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Mineração de scheelita no Semiárido Potiguar: avaliação da qualidade e percepção ambiental em áreas degradadas por esta atividade antrópica

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA

MINERAÇÃO DE SCHEELITA NO SEMIÁRIDO POTIGUAR:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL

EM ÁREAS DEGRADADAS POR ESTA ATIVIDADE

ANTRÓPICA

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVELAAA

BRUNA RAFAELLA FREITAS PEREIRA

2019 Natal – RN

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Bruna Rafaella Freitas Pereira

MINERAÇÃO DE SCHEELITA NO SEMIÁRIDO POTIGUAR:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL

EM ÁREAS DEGRADADAS POR ESTA ATIVIDADE

ANTRÓPICA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PERCEPÇÃO AMBIENTAL

EM ÁREAS DEGRADADAS POR ESTA ATIVIDADE

ANTRÓPICA

A BIOTECNOLOGIA VEGEAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURLIAR SUSTENTÁVEL

A BIOTECNOLOGIA VEGETAL COMO ALTERNATIVA PARA A COTONICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL A BIOTECNOLOGIA VEER PARA A COTONICULTURA FAMILIAR

SUSTENTÁVELAAA

Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre.

Orientador: Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral

Co-Orientador: Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni

2019 Natal – RN

(3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - -Centro de Biociências - CB

Pereira, Bruna Rafaella Freitas.

Mineração de scheelita no Semiárido Potiguar: avaliação da qualidade e percepção ambiental em áreas degradadas por esta atividade antrópica / Bruna Rafaella Freitas Pereira. - Natal, 2019.

79 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Orientadora: Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral. Coorientador: Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni.

1. Mineração - Dissertação. 2. Percepção Ambiental -

Dissertação. 3. Allium cepa - Dissertação. I. Amaral, Viviane Souza do. II. Navoni, Julio Alejandro. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

(4)

BRUNA RAFAELLA FREITAS PEREIRA

Dissertação submetida ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________

Prof(a). Dr(a). VIVIANE SOUZA DO AMARAL

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN)

______________________________________________

Prof(a). Dr(a). JEAN LEITE TAVARES

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (Externo ao PRODEMA/UFRN)

_______________________________________________ Prof(a). Dr(a). RAQUEL FRANCO DE SOUZA

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meu verdadeiro amigo, por me conceder o dom da vida e da fé. Por permitir que eu realizasse esse grande sonho, iluminando cada instante dos meus dias!

À minha mãe, Joselita Freitas (in memoriam), por abdicar de seus sonhos, para que os meus se tornassem realidade. Por sempre ter me apoiado nas minhas decisões e acreditado que sou capaz de conseguir tudo que almejo. Pelo exemplo de educação, constantes incentivos e conselhos. Eternas saudades. Amo você.

À Zaiama Lima, por compartilhar e participar da realização deste trabalho. Obrigada por sempre me escutar, apoiar, incentivar e acreditar que eu era capaz.

Aos meus alunos, que mesmo sem perceberem contribuíram me dando forças e por me fazerem rir quando queria chorar.

À minha orientadora, Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral, pela oportunidade de fazer parte do seu grupo de pesquisa, pela amizade, dedicação, apoio e pela orientação.

Ao meu coorientador, Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni, pelo constante apoio, dedicação e pelos diversos ensinamentos, tanto na vida profissional como, principalmente, na minha vida pessoal. À Profa. Dra. Cibele Soares Pontes, membro da minha banca de qualificação, pelas sugestões dadas ao trabalho de percepção ambiental.

Ao Prof. Dr. Jean Leite Tavares e Profa. Dra. Raquel Franco de Souza por prontamente aceitarem o convite de compor a banca de defesa deste trabalho.

Ao Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo suporte financeiro.

À Mineração Tomaz Salustino S.A (Mina Brejui) e a Fazenda Bento Nunes pela autorização das coletas de águas.

Aos alunos e gestores da Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques e Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira, pela disponibilidade em participar desta pesquisa.

Ao amigo Albany, por sempre estar disposto a me ajudar. Você faz parte desse trabalho. À Luiza, pela disponibilidade de sempre. O Laboratório GENETOX não seria o mesmo sem você.

