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CAPÍTULO 1 – A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO 9° ANO DO

4. CONCLUSÃO

Baseado no que foi exposto, constatou-se que, em geral, os discentes do município de Santa Cruz têm pouco conhecimento sobre a mineração como uma atividade econômica. No entanto, designam a atividade como precursora de grandes impactos ambientais. Os discentes de Currais Novos associam a importância da mineração de scheelita no município a um ciclo econômico de crescimento da cidade. Por consequência, atribuem que a atividade causa uma exploração desordenada do meio ambiente, o que reflete a sérios problemas socioambientais.

Assim, a análise das percepções ambientais dos envolvidos evidenciou o processo de construção dos conhecimentos ambientais, com os quais os alunos percebem o impacto desse tipo de atividade para o meio ambiente, independentemente de estar inserido nesta realidade ou não.

Estes resultados mostram as diferentes formas de perceber as ações sobre o ambiente em que cada indivíduo vive. A percepção ambiental é um assunto que deve ser abordado continuamente pelos diversos setores da sociedade, e a Escola é apenas um dos locais em que essa temática dever ser trabalhada de forma a despertar o senso crítico das crianças e jovens de maneira a sensibilizá-los às práticas de conservação e respeito ao espaço coletivo em que vivem, conscientizando que dependemos do ambiente para nossa sobrevivência.

Desta forma, é necessário que as instituições de ensino se preocupem de maneira real para os grandes problemas que atingem cada vez mais o homem e que são ameaça iminente para as futuras gerações, que precisam ser despertadas para as sérias questões ambientais. Diante dessas considerações a realização desta pesquisa permitiu conhecer e caracterizar a percepção de meio ambiente dos estudantes das duas escolas participantes, que poderá ser de fundamental importância para o sucesso de futuras ações de educação ambiental.

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CAPÍTULO 2

INVESTIGAÇÃO DA TOXICIDADE GENÉTICA DO REJEITO DE SCHEELITA EM CÉLULAS MERISTEMÁTICAS DE Allium cepa

Bruna Rafaella Freitas Pereira1, Julio Alejandro Navoni1,2 e Viviane Souza do Amaral1, 3

¹Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFRN). E-mail:brafaellafreitas@gmail.com. ²Diretoria Acadêmica de Recursos Naturais/IFRN. E-mail:navoni.julio@gmail.com. ³Departamento de Biologia Celular e Genética/UFRN. E-mail:

vi.mariga@gmail.com.

RESUMO

A mineração no Rio Grande do Norte, mais precisamente no município de Currais Novos, teve início em 1943, data da descoberta do minério de scheelita no município, entretanto, somente em 1954 foi constituída empresa (Mineração Tomaz Salustino, a mina Brejuí), sendo considerada a maior mina de scheelita da América do Sul. Desde o início das atividades até a sua paralisação, foram geradas elevadas quantidades de rejeitos no processo de separação do minério, que corresponde aproximadamente a 3.110.400 toneladas. Os metais pesados e compostos solúveis resultantes da extração da scheelita e da disposição de pilhas de rejeitos e estéril podem ser transferidos para a água. Este estudo teve como objetivo quantificar, por meio de análises químicas, as concentrações de metais e/ou outras substâncias tóxicas presentes nas águas e no solo dos rejeitos da mina e investigar o mecanismo de ação com potencialidade citotóxica (análise do índice mitótico), genotóxica (análise de alterações cromossômicas) e mutagênica (análise de micronúcleos), sobre células meristemáticas de A. cepa. Nas análises de metais em solo, o Al apresentou concentrações elevadas na fazenda e na mina, nos períodos de chuva e escassez hídrica, respectivamente. Foi notório observar que quando há aumento no teor de Al, há um aumento do teor de Cd, Co, Cr, Fe, Mn e Zn principalmente nos períodos de escassez hídrica em ambas as áreas. Nas análises físico-químicas da água, o nitrato (NO3-) apresentou concentrações até 60 vezes superior aos teores máximos permitidos pela Resolução 357/2005 do CONAMA. Os maiores valores foram encontrados nas águas do rejeito menor e rejeito maior localizados no ambiente da mina. Levando em conta todas as análises realizadas, e que os efeitos tóxicos observados neste trabalho são maiores na região de influência da mina, podemos sugerir que as substâncias lançadas nos rejeitos podem estar promovendo um efeito combinado nesta água, ocasionando um efeito muito maior do que o efeito das substâncias isoladas, denominado de efeito sinergético. As análises realizadas em células meristemáticas e em células filhas de Allium cepa mostraram-se sensíveis para avaliar os efeitos das substâncias presentes, tanto nas amostras de água da mina como na fazenda. Com o teste de alterações cromossômicas e de micronúcleos pode-se observar um efeito genotóxico para as águas coletadas na mina, principalmente relacionado com a maior concentração de metais, observados em períodos de estiagem. Os resultados sugerem um grande comprometimento dos pontos localizados na área de mineração, sendo que para o rejeito menor esse comprometimento foi ainda mais marcante. Um dos grandes problemas da atividade mineradora na atualidade está relacionado com os rejeitos decorrentes dessa prática, pois contribuem para o aumento de metais pesados no solo e em sistemas aquáticos. Desta forma, torna-se necessário conhecer a toxicidade desses compostos, e, principalmente a sua interação com o material genético, para poder gerenciar os riscos ao ambiente e à saúde da população diante de desastres ligados à mineração como os que se tem noticiado nos últimos anos.

