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O pr oj et o s e f undament a em duas ques t ões bás icas par a s er del ineado:

1 . O E f êmer o como l inguagem do pr ópr io es paço em t r ans f or mação.

2 . O l ugar não per t ence à int er venção pr opos t a, e s im à f er r ovia, ou s ej a, a memór ia e ident idades per t encem s oment e à l inha f ér r ea.

Com is s o int er vir na l inha f ér r ea s em deixar mar cas ou novas cicat r izes é pens ar na única ár ea que per mit e uma nova penet r ação. O es paço aér eo.

O chão per t ence aos t r il hos de aço que compõe a mal ha f ér r ea. S oment e à el a. O chão é o es paço, a ident idade enquant o o ar é o moviment o. P or is s o, de uma maneir a met af ór ica o conceit o do pr oj et o é que el e s e moviment e com o ar .

Concr et ament e, a mat er ial ização des s e “obj et o que s e moviment a no ar ” é pos s ível com a el abor ação de dois el ement os es t r ut ur ais :

1 . U ma es t r ut ur a modul ar , de f ácil mont agem e des mont agem que t enha dis pos it ivos como t r il hos e ganchos que per mit am o moviment o.

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2 . E l ement os como mobil iár ios , cober t ur as e cor t inas quando enganchados nes s es dis pos it ivos , pos s am s e mover pel a es t r ut ur a.

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44 .3 A E s t r ut ur a

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ME DIA L INIE N OL YMP IS CH E S DOR F (Munique- Al emanha, 1 9 7 1 ) - – hans hol l ein

O “Media L inien” é um s is t ema de t ubos que per cor r em uma ext ens ão de 1 ,6 km da Vil a Ol ímpica da Cidade de Munique, que agl omer ados f or mam es paços par a o convívio dos us uár ios .

B as icament e f or mada cil indr os em aço pr é- f abr icado, a es t r ut ur a car r ega il uminação cober t ur as par a a pr ot eção cont r a a chuva e o s ol , s is t ema de áudio, r ef r iger ação e aqueciment o. As cor es dos t ubos f uncionam como or ient ação dos es paços . “É um s is t ema de pr é-f abr icados que

podem expandir -s e as s im como os t r il hos de um t r em de br inquedo que podem s er mont ados nos es paços des ej ados ” (H OL L E IN, 1 9 7 2 .) P odem al ar gar -s e e conf igur ar es paços . T r ês mes es f oi o t empo neces s ár io ent r e o pl anej ament o e a concl us ão do pr oj et o.

Imagem 2 9 –– VVis t a ger al do ME DIA L INIE N OL YMP IS CH E S DOR F . F ont e: ht t p:/ / www.hol l ein.com/

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IImagem 3 0 , 3 1 3 2 e 3 3 , r es pect ivament e –– IImpl ant ação com cr oquis , e vis t as g

ger ais do ME DIA L INIE N OL YMP IS CH E S DOR F . F ont e: ht t p:/ / www.hol l ein.com/

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EE s t r ut ur a P r incipal

As s im como os “canos ” P r opos t o no pr oj et o de H ans H ol l ein, es t e pr oj et o pr et ende cr iar uma ext ens ão de canos , que s upor t em el ement os como cober t ur a, mobil iár io, il uminação, água, e out r os el ement os que podem s er def inidos pel o us uár io. E s s es E l ement os per cor r em a l inha f ér r ea, cr uzando em al guns pont os ,

E s s es canos s ão f eit os em aço com s eção cir cul ar de 3 0 cm e s ão s us pens os por pil ar es dis pos t os de maneir a a não obs t r uir a pas s agem do t r em na l inha f ér r ea. E m r el ação a al t ur a, há um vão l ivr e de 5 .5 0 m, s endo o mínimo exigido par a

el ement os que cr uzem a l inha f ér r ea no es paço aér eo.

A cor dos el ement os é a cinza, pois o obj et ivo é que não s e des t aquem no es paço, e s e homogeneízem com o ambient e. Al ém dis s o, as s umindo os el ement os que s e moviment am nes t a es t r ut ur a como os nor t eador es do conceit o do pr oj et o, el es as s umem as cor es , e s e des t acam no es paço.

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IIl uminação

A il uminação é s us pens a por f ios de aço de diâmet r o 1 mm que s e pr endem aos encaixes da es t r ut ur a a cada 2 ,5 m de compr iment o. As caixas de l uz t em t amanho de 5 m e per cor r em t oda a es t ens ão da es t r ut ur a pr incipal de canos . E m al guns pont os , como na ár ea de convivência em f r ent e ao Mat ar azzo, as caixa de l uz t ambém s ão dis pos t as nos canos s ecundár ios . A imagem 3 6 mos t r a de maneir a es quemát ica como a il uminação é pr es a na es t r ut ur a.

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4 .4 O “Aér eo”

Imagem 3 7 –– ff ot o de f ios de el et r icidade. F ont e: Aut or a

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TT r il hos aér eos

Os el ement os que s e moviment am (mobil iár io, cober t ur a e cor t inas ) s ão acopl ados a t r il hos móveis dis pos t os nas l at er ais s uper ior es da es t r ut ur a, as s im como é pos s ível obs er var nas imagens 3 8 e 3 9 .

- O mecanis mo é s imil ar ao dos t r il hos us ados par a cor r er cor t inas .

- P ar a s upor t ar o pes o dos el ement os , os t r il hos s ão enganchados em vigas de per f il “I”, pr es os nos pil ar es e encaixes da es t r ut ur a.

