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4 RESULTADO E DISCUSSÃO

4.3 CONCEITO

A representação de uma área do conhecimento de forma organizada pode ser efetuada através de um conjunto organizado de unidades terminológicas. A unidade terminológica é a designação de um conceito. Não se trata do nome de um objeto

material ou não material existente. Ao observarmos objetos existentes ao nosso redor, formamos conceitos por meio de uma seleção das características relevantes e atribuímos uma unidade terminológica para designar cada um desses conceitos. A unidade terminológica indica o conceito de uma classe de objetos e não objetos individuais. Por exemplo, de todas as cadeiras que vimos e conhecemos descartamos características particulares como cor, fabricante, material, e até número de pernas, e usamos as características que todos os objetos dessa classe têm em comum (como o fato de servir para sentar, o fato de ter um assento, o fato desse assento estar apoiado a uma certa distância do chão, o fato de ter um encosto, etc.) para compor o conceito de cadeira.

Por estarmos tratando linguagem de especialidade de uma área do conhecimento, o conceito não é apenas uma unidade de pensamento, mas é também uma unidade de conhecimento. As propriedades específicas do objeto são denominadas características, elementos conceituais ou elementos de conhecimento do mesmo. São essas características que descrevem um conceito.

O conceito associado à unidade terminológica é descrito pela definição, pois a definição fixa a posição do mesmo em um dado sistema de conceitos. A definição, por sua vez, deve ser precisa – a precisão está medida pela utilização de linguagem específica pertinente; concisa e adequada para a finalidade proposta.

Ao analisarmos os dados coletados de cada unidade terminológica e ao separarmos e agruparmos as unidades terminológicas em conjuntos segundo a categorização indicada no item anterior, encontramos unidades terminológicas coletadas cujas informações eram complementares. Resolvemos, então, agrupar essas informações registrando-as em uma única ficha que denominamos de Ficha Terminológica Definitiva.

Este tipo de seleção e agrupamento trouxe uma redução na quantidade de unidades terminológicas a serem consideradas para análise. Essa redução ocorreu devido à reunião de unidades terminológicas que mantinham relação horizontal com o seu superior hierárquico comum. Por exemplo: reunimos as unidades terminológicas

coletadas como “grafema fonético”- ficha número 005, “grafema silábico”- ficha número 020 e “grafema segmental” – ficha número 021.

A figura 8 é constituída das fichas terminológicas de elaboração acima citadas e tem a finalidade de esclarecer como se deu a redução do número de unidades terminológicas coletadas apresentando como resultado a ficha terminológica definitiva número 018

FIGURA 9 – FICHAS DE ELABORAÇÃO UTILIZADAS PARA CRIAR A FICHA TERMINOLÓGICA DEFINITIVA 18

FICHA TERMINOLÓGICA DE ELABORAÇÃO ENSINO DA ESCRITA JAPONESA

Unidade Terminológica (UT) de coleta: hyôon’moji No. 005 UT equivalente no vernáculo Fonograma UT de empréstimo grafema fonético Hipônimo(s) Man’yôgana, Rômaji Hiperônimo(s)

Sistemas de grafemas da língua japonesa Sinônimo(s) Fonograma, kana Equivalente em inglês Phonogram Categorização Grafema Tradução da definição

.... por outro lado o que ocorre com o kana ? Em [ki] e [ha] há forma e som (leitura), mas não há significado. Devido a esse fato o kana é denominado grafema fonético. Como não são atribuídos significados a esses símbolos é possível usá-los para escrever despreocupadamente. Além disso, o grafema fonético é um kana que representa uma sílaba. Não é como no alfabeto romano em que uma sílaba é representada por uma vogal ou pela associação de uma consoante com uma vogal.

Considerações:

Segundo DUBOIS et al (1973,p.284)) “ Nas escritas ideogramáticas , chama-se fonograma a um signo que, capaz de funcionar noutras situações com o seu valor pleno de ideograma, é utilizado para o transcrição do consonantismo de uma palavra homônima daquela que designa o ideograma. ... Num estágio mais desenvolvido, os fonogramas representam sons silábicos, como na escritura dos antigos mesopotâmios, que dispunham de caracteres para representar sílabas ... “

Sampson (1996, p.31) admite na escrita “ os sistemas logográficos são os que baseiam nas unidades significativas; os sistemas fonográficas têm como base as unidades fonológicas”

Desta forma adotamos para hyôon’moji que equivale a representação gráfica de um som a denominação equivalente grafema fonético. Tomaremos a liberdade de utilizar como sinônimo a terminologia fonograma conforme indicada o equivalente em língua inglesa indicada por TAKAMIZAWA,H. et al (2004,p.128).

Outro sinônimo que utilizaremos é kana, como o próprio texto indica.

