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Compilação de dados de ocorrência da ocratoxina A em alimentos e avaliação da ingestão pela

2.7 A situação em Portugal e na UE

2.7.2 Compilação de dados de ocorrência da ocratoxina A em alimentos e avaliação da ingestão pela

da UE

Em 1995, a Tarefa 3.2.2 relativa à avaliação da ingestão pela dieta de ocratoxina A pela população ficou completa e resultou no relatório EUR 17523 "Assessment of dietary intake

of Ochratoxin A by the population of EU Member States". O relatório foi extremamente

útil como uma ferramenta para informação básica e para decisão futura, mas admitiu-se que as estimativas de ingestão pela dieta da ocratoxina A foram baseadas numa quantidade limitada de dados.

O Comité Comum de peritos da FAO/WHO em aditivos alimentares (JEFCA), com base na nefrotoxicidade da OTA, propôs uma ingestão semanal tolerável transitória (PTWI) de OTA de 0.1 mg/kg massa corporal (equivalente a 14 ng/kg massa corporal/dia). No entanto, com base nos dados de carcinogencidade, o grupo de trabalho do conselho de ministros nórdico propôs uma ingestão diária tolerável máxima de 5 ng/kg pc da toxina, à semelhança da ingestão diária tolerável transitória (PTDI) estabelecida pelas autoridades Canadianas (1.2 - 5.7 ng/kg pc).

Em 1998, tendo em conta os dados da SCOOP o Comité Cientifico para os alimentos da Comissão Europeia sugeriu que seria prudente reduzir a exposição à OTA tanto quanto possível, “assegurando-se de que o nível das exposições estejam muito próximas da extremidade mais baixa da escala das ingestões diárias toleráveis de 1.2 - 14 ng/kg pc/dia que foram estimadas por outros corpos, p.e., abaixo de 5 ng/kg pc/dia”. Foi então efectuada uma actualização da tarefa empreendida em 1995 e completando-a com dados recentes, a fim de verificar se estes dados (recentes) alteravam ou não as conclusões do relatório EUR 17523.

A informação dos países participantes foi recolhida entre Novembro de 1999 e Setembro de 2000. Todos os treze (13) países participantes enviaram resultados sobre a ocorrência de OTA em alimentos. Seis (6) participantes enviaram resultados sobre soro/sangue e quatro (4) sobre leite de peito. Foram também fornecidos por três (3) países, resultados em outros líquidos humanos (urina e líquido amniótico) e em tecidos (placenta).

Os países participantes providenciaram um número considerável de dados sobre a ocorrência da OTA, relacionado com os produtos alimentares encarados como sendo os mais susceptíveis à contaminação pela OTA e sobre o seu consumo.

Um número notavelmente elevado de dados em fluidos biológicos demonstrou também o interesse nesta área. O volume de informação permite tirar conclusões relevantes de diferentes pontos de vista e fornecer recomendações para trabalho futuro.

2.7.2.1 Dados sobre o consumo

A escassez de dados de consumo persiste ainda em alguns países. Em particular, a informação sobre alguns produtos alimentares tais como cereais, vinho, café, e cerveja, geralmente não está disponível nos principais países participantes. Além do mais, não foi possível manipular os dados fornecidos homogeneamente, uma vez que foram referidos, em alguns casos, a toda população e noutros casos a grupos específicos da população. Os cereais representam a principal fonte de ingestão na Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia para todos os grupos da população tidos em consideração, e representam a principal fonte de ingestão apenas para o total da população na Holanda e Reino Unido.

A Grécia não forneceu quaisquer dados de ocorrência em cereais. Entre os grãos de cereal, o centeio parece ser o mais frequente e extensamente contaminado.

Na Tabela 2.12 é apresentada de uma forma succinta a Regulamentação actual para a Ocratoxina A em cada Estado Membro.