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IImagens 3 8 e 3 9 –– PP er s pect ivas expl icat ivas dos

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M

Mobil iár io

F oi cr iado um conj unt o de t r ês peças em madeir a, que unidas f or mam um módul o que s e encaixa, As s im como pode s er vis t o nas imagens 4 0 , 4 1 e 4 2 . As peças s ão enganchadas nos f ios s us pens os na es t r ut ur a e podem s er conf igur adas da maneir a mais convenient e ao us uár io. As s im, as peças podem s e mover e s e t r ans f or mar em em obj et os como bancos , mes as , apoios , ou uma s uper f ície par a des cans o.

Imagem 4 0 –– mmódul o do mobil iár io. F ont e: Aut or a

96 IImagens 4 1 e 4 2 –– PP er s pect ivas expl icat ivas dos mobil iár ios . F ont e: Aut or a

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C

Cober t ur a e cor t inas

Moviment o caus ado pel o vent o, pr ot eção cont r a a ins ol ação e int imidade s ão car act er ís t icas que nor t eiam a cr iação de el ement os com t ecidos que per cor r em os t r il hos da es t r ut ur a. As s im como na imagem 4 3 a ins t al ação ur bana pr opos t a pel o cas al Chr is t o e Jeanne Cl aude em 2 0 0 5 no Cent r al P ar k, na cidade de Nova Ior que, mexe com a per cepção do es paço at r avés do moviment o dos t ecidos .

Na int er venção pr opos t a nes t e t r abal ho o t ecido exer ce um papel f undament al na cr iação dos es paços por es t ar em cons t ant e moviment o

Imagens 4 3 –– IInt er venção Ar t ís t ica nno Cent r al P ar k, em Nova Ior que. F ont e: ht t p:/ / www.ar chdail y.com.br / 3 5 9 7 7 / ar t e-e-ar quit et ur a- chr is t o-and-j eanne-cl aude//

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com o vent o. Al ém dis s o, o vent o é um el ement o que deve s er expl or ado na ár ea de int er venção, pois como a l inha l ocal iza-s e no pont o mais al t o do t er r eno a cor r ent e de ar é cont ínua.

As cober t ur as f or am dis pos t as pens ando nos l ugar es de maior cir cul ação de pes s oas , or ient adas nos caminhos de des ej o obs er vados . E l as s ão enganchadas nos t r il hos da es t r ut ur a, podendo s er f ixadas nas duas ext r emidades do t ecido, f or mando a cober t ur a, ou s oment e em uma das ext r emidades , f or mando as cor t inas .

Os t ecidos t êm t amanhos dif er ent es par a

as s im poder em mover -s e l ivr ement e nos t r il hos e

ainda pr ovocar uma dinâmica vis ual , como pode s er obs er vado nas imagens (4 4 , 4 5 e 4 6 ).

As cor es def inidas par a os t ecidos f or am o azul , l ar anj a e ver mel ho, e ainda s ão pr opos t os t ecidos opacos e com t r ans par ência.

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IImagens 4 4 –– PP er s pect ivas expl ic at ivas da

cober t ur a. F ont e: Aut or a

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IImagens 4 5 e 4 6 PP er s pect ivas expl icat ivas da cober t ur a. F ont e: Aut or a

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C

Car r inhos s obr e os t r il hos

E s t r ut ur as em madeir a que podem s er us adas par a duas f inal idades , a de t r ans it ar pel os t r il hos do t r em e per cor r ê-l os , ou como pl at af or mas , as s im como é mos t r ado nas imagens 4 7 , 4 8 e 4 9 . Quando aber t os , podem as s ociar -s e e f or mar em uma gr ande pl at af or ma, us ada, por exempl o, como pal co de apr es ent ações mus icais e t eat r ais .

A es t abil idade dos car r inhos é f eit o pel as r odas que s e t r avam nos t r il hos , as s im como o t r avament o das s uas “par edes ” é f eit o por t ir ant es que s e amar r am e não per mit em que o car r inho abr a, imagem 4 7 .

A cor def inida f oi o ver mel ho, pois os t r ens da companhia AL L (Amér ica L at ina L ogís t ica) apr es ent am es t a mes ma cor , e as s im cr ia-s e uma ident idade ent r e os car r inhos pr opos t os e os t r ens que t r ans it am pel a l inha.

102 IImagens 4 7 e 4 8 –– PP er s pect ivas expl icat ivas dos car r inhos . F ont e: Aut or a

103 IImagens 4 9 ––

PP er s pect ivas expl icat iva dos car r inhos . F ont e: Aut or a

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U

U s o dos el ement os do E s paço

Como o pr ópr io conceit o do pr oj et o es t abel ece uma r el ação de as s umir a ár ea como el a é, com s ua ident idade pr ópr ia de det er ior ação e r uína, us ar os el ement os que conf igur am o es paço t or na-s e es s encial .

“O mus go e a H er a que br ot am de t odos os

int er s t ícios compl et am o t r abal ho do t empo int egr ando aquel e s ímbol o de pot ência t r ans f or mador a do homem em mais um r el evo da pais agem nat ur al . (...) Como no pit or es co, com s uas r uínas cober t as por her as , em vez de s e des t acar , el evando-s e, as edif icações s e conf undem com o s ol o. E m vez de ar quit et ur a, des ar quit et ur a (P E IXOT O, Nel s on B r is s ac. Ar t e/ Cidade, 1 9 9 7 , p.1 0 6 )”.

Imagens 5 0 e 5 1 –– VVagões abandonados na ár ea de int er venção. F ont e: Aut or a

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As s im como nas “r uínas ” cit adas por P eixot o em Ar t e/ Cidade, a ár ea do pr oj et o t ambém apr es ent a es s as mar cas do t empo, como o met al cor r oído, a cober t ur a veget al que aos poucos cobr e chão, mur os e vagões abandonados , a t int a des cas cada, el ement os que podem s er obs er vados na imagem X, e s ão as s umidos no pr oj et o.

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