ABSTRACT

Mining in Rio Grande do Norte, more precisely in the municipality of Currais Novos, began in 1943, the date of the discovery of scheelite ore in the municipality. Nevertheless in 1954 the emprise was constituted (Mineração Tomaz Salustino, a mina Brejuí),. It is considered the largest scheelite mine in South America. From the beginning of the activities until its stoppage, high amounts of tailings were generated in the ore separation process, which corresponds to approximately 3,110,400 tons. Heavy metals and soluble compounds resulting from scheelite extraction and disposal of tailings and sterile piles can be transferred to water. This study aimed to quantify, through chemical analysis, the concentrations of metals and / or other toxic substances present in the waters and soil of the mine tailings and to investigate the mechanism of action with cytotoxic potential (mitotic index analysis), genotoxic (chromosomal alteration analysis) and mutagenic (micronucleus analysis) on A. cepa meristematic cells. In the soil metals analysis, Al presented high concentrations in the farm and in the mine, during the rain and water scarcity periods, respectively. It was noticeable that when there is an increase in Al content, there is an increase in Cd, Co, Cr, Fe, Mn and Zn content mainly in periods of water scarcity in both areas. In the physicochemical analyzes of water, nitrate (NO3-) presented concentrations up to 60 times higher than the maximum levels allowed by CONAMA Resolution 357/2005. The highest values were found in the smaller tailings and larger tailings waters located in the mine environment. Taking into account all the analyzes performed, and that the toxic effects observed in this work are greater in the mine's region of influence, we can suggest that the substances released in the tailings may be promoting a combined effect in this water, causing a much larger effect than the one. effect of isolated substances, called synergistic effect. Analyzes performed on meristematic cells and daughter cells of Allium cepa were sensitive to evaluate the effects of the substances present in both mine and farm water samples. With the test of chromosomal alterations and micronuclei, a genotoxic effect can be observed for the waters collected in the mine, mainly related to the higher concentration of metals observed during drought periods. The results suggest a great compromise of the points located in the mining area, and for the smaller tailings this compromise was even more remarkable. One of the major problems of mining activity today is related to the waste resulting from this practice, as they contribute to the increase of heavy metals in soil and aquatic systems. Thus, it is necessary to know the toxicity of these compounds, and especially their interaction with genetic material, to be able to manage the risks to the environment and the health of the population in the face of mining disasters such as those reported in recent years. years.

1. INTRODUÇÃO

A mineração no Brasil só se tornou um negócio efetivo nas primeiras décadas do século XVIII, produzindo um sistema econômico próprio no interior do país (FAUSTO, 2013). O aumento populacional, a expansão da malha urbana e os avanços tecnológicos impulsionaram a busca por mais recursos minerais e isso fez com que fossem descobertas novas jazidas. Assim como em outras regiões do Brasil, a mineração no Rio Grande do Norte, mais precisamente no município de Currais Novos, teve início em 1943, data da descoberta do minério de scheelita no município, entretanto, somente em 1954 foi constituída empresa (Mineração Tomaz Salustino, a mina Brejuí), sendo considerada a maior mina de scheelita da América do Sul (Museu Mineral Mario Moacyr Porto, 2006).

