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Comunicações Orais Área Científica – Nefrologia

CO01- Lesão Renal Aguda pós-cirurgia cardíaca na criança

Andreia Gomes Pereira1; Adriana Pinheiro2; Cláudia Calado1; Margarida

Matos Silva3; Rui Anjos3

1 - Hospital de Faro, EPE; 2 - Hospital do Divino Espírito Santo; 3 - Hospital de Santa Cruz, CHLO

Introdução: Vários estudos relativos a adultos identificam a Lesão Renal Aguda

(LRA) como uma das complicações mais frequentes da cirurgia cardíaca. Mes - mo formas moderadas de atingimento renal pós-cirurgia cardíaca associam-se a morbimortalidade significativas. Desde 2002, existem definições precisas de LRA: os critérios RIFLE (Risk, Injury, Failure, Loss, End stage renal disease), estratificam a lesão renal e têm sido validados em diversos estudos realizados nos adultos, sendo também aplicáveis à população pediátrica. Objectivos: Avaliar a função renal, no pós-operatório, de doentes pediátricos submetidos a cirurgia car- díaca. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, baseado na consulta de pro- cesso clínicos, relativo à população pediátrica submetida a cirurgia cardíaca nos anos de 2007 e 2008, centran do-se nas complicações renais pós-operatórias. Na análise estatística, utilizou-se o teste T. Resultados: Realizaram-se 250 cirurgias cardíacas congénitas. Foram excluídos desta análise doentes com mais de 18 anos, doentes operados a Per sis tência de Canal Arterial no período neonatal e doentes em que não foi possível recolher a totalidade da informação clínica. Analisaram-se os processos de 182 crianças, com idade média 3,5 anos e classi- ficaram-se as crianças em 2 grupos, Com e Sem lesão renal aguda, de acordo com a classificação RIFLE. Dos 182 doentes, 39 (21,4%) apresentaram critérios de LRA. As crianças que apresentaram LRA, em relação às que não apresenta- ram atingimento renal pós-cirurgia cardíaca eram mais jovens (11,7 meses vs. 55,3 meses; p<0,001), com menor índice de massa corporal (IMC 12,2, vs. 15,9; p<0,001), foram submetidas a cirurgias mais longas (187,2’ vs. 150,6’; p=0,021), com maior tempo de circulação extracorporal (CEC) (99,29’ vs. 59,3’; p=0,002), de clampagem da aorta (57,9’ vs. 29,6’; p<0,001) e de perfusão de furosemida (53,82 H vs. 95 H; p=0,032). Quatro crianças necessitaram de terapêutica de substituição renal (diálise peritoneal). Faleceram 2 crianças, ambas com critérios de Insuficiência Renal Aguda, de acordo com classificação RIFLE. Comen -

tários finais: Os autores chamam a atenção para uma complicação frequente da

cirurgia cardíaca que pode influenciar decisivamente o prognóstico. Apesar da escassez de estudos em crianças relativos à LRA pós-cirurgia cardíaca, os resul- tados deste estudo são sobreponíveis aos descritos no adulto, o que enfatiza a necessidade de prevenção e de resolução precoce destas situações.

Palavras-chave: Lesão Renal Aguda, RIFLE, cirurgia cardíaca

CO02- Avaliação prolongada do perfil de sensibilidade aos antimicrobia- nos dos agentes etiológicos de pielonefrite aguda - Estudo comparativo de 10 anos

Filipa Flor de Lima1; Arnaldo Cerqueira2; Carla Rocha1; Mariana Magalhães1;

Helena Pinto2; Helena Jardim3

1 - Serviço de Pediatria, UAG da Mulher e da Criança, Hospital de São João, E.P.E., Porto; 2 - Unidade de Nefrologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, UAG da Mulher e da Criança, Hospital de São João, E.P.E, Porto; 3 - Unidade de Nefro logia Pediátrica, Serviço de Pediatria, UAG da Mulher e da Criança, Hos - pital de São João, E.P.E, Porto; Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Introdução: O tratamento inicial da pielonefrite aguda (PNA) é frequente-

mente empírico, determinado pelo perfil etiológico e padrão de sensibilidade aos agentes antibacterianos. É práctica do serviço avaliar, a cada 5 anos, a sensibilidade aos antimicrobianos usados no protocolo em vigor, de forma a validar a sua utilização. Objectivos: Comparar os agentes bacterianos res- ponsáveis por PNA em crianças internadas no ano de 2007 com os resultados de 1997 e 2002, bem como, a evolução do perfil de sensibilidade aos antimi- crobianos, seguindo uma metodologia comum. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo dos processos clínicos das crianças admitidas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2007 com diagnóstico de alta de PNA. Os métodos foram sobreponíveis aos dos estudos anteriores (dados sociodemográficos,

clínicos e microbiológicos). A análise estatística foi efectuda através do pro- grama SPSS®v.17 (teste qui-quadrado), nível de significância <0,05.

