Compilação da informação técnica relativa a paredes tipo “S”

Seguidamente ilustra-se na Figura 2.20 um esquema genérico referente às amostras das paredes simples (S) e cujos valores se encontram registados na Tabela 2.1 como já foi mencionado anteriormente. Embora o esquema que se segue vise representar o modelo de parede de tabique simples mais usual na construção antiga de madeira, existe uma outra possibilidade que é o caso do fasquio apresentar uma secção transversal retangular e as tábuas verticais terem uma secção transversal trapezoidal. Esta última situação é tida em conta nos valores expostos na Tabela 2.1 referente aos diferentes modelos de parede simples de tabique. No caso do modelo S6, que apresenta tábuas verticais trapezoidais, a largura designada por A subdivide-se, nas dimensões expostas na Tabela 2.1, somente para ter em conta este aspeto.

Legenda: Tábua vertical (A- largura, B – espessura, C- espaçamento); Fasquio (D- largura maior, E- largura menor, F - espessura, G – espaçamento, I- afastamento pregos); Parede (H- altura,

L- largura).

Figura 2.20 – Esquema ilustrativo das paredes simples de tabique (S)

Das medições efetuadas às paredes simples de tabique (S) resultaram os seguintes valores que se encontram expressos na Tabela 2.1. Em que A visa representar a largura das tábuas verticais, B a espessura das tábuas, C o espaçamento existente entre as tábuas, D ilustra a largura maior do fasquio, E a largura menor do fasquio, F representa a espessura das ripas de fasquio e G visa representar o afastamento entre o fasquio. Por sua vez, H é a designação adotada para a altura da parede de tabique e L representa o comprimento total da parede. Todas estas designações são indicadas na Tabela 2.1 e na Figura 2.20.

Tabela 2.1 – Resumo das dimensões das paredes de tabique S

De acordo com a informação exposta nas secções anteriores e na Tabela 2.1 é possível observar que a parede de tabique simples S6 destaca-se das outras por apresentar uma densidade menor de elementos estruturais de madeira devido essencialmente ao facto das tábuas verticais estarem mais afastadas entre si. Este aspeto técnico poderá querer indicar que esta parede tivesse tido principalmente uma função de compartimentação em vez de ter

Pregos A1 A2 S1 retangular 23,0 --- 3,5 1,8 trapezoidal 2,1 1,3 1,3 3,4 24,8 2,80 1,23 S2 retangular 17,4 --- 3,7 4,1 retangular 2,7 --- 1,6 3,8 21,5 2,50 1,25 S3 retangular 16,8 --- 3,6 1,8 retangular 2,7 --- 1,7 4,0 18,6 1,01 0,90 S4 retangular 19,0 --- 4,0 4,2 trapezoidal 2,5 1,7 1,3 4,0 23,0 2,67 1,34 S5 retangular 11,4 --- 2,8 2,3 trapezoidal 2,9 1,5 1,7 5,0 13,7 1,97 1,35 S6 trapezoidal 14,4 12,4 3,2 7,4 trapezoidal 2,1 --- 1,3 3,6 19,8 2,05 0,80 média --- 17,0 12,4 3,5 3,6 --- 2,5 1,5 1,5 4,0 20,2 2,17 1,15 D (cm) E (cm) I (cm) modelo

Tábuas verticais Fasquio horizontal

seção transversal A (cm) B (cm) C (cm) seção transversal Parede L (m) F (cm) G (cm) H (m)

tido em serviço uma função estrutural. Atendendo a esta particularidade técnica também se pode concluir que talvez fosse mais adequado não ter tido considerado esta parede (S6) na quantificação do valor médio das grandezas subjacentes à solução estrutural de madeira de parede de tabique simples.

2.4.2. Solução de parede simples de tabique com inclusão de um elemento

estrutural disposto na diagonal (SDG)

Como já foi referido e como se pode comprovar seguidamente as paredes de tabique podem contemplar no seu sistema estrutural a incorporação de elementos de madeira dispostos na diagonal. Presume-se que este tipo de elemento desempenhe uma função estrutural importante de contraventamento, tanto da própria parede como da totalidade do edifício. Este tipo de elementos estruturais de madeira (SDG) podem ser aplicados quer no interior quer no exterior dos edifícios. Seguidamente, apresentam-se algumas amostras de parede simples de tabique que contemplam a existência de elementos diagonais na sua constituição. À semelhança do exposto para o caso de paredes de tabique do tipo S, também se procederá a uma breve descrição da solução de parede simples de tabique com inclusão de um elemento estrutural disposto na diagonal (SDG) e que será complementada com a indicação das respetivas dimensões.

