Norte 119 113

Rio Grande do Sul 68 62

Fonte: Adaptado de Banco de Informações de Geração (2016c).

Tais dados mostram que o estado do Rio Grande do Norte foi o que mais avançou nas implantações de usinas eólicas, com 113 usinas instaladas, enquanto que o estado do Ceará ficou em quarto lugar, com 39 usinas instaladas.

Do total de 282 usinas eólicas instaladas nesses quatro estados, a maioria dos atos de outorga foi assinada nos anos de 2010, 2011 e 2012, conforme pode ser visto na Tabela 8. Tabela 8 − Emissão de atos de outorga desde 2010

Estado 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Bahia 18 12 24 1 13 0 68

Ceará 17 12 4 0 5 1 39

Rio Grande do Norte 23 28 26 6 9 1 113

Rio Grande do Sul 8 10 27 1 16 0 62

Fonte: Elaborada pela autora.

O prazo para entrada em operação comercial a partir da assinatura do ato de outorga varia de acordo com as especificidades da usina, como número de unidades geradoras, tamanho e localização das Linhas de Transmissão (LT) e inclusive o início de operação de outros

41 empreendimentos dos quais uma usina eólica é dependente, como, por exemplo, a subestação elevadora de tensão. Entretanto, a maioria dos prazos dados para entrada em operação comercial das usinas eólicas fica entre 18 e 26 meses. O Gráfico 7 mostra a distribuição de tais prazos em meses para a totalidade das usinas estudadas.

Gráfico 7 − Prazos para operação comercial a partir de assinatura de ato de outorga

Fonte: Elaborado pela autora.

Na amostra estudada, os anos de 2012, 2013 e 2014 concentram aproximadamente 70% das entradas em operação comercial de usinas eólicas outorgadas a partir de 2010. A Tabela 9 mostra os números de usinas eólicas previstas para entrada em operação comercial por ano. Tabela 9 − Entrada prevista em atos de outorga de usinas eólicas para operação comercial

Estado 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Após

2016 Total

Bahia 1 23 6 19 10 6 3 68

Ceará 0 26 0 7 0 5 1 39

Rio Grande do Norte 4 41 26 13 15 10 4 113

Rio Grande do Sul 3 14 22 6 4 13 0 62

Total 8 104 54 45 29 34 8 282

Fonte: Elaborado pela autora.

Entretanto, o que se observa é que o período real para entrada em operação comercial das usinas eólicas a partir da assinatura do ato de outorga geralmente é mais extenso que o prazo disposto no ato de outorga, conforme é verificado no Gráfico 8.

42 Gráfico 8 − Período real até entrada em operação comercial de usinas eólicas

Fonte: Elaborado pela autora.

Os períodos para implantação das usinas eólicas a partir da assinatura do ato de outorga até o início da operação comercial se estendem, em maior frequência, entre 34 e 47 meses, o que resulta numa divergência entre as datas de entrada de operação comercial dispostas no ato de outorga e as datas reais. A Tabela 10 mostra o número de usinas que entraram em operação comercial nesses estados anualmente.

Tabela 10 − Início de operação comercial real de usinas eólicas

Estados 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Bahia 0 3 5 25 14 21 68

Ceará 0 2 3 22 0 12 39

Rio Grande do Norte 5 2 2 47 25 32 113

Rio Grande do Sul 4 4 4 9 39 2 62

Total 9 11 14 103 78 67 282

Fonte: Adaptado de Banco de Informações de Geração (2006c).

Nos Apêndices A, B, C e D constam as listas de usinas eólicas de cada um desses estados, juntamente com o número do ato de outorga, a data de publicação do ato no Diário Oficial da União (DOU), a data originalmente disposta no ato de outorga para início de operação comercial, e a data em que tais usinas efetivamente começaram a operar comercialmente.

A seguir, os Gráficos 9, 11, 13 e 15 mostram uma distribuição de usinas com relação ao aumento de tempo, em meses, para entrada em operação comercial das usinas nos estados da Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, respectivamente, contados a partir da data original de operação comercial. Já os Gráficos 10, 12, 14, 16 e 17 fazem um comparativo entre a duração real e os prazos originais para início de operação para cada central eólica.

43 Gráfico 9 – Prorrogação do prazo até operação comercial real em meses (BA)

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 10 − Duração das implantações de usinas eólicas (BA)

Fonte: Elaborado pela autora.