Resultados: Foram reunidos 141 processos, sendo 99 (70,2%) crianças do

sexo feminino com idades entre 4 meses e 13 anos (1,62±2,2). Foi o pri meiro episódio identificado de PNA em 121 (85,8%) casos. Os agentes bacterianos isolados foram: Escherichia coli em 121 (85,8%) casos, Proteus mirabilis 8 (5,7%) e Klebsiella pneumoniae 3 (2,1%). Nos anos de 1997, 2002 e 2007, o padrão de sensibilidade da E. coli foi, respectivamente: cefalosporinas 3ª geração(G) 100/99/100%, nitrofurantoína 98,6/100/99,2%, cefalosporinas

2ªG -/-/87,3%, amoxicilina+ácido clavulânico (A/Ac) 71/74,7/78%, cotri -

moxazol (TMP/SMZ) 89,8/77,7/78,8%; e o padrão de resistência em 2002 e 2007: A/Ac 8,7/2,5% e TMP/SMZ 22,3/21,2%. Nas 16 (11,3%) crianças sob

profilaxia, constataram-se níveis mais elevados de resistência, nomeada -

mente A/AcC(p=0,01), cefalosporinas 1ªG (p=0,025) e TMP/SMZ(p=0,001). Houve falência terapêutica em 5 casos (3,5%), com substituição de anti - biótico. Verificou-se maior resistência à ampicilina em crianças com idade <2 anos (p=0,032), não havendo diferenças nos outros antibióticos. Dis cus -

são/Conclusão: Os resultados obtidos evidenciam uma estabilidade nos per-

fis de sensibilidade e resistência aos antimicrobianos utilizados e uma eficá- cia terapêutica, assente em dados clínicos e laboratoriais, que apoiam a continui dade dos regimes terapêuticos em vigor. Trabalhos adicionais, em curso, dirigidos à identificação de lesões cicatriciais renais, trarão dados com- plementares sobre a eficácia a longo prazo desta estratégia adoptada na PNA.

Palavras-chave: pielonefrite aguda, uropatogéneos, sensibilidade aos anti-

microbianos

CO03- Biópsias renais em idade pediátrica- experiência de 12 anos

Daniela Pio1; Sofia Figueiredo1; Pedro Silva1; Susana Nunes1; Joana Pereira1;