2.4.2.1.

Amostra de parede SDG1

A parede representada na Figura 2.21 a) é constituída por nove tábuas verticais (todas independentes umas das outras) e por uma tábua diagonal que as atravessa e que perfaz um ângulo de 45º com a horizontal. Isto quer dizer que o elemento diagonal interseta os elementos verticais gerando uma folga de cerca de 0,5 cm (afastamento entre os elementos verticais e o elemento diagonal – Figura 2.21 b)). As tábuas verticais e a tábua diagonal são complanares. O fasquio é aplicado em ambas as faces e é contínuo ao longo do comprimento da parede.

a) Amostra de parede b) Folga entre tábuas verticais e diagonais

Figura 2.21- Parede de tabique simples com elemento diagonal SDG1

De acordo com as medições efetuadas esta amostra de parede SDG1 apresenta comporta 0,93 m de altura e 0,92 m de largura. A secção transversal, quer das tábuas verticais quer da tábua diagonal, é retangular.

O elemento que está disposto na diagonal tem uma largura constante de 18 cm e uma espessura de 4,5 cm. No que se refere às dimensões das tábuas verticais estas possuem uma grande variabilidade, ou seja, a largura varia entre os 11,0 cm e os 17,0 cm tomando em média um valor de cerca de 14,0 cm. Por sua vez, a sua espessura é praticamente constante, sendo em alguns casos 4,0 cm e noutros 4,5 cm, o que em termos médios corresponde a uma espessura aproximada de 4,2 cm. A folga média entre o tabuado vertical ronda os 1,3 cm. Relativamente à secção transversal do fasquio esta é do tipo retangular e com as dimensões médias de 2,7 × 1,8 cm2 (largura× espessura). Este apresenta um afastamento médio de 4,0 cm.

Os vários elementos de madeira são ligados entre si através de pregos metálicos que são dispostos ao longo da parede de forma regular. Isto é, cada ripa de fasquio é ligada a cada tábua vertical ou à tábua diagonal por apenas um prego, correspondendo por isso a um afastamento horizontal entre pregos de sensivelmente de 0,20 cm.

Na base deste elemento estrutural também existe um frechal onde os elementos constituintes da parede (tábuas verticais e tábua diagonal) encaixam e que também se encontram pregados nessa mesma zona através da aplicação de um ou dois pregos por cada tábua, Figura 2.22. O frechal apresenta uma secção transversal do tipo retangular de dimensões equivalentes a 0,07 × 0,13 m2 (Figura 2.22). No frechal pode-se observar a

existência de uma saliência na sua face superior que ajuda a estabelecer a ligação entre elementos de madeira (tábua verticais/frechal e tábua diagonal/frechal), Figura 2.22.

Figura 2.22 – Pormenor da ligação entre as tábuas e o frechal

2.4.2.2. Amostra de parede SDG2

Apresenta-se nesta secção outra amostra de parede de tabique SDG referente a uma parede simples de tabique que contempla um elemento disposto na diagonal e que perfaz um ângulo com a horizontal de aproximadamente 63º. Com base na Figura 2.23 é possível verificar que esta parede de tabique apresenta um excelente estado de conservação. Ela apresenta apenas alguns defeitos naturais relacionados com a existência de nós. Esta parede parece por isso ser mais recente do que as paredes apresentadas anteriormente. De acordo com a solução estrutural da amostra de parede SDG2 ilustrada na Figura 2.23 é possível observar que as tábuas dispostas verticalmente são todas independentes umas das outras. Isto é, a amostra de parede é constituída por um total de onze tábuas verticais independentes, e uma vez que existe um elemento disposto na diagonal seccionando-as na interceção. É importante sublinhar que o elemento disposto na diagonal é contínuo e que as tábuas verticais é que são seccionadas. Neste caso, todos estes elementos estruturais também são aplicados de forma complanar, evitando assim o aparecimento de excentricidades e de efeitos de segunda ordem. As ripas do fasquio são aplicadas de forma contínua ao longo das faces da parede. Estas perfazem um total de quarenta e duas ripas aplicadas horizontalmente.

