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e da Criança e do Adolescente

7.4. Comunicação de Apoio à Captação de Recursos

O processo de captação de recursos deve ser encarado como um processo de

conquista de uma parceria. Não é simples, nem é rápido e, acima de tudo, não é improvisado. A captação de recursos é uma atividade planejada e complexa que envolve temas diversos, como marketing, incentivos fiscais, planejamento, comunicação, relações públicas, estratégias, elaboração de projetos, questões jurídicas e de natureza ética.

Especialmente, quando buscamos investidores pessoas jurídicas, é preciso lembrar que há muitas expectativas a serem cumpridas: a de responsabilidade social da empresa, a da imagem da marca associada a causas sociais, retorno para acionistas, indicadores de impacto do

investimento social, relacionamento com a comunidade do entorno, entre outros. Por isso, as empresas são mais exigentes do que as pessoas físicas ao escolher as causas, instituições e entidades que irão apoiar.

7.4.1. Imagem

O que move a maioria dos empreendedores sociais, líderes e profissionais que trabalham no terceiro setor é a causa em que acreditam e pela qual trabalham. É pelo cuidado com a educação de uma criança, com a inclusão social, com a saúde e o zelo por um idoso, entre tantas nobres causas que o profissional se empenha em fazer o seu melhor, seja na linha de frente do cuidado ou na gestão. É por essa dedicação que tantas organizações sociais espalhadas pelo Brasil geram impacto positivo em suas comunidades.

No entanto, é frequente que a imagem da instituição, por meio de seu site, redes sociais e publicações, não tenha sucesso em demonstrar a excelência de sua atuação na área fim. Com recursos, muitas vezes, escassos, tende-se a aplicar todo o orçamento nas despesas das ações e atividades, não investindo em demonstrar o seu impacto e potencial.

Quando pensamos em captação de recursos, a falta de investimento em imagem é um erro. Quando um gerente de responsabilidade social recebe uma proposta de investimento de uma organização ou mesmo de um fundo municipal, ele geralmente está sentado em frente a um computador, e será por meio da tela o seu primeiro contato com a instituição. Ele não terá oportunidade, em um primeiro contato, de ver de perto, sentir, estar lá enquanto tudo acontece com tanta dedicação.

Por isso, o site e as mídias sociais merecem especial atenção. Recomendamos que um profissional da área seja contratado, mesmo que terceiro, para desenvolver ou modernizar a imagem virtual da instituição. É imprescindível deixar clara a missão da instituição, os projetos ou programas que

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executa, as transformações e impactos que gera ao seu público beneficiário. Essa será, muitas vezes, a porta de entrada para uma relação de parceria.

DICA: Fotos e vídeos devem ser profissionais. Se não houver recursos para

contratação, busque voluntários, ative suas redes e chame jovens fotógrafos para lançarem seus olhares sobre a instituição. Uma boa imagem pode falar, sim, mais que mil palavras.

7.4.2. Apresentação

Quando buscamos captar recursos com empresas investidoras, seja por meio do incentivo fiscal ou não, é muito importante apresentar uma proposta. Um investidor faz escolhas e, para fazê- las, precisa se munir de informações. Uma apresentação, seja em formato físico ou digital, tem essa função.

A apresentação deve apresentar a instituição, seus planos, seus desafios e como o investimento vai colaborar para o alcance de resultados. Ela não pode ser incompleta a ponto de não demonstrar claramente o que se propõe e nem longa demais a ponto de desanimar o interlocutor.

Sugerimos, como estrutura básica, o seguinte: » Quem Somos: missão, valores, causa.

» Resultados: indicadores de resultado, impactos gerados, números que demonstrem sua amplitude ou capilaridade.

» Cenário: os desafios que tornam o investimento necessário.

» Solução: quais serão as ações de enfrentamento aos desafios e alcance de resultados.

» Proposta: quanto vai custar, e como o investidor pode participar (inclusive citando o incentivo fiscal, quando for o caso).

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DICA: Uma apresentação pode ser digital, como em um arquivo PDF, para envio por e-mail ou para ser utilizada em uma reunião presencial. E também pode ser física, como em um livreto, para ser deixada com o potencial investidor. O importante é conseguir demonstrar clareza, capacidade técnica e uma imagem de excelência.

7.4.3. Relatório de Atividades

Os relatórios anuais de atividades são ferramentas importantes de divulgação e transparência e seu desenvolvimento é altamente recomendável. Um relatório anual é uma forma de prestar contas aos doadores e à sociedade em geral, e é também mais uma contribuição para a

construção de uma imagem sólida e transparente.

Demonstrar o impacto gerado pela instituição é o principal objetivo deste tipo de relatório. Ele deve ser elaborado para responder a questões como: quantas pessoas foram beneficiadas? Quantos projetos executados e em que áreas? Que impactos foram percebidos na comunidade? Que índices demonstram o resultado das ações executadas? Que histórias de vidas impactadas podem ser compartilhadas?

Quanto mais imagens, melhor. Fotos de boa qualidade demonstrando os resultados, os rostos, as histórias, os lugares e até os sorrisos devem ilustrar o que está sendo relatado.

O relatório não é uma prestação de contas financeira detalhada (essa deve ser dada aos órgãos responsáveis e às empresas doadoras, quando essas solicitam e no formato solicitado), não precisa ter balanços contábeis ou relatórios de auditoria, mas podem conter resumos e gráficos demonstrando as fontes de recursos e os grupos de despesas, por exemplo.

A estrutura do relatório será formatada de acordo com a atuação de cada instituição. Ele pode relatar os resultados por projeto ou programa, quando for o caso, ou de forma geral, se é como a instituição trabalha.

Para relatar resultados, é preciso ter indicadores sendo monitorados para cada ação ou projeto. Por exemplo, se uma organização social tem um programa de reforço escolar para crianças e adolescentes vulneráveis de determinada comunidade, ela pode registrar o desempenho dos beneficiários antes de serem inseridos no programa e depois, criando um índice de desempenho escolar e comprovando que sua ação é eficaz. Para ter resultados assim exibidos no relatório, a

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DICA: Um bom relatório de atividades anual será uma ferramenta de transparência e prestação de contas tanto quanto de captação de recursos, pois pode ser

apresentado em reuniões como uma comprovação da capacidade técnica, operacional e de gestão da instituição frente a um potencial investidor.