• Nenhum resultado encontrado

De uma forma em geral, o propósito deste trabalho foi avaliar se a utilização da simulação computacional, como apoio ao trabalho experimental na aprendizagem de conceitos e desenvolvimento de competências, é uma ferramenta a ter em conta ao longo dos processos de ensino e de aprendizagem. Com este objetivo, o professor estagiário utilizou duas simulações computacionais, tendo por base as atividades experimentais propostas, e de caráter obrigatório, pelo Ministério da Educação para o tema “Movimentos na Terra e no Espaço – AL 1.2 – Salto para a piscina” na área de Física e “Da Atmosfera ao Oceano: soluções na Terra para a Terra – AL 2.4 – Série

Eletroquímica: o caso dos metais” na área de Química. A escolha das atividades para a

aplicação da simulação computacional coincidiu com as aulas lecionadas no estágio. Em relação ao software utilizado nas simulações computacionais, que foram aplicadas na sala de aula, considerou-se indispensável averiguar se este estava disponível gratuitamente mas, também, se podia ser utilizado pelos alunos em qualquer momento. O professor, para além de valorizar a observação dos alunos durante a utilização da simulação computacional em sala de aula, também recorreu:

 aos registos no computador feitos pelos alunos aquando da utilização da simulação;

 a um questionário de opinião aplicado aos alunos, sobre o modo como a simulação foi inserida no contexto de sala de aula e sobre o desempenho do professor nesse processo;

 aos resultados obtidos pelos alunos no relatório da atividade experimental que foi complementada com a simulação computacional;

 aos resultados obtidos nas questões do teste de avaliação cujo tema tinha sido abordado com a simulação computacional.

Como já tinha sido referido anteriormente, as simulações foram diferentes nos dois temas, como também foram aplicadas em diferentes turmas, o que permitiu obter diferentes resultados. Relativamente à simulação computacional utilizada durante a atividade experimental de Física (ver tabela 2, pág. 26), verificou-se que a atividade proporcionou diferentes abordagens na manipulação de variáveis por parte dos alunos, levando a que estes explorassem a simulação por diferentes “percursos”. Deste modo,

53

foi possível relacionarem um grande conjunto de variáveis que não seria possível comparar apenas com a atividade experimental.

Em relação à atividade experimental de Química, notou-se que o facto da simulação dar menos hipóteses de ser explorada mais livremente, fez com que os diferentes grupos de alunos apresentassem resultados semelhantes. Contudo, face a alguns dos resultados obtidos na simulação computacional serem diferentes dos obtidos experimentalmente, foi possível confrontá-los, permitindo assim um debate de ideias entre alunos e entre aluno e o professor.

Com o intuito de avaliar a aplicabilidade e a importância das simulações na atividade experimental, o desempenho na manipulação e implementação da atividade por parte do professor estagiário, e obter sugestões para alterações em situações futuras considerou-se relevante a elaboração e aplicação de um questionário (anexo 3 e 4) após a realização de cada atividade experimental onde foi utilizada a simulação computacional.

Conclui-se que os alunos valorizam e sentem-se motivados com a introdução das TIC na sala de aula. Reconhecem que as novas tecnologias tornam as aulas mais motivadoras e possibilitam uma maior exploração dos conteúdos abordados.

No decorrer das aulas onde foi aplicada a simulação computacional, os alunos completaram o guião de trabalho experimental fornecido pelo professor. Os relatórios então obtidos (anexos 1 e 2) foram também utilizados para avaliar o desempenho dos alunos no decorrer da atividade experimental. Relativamente à componente de Física, que foi lecionada desde o início do ano letivo até meados do segundo período, foram considerados para este estudo os quatro relatórios realizados no primeiro período letivo. Destes, a simulação computacional foi utilizada no terceiro a ser realizado e apresentou uma melhoria dos resultados relativamente aos anteriores. No entanto esta foi a tendência mostrada até ao final do período, pelo que também poderá dever-se ao facto de os alunos se sentirem mais familiarizados com a orientação dada pelos guiões de trabalho experimental.

De forma análoga, para as atividades experimentais executadas durante a componente de Química, foram considerados os quatro relatórios executados no terceiro período do ano letivo. Destes relatórios, o que apresentou melhores resultados foi o do trabalho em que se utilizou a simulação computacional.

Outra forma de avaliar a persecução dos objetivos delineados para a utilização da simulação computacional, foi analisar os resultados dos testes de avaliação,

54

relativamente aos conteúdos abordados nas simulações. Constatou-se que os resultados apresentados mostraram algumas discrepâncias, nomeadamente na questão sobre a atividade experimental. No caso da componente de Física verificou-se que a questão relativa à atividade experimental, quando comparada com as restantes questões do teste, apresentou resultados significativamente melhores. O mesmo não se verificou em Química, onde os resultados relativos à questão da atividade experimental ficaram abaixo da média do teste.

Com estes resultados considera-se que os alunos se sentem motivados com a utilização da simulação computacional, levando-os a um maior empenhamento nas tarefas propostas pelo professor. Assim sendo, este tipo de ferramentas pode beneficiar a aprendizagem de conceitos por parte dos alunos. No entanto, como sempre foi defendido ao longo do trabalho, a utilização deste tipo de ferramentas deverá apenas ser utilizada como complemento ao trabalho experimental e nunca como substituição do mesmo, ou então apenas em casos onde a atividade experimental não possa ser executada, pois a simulação, por si só, nunca permitiria o desenvolvimento de determinadas competências, por parte dos alunos, o que apenas é possível através do trabalho experimental.

55

Documentos relacionados