De acordo com as medições realizadas, esta amostra de parede simples de tabique em análise, têm uma largura de 1,55 m e uma altura de 3,00 m (incluindo a existência de um frechal), Figura 2.23.

a) Ilustração esquemática do modelo SDG2

b) Elemento estrutural de madeira real Figura 2.23 – Parede de tabique simples reforçada com um elemento diagonal

(SDG2)

A grande variabilidade da secção transversal de algumas tábuas verticais verificada ao longo do desenvolvimento das tábuas é bem visível na Figura 2.23. Este facto ocorre porque o material utilizado é uma madeira maciça e esses elementos estruturais são aplicados com uma forma “tosca”. Por simplificação, foi considerado que a secção transversal das tábuas (as verticais e a diagonal) é do tipo retangular. Nestas circunstâncias, as tábuas verticais apresentam uma largura que varia entre os 13,5 cm e os 29,5 cm, que em termos médios é correspondente ao valor de 19,8 cm. Enquanto a respetiva espessura tem um valor médio de 4,7 cm. Relativamente ao afastamento médio entre tábuas verticais, foi verificado que este vale 5,0 cm.

Quanto ao ripado horizontal (fasquio), este apresenta uma secção transversal retangular de 3,5 × 1,3 cm2 (largura× espessura), com um afastamento que pode variar entre os 1,0 cm e os 1,9 cm, o que em termos médios é correspondente a um afastamento de sensivelmente 1,4 cm.

Por sua vez, o elemento disposto diagonalmente também apresenta uma secção transversal retangular de dimensões 23,0 × 5,5 cm2 (largura × espessura). O afastamento/folga entre este elemento e os elementos verticais (tábuas) é de sensivelmente 0,5 cm (Figura 2.24).

Relativamente aos pormenores construtivos inerentes a esta solução estrutural de parede simples de tabique SDG2, constata-se que tal como o sucedido nos casos anteriores, as ligações dos vários elementos estruturais da parede são do tipo pregagem. Porém, neste caso específico, a pregagem não é uniformizada ao longo da parede. É possível observar que as tábuas verticais mais estreitas (largura até aos 19,0 cm) apresentam unicamente um prego por tábua. Por sua vez, as tábuas cuja largura varia entre os 20,0 cm e os 30,0 cm já contemplam dois pregos por tábua (Figura 2.24). Relativamente ao posicionamento do fasquio, este processa-se de forma alinhada, em ambas as faces da parede.

Figura 2.24- Aspetos construtivos inerentes à solução estrutural SDG2 A parede analisada SDG2 também contém um elemento horizontal aplicado numa das extremidades da parede e que é designado de frechal, cuja secção transversal é do tipo retangular de dimensões equivalentes a 0,10 × 0,20 m2 (Figura 2.25). O frechal apresenta uma saliência na sua face superior que auxilia a ligação entre elementos de madeira (tábua verticais/frechal e tábua diagonal/frechal), Figura 2.25.

a) Frechal b) Dimensões do frechal

Figura 2.25 – Pormenor da seção transversal do frechal da parede SDG2 A ligação do frechal às tábuas verticais e ao elemento diagonal é materializado através de pregagem de topo, e tal como se pode observar na Figura 2.26. Quanto ao número de

pregos por elemento, este pode variar entre um a dois pregos por elemento e dependendo da dimensão da secção transversal que as tábuas apresentem.

a) Esquema da ligação em 3D b) Ligação real

Figura 2.26 – Pormenor da ligação entre a tábua vertical e o frechal

Tal como já se fez referência anteriormente, um dos aspetos construtivos específicos desta solução estrutural de parede simples de tabique SDG2 é correspondente ao facto do elemento diagonal intersetar as tábuas verticais, estando estas seccionadas nos pontos de interseção e praticamente “encostadas” à tábua diagonal, existindo uma folga reduzida entre elementos de valor da ordem de grandeza de 0,5 cm. Quanto ao fasquio, este é pregado sobre as tábuas verticais e a tábua diagonal, e é aplicado em ambas as faces. Seguidamente, nos casos de SDG3 a SDG8, apresentam-se outras soluções construtivas de paredes simples de tabique que incorporam na sua estrutura elementos diagonais. Nestes casos particulares destas amostras de paredes de tabique, não foi possível efetuar as medições diretamente na parede porque o processo de demolição do respetivo edifício decorreu de forma muito rápida e anterior à realização deste trabalho de investigação. Nesta fase, apenas se dispões de algumas fotografias do existente antes do processo demolição. Nestas circunstâncias, procedeu-se a uma medição expedita e aproximada, com recurso à ferramenta do AutoCad [17].

2.4.2.3. Amostra de parede SDG3

O elemento estrutural que se segue trata-se de uma parede de tabique divisória de um edifício existente no centro da cidade de Amarante. Esta parede de tabique SDG3 é simples e contempla a existência de um elemento diagonal, Figura 2.27. A solução estrutural de

madeira desta parede é constituída por tábuas verticais, por um elemento disposto na diagonal e por ripas horizontais (fasquio).

