• Nenhum resultado encontrado

O estudo da resistência térmica da incrustação se justifica pela tentativa de evitar ou minimizar o problema, quantificar as perdas ocasionadas pelos seus efeitos e determinar o período adequado para limpeza dos equipamentos. Por exemplo, o monitoramento do desempenho térmico de trocadores de calor possibilita quantificar as perdas de energia relacionadas com a incrustação e identificar o período apropriado para limpeza.

A metodologia para simulação de redes de trocadores de calor sujeitas ao processo de incrustação, empregando o conceito de efetividade do trocador de calor no cálculo das temperaturas, e fazendo comparações com valores experimentais de temperatura de trocadores de uma rede de pré-aquecimento, mostra uma boa concordância e indica que a metodologia é promissora.

Uma metodologia para monitoramento de trocadores de calor foi estudada. Ao aplicar esta metodologia a uma bateria de pré-aquecimento do cru de uma refinaria, identificou-se que o índice de incrustação apresentava comportamento muito parecido com o crescimento da resistência térmica da incrustação dos trocadores de calor. Desta forma, a resistência térmica da incrustação pode ser estimada a partir do índice de incrustação através de uma simples relação linear. A correlação entre estas variáveis é boa e cresce para altos índices de incrustação.

A simplicidade para a obtenção do índice de incrustação justifica a utilização da metodologia proposta. Cabe ressaltar que não há necessidade de cálculo das propriedades térmofísicas para o petróleo, uma vez que estas mudam diariamente. Apenas as temperaturas de entrada e saída do trocador bem como a vazão de uma das correntes de fluidos devem estar disponíveis durante o monitoramento. Assim sendo, pode-se facilmente inferir o valor da resistência térmica da incrustação para qualquer instante do monitoramento. Com isto, pode-se antecipar a ocorrência da incrustação, prever as despesas associadas e portanto programar a limpeza do trocador de calor.

Com a simulação, pode-se prever a redução do desempenho térmico da rede de trocadores de calor com o tempo devido à incrustação e, conseqüentemente, o

consumo extra com combustível queimado nos fornos. Além disso, a metodologia permite avaliar o desempenho da rede quando da retirada de um ou mais trocadores de calor para limpeza.

A otimização do período de limpeza de trocadores de calor permite apontar quais trocadores de calor estão suficientemente incrustados, a ponto de necessitarem de parada para limpeza, pois estão contribuindo para um consumo extra de combustíveis queimados no forno de aquecimento do petróleo.

Quando há a possibilidade de parada para limpeza de alguns trocadores de calor, sem interromper o processo de destilação (questões de construção da rede de pré- aquecimento), pode-se identificar as diferentes datas ótimas para limpeza de cada trocador, através da otimização empregada.

Se a limpeza for apenas em paradas programadas, é possível, através da otimização do período de limpeza dos trocadores de calor, identificar quais trocadores não necessitam ser limpos e sugerir datas de limpezas, que proporcionem uma economia operacional do processo de limpeza para refinaria, visto que este é demorado e oneroso.

Por fim, verificou-se, dentro da otimização do período de limpeza de trocadores de calor, a variação deste período para um trocador, em relação à variação do número de paradas, à variação do índice de incrustação e à variação dos períodos de paradas de outros trocadores.

7.1 Recomendações para trabalhos futuros

Recomenda-se a realização de novos trabalhos que proporcionem simulação e otimização de redes de trocadores de calor com maiores números de ramais, e que permitam a otimização da rede completa.

Referências

API. Technology Vision 2020: A Technology Vision for the U.S Petroleum Refining Industry Workshop, p. 35, Chicago, 1999.

BOTT, T. R. Fouling of Heat Exchangers. 1st. ed. New York: ELSEVIER, 1995. 523 p.

BRONS, G; RUDY, T. M. A logical approach to troubleshooting crude preheat exchanger fouling. In: 2nd International Conference on Petroleum and Gas Phase Behaviour and Fouling, 2000, Copenhagen, pp. 15-20.