Tabela 2.12 Regulamentação actual para a ocratoxina A em cada Estado Membro País Produto Alimentar

Limite Máximo

(μg/kg) Base Legal Obs.: Dinamarca Rins de porco Rins de porco

Cereais e produtos cereais

25 10 5 Oficial Oficial Oficial

A carcaça inteira condenada Víscera condenada

A partir de 1 Julho 1995 Finlândia Café 5 recomendado Nível

França Cereais 4 recomendado Nível Recomendação do CSHPF (1999) Alemanha Não há regulação específica

Grécia Café (todos os tipos) 20 Oficial Decisão do Ministro da Agricultura n.º 91587/1992

Irlanda

Itália

Cereais e produtos derivados Alimentos para bebés Café verde

Café instantâneo e torrado Produtos derivados do cacau Cerveja

Carne de porco e produtos derivados

3 0.5 8 4 0.5 0.2 1 Nível

recomendado A partir de 9 Junho 1999

Noruega Portugal

Espanha Não há regulação específica

Suécia Cereais e produtos cereais 5 Oficial

Holanda Todos os alimentos 10 Nível de acção Organização: FIS Reino

Unido Não há regulação específica UE

Cereais não processados

Cereais destinados ao consumo humano Uvas secadas 5 3 10 Oficial Aplicável a partir de 1 Outubro 2001

A seguir apresentam-se alguns dados relativos a Portugal que não tinha participado na 1ª fase do processo (Tarefa 3.2.2), mas que já apresentou resultados na fase da actualização do relatório (Tarefa 3.2.7).

Na Tabela 2.13 apresentam-se os dados fornecidos por Portugal para cada produto alimentar para a Tarefa 3.2.2 e a Tarefa 3.2.7. A seguir, na Tabela 2.14, apresenta-se um resumo dos dados de consumo em Portugal e por fim, na Tabela 2.15, a estimativa da ingestão pela dieta de ocratoxina A em Portugal.

Tabela 2.13 Dados fornecidos por Portugal para cada produto alimentar para a Tarefa 3.2.2 e a Tarefa 3.2.7 Tarefa 3.2.2 Tarefa 3.2.7 Produto alimentar N.º de amostras N.º de amostras positivas % de amostras positivas N.º de amostras N.º de amostras positivas % de amostras positivas Cerveja 7 3 42.9 Café instantâneo 2 0 0.0 Noz moscada 3 3 100 Café torrado 33 6 18.2 Sucedâneo de café 3 0 0.0 Pimenta doce 6 3 50.0 Trigo 34 0 0.0

Farinha de trigo branca 8 0 0.0

Vinho 61 0 0.0

Tabela 2.14 Sumário dos dados de consumo em Portugal

Produto alimentar (g/pessoa/dia) Valor médio Cerveja

Vinho rosé (vinho verde) Vinho doce*

Café (todos os tipos)

Trigo e farinha de trigo branca

177,3 149,3 1,1 10,1 235,1 * tipo de vinho não especificado

Tabela 2.15 Estimativa da ingestão pela dieta de ocratoxina A em Portugal

Legenda: M1, M2 – média 1 e 2, respectivamente

A seguir apresentam-se alguns gráficos de barras com dados relativos a cada um dos Estados-Membro relativamente ao número total de amostras e número de amostras positivas em OTA em alguns produtos alimentares.

Consumo de alimentos (g/pessoa/dia)

Média de ocratoxina A nos alimentos (μg/kg) Ingestão de ocratoxina A (ng/pessoa/dia) Ingestão de ocratoxina A (ng/kg peso corporal/dia) Percentil 95 Percentil 95 Produto alimentar Média Percentil 95 M1 M2 Intervalo M1 M2 M1 M2 M1 M2 M1 M2 Cerveja 177,3 0,00 0,00 < LOD – 0,006 0,35 0,71 0,01 0,01

Vinho rosé 149,3 0,01 -- < LOD 1,49 -- 0,02 --

Vinho doce 1,1 0,01 -- < LOD 0,01 -- 0,00 --

Café (todos os

tipos) 10,1 0,60 1,87 < LOD – 2,7 6,06 18,89 0,09 0,29 Trigo/farinha

No caso de Portugal, a quantidade total de ingestão de OTA pela dieta e pelas maiores fontes alimentares são 0,81 ng/kg peso corporal/dia, para a população em geral; trigo e farinha de trigo branca: 0,69 ng/kg peso corporal/dia, respectivamente.

2.7.3 Compilação de dados de ocorrência da patulina em alimentos e