Filipa Leite1; Teresa Costa1; Maria do Sameiro Faria1; Conceição Mota1

1 - Hospital de Crianças Maria Pia

Introdução: A biopsia renal é um método de diagnóstico importante na abor-

dagem de crianças com doença renal, bem como na orientação do seu trata- mento e prognóstico. O objectivo deste estudo foi rever todos os casos que foram submetidos a biópsia renal num hospital pediátrico, no Norte de Portugal num período de 12 anos e estimar a frequência relativa de nefropatias com base em diagnósticos histológicos e de acordo com a apresentação clíni- ca Métodos: Análise retrospectiva dos processos das crianças subme tidas a biópsia renal de rim nativo na nossa instituição entre 1 de Janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2008. O conjunto total de biópsias renais em estudo foi dividido em 3 períodos de tempo diferentes (A, B e C) e as indicações para a biópsia renal foram classificados em cinco síndromes clínicos. Resultados: 142 biópsias renais foram realizadas durante o período de estudo e oito casos foram excluídos por falta de dados. Houve uma predomi nância do número de biópsias no Grupo A com 64 biópsias (45%). A idade mediana foi de 10 anos de idade. As principais razões para a biópsia foram: síndrome nefrótico (NS) (46%) e anomalias urinárias (36%). Globalmente, as três patologias mais comuns foram: nefropatia de IgA (NIgA) (14,9%), Glome rulonefrite mesan- gioproliferativa nãoIgA com depósitos de IgM (GNmes-IgM) (11,9%) e Nefropatia lúpica (NL)(11,2%). Ao longo dos anos, a frequência de cada doen- ça manteve-se estável, embora no último grupo se tenha registado um au mento relativo de GNmes-IgM , o que torna a pato logia mais freqüente, à frente daNIgA. As GN primárias representaram sessenta e três por cento das biópsias realizadas. A GN secundária mais prevalente foi a NL (43%). A glomerulopa- tia mais frequente em crianças com Sindrome Nefrótico foi a GNmes-IgM, correspondendo a 24,5% dos casos, seguido por Doença de lesões mínimas (19,7%) e glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) (9,8%). Conclusões: Tal como noutros trabalhos internacionais o principal motivo de biopsia em idade pediátrica foi o Síndrome Nefrótico. A patologia mais frequente neste grupo e no geral foi a Nefropatia de IgA, também de acordo com a literatura, mas nos últimos anos tem-se assistido a um aumento dos casos de GNmes- IgM, fenómeno não verificado em outros trabalhos. As GN primárias conti- nuam a ser predominantes nas crianças biopsadas.

CO04- Síndrome Nefrótico Idiopático em Idade Pediátrica

Paula Marques Neto1; Carla Maia1; Raquel Santos1; Clara Gomes1; A. Jorge

Correia1

1 - Hospital Pediátrico de Coimbra

Introdução: O Síndrome Nefrótico (SN) idiopático é a glomerulopatia cró-

nica mais frequente na infância, correspondendo a 90% dos casos de SN. Em função da resposta ao tratamento com corticóides, classifica-se como corti- cossensível (CS) ou corticorresistente (CR), sendo este comportamento o principal indicador prognóstico. Na evolução podem ser corticodependentes (recidivas quando se suspende ou reduz a prednisolona), ter recidivas esporá- dicas ou múltiplas. Objectivos: Análise de uma casuística de SN idiopático em pediatria. Material e métodos: Estudo descritivo retrospectivo dos pro- cessos clínicos de doentes com características clínicas de SN idiopático, acompanhados na Consulta de Nefrologia do Hospital Pediátrico de Coimbra desde Janeiro de 1995 a Junho de 2009. Avaliaram-se parâmetros referentes ao episódio inaugural, resposta à terapêutica, complicações, achados na bió- psia renal e evolução da doença. Excluídas situações de proteinúria nefrótica e/ou hipoproteinémia, sem clínica de SN. Resultados: Foram seguidos em consulta 86 doentes, sendo 57 (66%) do sexo masculino. A idade média do diagnóstico foi de 4,5 anos (12 meses - 13 anos). A apresentação inicial foi compatível com lesões mínimas em 82 doentes (95%). No episódio inaugu- ral, 10 (12%) foram CR e 76 (88%) CS e, ao longo do seguimento, 41 (48%) comportaram-se como CD e 13 (15%) nunca recidivaram. A biópsia renal foi efectuada em 30 crianças (35%), sendo a doença de lesões mínimas, com ou sem proliferação mesangial ou depósitos de IgM, a alteração predominante (73%). Identificadas glomeruloesclerose focal e segmentar (GEFS) em 6 casos (20%) e GN membranosa em 2 (7%). A terapêutica imunossupressora (Ciclofosfamida, Ciclosporina e/ou Micofenolato de Mofetil) foi utilizada em 40 crianças (46.5%), das quais 18 responderam favoravelmente, 16 mantive- ram perfil CD e 5 CR. Actualmente estão sem tratamento 58 (67%) crianças (4 inicialmente CR e 19 CD). Ocorreu um caso de CR secundária. Evoluíram para insuficiência renal crónica 4 doentes, todos CR e com GEFS. Não ocor- reram óbitos. Comentários: A nossa casuística revela um número elevado de casos CD, provavelmente justificada pela situação de referência hospitalar da zona centro. As situações de corticorresistência (todas com GEFS) ocorreram em crianças mais velhas. As novas terapêuticas imunossupressoras permiti- ram melhorar a evolução.

