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O presente trabalho tem como objetivo geral distinguir a condução da diplomacia brasileira dos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) em relação ao bloco regional econômico MERCOSUL.

Visto que o objetivo da pesquisa acadêmica consiste em analisar a política exterior e a diplomacia brasileira dos mandatos de FHC e Lula, no que se refere às ações no âmbito regional do bloco MERCOSUL, foi imperativa para uma melhor apreciação do tema.

A diplomacia vem desde os tempos mais antigos até os dias de hoje para a solução de conflitos, para negociações em diversos aspectos e atua principalmente nos governos e Estados, para uma melhor condução da política externa.

A política externa são os planos do que será feito nas políticas internacionais para o desenvolvimento do país e das relações exteriores com demais países e blocos do mundo.

Política externa e diplomacia caminham junto nas relações internacionais, pois uma é segmento da outro. Pois a diplomacia é a forma com serão executadas a política externa. E como principal ator destas, são encontrados o Estado, governo e o Ministério das Relações Exteriores, responsáveis pela condução da diplomacia e da criação da política externa.

Como parte da política externa e da diplomacia brasileira, o MERCOSUL é parte fundamental para o desenvolvimento do país. O bloco econômico MERCOSUL tem como objetivo a formação de um mercado comum entre seus Estados-Partes,

primando pela livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do bloco, o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em relação a terceiros Estados.

FHC e Lula viam a necessidade de inserir o Brasil no mundo, querendo um país com mais autonomia, mas presença e reconhecido mundialmente, fato este que contribuiria com o desenvolvimento do país.

Cabe indicar que o desempenho do mandato de Lula nas relações bilaterais do país, bem como no comércio exterior, almejou a conquista de novos parceiros econômicos, bem como a busca de novas oportunidades, para, consequentemente, angariar um papel mais relevante do país no mercado global.

Em relação à política externa, o governo Lula foi caracterizado tanto por propósitos inovadores quanto pelo prosseguimento de algumas diretrizes tradicionais à diplomacia brasileira. Entretanto, a grande alteração ocorreu na postura adotada pelo país em âmbito regional, que se tornou mais altiva, tendo em vista o interesse de ampliar o espaço do Brasil no cenário global.

Em seu Plano de Governo Lula qualificou a política externa como condicionante do desenvolvimento nacional e isso fez com que fossem geradas muitas expectativas sobre ela.

Dessa forma, a inovação substancial do governo Lula na diplomacia esteve relacionada à maneira pela qual o Brasil foi inserido no sistema internacional, através da participação incisiva nos foros multilaterais, o esforço para conquistar uma posição relevante no mundo, presença constante no MERCOSUL e nos demais eventos dentro do bloco e em outros países e blocos.

As integrações econômicas são provenientes da globalização. Elas têm o intuito de promover o desenvolvimento do comércio da região, estimular a eficiência através da concorrência, facilitar o acesso a mercados, aproximar os países e elevar o nível de vida das populações dos países integrados através do aumento do poder de compra.

A América Latina sempre desejou uma integração econômica. Várias foram as tentativas até que chegasse ao bloco MERCOSUL, que objetivava a melhoria das condições de vida da população de seus países-membros através da inserção

competitiva no mundo, de ganhos de produtividade, da ampliação do fluxo de comércio com o resto do mundo e da promoção da abertura econômica regional.

Lula possuía a mesma visão de FHC em relação a inserção internacional do Brasil e do MERCOSUL no mundo. Claro que houve mudanças em seus respectivos mandatos, como por exemplo a postura mais autônoma tomada pelo Brasil e a diplomacia mais assertiva, que acarretou a difusão de uma imagem positiva do país.

O MERCOSUL tem grande importância para o Brasil, foi através dele e de inúmeras iniciativas engajadas pelo bloco com países e regiões de todo o mundo que o país adquiriu protagonismo no cenário mundial.

Por se tratar de um ciclo de governo em aberto, a forma de captar as propostas e objetivos em política externa se dá através das declarações à imprensa, discursos, entrevistas, eventuais artigos e obras publicadas que demonstram o posicionamento político dos formuladores da política externa brasileira, principalmente, do presidente da República. Dessa forma é possível notar como as prioridades de política externa são expostas pela versão oficial do próprio governo. (MAPA, 2009).

A grande prioridade da política externa do governo Lula, conforme declarado diversas vezes pelo próprio presidente, é o MERCOSUL e a integração sul americana, também compreendida como estratégica para a superação das distorções econômicas e comerciais geradas pelas imposições das grandes potências. (MAPA, 2009).

Portanto é notável que no governo de FHC, o MERCOSUL era visto pela sua administração como uma base possível para a integração econômica da região com o mundo e que conduziria ao fortalecimento das relações econômicas do Brasil com os demais países. Enquanto que no governo de Lula, o MERCOSUL é uma prioridade da diplomacia brasileira, tendo em vista que as grandes potências mundiais constituíram seus próprios blocos regionais para integrar e fortalecer as relações econômicas internacionais.

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