• Nenhum resultado encontrado

Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, foram produzidos corpos de prova prismáticos de argamassas armadas em três composições, partindo de um traço-piloto. Nas outras composições foi adicionado um catalisador cristalino de marca diferente, denominados traço “A” e traço “B”. Estes corpos de prova, depois de curados, foram submetidos a uma pré-carga para induzir fissuras e, posteriormente, submergidos em água para que a autocicatrização pudesse ocorrer.

O princípio de utilizar a barra de aço, para auxiliar na resistência dos corpos de prova de argamassa, mostrou-se eficaz. Pois, quando a pré-carga foi aplicada nos corpos de prova durante o ensaio de tração na flexão, foi possível verificar a formação de fissuras, sem o comprometimento da estrutura do mesmo.

Quanto ao ensaio de absorção por imersão, foi possível verificar que os corpos de prova que continham em sua composição o catalizador cristalino do tipo “A” e “B”, absorveram um teor menor de água, o que indica que ocorreu a ação do catalizador no selamento das fissuras. Contudo, quando realizada uma análise estatística em relação aos resultados de absorção de cada uma das composições, ficou claro que a única composição que apresenta um intervalo de confiança com 95% de certeza, em relação a diferença das amostras, foi a composição do traço “B”, quando comparada com o traço-piloto. Dentro desta estatística, a única composição que apresentou uma redução considerável de absorção foi a do traço “B”.

Quanto à análise realizada no MEV, esta apresentou eficiência dentro do que era proposto: registrar imagens de alta resolução e identificar os componentes químicos referentes às amostras, pois foi possível verificar algumas formações como Ca(OH)₂, cristais de C-S-H e até mesmo a etringita (C6 ASH32).

Apesar da verificação de alguns compostos químicos na análise do MEV e da pressuposição da formação de cristais de catalizadores cristalinos, o MEV não traz uma relação quantitativa dos compostos químicos encontrados nas imagens.

Por fim, apesar dos valores do ensaio de absorção terem indicando uma redução da absorção de água nos traços compostos com catalizador cristalino e a análise do MEV apresentar algumas formações que induzem a cicatrização, o único traço que apresentou características autocicatrizantes em relação aos ensaios realizados foi o traço “B”.

5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

• Analisar o desenvolvimento do processo de autocicatrização em idades diferentes;

• Realizar as análises no MEV, com o auxílio do EDS, nas idades iniciais dos corpos de prova;

• Realizar as análises no MEV, com o auxílio do EDS, em idades distintas 30, 60 e 90 dias;

• Realizar ensaios com diferentes porcentagens de aditivos cristalizantes;

• Induzir o processo de “cura” do catalizador cristalino por diferentes ciclos alternados de submersão;

REFERÊNCIAS

AHN, T.H. & KISHI, T. Crack self-healing behavior of cementitious composites incorporating various minerals admixtures. Journal of Advanced Concrete Technology, Vol. 8, No 2, pp. 171-186. 2010.

ALMEIDA, I, R. A onda de concreto que flutua no M.A.R.. Revista de Concreto & Construções. IBRACON Vol. 72. Out-Dez. 2013.

ANTONIO, F.; RECENA, P.; Retração do Concreto. Porto Alegre: Editora Universitária da PUCRS, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Guia básico de utilização de cimento portland. 7.ed. São Paulo, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5733: Cimento Portland de alta resistência inicial. Rio de Janeiro, 1991.

______. NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Versão corrigida:2016. Rio de Janeiro, 2015.

______. NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

______. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro, 2009.

______. NBR 7680: Concreto – Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto – Parte 1: Resistência à compressão. Rio de Janeiro, 2015.

______. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índice de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 11768: Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Requisitos. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 12142: Concreto – Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos. Rio de Janeiro, 2010.

