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Neste trabalho, buscamos investigar os principais determinantes do crescimento econômico da América Latina e Caribe (LAC), levando em conta alterações no ambiente econômico da última década e contrastamos a importância relativa de condições externas favoráveis com a de políticas públicas adequadas, ambas consideradas motores do crescimento econômico da região.

Motivados pelo fato de que apesar de a última década ter sido extremamente promissora para os países da região da LAC, em termos de evolução do crescimento econômico, há uma nítida desaceleração do crescimento já a partir dos últimos anos da década passada.Inicialmente, descrevemos as principais características do crescimento econômico dos países da LAC e da região, de forma agregada.

Uma vez apontadas diversas similaridades e diferenças no crescimento econômico dos mem- bros da LAC, é necessário compreender se elas se deveram a reestruturações internas nas políticas econômicas e sociais destes países ou a condições externas a eles impostas. Com essa questão em mente, avaliamos empiricamente a contribuição individualizada de cinco grupos de variáveis para o crescimento econômico dos países, por meio de um painel dinâmico. São eles: Convergência Transicional, Reversão Cíclica, Políticas Estruturais (subdivididas em Infraestrutura, Educação, Desenvolvimento Financeiro, Abertura Comercial, e Fardo Governamental), Políticas de Esta- bilização (subdivididas em Ausência de Estabilidade nos Preços e Ausência de Estabilidade no Produto) e Condições Externas (subdividas em Choques nos Termos de Troca e Condições Globais).

A amostra que é nosso objeto de investigação constitui-se por dados de 83 países, dos quais 18 são da América Latina e Caribe. No mais, trabalhamos com médias de cinco anos, como forma de remover componentes meramente cíclicos das séries. Nosso painel abrange o intervalo de quarenta e cinco anos que se estende desde 1966 até 2010, e é composto, portanto, por nove períodos de (médias) de cinco anos (1966-1970, 1971-1975, 1976-1980, 1981-1985, 1986-1990, 1991-1995, 1996-2000, 2001-2005, 2006-2010). Contudo, devido ao fato de a observação inicial de cada país se destinar apenas à instrumentação, o primeiro período da regressão se refere aos anos 1971-1975.

Para estimar o modelo empírico de crescimento, utilizamos os estimadores de métodos de momentos generalizados propostos por Arellano e Bover (1995) e Blundell e Bond (1997) - con- hecidos como estimadores GMM sistêmicos - os quais são capazes de lidar de maneira apropriada com as especi…cidades da estimação de um modelo de crescimento dinâmico.

A partir dos coe…cientes estimados para cada uma das variáveis consideradas determinantes do crescimento econômico na regressão de crescimento, investigamos a contribuição de cada um dos grupos de determinantes para a variação esperada do crescimento econômico em cada país, por meio de projeções para a variação do crescimento econômico utilizando períodos de 10 e de 5 anos.

No que concerne à análise da variação do crescimento econômico entre 1990 e 2000, dentre outros resultados, destacamos que as condições externas promoveram alterações positivas de grande magnitude relativa nas taxas de crescimento de Bolívia e Chile, re‡etindo uma melhora do ambiente internacional e dos termos de troca. Nesses dois países, contudo, o efeito negativo das políticas estruturais mais do que compensou os efeitos positivos dos outros grupos de variáveis, sendo, portanto, o único responsável pela deterioração das taxas de crescimento econômico, durante a década considerada.

Por sua vez, no que se refere às projeções entre 2001-2005 vs. 2006-2010, as condições externas também produziram efeitos positivos sobre as taxas de crescimento de todos os países analisados. Em ordem de importância, elas alavancaram o crescimento da Argentina (79,19% da mudança projetada), Colômbia (87,94%), República Dominicana (141,94%), Panamá, 94,66% da mudança projetada), Peru (73,23%) e Venezuela (67,90%).

Isto posto, conduzimos um exercício contrafactual, visando a responder à seguinte pergunta: em que medida os termos de troca favoráveis foram responsáveis pela elevação das taxas de

crescimento entre a primeira e a segunda metades da década de 2000 na região da LAC? Em outras, palavras, buscamos quanti…car em quanto o resultado das projeções seria impactado caso os termos de troca (TOT) não houvessem sofrido alterações ao longo da década em questão.

Os resultados do contrafactual apontam que os termos de troca foram, de fato, um importante determinate do crescimento econômico para os países latino-americanos ao longo da década passada.

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