GROSSMANN, I. E; CABALLERO, J. A; YEOMANS, H. Advances in Mathematical Programming for the Synthesis of Process Systems, Latin American Applied Research, v. 30, p. 263-284, 2000.

HOLMAN, J. P. Heat transfer. 2nd. ed. New York: McGRAW – HILL BOOK COMPANY, 1968. 400 p.

INCROPERA, F. P; WITT, D. P. de. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 4. ed. Rio de Janeiro - RJ: LTC - Livros técnicos e Científicos Editora S.A 1998.

494 p.

JERÓNIMO, M. A. S; MELO, L. F; BRAGA, A. S; FERREIRA, P. J. B. F; MARTINS, C.

Monitoring the thermal efficiency of fouled heat exchangers – a simplified method. Experimental Thermal and Fluid Science, v. 14, p. 455-463, 1997.

KAKAÇ, Sadik; LIU, Hongtan. Heat exchangers – selection, rating e thermal design.

KERN, D. Q; SEATON, R. E. A Theoretical Analysis of Thermal Surface Fouling, Chem. Eng. Prog. , v. 4, p. 258-262, 1959.

KERN, D. Q; SEATON, R. E. Surface Fouling: How to Calculate Limits, Br. Chem. Eng., v. 55, nº 6, p. 71-73, 1959.

KERN, D. Q; SEATON, R. E. Heat exchanger design for fouling service. Chemical Engineering, v. 62, p. 51-56, 1966.

PINTO, M. L. M; LISBÔA, A. C. L; ZEMP, R. J, Estudo da Formação da Incrustação no Pré-Aquecimento de Petróleo. XV Congresso Brasileiro de Engenharia Química, Curitiba, Brasil, 2004.

POLLEY, G. T; WILSON, D. I; Pugh, S. J. Consideration of fouling during the design of crude oil pre-heat trains. Disponível em: <http://www.pinchtechnology.com>.

Acesso em: 18 fev. 2005. 2001.

RAVAGNANI, M. A. S. S; SILVA, A. P, da; ANDRADE, A. L, Detailed Equipment Desing in Heat Exchangers Networks Synthesis and Optimization. Applied Thermal Engineering, v. 23, p. 141-151, 2003.

SMAÏLI, F; VASSILIADIS, V. S; WILSON, D.I, Mitigation of Fouling in Refinery Heat Exchanger Networks by Optimal Management of Cleaning. Energy & Fuels, v. 15 p.

1038-1056, 2001.

SMAÏLI, F; VASSILIADIS, V. S; WILSON, D.I, Long-Term Scheduling of Cleaning of Heat Exchanger Networks. Comparison of Outer Approximation-Based Solutions With a Backtracking Threshold Accepting Algorithm. Chem – Instituition of Chemical Engineers. v. 80, part A, 2002.

SOMERSCALES, E. F. C. Fouling of Heat Transfer Surfaces: An Historical Review. Heat Transfer Engineering, v. 11, nº 1, 1990.

SPEICHT, J. G, The Chemistry and Technology of Petroleum, 3nd. ed. New York, Marcel Dekker, 1998.

STOECKER, W. F, Desing of Thermal Systems, 3nd ed. New York: McGRAW – HILL BOOK COMPANY, 1989.

TABOREK, J; AOKI, T; RITTER, R. B; PALEN, J. W; KNUDSEN, J. G. Predictive methods for fouling behavior. Chemical Engineering Progress, v. 68, p. 69-78,

1972.

TEMA. Standards of the Tubular Exchanger Manufacturers Association, 6th edition,

New York, 1978.

TONIN, P. C, Metodologia para Monitoramento de Desempenho Térmico de Redes de Trocadores de Calor. 2003. 128p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais,

CEFET-PR, Curitiba, Brasil.

WILSON, D. I; WATKINSON, A. P. Chemical reaction fouling – a review. Engineering and Thermal Sciences, v. 14, p. 361-374, 1997.

ZUBAIR, M. S; ANWAR, K. S; YOUNAS, M; BUDAIR, M. O. A risk based heat exchanger analysis subject to fouling. Part I: Performance evaluation. Energy, v. 25, p.

427-443, 2000.

Documentos relacionados