0 10 20 30 40 50 60 70

MACAÚBAS PEDRA DO REINO NOVO HORIZONTESEABRA SERRA DO SALTOILHÉUS CANDIBA LICÍNIO DE ALMEIDA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃOPAJEÚ DO VENTO ALVORADAIGAPORÃ PLANALTINA PORTO SEGUROPINDAÍ GUANAMBIRIO VERDE GUIRAPÁ CAETITÉ 2 PEDRA BRANCACAETITÉ 3 SETE GAMELEIRAS SÃO PEDRO DO LAGO VENTOS DO NORDESTEDA PRATA DOS ARAÇÁSMORRÃO TANQUE SERAÍMA PEDRA DO REINO IIITEIU ANGICAL COQUEIRINHOCAITITU INHAMBU CORRUPIÃO TAMANDUÁ MIRIMMARON PILÕES DOURADOSAMETISTA CAETITÉ PELOURINHOJOANA SERRA DO ESPINHAÇOESPIGÃO EMILIANABORGO VENTOS DE CAMPO FORMOSO IVENTOS DA ANDORINHA VENTOS DE MORRINHOSVENTOS DO SERTÃO CAETITÉ 1 VENTOS DE CAMPO FORMOSO IIDOIS RIACHOS BARAÚNAS I MORRO BRANCO IDAMASCENA ASSURUÁ VCAETITÉ B ASSURUÁ IICAETITÉ A MUSSAMBÊ ASSURUÁ VIICAETITÉ C VENTOS DE GUARÁS IBANDA DE COURO BARAÚNAS II

44 Gráfico 11 − Prorrogação do prazo até operação comercial real em meses (CE)

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 12 − Duração das implantações de usinas eólicas (CE)

Fonte: Elaborado pela autora.

0 10 20 30 40 50 60 70 TAÍBA ÁGUIA BURITI COQUEIROS ICARAÍ CAJUCOCO COLÔNIA DUNAS DE PARACURU FAÍSA V FAÍSA IV FAÍSA II FAÍSA III EMBUACA FAÍSA I ICARAÍ II QUIXABA ICARAÍ I TAÍBA ANDORINHA VENTOS DO MORRO DO CHAPÉU VENTOS DE TIANGUÁ NORTE VENTOS DE TIANGUÁ VENTO FORMOSO VENTOS DO PARAZINHO MUNDAÚ TRAIRÍ GUAJIRÚ FLEIXEIRAS I ILHA GRANDE RIBEIRÃO BOCA DO CÓRREGO MALHADINHA 1 SÃO JORGE SÃO CRISTOVÃO SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA ITAREMA V ITAREMA II ITAREMA III ITAREMA I ITAREMA IX SANTA MÔNICA I

45 Gráfico 13 − Prorrogação do prazo até operação comercial real em meses (RS)

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 14 − Duração das implantações de usinas eólicas (RS)

Fonte: Elaborado pela autora.

0 10 20 30 40 50 60 70

OSÓRIO 2 SANGRADOURO 3 FAZENDA ROSÁRIO 3FAZENDA ROSÁRIO CERRO CHATO I (COXILHA NEGRA V) CERRO CHATO II (COXILHA NEGRA VI) CERRO CHATO III (COXILHA NEGRA VII)SANGRADOURO 2 OSÓRIO 3 ATLÂNTICA IPONTAL 2 B ATLÂNTICA IVATLÂNTICA II REB CASSINO IIIREB CASSINO I REB CASSINO II FAZENDA ROSÁRIO 2ATLÂNTICA V PARQUE EÓLICO DOS ÍNDIOS 2VERACE VI VERACE IVVERACE II VERACE I VERACE III VERACE VIIVERACE IX VERACE X IBIRAPUITÃ ICHUÍ IV VERACE VIII CERRO CHATO VICHUÍ V CERRO DOS TRINDADECHUÍ I CERRO CHATO IVCERRO CHATO V CHUÍ II MINUANO II CORREDOR DO SENANDES IIIVERACE V VENTO ARAGANO I CORREDOR DO SENANDES IVCORREDOR DO SENANDES II MINUANO I PARQUE EÓLICO DOS ÍNDIOS 3XANGRI-LÁ GALPÕES COXILHA SECAPONTAL 2 A CAPÃO DO INGLÊSCHUÍ 09 VERACE 35 VERACE 25 VERACE 29 VERACE 31 VERACE 26 VERACE 24 VERACE 28 VERACE 27 VERACE 34 VERACE 30 VERACE 36

46 Gráfico 15 − Prorrogação do prazo até operação comercial real em meses (RN)

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 16 − Duração das implantações de usinas eólicas (RN), parte 1

Fonte: Elaborado pela autora.