Através da observação da Figura 2.27 é possível constatar que o fasquio não é contínuo ao longo de todo o comprimento da parede. Isto é, quando o fasquio atinge a tábua disposta na diagonal este é imediatamente interrompido, o que significa que, em princípio, o elemento de madeira disposto na diagonal somente aparenta estar pregado nas tábuas verticais. De notar que também todo o fasquio se encontra pregado nas tábuas verticais.

Sendo assim, após uma medição expedita e de uma forma aproximada, aferiu-se que a altura desta parede (incluído caibros/vigas) é de aproximadamente 1,77 m e que a sua largura é de 2,15 m.

Quanto à secção transversal dos elementos constituintes do sistema estrutural desta parede de madeira não foi possível chegar a uma conclusão plausível através das fotografias disponíveis. Relativamente à largura das tábuas verticais esta parece ser bastante variável e podendo apresentar valores que variam entre os 10 cm e os 17 cm. Relativamente à largura da tábua diagonal esta parece apresentar um valor próximo dos 11 cm. Em relação ao fasquio, a largura e o afastamento entre ripas do fasquio poderá rondar os 2,0 cm e os 3,0 cm, respetivamente. Relativamente ao revestimento da parede, este aparenta ser uma argamassa terrosa.

a) Esquema da solução estrutural b) Parede SDG31 Figura 2.27 – Parede simples de tabique com elemento diagonal, SDG3

1

A ligação entre as tábuas verticais e a tábua diagonal aos frechais superior e inferior é materializada através da aplicação de conectores metálicos, do tipo pregos caibrais. Um pormenor de ligação entre estes elementos estruturais pode ser observado com mais detalhe na Figura 2.28.

Figura 2.28 – Elementos de ligação entre as tábuas e os caibros superiores da parede1

2.4.2.4. Amostra de parede SDG4

Relativamente à solução estrutural da amostra de parede simples apresentada na Figura 2.29, esta também foi removida de um edifício de Amarante. É possível constatar através desta imagem que esta solução parece ser um pouco atípica e porque parece não haver uma uniformidade e um padrão regular de aplicação dos elementos estruturais. Neste caso, parece que foram aplicados barrotes verticais, tábuas horizontais e um barrote diagonal. Não parece ter sido aplicado fasquio.

Com base na medição expedita da fotografia, aferiu-se de forma aproximada que a altura desta parede é aproximadamente 1,75 m e que a sua largura é 2,21 m.

Quanto à secção transversal dos elementos constituintes do sistema estrutural desta parede de madeira não foi possível chegar a uma conclusão plausível através das fotografias disponíveis. Relativamente à largura das tábuas verticais, esta grandeza parece ser bastante variável, podendo variar entre os 11 cm e os 20 cm. Relativamente à largura da tábua diagonal esta parece apresentar um valor próximo dos 8 cm. Em relação às “tábuas” dispostas na horizontal, a largura poderá oscilar entre os 6 cm e os 8 cm, e o afastamento entre elas poderá estar compreendido entre os 5 cm a 7 cm.

a) Esquema da amostra de parede b) Amostra de parede de tabique1

(Legenda: I- Tábuas verticais; II- “Tábua” diagonal; III- “Tábuas” horizontais)

Figura 2.29 – Elemento estrutural de madeira SDG4

2.4.2.5. Amostra de parede SDG5

Outra solução estrutural de madeira de parede de tabique simples designada neste trabalho de investigação de SDG5 é apresentada na Figura 2.30. Esta parede pertence a um edifício de Amarante cujo material de enchimento é à base de terra com incorporação de palha e onde também é percetível a irregularidade do sistema estrutural de madeira (parede). Neste caso, é possível observar o modo de ligação dos vários elementos estruturais constituintes do sistema estrutural de madeira (prumos verticais e diagonais e tábuas horizontais e diagonais) adotado em obra.

Através de uma medição expedita foi possível registar algumas das grandezas relativas a esta solução. Deste modo, as tábuas horizontais apresentam uma largura que ronda os 5 cm e os 7 cm, e um afastamento entre elas de sensivelmente 6 cm. As tábuas diagonais possuem uma largura que varia entre os 4 cm os 5 cm, e com um afastamento entre elas que circunda os 3 cm a 4 cm. Através da Figura 2.30 b) foi possível constatar que quer as tábuas verticais quer as tábuas diagonais apresentam uma seção transversal bastante variável ao longo do seu desenvolvimento.

