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COMPETÊNCIA CULTURAL: PAPEL ESSENCIAL DO BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR

3 COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DO BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR

3.2 COMPETÊNCIA CULTURAL: PAPEL ESSENCIAL DO BIBLIOTECÁRIO ESCOLAR

Para que a biblioteca mantenha seu ambiente como uma condição de lugar dinâmico e ativo, podendo assim desempenhar um papel de notoriedade no processo de ensino dentro de uma escola, a presença do bibliotecário qualificado é essencial. Sua função vai muito além da organização do acervo, ele deve atuar como um elo, uma ponte entre informação e usuário, e dentro do contexto das bibliotecas escolares, deve usar dos mais variados suportes e recursos para tornar essa mediação prazerosa, uma vez que esta é sua maior responsabilidade dentro da biblioteca.

[...] O bibliotecário no ambiente educacional precisa estar apto a desenvolver o papel de educador quando criar políticas internas para incentivar a prática cultural na biblioteca, entre as quais em organizar mostras culturais, contação de histórias, sessão de teatro e cinema, dia de autógrafo com autores, gincanas de leitura e interpretação, criação de textos entre outros. Quando fizer da biblioteca um espaço divertido, agradável e aconchegante, um ambiente prazeroso e conquistando novos leitores. Assim, envolvendo-os nas atividades e fazendo que se torne um programa agradável e habitual em visitar a biblioteca para realizar pesquisas ou efetuar leituras diversas. Esta

será com certeza a biblioteca sonhada por muitos, porém, realizada no momento por poucos. (BLATTMANN; CIPRIANO, 2005, p. 5) Uma das obrigações da BE se relaciona com a formação do hábito de ler. Para isso deve utilizar-se de práticas que incentivam a leitura como: contação de histórias, concursos literários, teatro, dramatização entre outras e diversas atividades. Dessa maneira, despertando nos alunos o prazer da leitura e possibilitando maior participação deste no referido processo, diante disso evidencia- se que o bibliotecário escolar é, por natureza, um agente cultural, tendo em vista que seu acervo, além de guardar informações, são também fonte de cultura.

A mediação cultural deve estar intrínseca ao bibliotecário escolar, tendo em vista que ele participa ativamente da formação cultural dos alunos. Isso porque a leitura é parte importante para o desenvolvimento e acesso dos alunos à cultura. “A ação cultural bibliotecária visa à democratização da cultura, através do exercício de uma nova prática profissional […]” (CABRAL, 1999, p. 39).

Consideramos que a mediação efetiva e constante só pode ser viável se a escola participar ativamente da gestão da biblioteca e com a biblioteca.

Muita crítica tem sido feita sobre o professor ocupar o espaço do bibliotecário na escola. Por outro lado, com a mesma intensidade se fala do despreparo pedagógico do bibliotecário para atuar na biblioteca das escolas. Corporativismo à parte, pouco se tem feito para resolver esse impasse e a biblioteca escolar, em especial na esfera pública, não progride. Ineficiente, permanece ausente da vida dos estudantes. Sofre do mal da invisibilidade, quase ninguém percebe a sua falta. Estabelecido o impasse, traremos para esta discussão, entre outros aspectos, o que consideramos mais relevante e tem sido esquecido: a formação do mediador de leitura no espaço da biblioteca escolar, antes, porém, discutiremos a identidade desse gênero de biblioteca. (SILVA; BORTOLINE, 2006) Ainda com relação a essa questão os autores afirmam que:

Um dos aspectos que contribui ao não desenvolvimento de ações de leitura, por meio da biblioteca escolar, refere-se aos diferentes profissionais que trabalham nesse gênero de biblioteca.

Por isso os profissionais da informação, devem ter como prioridade a formação de leitores e no uso otimizado das bibliotecas escolares.

De acordo com Silva e Bertolin (2018, p. 41), é uma realidade essencial a formação do mediador de leitura para impulso da leitura nas bibliotecas de âmbito

escolar. E ainda, a educação continua sendo um dos pilares que fomentem ações de leitura na escola.

Até 1980 poucos trabalhos relacionam biblioteca, bibliotecário e leitura. Somente a partir de 1990 surgem trabalhos que abordam essas perspectivas. Para Sidoti ([2002?] p.web):

[...] enfocar novos papéis do bibliotecário e da biblioteca pública ou escolar. Esta deixa de ser somente um espaço silencioso para busca de informações, e passa a constituir um espaço para cativar leitores, pela mediação dos bibliotecários, que deixam de ser meros guardiões de livros ou orientadores de pesquisa, assumindo o papel de contadores de histórias também. [...]

Nesses ambientes, bibliotecários podem não só utilizar o acervo para dar suporte à pesquisa escolar, mas, também, fazer-se da utilização de práticas culturais e de leitura como: feira do livro, contação de histórias, exposições, concurso literário, rodas de leitura, divulgação das coleções, sarau poético, encontro com autores, entre muitas outras atividades que devem e podem ser desempenhadas pelo bibliotecário escolar, a fim de estimular a imaginação, criatividade e a fantasia, de modo que os alunos possam compreender e se relacionar melhor com o mundo.

Estabelecer parcerias com profissionais de outras áreas (teatro, música, artes, animação), convidando-os a participar de algumas atividades dentro da biblioteca contribuindo de maneira positiva na expansão dos conhecimentos que podem ser transmitidos nesses espaços.

A ação cultural deve ser parte das práticas da biblioteca escolar, o bibliotecário precisa assumir esse compromisso no seu fazer social. Dessa maneira, as ações culturais dentro de bibliotecas escolares devem se configurar como uma competência no campo de atuação dos profissionais da informação inseridos em bibliotecas escolares.

O uso efetivo desse tipo de ação acaba trazendo encanto e dinamicidade para este ambiente, contribuindo de maneira benéfica para a criação do hábito de ler e ainda despertando nas crianças o gosto pela leitura e pelo mundo dos livros, estimulando o pensamento e a criatividade dos pequenos. É importante que todas as atividades planejadas nesse espaço sejam descontraídas e não impostas, por mais que algumas restrições e recomendações precisem ser feitas, é interessante dar aos pequenos, liberdade para explorar o espaço, manuseando assim os materiais que mais chamam sua atenção.

O estímulo é um fator muito importante para a criação de um hábito de leitura, bem como incentivar visitas frequentes e em curtos intervalos de tempo à biblioteca é vital. A BE deve ser um espaço acolhedor, agradável, divertido e prazeroso para então elevar o interesse dos alunos pelo mundo da leitura.

Mediante a isso, evidencia-se a importância que o bibliotecário escolar desempenha no processo de formação de leitores, por isso suas atividades não podem se restringir ao processamento técnico, à guarda e à manutenção do acervo. Desse modo, o uso efetivo de ações culturais proporcionadas pelos profissionais da informação se fazem essenciais para que assim promovam informação, conhecimento e aprendizado cultural e, deste modo, o processo aconteça de forma completa e enriquecedora.

O capítulo a seguir trata dos processos metodológicos necessários à construção desta pesquisa.

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