Palavras-chave: Síndrome Nefrótico, corticossensível, corticorresistente,

recidivas

CO05- Complicações tromboembólicas sintomáticas em crianças com síndrome nefrótica

Paula Costa1; José Eduardo Silva2; Carla Simão2; Rosário Stone2; Margarida

Almeida2

1 - Hospital da Santa Maria; 2 - Unidade de Nefrologia Pediátrica, Departamento da Criança e da Família

As crianças com síndrome nefrótica (SN) têm um risco aumentado de trom- boembolismo (TE), com uma incidência entre 2 a 3%. O estado de hiper - coagulabilidade predisponente ao TE é multifactorial. A hipoalbuminemia grave (<2g/dL) e o uso de diuréticos têm sido os factores mais descritos na litera tura, mas outros como hipovolémia, infecção, imobilização, uso de cate- teres centrais e hiperlipidémia podem contribuir para o TE. Avaliar os factores de risco de TE sintomático e sua evolução clínica, em crianças com SN. Análise dos processos clínicos dos doentes com o diagnóstico de SN e TE sintomá tico, nos últimos 5 anos. Analisadas características demográficas, tipo de SN, factores predisponentes, terapêutica e evolução clínica. Seis crianças tiveram TE, 5 do sexo masculino, com idade média no diagnóstico de SN de 6,5 anos (5M-14A); 4 corticodependentes (3 lesões mínimas e 1 glomerulone- frite mesangioproliferativa), 2 corticorresistentes (1 lesões mínimas e 1 escle- rose segmentar e focal). Todos estavam sob corticoterapia, 4 em associação a outros imunosupressores. A idade média na altura do TE foi 13 anos (11-16A). O TE localizou-se: sistema nervoso central (3), pulmão (1), rim (1) e tronco braquiocefálico (1). Identificaram-se os seguintes factores precipitantes: hipo- volémia (2), infecção (1) e diuréticos (3). Em 3 doentes com SN controlado, o TE ocorreu durante recidiva de SN, verificando-se em 2 destes casos hipoal- buminémia grave. No outro caso, que foi o de maior gravidade (trombose venosa cerebral maciça), identificou-se uma condição genética (homozigotia

MTHFR:c.677C>T) predisponente a TE. Os outros 3 tinham hipoalbumi -

némia persistente (1,3-1,7g/dL) no ano precedente ao TE. Os factores pro- trombóticos foram avaliados nos 3 casos mais graves, verificando-se 1 com diminuição da antitrombina III. Seis doentes fizeram anticoagulação. No caso

de trombose venosa cerebral maciça, realizou-se trombólise endovascular com r-TPA. Apenas 1 doente evoluiu com sequelas, exclusão funcional do pulmão direito. O TE não é exclusivo dos doentes com SNCR grave, podendo também ocorrer nos SNCS em períodos de recidiva. Os factores de risco trombótico devem ser diagnosticados e precocemente tratados, e os diuréticos usados sob indicações muito específicas. A avaliação sistemática de factores genéticos poderá ter um papel na detecção de casos com risco acrescido de TE. A iden- tificação de marcadores precoces de TE seria uma área útil de investigação.

Palavras-chave: Síndrome nefrótica, tromboembolismo

CO06- Diabetes Insípida Central e Nefrogénica - Casuística de um Serviço de Nefrologia Pediátrica

Filipa Almeida Leite1; Joana Pereira1; Daniela Pio1; Célia Madalena1; Céu

Mota1; Teresa Costa1; M Sameiro Faria1; Conceição Mota1

1 - Serviço de Nefrologia Pediátrica, CHP - Hospital Maria Pia, Porto

Introdução: A Diabetes Insípida (DI) é um síndrome raro na infância carac-

terizado pela excreção de grandes volumes de urina diluída (poliúria), quase sempre associado ao aumento proporcional na ingestão de líquidos (poli - dipsia). A DI central é devida à incapacidade completa ou parcial de secreção da hormona anti-diurética (ADH), por seu turno a DI nefrogénica é um dis- túrbio do metabolismo hídrico, caracterizado pela incapacidade de concentrar a urina, em resposta à ADH. Objectivo: Avaliação do grupo de crianças seguidas com o diagnóstico de DI central/nefrogénica durante um período de 15 anos e 6 meses num Serviço de Nefrologia Pediátrica. Material e