Quanto aos prumos (elementos verticais) existentes nesta solução estrutural e que se desenvolvem ao longo de todo o comprimento da parede, a sua secção transversal poderá variar entre os 4 a 5 cm × 2 a 4 cm e poderão apresentar um afastamento entre elementos

de 13 cm a 19 cm. O espaço existente entre os diversos elementos constituintes desta amostra estrutural é preenchido por um material de enchimento à base de terra e de palha.

a) Ilustração esquemática da solução estrutural

b) Amostra da parede real 1

Figura 2.30 – Parede simples de tabique com elementos diagonais (SDG5)

2.4.2.6. Amostra de parede SDG6

Na Figura 2.31 mostra-se um outro exemplo de solução estrutural de parede simples de tabique designada por SDG6 e que também é pertencente a um edifício localizado na cidade de Amarante. Esta parede tem a particularidade de possuir dois elementos estruturais diagonais. Também neste caso, as tábuas verticais são interrompidas (ou seccionadas) nos pontos de interceção com os elementos diagonais. De acordo com a Figura 2.31 b), o fasquio também está interrompido aquando da interceção com os elementos diagonais. A ligação das tábuas verticais e das tábuas diagonais é feita a um frechal, tal como se pode observar na base do elemento estrutural.

Um outro aspeto construtivo a salientar é o facto do frechal que serve de ligação à parede de tabique se encontrar apoiado numa viga dupla de pavimento que, por sua vez, se

Como não foi possível efetuar uma medição rigorosa no local da obra, recorreu-se mais uma vez à ferramenta do AutoCad [17] para se conseguir aferir de uma forma expedita a gama de valores que os elementos constituintes desta amostra de parede podem apresentar. Quanto às tábuas verticais, estas apresentam uma largura que varia entre os 23 cm e os 35 cm e com um afastamento entre tábuas que poderá rondar os 2 a 3 cm. Relativamente ao fasquio, este apresenta uma largura que pode variar entre os 3 cm e os 4 cm, e um afastamento entre eles de aproximadamente 3 cm. O frechal que eventualmente se encontra pregado à parede SDG6 possui uma largura de aproximadamente 13 cm. No que se refere às dimensões dos elementos dispostos na diagonal, estes apresentam uma largura que pode variar entre os 12 cm e os 15 cm. Quanto à secção transversal dos elementos constituintes do sistema estrutural desta parede de madeira não foi possível chegar a uma informação conclusiva através das fotografias disponíveis.

No que se refere à viga de pavimento dupla, esta apresenta uma seção transversal circular com um diâmetro de sensivelmente 25 cm.

a) Esquema da solução estrutural de tabique

b) Solução estrutural de tabique1 Figura 2.31 – Parede de tabique SDG6

2.4.2.7. Amostra de parede SDG7

Por sua vez, a Figura 2.32 mostra outra parede simples de tabique exterior onde também é visível o recurso a dois elementos diagonais. Esta parede encontra-se em obra com a estrutura de madeira à vista e estando por isso desprovida de qualquer tipo de material de enchimento ou de revestimento. Esta parede também pertence a um edifício de tabique localizado na cidade de Amarante. Estes elementos estão inclinados sensivelmente a 45º e convergem superiormente para o ponto em que existe também um barrote vertical. Neste caso, as tábuas verticais são novamente interrompidas nos pontos de cruzamento com os elementos diagonais. Supõem-se que as tábuas verticais sejam pregadas de topo aos elementos diagonais nos pontos de cruzamento. Usando como referência de orientação o barrote vertical, do seu lado direito, o fasquio é pregado de forma contínua e apenas parece ser interrompido nos pontos de interceção com o barrote vertical. Por sua vez, no lado esquerdo, o fasquio parece também ser interrompido nos pontos de interceção com o elemento diagonal e com o barrote vertical. Ainda no topo do elemento de madeira designado por barrote vertical se verifica a existência de uma viga de secção transversal aproximadamente circular e que parece ser correspondente a um tronco de árvore. Através de uma medição expedita averiguou-se que as tábuas verticais apresentam valores de largura que rondam os 17 cm e os 34 cm. Quanto à largura do fasquio esta grandeza parece oscilar entre 3,0 e 4,0 cm. Aferiu-se que os elementos dispostos diagonalmente podem apresentar uma largura cujos valores poderão estar compreendidos num intervalo de 6 cm a 10 cm. Relativamente ao barrote vertical, estimou-se uma largura próxima dos 20 cm. O barrote vertical (prumo) e os elementos diagonais parecem corresponder a troncos de árvore, tendo sido aplicados de forma tosca.

(Legenda: I- Tábuas verticais; II- Tábuas diagonais; III- Barrote vertical; IV- Viga de Topo; V- ripas do fasquio)

Figura 2.32 – Ilustração esquemática e real da parede de tabique SDG7 1

2.4.2.8. Amostra de parede SDG8

Os elementos estruturais de madeira que se seguem são referentes a paredes de tabique