0 10 20 30 40 50 60 70

MANGUE SECO 3 MANGUE SECO 2 MANGUE SECO 1 MANGUE SECO 5SANTA CLARA I SANTA CLARA III MORRO DOS VENTOS VIMORRO DOS VENTOS I MORRO DOS VENTOS IXSANTA CLARA VI SANTA CLARA IVSANTA CLARA II MORRO DOS VENTOS III MORRO DOS VENTOS IV PARQUE EÓLICO CABEÇO PRETOMIASSABA 3 AREIA BRANCAEURUS VI MIASSABA II SANTA CLARA VMAR E TERRA REI DOS VENTOS 1 REI DOS VENTOS 3MEL 02 RENASCENÇA V ASA BRANCA IVEURUS II CAMPO DOS VENTOS II PARQUE EÓLICO CABEÇO PRETO IVFAROL EURUS I EURUS III ASA BRANCA I ASA BRANCA V ASA BRANCA VIIIEURUS IV CALANGO 1 DREEN BOA VISTAASA BRANCA VII VENTOS DE SÃO MIGUELRENASCENÇA I RENASCENÇA IICALANGO 2 ASA BRANCA VI RENASCENÇA III DREEN SÃO BENTO DO NORTECALANGO 4 CALANGO 3 ASA BRANCA II ASA BRANCA III DREEN OLHO D ÁGUARENASCENÇA IV CALANGO 5 UNIÃO DOS VENTOS 1 UNIÃO DOS VENTOS 2 UNIÃO DOS VENTOS 3 UNIÃO DOS VENTOS 4 UNIÃO DOS VENTOS 5 UNIÃO DOS VENTOS 6 UNIÃO DOS VENTOS 7 UNIÃO DOS VENTOS 8 UNIÃO DOS VENTOS 9 UNIÃO DOS VENTOS 10SERRA DE SANTANA II SERRA DE SANTANA IIIARIZONA 1

47 Gráfico 17 − Duração das implantações de usinas eólicas (RN), parte 2

Fonte: Elaborado pela autora.

As implantações de usinas eólicas nos quatro estados observados sofreram alterações significativas quanto ao cronograma disposto no ato de outorga, chegando-se a demorar o dobro ou mesmo o triplo do tempo originalmente previsto para entrada em operação comercial, apesar de haver casos em que o início da operação comercial se dá antes da data prevista. Na Tabela 11 pode ser vista a média de meses decorridos após a data de início de operação comercial do ato de outorga até a entrada em operação comercial efetiva por estado. Tabela 11 − Média de meses após data de operação comercial outorgada até operação comercial

Estado Meses

Bahia 12

Ceará 19

Rio Grande do Norte 14

Rio Grande do Sul 8

Fonte: Elaborada pela autora.

0 10 20 30 40 50 60 70

SERRA DE SANTANA IJUREMAS MACACOS PEDRA PRETA COSTA BRANCAMODELO I MODELO II VENTOS DE SANTO URIELCARCARÁ I SANTA HELENA PARQUE EÓLICO PELADO PARQUE EÓLICO LANCHINHASM RIACHÃO I RIACHÃO II RIACHÃO VI RIACHÃO VIIRIACHÃO IV PARQUE EÓLICO CABEÇO PRETO VMORRO DOS VENTOS II CAIÇARA I CARCARÁ IITERRAL PARQUE EÓLICO CABEÇO PRETO VIJUNCO I JUNCO II CAIÇARA II BAIXA DO FEIJÃO IVBAIXA DO FEIJÃO I BAIXA DO FEIJÃO II BAIXA DO FEIJÃO III PARQUE EÓLICO CABEÇO PRETO IIIMACAMBIRA I MACAMBIRA II CAMPO DOS VENTOS V CAMPO DOS VENTOS IIICAMPO DOS VENTOS I VENTOS DE SANTO DIMAS VENTOS DE SÃO BENEDITO VENTOS DE SÃO MARTINHOSANTA ÚRSULA SANTA MÔNICA VILA AMAZONAS VVILA PARÁ II VILA PARÁ I VILA PARÁ III SÃO DOMINGOS

48 O estado do Ceará, além de possuir uma média maior de meses, ainda possui os únicos empreendimentos que demoraram mais de 60 meses para entrada em operação comercial. Entretanto, não é possível afirmar que os outros estados estão muito a frente do Ceará nesse quesito, especialmente o Rio Grande do Norte, pois eles também apresentam demoras significativas nas implantações de seus empreendimentos de geração, apesar de não tão expressivas comparativamente.

Documentos relacionados