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RESUMO

MINERAÇÃO DE SCHEELITA NO SEMIÁRIDO POTIGUAR: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E PERCEPÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS

DEGRADADAS POR ESTA ATIVIDADE ANTRÓPICA

A contaminação dos recursos hídricos provenientes das ações antrópicas, como a mineração, é uma fonte de preocupação para a saúde pública, sobretudo devido às misturas complexas presentes nos efluentes que são lançados nas águas superficiais destinadas ao consumo humano. Um dos principais impactos causados pela atividade mineradora é o aporte de metais pesados no solo. Em virtude disso, há uma supressão da vegetação e uma alteração na qualidade da água pela presença de substâncias carreadas nos efluentes das áreas de mineração. As atividades de lavra e do processamento mineral também podem contribuir para a poluição das águas superficiais e subterrâneas, caso não haja controle rigoroso das operações envolvidas. Adicionalmente, os processos erosivos e de assoreamento que ocorrem nas minas e nas pedreiras, podem contribuir para o aumento na concentração de metais pesados nos corpos d’água. Diante deste cenário, o presente estudo teve por objetivo avaliar a toxicidade genética induzida por rejeitos oriundos de uma Mina localizada no Semiárido Potiguar, associado ao estudo de percepção ambiental sobre a temática da mineração e os vários compartimentos ambientais com alunos do ensino fundamental II. Para as análises dos parâmetros físicos e químicos e para o teste de mutagenicidade, foram coletadas amostras de água do rejeito na área da Mina Brejui, na cidade de Currais Novos, e na Fazenda Bento Nunes, na cidade de Santa Cruz, sendo esta uma área controle. Para abordar a problemática ambiental, foram aplicados questionários em duas escolas da rede pública de ensino nas áreas em estudo. Os resultados relacionados ao estudo de percepção ambiental permitiram uma comparação entre as escolas, de modo a se tornar possível a formulação de um diagnóstico do desempenho de cada uma em relação à percepção ambiental. A análise dos envolvidos evidenciou o processo de construção dos conhecimentos ambientais, com os quais os alunos percebem o impacto desse tipo de atividade (mineração) para o meio ambiente, independentemente de estar inserido nesta realidade ou não. As análises físico-químicas revelaram a presença de substâncias inorgânicas em níveis superiores às concentrações permitidas pela legislação brasileira, sobretudo de Al, NH3 e fósforo total, para as coletas realizadas. Sendo o Alumínio um dos principais metais associados a contribuir com a provável contaminação, o que pode estar associado com o período de chuvas e, portanto, com a alta turbidez, além de altas concentrações de Zn, Ni, Co, Cr, Fe, Mn e Cu. Adicionalmente, foi possível inferir que as águas coletadas na Mina Brejui, apresentaram ação genotóxica para o organismo-teste

Allium cepa. O ponto referente ao rejeito menor apresentou um aumento nos índices de alterações

cromossômicas. Os resultados deste estudo alertam para os riscos que os despejos oriundos da mineração caracterizam para os corpos hídricos, principalmente pela complexa constituição química que apresentam.