Métodos: Estudo retrospectivo dos processos clínicos das crianças internadas

no Serviço de Nefrologia Pediátrica do Hospital Maria Pia, com o diagnós - tico de DI central e nefrogénica, desde Janeiro de 1993 a Junho de 2009. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade, idade de diagnóstico, género, história familiar, clínica de apresentação, etiologia, intervenções diagnósti- cas/terapêuticas e evolução clínica. Resultados: Durante o período do estudo diagnosticaram-se 4 casos de DI central e 2 de DI nefrogénica. Na DI nefro- génica, os dois casos eram do sexo masculino, com idade de diagnóstico de 1 e 4 meses, a clínica de apresentação caracterizou-se por má evolução ponde ral, irritabilidade, recusa alimentar, vómitos, poliúria e polidipsia. O estudo realizado com as provas de restrição hídrica e concentração com des- mopressina permitiu fazer o diagnóstico, tendo ambos iniciado tratamento com hidroclorotiazida, sendo posteriormente sido adicionado indometacina. No estudo genético realizado foram identificadas 2 mutações genéticas ainda não descritas. Dos 4 casos de DI central, dois são do sexo masculino, a me - diana de idade de diagnóstico foi de 3 anos, em dois casos constatou-se histó - ria familiar, a clínica de apresentação caracterizou-se por polidipsia (média de 5 l/dia) e poliúria. Realizaram RMN cerebral e estudos periódicos de avalia- ção da adeno-hipófise que se revelaram normais, pelo que foi estabelecido o diagnóstico de DI central idiopática nos 4 casos e iniciada terapêutica com desmopressina. Conclusões: A prova de concentração de desmopressina con- tinua a ser o pilar fundamental na diferenciação entre DI central e nefro - génica. Os recentes avanços na caracterização genética da DI nefrogénica permitem um diagnóstico e tratamento mais precoces, com melhoria da sobrevida dos doentes.

Palavras-chave: Diabetes insípida, poliúria, polidipsia

CO07- O papel da cintigrafia renal com TC99 DMSA no seguimento do primeiro episódio identificado de pielonefrite aguda (PNA). Que valor no diagnóstico e que importância no prognóstico?

Arnaldo Cerqueira1; Filipa Flor de Lima2; Carla Rocha2; Helena Pinto3;

Helena Jardim4

1 - Hospital de São João, E.P.E, Porto.; 2 - Serviço de Pediatria, UAG da Mulher e da Criança; 3 - Unidade de Nefrologia Pediátrica ; 4 - Unidade de Nefro logia Pediátrica; Serviço de Pediatria, Faculdade de Medicina da Uni - versidade do Porto

Introdução: A pielonefrite aguda (PNA) e, em geral, as infecções do tracto

urinário (ITU) são, após a disponibilidade de vacinas para os agentes respi - ratórios mais prevalentes, as infecções bacterianas mais frequentes nas crian- ças. Tal, reforça a importância do diagnóstico precoce para além dos riscos conhecidos de associação possível com malformações renais congénitas e de formação de lesões corticais permanentes, identificáveis pela cintigrafia com DMSA. Objectivos: Avaliar o impacto parenquimatoso renal, após o diag- nóstico de pielonefrite aguda, através da realização de cintigrafia com DMSA, em fase tardia. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, através da consulta do processo clínico das crianças com diagnóstico de alta de pie-

lonefrite aguda, admitidas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2007. Dados sociodemográficos, clínicos e imagiológicos, incluindo o DMSA reali - zado 6 meses após a data da alta, foram avaliados e a análise estatística realiza da através do programa SPSS®v.17, usando testes t-student e qui-qua- drado, com nível de significância < 0,05. Resultados: Foi possível analisar 85 processos. Sessenta e duas (72,9%) crianças eram do sexo feminino e 75 (88,2%) tinham menos de 2 anos. O tempo de atraso terapêutico (TAT) foi >48 horas em 28 (32,9%). O agente etiológico foi a E. coli em 90,6% (77) das crianças. O estudo ecográfico apresentou anomalias em 57,6% dos casos (49). A cDMSA revelou cicatriz em 67,1% (57). Das crianças com dilatação pielocalicial > 5 mm, 84.6% apresentaram cicatrizes. Realizaram-se 27 (31.57%) cistouretrografias miccionais, tendo sido identificado refluxo vesi- co-ureteral em 6 (22,2%), das quais 5 tinham idade < 2 anos. Foi encontrada associação significativa entre a incidência de cicatriz e o TAT >48 horas (p=0,038). Pelo contrário, neste estudo, as alterações da cDMSA não se cor- relacionaram de modo significativo nem com os resultados ecográficos nem com os cistograficos. Discussão/Conclusão: Os autores realçam a elevada prevalência de cicatrizes renais encontrada, reforçando a importância do diagnóstico e tratamento precoces. A relação entre o tempo de atraso terapêu- tico > 48h e as alterações na cDMSA, parece ser determinante como afirma- do em estudos recentes. Todavia, o valor desta informação imagiológica na determinação da evolução clínica e da função renal é difícil de identificar.

