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O período decorrente Agosto de 2012 até Maio de 2013 foi não só dedicado à realização deste trabalho mas também à realização de estágios curriculares, que vieram enriquecer e complementar grandemente a minha formação enquanto estudante de medicina veterinária bem como a minha formação a nível pessoal.

Durante seis meses realizei estágio no Hospital Veterinário do Porto. Neste o estágio estava organizado por escalas semanais rotativas pelos diferentes serviços, sendo estes: consultas, internamento, cirurgia, anestesia, urgência/noite. Os horários incluíam dias (9:00- 17:00 ou 9:00-14:00/16:00-20:00), noites (20:00-9:00), fins-de-semana e feriados. Deste modo foi possível acompanhar diferentes tipos de casos médicos e cirúrgicos.

No serviço de consultas externas a função do estagiário era acompanhar o decorrer destas, com recolha da história clínica, anamnese e exame físico, realização de exames complementares (quando necessário), discussão do caso com o clínico responsável, prescrição do respetivo tratamento e posteriores consultas de acompanhamento. Grande parte das consultas assistidas foram de canídeos, seguidas de consultas de felídeos e em menor número consultas a animais exóticos (repteis, aves e pequenos mamíferos). As consultas de medicina preventiva como vacinações e desparasitações constituem a maior parte das consultas assistidas. Nos canídeos, a segunda causa mais frente de visita ao hospital foram os problemas gastrointestinais, seguidas das consultas de dermatologia e ortopedia. Nos felídeos, as doenças infeciosas são a segunda causa de ida ao veterinário seguindo-se dos problemas gastrointestinais e por fim as doenças urinárias. O serviço de cardiologia disponibilizado pelo HVP possibilitou o contacto com vários casos quer de pacientes do próprio hospital como casos de referenciados.

Durante o período passado no internamento, era responsabilidade do estagiário a monitorização e manutenção atenta dos animais internados, preparação e administração da medicação planeada. No início de cada dia era realizada uma ronda com a apresentação da evolução de cada animal pelo médico que realizava o turno noturno. Nesta os casos eram discutidos e era elaborado um plano médico para cada caso nesse dia. Era também competência do estagiário a realização de exames físicos, acompanhamento e realização de exames complementares como analítica sanguínea (hemogramas e bioquímicas), radiografia, ecografia, tomografia axial computorizada (TAC), endoscopia, exames complementares dermatológicos, aspiração por agulha fina e biopsia, cujos resultados eram posteriormente discutidos com o clínico responsável. O hospital dispõe ainda de instalações

45 equipadas para cuidados intensivos, assim era também função dos estagiários a monitorização continua destes e comunicação da evolução ao médico responsável.

Na escala de anestesia era em conjunto com o médico responsável, a enfermeira e o colega de cirurgia, responsável pela receção do animal, preparação da ficha anestésica, realização e análise de painel sanguíneo e ECG prévio, administração da pré-medicação, preparação do animal (cateterização, tricotomia, assepsia), indução, posicionamento na sala cirúrgica e monitorização durante a cirurgia, após a cirurgia era responsável pela recuperação anestésica e administração das medicações necessárias e acompanhamento do animal. Durante a rotação de cirurgia era responsável pela receção e preparação do animal (referidas acima), e durante a cirurgia o estagiário ocupava a posição de ajudante e instrumentista. Na posição de ajudante de cirurgião, após a realização da assepsia, era pedida a preparação do campo de cirurgia, bem como da mesa de material. Durante a cirurgia estávamos responsáveis pela entrega do material necessário ao cirurgião e por lhe prestar auxílio no decorrer da cirurgia. As cirurgias mais comuns formam as de tecidos moles, principalmente castrações e ovariohisterectomias (OVH), seguidas de ortopedias e neurocirurgia com resolução de discopatias.

No turno de urgência era competência do estagiário acompanhar a evolução dos animais, preparar e administrar as medicações, acompanhar e auxiliar o médico veterinário em consultas e procedimentos de urgência.