No Brasil, a scheelita é o principal mineral portador de tungstênio (W), um mineral metálico não ferroso que apresenta alta densidade e o mais alto ponto de fusão, superior a 3400ºC e boa condutividade elétrica (GODEIRO et al, 2010). A scheelita é de suma importância para as indústrias bélica, metalúrgicas, elétrica, mecânica, aeroespacial, petrolífera e outras (VIANA, 2014). Segundo Mechi e Sanches (2010) a maioria das atividades de mineração causam grandes prejuízos à vegetação, podendo prejudicar sua regeneração. Além dos impactos negativos nas coberturas vegetais, a atividade de exploração mineral acarreta também assoreamento de corpos hídricos, bem como prejuízo às populações circunvizinhas.

Considerando a exploração da scheelita no Rio Grande do Norte foram geradas elevadas quantidades de rejeitos no processo de separação do minério, no caso da mina Brejuí desde o início das atividades até a paralisação, o rejeito ou minério de ganga corresponde aproximadamente a 3.110.400 toneladas (CARVALHO et al, 2002). Os metais pesados e compostos solúveis resultantes da extração da scheelita e da disposição de pilhas de rejeitos e estéril podem ser transferidos para a água. Em mais de 40 anos de operação, emissões de contaminantes das minas podem afetar diretamente a população (PETTA et al., 2014).

Os danos ocasionados pelos metais pesados à saúde humana são os mais diversos e variam conforme a taxa de ingestão, acumulação e concentração do metal no corpo. Caso a concentração de metais pesados no corpo não seja controlada, intoxicações agudas ou crônicas são graves consequências (LARSON; WEINCK, 1994). Os efeitos adversos causados pela exposição aos metais pesados estão relacionados mais com a exposição funcional do que com os níveis gerais de metais no ambiente. Isto se aplica tanto aos trabalhadores do setor de mineração, industrial ou agrícola, quanto às pessoas que utilizam compostos de metais pesados diretamente em suas ocupações (JEFFERY, 2001). Os íons metálicos podem desempenhar dupla função na fisiologia dos organismos, uma vez que muitos desses íons são indispensáveis

para a vida enquanto outros são tóxicos, podendo afetar as atividades da biota por perda de funções vitais, deformidades em órgãos e até mesmo mortandade (SEILER et al., 1988; VANDECASTEELE et al., 1998). Co, Cu, Mn, Mo, V, Sr e Zn, por exemplo são necessários para a realização de funções vitais, entretanto em excesso podem ser extremamente tóxicos. Por outro lado, Hg, Pb e Cd, por exemplo, não possuem nenhuma função dentro dos organismos, sendo sua acumulação nociva aos organismos (FERREIRA et al., 2010).

Segundo Barbério (2013), as preocupações referentes aos riscos que os agentes químicos lançados no ambiente podem levar à alterações genéticas nos organismos, foi uma das razões fundamentais para o desenvolvimento de métodos para avaliar a ação dos compostos químicos sobre o material genético. Para tanto, diversos ensaios foram estabelecidos em plantas, animais e cultura celular, sendo possível avaliar diversos biomarcadores. Entre estes, destacam-se aqueles utilizados na avaliação dos potenciais genotóxicos e mutagênicos, como as aberrações cromossômicas e os micronúcleos observados nas fases do ciclo celular (PANTALEÃO et al., 2006). Os ensaios realizados com Allium cepa L. (cebola) são considerados eficientes, sendo utilizado na avaliação de compostos químicos devido sua sensibilidade e boa correlação com sistemas teste de animais e outros vegetais (GRANT, 1982; LEMOS et al., 2007; BOLOGNESI; HAYASHI, 2011; DUARTE et al., 2017). Além disso, o teste do A. cepa permite a avaliação de diferentes biomarcadores como as aberrações cromossômicas utilizadas na detecção da genotoxicidade, o índice mitótico na detecção da citotoxicidade e a frequência de micronúcleos para a verificação da mutagenicidade (LEME; MARINMORALES, 2009; GRIPPA et al., 2012; DUARTE et al., 2017).