______. NBR 12655: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro, 2015.

______. NBR 14931: Execução de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 16697: Cimento, Concreto e Agregados. Rio de Janeiro, 2018 ______. NBR NM 45: Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro, 2006

______. NBR NM 46: Agregados – Determinação do material fino que passa através da peneira 75 µm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003

______. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeiro, 2009

______.NBR NM 248: Agregados – Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003

BASTOS, P.S.S. Fundamentos do Concreto Armado. Notas de Aula – Universidade Estadual Paulista, Campus de Bauru. Bauru, 2006.

BARROS, A. R. Avaliação do comportamento de vigas de concreto autoadensável reforçado com fibras de aço. 2009. Dissertação (Pós- graduação) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2009.

BRANDÃO, A. M. S,; PINHEIRO, L. M. (1999). Qualidade e durabilidade das estruturas de concreto armado: aspectos relativos ao projeto. Cadernos de Engenharia de Estruturas. N.8. EESC. Universidade de São Paulo. São Carlos. BRITEZ, C.; HELENE, P.; BUENO, S.; PACHECO, J.; Estanqueidade de lajes de subpressão. Caso MIS-RJ. 55º Congresso Brasileiro de Concreto. Gramados, 2013.

BRITEZ, C.; PACHECO, J; BUENO, S.; HELENE, P.; Concreto e concretagem de paredões inclinados em concreto aparente. Caso MIS-RJ. 58º Congresso Brasileiro de Concreto. Belo Horizonte, 2016.

CAFANGE, D. M. P. J. Estudos de propriedades auxiliares no controle tecnológico dos concretos de cimento Portland com vistas à resistência à carbonatação. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011.

CARMONA, T. G.; CARMONA FILHO, A. Fissuração nas estruturas de concreto. Artigo científico – Congresso Alconpat Internacional. Mérida – México, 2013.

CASTRO, A. Influência das adições minerais na durabilidade do concreto sujeito à carbonatação. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2003.

DRY, C. M. Matrix cracking repair and filing using active and passive modes for smart timed release of chemicals from fibers into cement matrices. Smart Materials and Structures, Vol. 3, 1994.

ESPER R. G. Análise das características do concreto com aditivos cristalizantes exposto a agentes agressivos. Monografia de Pós-Graduação – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Curitiba, 2018.

FERREIRA, M.B. Estudo da carbonatação natural de concretos com diferentes adições minerais. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.

GOMES, P. C. C.; BARROS, A. R. Métodos de dosagem de concreto auto- adensável. Editora Pini. São Paulo, 2009.

HASPARYK, N. P.; LOPES, A. N. M.; ANDRADE, M. A. S.; DOS SANTOS, S. B. Deformações por Retração e Fluência. In: ISAIA, Geraldo Cechella (Ed.) Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: IBRACON, 2005.

HELENE, P. R. L.; LIMA M.G.; TAKAGI, E.M. Contribuição para estudo do efeito da autocicatrização em concretos ativados por catalisadores cristalinos em estruturas de túneis submetidas à exposição contínua de água. Seminário Internacional “South American Tunnelling – SAT 2012”. Artigo apresentado no 3º Congresso Brasileiro de Túneis e Estruturas Subterrâneas. São Paulo, 2012.

KIRCHHEIM, A. P.; SOUZA, R. B.; DAL MOLIN, D. C. C.; MONTEIRO, P. J. M. Álcalis incorporados ao aluminato tricálcico: efeitos na hidratação. In: Ambiente Construído. Porto Alegre, 2010.

KURAMOTO, Y.; MATSUDA, Y.; NAKAMURA, Y.; IRIE, M. Verification of suppression of AAR by a metal carrying complex compound. In: Proceedings of 11th international conference of alkali-aggregate reaction in concrete. Canada – Quebec, 2000.

LAPA, J. S.; Patologia, recuperação e reparo das estruturas de concreto. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2008.