FICHA TERMINOLÓGICA DE ELABORAÇÃO ENSINO DA ESCRITA JAPONESA

Unidade Terminológica (UT) de coleta onsetsumoji No. 020 UT equivalente no vernáculo UT de empréstimo

Grafema silábico Hipônimo

Man’yôgana, rômaji

Hiperônimo

Sistema de grafemas da língua japonesa

Sinônimo Equivalente em inglês

Categorização

Grafema Tradução do contexto

O grafema fonético consiste dos: grafema silábico (hiragana, katakana) e grafema segmental (rômaji).

Considerações

Os sistemas de grafemas hiragana e katakana são denominados silábicos uma vez que cada grafema representa uma sílaba em língua japonesa.

FICHA TERMINOLÓGICA DE ELABORAÇÃO ENSINO DA ESCRITA JAPONESA

Unidade Terminológica (UT) de coleta tan’on moji No. 021 UT equivalente no vernáculo UT de empréstimo

Grafema segmental Hipônimo

Man’yôgana, rômaji

Hiperônimo

Sinônimo Equivalente em inglês

Categorização

Grafemas Tradução do contexto

Os grafemas fonéticos consistem de: grafemas silábicos ( hiragana, katakatana) e grafemas segmentais (rômaji).

Considerações

Sampson (1996,p.39) diz “ As sílabas de qualquer língua podem ser analisadas como seqüências de elementos derivados de um conjunto menor de segmentos consonantais e vocálicos que, por sua vez, podem ser vistos como feixes de traços fonéticos de ocorrência simultânea: em geral, o inventário de traços usados por uma língua será um tanto menor que o seu inventário de segmentos. (nota 2. Do ponto de vista teórico, é um equívoco descrever os traços fonéticos como elementos dos segmentos; em vez disso, os traços sobrepõem-se uns aos outros e ocorrem, simultaneamente e de maneira complexa, com conseqüências de outros traços dentro de uma sílaba.” (Sampson, a890a,p.217-8).” Mas aqui não precisamos entrar nesta questão. ... A noção de uma escrita baseada em segmentos não exige grandes exemplos, pois as ortografias européias são (pelo menos aproximadamente) segmentais.”

Baseados nas considerações de Sampson adotamos para tan’on’moji a denominação equivalente a grafema segmental.

Segundo as informações contidas nas fichas acima podemos dizer que:

Hyôon’moji é um grafema que possui forma e som (leitura), mas não tem significado. Considerando SAMPSON (1996) e TAKAMIZAWA (2004), podemos denominá-lo de grafema fonético e fonograma. O grafema fonético pode ser silábico ou segmental. O grafema fonético silábico é denominado também de kana ou então fonograma, e que a escrita japonesa admite dois tipos de kana: hiragana e katakana.

Outra vez utilizando SAMPSON (1996), podemos dizer que o grafema fonético segmental utilizado na escrita japonesa consiste no alfabeto latino utilizado na forma denominada escrita romanizada.

Essas ponderações foram reunidas em uma só ficha denominada, como já dissemos anteriormente, de Ficha Terminológica Definitiva com os seguintes campos:

1) unidade terminológica

2) número da unidade terminológica

3) unidade terminológica equivalente no vernáculo 4) unidade terminológica de empréstimo

6) fonte (indicada pelo(s) número(s) da(s) ficha(s) terminológica de elaboração)

7) descrição sistematizada da unidade terminológica – informação que será base para a elaboração da definição da unidade terminológica

Foi considerada unidade terminológica mais adequada para constar na ficha definitiva aquela que denomina o conceito mais genérico entre as unidades terminológicas reunidas, uma vez que a descrição da unidade terminológica foi elaborada partindo da descrição das unidades terminológicas componentes. A figura abaixo demonstra o resultado dessa reunião de dados constantes nas fichas terminológica de elaboração números 005, 020 e 021.

FIGURA 10 – EXEMPLO DE FICHA TERMINOLÓGICA DEFINITIVA

FICHA TERMINOLÓGICA DEFINITIVA ENSINO DA ESCRITA JAPONESA

Unidade terminológica 表音文字 Hyôon’moji No. 018 UT equivalente no vernáculo Grafema fonético UT de empréstimo Fonograma Categorização Grafema

Fonte: número(s) da(s) ficha(s) de elaboração 005, 020 e 021

Descrição sistematizada da unidade terminológica

Hyôon’moji são grafemas que possuem forma e som (leitura), mas não tem significado. Devido a esse fato é denominado de grafema fonético. O grafema fonético pode ser silábico ou segmental. O grafema fonético silábico é denominado também de kana ou então fonograma. A escrita japonesa admite dois tipos de kana: hiragana e katakana. O grafema fonético segmental utilizado na escrita japonesa consiste no alfabeto latino utilizado na forma denominada escrita romanizada.

Essa junção de três fichas em uma só fez com que o número de unidades terminológicas consideradas fosse reduzido, deixando a coleta mais selecionada, sem perder a exaustividade, pois dessa forma continuamos com a mesma quantidade e qualidade de informação. A informação está apresentada de forma mais suscinta,

eliminando detalhes que não seriam relevantes para a descrição do conceito, sendo mantidas apenas aquelas que pudessem auxiliar na elaboração da definição.