Palavras-chave: pielonefrite aguda, tempo de atraso terapêutico, cDMSA,

cicatrizes renais

Área Cientifica - Outros

CO08- Sequência de Pierre-Robin e síndromes associadas

Rita Santos Silva1; Susana Corujeira1; Vanessa Mendonça1; Susana Soares1;

Miguel Leão2; Ana Maia1; Grupo Transdisciplinar de Fendas Labio-Palatinas

do Hospital de S. João3

1 - S. Pediatria da UAG-MC do H.S. João, E.P.E. - Porto; 2 - Unidade de Ge né - tica Humana do H.S. João, E.P.E. – Porto; 3 - Hospital de S. João, E.P.E. – Porto

Introdução: Sequência de Pierre-Robin (PR) é a designação usada para definir

a cascata de eventos que dá origem à tríade micro-retrognatia, fenda palatina e glossoptose. Esta sequência pode ocorrer como defeito isolado, como mani - festação de uma síndrome genética bem definida ou como parte de um com - plexo de múltiplos defeitos congénitos. Objectivo: Caracterização dos doentes com Sequência de PR seguidos pelo Grupo Transdisciplinar das Fendas Lá bio-Pa latinas do Hospital de S. João e identificação das principais síndromes genéticas associadas a esta malformação. Métodos: Análise retrospectiva dos dados relativos às crianças seguidas por este grupo entre 1992 e 2009.

Resultados: Dos 294 doentes seguidos por este grupo, 36 têm Sequência de PR

(12.2%). Estes 36 doentes têm idades compreendidas entre 1 mês e 16 anos; 55.6% são do sexo feminino (n=20). A fenda é do tipo III em 80.6% e do tipo II em 19.4% dos casos. Foi encontrada uma história familiar prévia em 10 doentes (27.8%). Destas crianças, em 20 (55.6%) a Sequência de PR é sindró- mica (faz parte de uma síndrome já classificada ou de uma síndrome polimal- formativa em estudo). As síndromes encontradas foram: S. Microdelecção 22q11.2 (n=4; 11.1%), S. Treacher-Collins e Embriopatia Feto-Alcoólica (n=2; 5.6% cada), S. Stickler, S. CHARGE, Anomalias citogenéticas do cromossoma 1, S. Moebius, S. Toriello-Carey e S. Wolf-Hirschhorn (n=1; 2.8% cada). Em 10 doentes (27.8%), a Sequência de PR constitui a única malformação encon- trada. Nos restantes doentes, surgem outras anomalias, nomeadamente: malfor- mações cardíacas (n=17; 47.2%), neurológicas (n=15; 41.7%), uro-nefroló - gicas (n=12; 33.3%), do foro cognitivo-comportamental (n=10; 27.8%), oftal- mológicas (n=9; 25%), musculo-esqueléticas (n=9; 25%), gastro-intestinais (n=5; 13.9%) e auditivas (n=3; 8.3%). Conclusões: Os resultados encontrados são concordantes como a maioria das séries publicadas. A Sequencia de PR é o sinal de apresentação numa multiplicidade de síndromes de causa citogenética, genómica ou teratogénica, pelo que, em doentes seleccionados, é imperativa uma avaliação multissistémica e um follow-up multidisciplinar.

Palavras-chave: Pierre Robin, Fenda palatina, Retrognatia

CO09- O Sono: hábitos e problemas detectados numa amostra pediátrica

Filipa Correia1; Marta Santalha1; Ângela Dias1; Carla Meireles1

1- Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães

Introdução: Uma parte significativa do dia é passada a dormir, principal-

mente no caso das crianças, e os distúrbios do sono são frequentes na popu-

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