• Nenhum resultado encontrado

Quando o SISFRON foi concebido, a ideia era de que ele começaria na Amazônia, porém em reuniões do Alto Comando do Exército, o Comandante Militar do Oeste apresentou uma argumentação consistente de que o Projeto Piloto deveria começar pelo CMO.

Os argumentos foram irrefutáveis, tendo em vista que é na área do CMO onde estão localizadas as fronteiras com os países de onde provem a maior parte das drogas consumidas no país. São fronteiras secas na sua maior parte e nos trechos onde são rios, os mesmos são de fácil travessia, muitas vezes sem necessidade de embarcações.

O CMO engloba os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai, numa extensão de 2.503,5 quilômetros. Para cumprir sua missão dispõe de três Brigadas: a 4º Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede na cidade de Dourados-MS, a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Cuiabá-MT e a 18ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Corumbá-MS.

O Projeto Piloto foi colocado na área da 4ª Bda C Mec, tendo em vista que suas unidades de manobra estão todas na linha de fronteira e também porque domina as principais penetrantes, tanto para defesa externa como para o exercício do poder de polícia no combate aos crimes transnacionais e ambientais.

Figura 16: Localização do Projeto Piloto, na área em vermelho.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

RESERVADO

PROJETO PILOTO DO SISFRON NO CMO

Mec 10 Mec 11 Amambai Mec 17 Mec 4 x 20 9 105 Mec 4 E Mec 1 4 28 Log 1/3 17 Caracol Mec 3 17 Mec 1/3 11 Mec

Figura 17: Proposta de rearticulação dos Destacamentos de Fronteira.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

O Projeto Piloto foi concebido para começar pelo chamado “cone sul” do Estado do Mato Grosso do Sul, tendo em vista o grande volume de ilícitos que passam por aquela região e também porque ali poderá ser demonstrada a eficácia do projeto mesmo durante sua implantação.

Para tanto foi apresentada ao EME, a proposta de desativação do Destacamento de Fronteira de Iguatemi e o desdobramento de 01(um) Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec) no mesmo local, com 01 (um) pelotão de cavalaria mecanizado (Pel C Mec) destacado em Mundo Novo, na área de responsabilidade do 17º RCMec, sediado em Amabai , e 01 (um) Pel C Mec em Caracol, na área de responsabilidade do 10º RCMec, sediado em Bela vista.

Os pelotões de Mundo Novo e Caracol funcionarão em regime de rodízio de tropas, com duração de uma semana ou mais, onde os militares ficarão em operações continuadas, sem o acompanhamento das famílias, que ficarão nas sedes dos escalões enquadrantes.

Para que isso aconteça foi proposta uma rearticulação dos atuais destacamentos existentes na fronteira, nas localidades de Iguatemi, Mundo Novo, Paranhos, Coronel Sapucaia e São Carlos.

Tais destacamentos são pequenos quartéis, com efetivos de 12 (doze) a 15 (quinze) militares, que não tem capacidade operacional, sua função é apenas de vigilância, guarda patrimonial e presença. Esses destacamentos são comandados por um sargento, secundados por um cabo e um grupo de soldados com funções administrativas, tais como rancho, lavanderia, tratamento d’água, e outros serviços e que concorrem a escala de serviço de guarda.

Normalmente os comandantes se fazem acompanhar de suas famílias e, portanto ficam muito vulneráveis, tendo em vista estar morando na mesma região que devem vigiar. Devido ao pequeno contingente e a proximidade da fronteira, o armamento é muito reduzido, pois poderiam ser atrativos para as quadrilhas que atuam na região.

A nova proposta prevê o aproveitamento destes efetivos para mobiliar o novo esquadrão de Iguatemi e os pelotões de Mundo Novo e Caracol. Essas novas organizações serão dotadas de material e infraestrutura para operar diuturnamente, realizando Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE) e patrulhas nas estradas vicinais, chamadas de “cabriteiras”, por onde fogem os infratores que se desviam dos PBCE.

Há que se ressaltar que mesmo sem o SISFRON, as unidades de fronteira já exercem o seu poder de polícia, seja em apoio às outras agências que atuam na região, seja de forma isolada. As operações atuais são realizadas no âmbito dos regimentos e das brigadas, nas Operações Cadeado ou enquadradas pelo CMO, nas chamadas operações Atalaia, todas com o objetivo de intensificar a presença do Estado na faixa de fronteira e combater delitos transfronteiriços e ambientais.

O que se pretende com o SISFRON é dotar essas unidades de meios de sensoriamento de alta tecnologia, para que junto com profissionais especializados e qualificados, possam enriquecer as operações de inteligência e assim prover os tomadores de decisão com uma consciência situacional adequada de sorte a orientar, em melhores condições, as operações reais de combate aos ilícitos.

PROJETO SISFRON NO CMO

RESERVADO

Caracol São Carlos CMF / COTER Depósito CRM (CRGL) CO - Bda 4 MB 3 MB 5 MB 3 MB 3 MB 3 MB 5 MB 48 MB 31

Figura 18: Proposta de localização dos sensores fixos.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

As informações fluirão pelas infovias apoiadas inicialmente em equipamentos rádio e torres de micro-ondas, até chegarem aos centros de operações dos regimentos, 10º, 11º e 17º RCMec, 4ª Bda C Mec e CMO.

Para o subsistema de atuação e a fim de aumentar a operacionalidade das OM, estão sendo adquiridos materiais de emprego militar (MEM), que poderão ser utilizados tanto para missões de GLO como para a Defesa da Pátria.

Constitui um fator de alta relevância para aumentar os níveis de eficácia, eficiência e efetividade das operações de fiscalização na faixa de fronteira, as operações de inteligência e o emprego simultâneo de sensores de alta tecnologia, como radares de vigilância terrestre e de vigilância a baixa altura, câmeras óticas e de infravermelho, “scaners” de carga e de bagagem, cães farejadores e “VANTs” em apoio aos Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE) e das Patrulhas realizadas por todas as Forças e Agências envolvidas.

RESERVADO

PROJETO PILOTO DO SISFRON NO CMO – SITUAÇÃO ATUAL

INTEGRAÇÃO DE EMPREGO

SENSORIAMENTO

ALTA RELEVÂNCIA

Figura 19: Integração do emprego de diversos meios.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

Documentos relacionados