Durante este estágio tive a oportunidade de contactar e praticar técnicas como a fisioterapia e hidroterapia, técnicas que têm vindo a ser cada vez mais a ser usadas, com ótimos resultados. A quimioterapia foi outra prática na qual tive possibilidade de desenvolver os meus conhecimentos e capacidades práticas.

Durante o estágio no Hospital Veterinário do Porto foi-me possível no âmbito do trabalho descrito, implementar a escala de dor modificada de Glasgow em animais internados, sendo-me possibilitado o treino no seu uso e possibilitando a realização de um trabalho que deu origem a um poster apresentado no Congresso Montenegro 2013 (ANEXO III).

Durante os meses de Março, Abril e Maio, realizei estágio no Hospital Medivet em Hendon- Londres. Durante esse tempo tive oportunidade de fazer rotações pelos diferentes serviços oferecidos pelo hospital, consultas externas, internamento, imagiologia, cirurgia e anestesia, e turnos noturnos de emergência.

Na rotação de consultas externas era pedido que auxiliasse à consulta e efetuasse o preenchimento da ficha do animal com os dados do exame físico e anamnese. No fim de cada consulta o caso era discutido com o médico veterinário responsável. No caso de ser

46 necessário o internamento, podia assistir e auxiliar em todos os procedimentos efetuados, como exames complementares de diagnóstico e cirurgias, fazendo o seguimento do animal informando posteriormente o proprietário da evolução do seu estado.

Durante o período passado no internamento acompanhava diariamente um dos diferentes clínicos responsáveis. No início da manhã era efetuada a passagem dos casos pelo médico de urgência, durante a ronda eram passados os casos que houvessem chegado durante o período de urgência e discutido o plano traçado para estes, bem como a evolução dos casos já internados anteriormente e era decidido o plano destes para o dia. Após a ronda acompanhava o médico veterinário no exame dos casos que lhe eram atribuídos, e posteriormente tomava nota da evolução do animal na sua ficha clinica, que era depois revista pelo veterinário. No fim da tarde era pedido que efetuasse uma ronda aos animais e que informasse o veterinário do seu estado e evolução. A escala de internamento permitiu ainda o contacto com os casos clínicos, administração de medicações, acesso aos exames complementares e discussão dos casos com os veterinários de serviço.

No departamento de imagiologia acompanhei o médico responsável por essa área tendo acesso a exames de diagnóstico como radiologia, ecografia, ressonância magnética e endoscopia. Nesta rotação foi-me possibilitada a hipótese de auxiliar na realização dos exames, facilitada pelo facto de os animais serem sempre tranquilizados previamente, este facto permitia a obtenção de imagens de grande qualidade, que eram depois analisadas e discutidas com o veterinário. Tive ainda oportunidade de realizar ecografias o que me possibilitou a familiarização e aprendizagem no seu uso.

Na rotação de cirurgia tive oportunidade de assistir a várias cirurgias na sua maioria ortopedias, onde a minha função variava entre circulante, instrumentista, ajudante de cirurgião e a realização de algumas cirurgias simples como castração de gatos e cães e esterilização de gatas, monitorizadas pelo cirurgião. Estes posicionamentos permitiram-me melhorar e desenvolver novas capacidades.

Durante o período passado na rotação de anestesia, (1/3 do tempo de estágio) acompanhei o veterinário responsável pela cirurgia que era também o responsável pela escolha do protocolo anestético bem como pela sua administração. Durante a cirurgia era responsável pela monitorização anestésica, no início acompanhada por uma enfermeira anestesista e mais tarde sozinha. Isto permitiu desenvolver confiança na monitorização anestésica bem como a comunicação com o cirurgião.

47 O período de estágio foi sem dúvida uma mais-valia, pois permitiu a consolidação dos conteúdos aprendidos, aplicação prática destes e contacto com novas técnicas e protocolos de tratamento.

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Anexos:

ANEXO I: Ficha de monitorização individual, utilizada para recolha dos dados durante

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