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ABSTRACT

SCHEELITA MINING IN THE POTIGUAR SEMIARID: QUALITY ASSESSMENT AND ENVIRONMENTAL PERCEPTION IN AREAS DEGRADED BY THIS

ANTHROPIC ACTIVITY

Contamination of water resources from anthropic actions, such as mining, is a concern for public health, especially due to the complex mixtures present in effluents that are discharged into surface waters intended for human consumption. One of the main impacts caused by mining activity is the input of heavy metals in the ground. As a result, there is a suppression of vegetation and a change in water quality by the presence of substances carried by the effluents of the mining areas. The activities of mining and mineral processing can also contribute to water surface and underground pollution, if there is no strict control of the operations involved. Additionally, erosion and siltation processes that occur in mines and can contribute to the increased concentration of heavy metals in water given this scenario. The present study aimed to assess the induced genetic toxicity by waste from a Potiguar a mine located at the Potiguar Semiarid linked to an environmental perception study on the subject of mining and the various environmental compartments performed with primary school students. For the analysis of the physical and chemical parameters and for mutagenicity testing, water samples were collected from Brejui Mine in the city of Currais Novos and Fazenda Bento Nunes in the city of Santa Cruz, this last one being a control area. To address the environmental issue, questionnaires in two public schools in the study areas were applied. The results related to the study of environmental perception allowed a comparison between schools and in this way make it possible to formulate a diagnosis of the performance relation of each one to environmental perception. The analysis showed the construction process environmental knowledge, with which students perceive the impact of this type of activity (mining) to the environment, regardless if whether it is inserted in their reality or not. Physico-chemical analysis revealed the presence of inorganic substances higher than the concentrations allowed by Brazilian legislation, especially Al, NH3 and total phosphorus for the samplings performed. Aluminum was one of the main metals associated to contribute with a likely contamination, which may be associated with the rainy station and therefore with high turbidity and high concentrations of Zn, Ni, Co, Cr, Fe, Mn and Cu. Additionally, it was possible to infer that the sampled waters collected at the Brejui Mine showed genotoxic action for the test organism Allium cepa. The point referring to the smaller tailing showed an increase in the indices related to Chromosomal abnormalities. The results of this study warn about the risks that mining waste characterize for the water bodies, mainly by the chemistry complex constitution which they present.

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LISTA DE FIGURAS

1. Pilha de rejeito, Mina Brejui... 13

2. Representação esquemática da formação de micronúcleos... 16

3. Localização da Área 1, Currais Novos... 19

4. Localização da Área 2, Santa Cruz... 19

5. Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira... 20

6. Escola Estadual Judith Bezerra de Melo... 20

7. Retirada das cascas e catafilos... 22

8. Amostras em seus tratamentos... 22

9. Preparação das lâminas... 23

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LISTA DE TABELAS

1. Características ambientais reportadas pela população que descrevem o

ambiente não saudável... 36

2. Percepção de danos ao meio ambiente... 37

3. Fontes poluidoras do ar descritas pela população estudada... 38

4. Motivos pela escolha do tipo de água utilizada... 38

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL... 11

1.1. Contaminação Antrópica – Mineração... 11

1.2. Contaminação Aquática - Metais Pesados... 13

1.3. Allium cepa como Sistema-Teste para o Monitoramento Ambiental... 16

1.4. Percepção Ambiental... 17

2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO... 19

3. METODOLOGIA GERAL... 21

3.1. Coleta das amostras... 21

3.2. Preparo das amostras teste Allium cepa... 21

3.2.1. Descontaminação do ambiente e limpeza das amostras... 21

3.2.2. Preparação das amostras... 22

3.2.3. Tratamento das raízes... 23

3.2.4. Preparação das lâminas... 23

3.2.5. Análises microscópicas... 23

3.3. Percepção Ambiental... 24

4. REFERÊNCIAS ... 25

CAPÍTULO 1 – A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II COMO ISNTRUMENTO DE BASE PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA PROPSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL... 32 RESUMO... 32

ABSTRACT... 32

1.INTRODUÇÃO... 33

2. METODOLOGIA... 35

2.1 Caracterização da Área de Estudo... 35

2.2 Avaliação da Percepção Ambiental... 36

2.3 Análises Estatisticas... 36

3. RESULTADOS E DICUSSÃO... 37

4. CONCLUSÃO... 42

5. REFERENCIAS... 44

CAPÍTULO 2 – INVESTIGAÇÃO DA TOXICIDADE GENÉTICA DO REJEITO DE SCHEELITA EM CÉLULAS MERISTEMÁTICAS DE Allium cepa... 46 RESUMO... 46

ABSTRACT... 47

1. INTRODUÇÃO... 48

(11)

2. MATERIAL E MÉTODOS... 49

2.1 Caracterização da Área... 49

2.2 Preparação das Amostras... 51

2.3 Bioensaios com Allium cepa... 52

2.4 Teste de Alterações Cromossômicas e do Micronúcleo, realizados com Células meristemáticas de Allium cepa... 52 2.5 Análises Estátisticas... 53