Considerando que a mina brejuí libera resíduos derivados de suas atividades industriais e o mesmo vem se acumulando em grandes quantidades de rejeitos, este estudo teve como objetivo quantificar, por meio de análises químicas, as concentrações de metais e/ou outras substâncias tóxicas presentes nas águas dos rejeitos da mina e investigar o mecanismo de ação com potencialidade citotóxica (análise do índice mitótico), genotóxica (análise de alterações cromossômicas) e mutagênica (análise de micronúcleos), sobre células meristemáticas de A.

cepa.

2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Caracterização da Área

Esse trabalho foi realizado no município de Currais Novos, Estado do Rio Grande do

Norte, localizado a 180 km da capital potiguar. As áreas objeto de estudo incluídas nesta pesquisa foram, uma impactada pela atividade de mineração na Mina Brejuí (coordenadas geográficas 6º19’19” Sul; 36º32’52” Oeste) e uma região não explorada, a fazenda Bento Nunes

(coordenadas geográficas 6º12’36” Sul; 36º6’40” Oeste), no município de Santa Cruz, distante 70 km entre si, na mesma mesorregião. Ambas áreas de estudo encontram-se situadas dentro da microrregião da Borborema Potiguar (figura 1).

O relevo, com altitudes entre 200 a 600 metros está inserido no planalto da Borborema. O solo que se destaca é o Neossolo Litólico. Trata-se de um solo pouco desenvolvido, com baixa fertilidade e aproximadamente 40 cm de profundidade. Esse solo está assentado sobre rochas ou constituintes da rocha do embasamento cristalino, são erodíveis e possui baixo potencial hidrológico. O relevo da região com altitudes que variam de 200 a 400 metros está inserido na depressão sertaneja. Os solos predominantes são o planossolo sódico vermelho amarelo equivalente eutrófico, solos férteis, rasos, com drenagem moderada à deficiente e textura formada por areia e/ou argila (Dantas, 2010).

A vegetação é formada pela Caatinga hipoxerófila com plantas de pequeno porte, resistentes à seca. O clima é semiárido quente, com temperatura média anual de 24,8°C e baixo índice pluviométrico, cuja média é de 510,7 milímetros anuais, sendo fevereiro a maio os meses de maior precipitação (EMPARN, 2019).

Figura 1. Área Mina Brejuí, Currais Novos/RN e Área da Fazenda, Santa Cruz/RN.

2.2 Preparação das Amostras

As amostras de solo e água foram coletadas em julho e dezembro de 2017 representando estações de chuva e seca respectivamente. O protocolo de coleta utilizado seguiu as recomendações de coleta de amostras descrito pela empresa brasileira de pesquisa agropecuária (EMBRAPA, 2000; 2006)

As amostras de solo foram coletadas à profundidade de 20 cm. Em seguida, foram espalhados e manualmente destorroados os torrões existentes, depois foram colocadas em local ventilado e seco até completa dessecação ao ar. Após dessecação o material foi colocado em sacos plásticos, identificados e enviados para o laboratório NUPPRAR para fins de análises químicas de metais. Para preparo das amostras para análise de metais no solo, foi utilizado o método USEPA 3051A. Pelo qual, 0,5g de massa seca foram submetidos à digestão nitroperclórica. As leituras foram feitas em espectrômetro de absorção atômica atomização por chama através do ICP-OES (Thermo Fisher Scientific, Bremen, Alemanha), modelo iCAP 6300 Duo, com vista axial e radial, detector simultâneo CID (Charge Injection Device), por triplicata. Segundo protocolo padronizado.

Para coleta de água foram utilizados frascos de vidro âmbar de 1000 mL previamente descontaminados. As amostras coletadas foram identificadas e acondicionadas sob refrigeração e enviadas para análises físico-químicas no Laboratório NAAE do Instituto Federal de Rio Grande do Norte; e de metais, no laboratório NUPPRAR-UFRN. A análise de metais em água foi realizada seguindo o protocolo padronizado (USEPA 3015A). A amostra foi tratada mediante digestão nitroperclórica, utilizando aquecimento por micro-ondas. As leituras foram feitas em espectrômetro de absorção atômica, atomização por ICP-OES (Thermo Fisher

Scientific, Bremen, Alemanha), modelo iCAP 6300 Duo, com vista axial e radial, detector

simultâneo CID (Charge Injection Device), por triplicata. Segundo protocolo padronizado. Tanto no solo quanto na água, foram analisados os seguintes metais: alumínio (Al), prata (Ag),

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