LIMA, M. G. Ação do meio ambiente sobre as estruturas de concreto. In: IBRACON CONCRETO – Ensino, pesquisa e realizações vol. 1. São Paulo, 2011. Cap. 21, p. 733-772.

MALHOTRA, V.M; MEHTA, P.K. Pozzolanic and cementitious materials. Advances in concrete technology. Volume 1, Canadá, 1996.

MC-BAUCHEMIE. O avanço do uso de concretos autocicatrizantes com aditivos em obras de infraestrutura no país. Disponível em: <http://www.mc- bauchemie.com.br/noticias/o-avanco-do-uso-de-concretos-autocicatrizantes- com-aditivos-em-obras-de-infraestrutura-no-pais/#.W5zPNM5KjIU>. Acesso em: 15 nov. 2018.

MC-BAUCHEMIE. Projetos: Museu de Arte do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.mc-bauchemie.com.br/projetos/mar-museu-de-artes-rio-de-

janeiro/#ad-image-0>. Acesso em: 18 nov. 2018.

METHA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: Editora Ibracon, 2014.

MOREIRA, M. M.; Efeito do aditivo redutor de permeabilidade em concretos com diferentes tipos de cimento Portland – Contribuição aos processos de autocicatrização. Dissertação de mestrado – Universidade de Brasília – Faculdade de Tecnologia. Brasília, 2016.

NEVILLE, A. M. Properties of Concrete. 5th edition. Pearson Education Limited. 2015.

OLIVIER, J. P.; VICHOT, A.; Bases científicas para a formulação de concretos duráveis de acordo com o ambiente. Tradução: CASCUDO, O.; CARASEK, H. Ibracon. São Paulo, 2014.

PENETRON. Museu do Amanhã – Rio de Janeiro – RJ. Disponível em: < http://penetron.com.br/museu-do-amanha-rio-de-janeiro-rj/>. Acesso em: 12 nov. 2018.

PFEIL, W. Concreto armado. Volume 1, 2 e 3, 5a ed., Rio de Janeiro, Ed. Livros Técnicos e Científicos, 1989.

PORTAL ITAMBÉ. Brasil começa a desenvolver concreto cicatrizante. Curitiba, 2016. Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/brasil- concreto-cicatrizante/>. Acesso em: 15 nov. 2018.

RILEM. Self-healing phenomena in cement-based materials, 2005 (Technical Committee 221-SHC) Disponível em: < http://rilem.net/gene/main.php? base=8750&gp_id=228>. Acesso em 25 novembro, 2018.

SHIRAKAWA, M. A. Effect of culture médium on biocalcification by Pseudomonas Putida, Lysinibacillus Sphaericus and Bacillus Subtilis. Brazilian Journal of Microbiology, São Paulo, Vol. 42. 2011.

TAKAGI, E.M. Concretos autocicatrizante com cimentos brasileiros de escória de alto forno ativados por catalisador cristalino, Dissertação (mestrado) Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). São José dos Campos, 2013.

TAKAGI, E.M.; LIMA, M.G.; HELENE, P.R.L. Concretos autocicatrizante com cimentos brasileiros de escória de alto forno ativados por catalisador cristalino. Artigo. Revista Concreto e Construções, ed. 73, p 75-80. Ibracon, 2014.

TAKATA L. T. Aspectos executivos e a qualidade de estruturas em concreto armado: Estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2009.

THOMAZ, E. Requisitos técnicos e operacionais visando a qualidade na construção de edifícios. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999.

TUTIKIAN, B. F.; DAL MOLIN, D. C. Concreto auto-adensável. 2º Edição. Editora Pini. São Paulo, 2015.

VAN TITTELBOOM, K.; DE BELIE, N. Self-healing in cimentitious materials – A review. Materials v. 6, p. 2182-2217, 2013.

WIKTOR, V., JONKERS, H. M. Quantification of crack-healing in novel bactéria-based self-healing concrete. Cement and Concret Composites, PP. 763-770, 2011.

Documentos relacionados