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 54

3.1 Análise de Metais no Solo... 54

3.2 Análises Físico-químicas e do Conteúdo de Metais em Amostras de Água... 57

3.3 Análise da Dinâmica na Composição Metálica Ambiental... 59

4.4 Ensaio Ecotoxicológico com Allium cepa... 60

4. CONCLUSÃO... 67 5. REFERÊNCIAS... 69 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A água tem fundamental importância para a manutenção da vida no planeta (BACCI & PATACA, 2008). É por meio dela, que os relevos são modelados, os solos são formados, a fauna, a flora, o clima, a sociedade, enfim, seja de forma direta ou indireta ela se configura como um propulsor de vida (SILVA, 2017). A utilização da água pela sociedade humana visa atender suas necessidades pessoais, atividades econômicas (agrícolas e industriais) e sociais (SOUZA et al., 2014). No entanto, atividades humanas têm alterado características naturais dos ecossistemas, refletindo em perdas significativas de espécies e impactos, incluindo eutrofização, acidificação, mudanças de uso da terra, bem como alterações na conectividade dos ecossistemas e suas condições físicas (ORMEROD et al., 2010).

A poluição dos recursos hídricos é um problema mundial (RADIĆ et al., 2010). A contaminação aquática por despejos industriais e domésticos é uma grande preocupação para a saúde pública (MARIA et al., 2003), sobretudo devido as misturas complexas presentes nos efluentes que são lançados nas águas superficiais destinadas ao consumo humano (MUMTAZ, 1995; DEWHURST et al., 2002). Estas misturas tóxicas podem conter metais pesados, agrotóxicos e outras substâncias que, juntas, podem agravar as condições ambientais e, consequentemente, afetar todos os organismos aquáticos (HOSHINA et al., 2009).

1.1. Contaminação Antrópica – Mineração

Dentre as atividades antrópicas, a extração mineral é exercida desde a pré-história, cujas fases são divididas em função dos tipos de minerais utilizados: idades da pedra, do bronze, do ferro (FERREIRA e FERREIRA, 2008). A atividade de mineração disponibiliza os recursos minerais essenciais ao desenvolvimento socioeconômico, que por sua vez, implica em maior consumo de bens minerais. Porém, não se pode negligenciar a importância de garantir a qualidade e disponibilidade dos recursos naturais indispensáveis ao desenvolvimento da sociedade (NASCIMENTO, 2015). De acordo com o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), a mineração inclui a exploração das minas subterrâneas e de superfície, as pedreiras e os poços, incluindo-se todas as atividades complementares para preparar e beneficiar minérios em geral, na condição de torná-los comercializáveis, sem provocar alteração, em caráter irreversível, na sua condição primária.

No Brasil, a atividade mineradora teve início no período colonial através da descoberta da primeira jazida de ouro em 1590 (PINTO, 2000). De acordo com o IBRAM (2012) a Indústria Mineral Brasileira registrou ao longo da última década um crescimento vigoroso decorrente das profundas mudanças socioeconômicas e de infraestrutura que o Brasil tem

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vivenciado. Entretanto, a atividade mineral sofreu uma redução em suas expectativas em razão da crise mundial.

No semiárido brasileiro, abrangendo os Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, está localizada a Província Scheelitífera do Seridó, onde ocorrem as principais mineralizações de scheelita (CaWO4), constituindo-se a maior concentração de minério de tungstênio do país (DANTAS, 2000). O tungstênio é um material estratégico, pois possui uma ampla aplicação cotidiana, especialmente nas indústrias elétricas, bélica e espacial (GERAB, 2014). No município de Currais Novos-RN, algumas mineradoras iniciaram a exploração de scheelita na década de 1940, com destaque a mina Brejuí, considerada a maior mina de scheelita da América do Sul (SOUSA e CAMELO, 2008). Suas atividades se iniciaram no ano de 1943, data da descoberta do minério no estado do RN (MINERAÇÃO TOMAZ SALUSTINO S.A., 2017). Entretanto, na década de 1990, a exploração se tornou inviável, levando à interrupção das atividades nessa mina, devido à queda do preço do tungstênio no mercado internacional resultante da maior oferta desse minério por parte da China (SOUSA e CAMELO, 2008).

O conjunto de operações realizadas visando à retirada de minério do depósito mineral é chamado lavra, e o depósito mineral em lavra é denominado mina. Esta designação é aplicada mesmo que a extração tenha sido suspensa. A lavra pode ser executada de modo bastante simples, por meio de atividades manuais ou por meios altamente mecanizados e em larga escala, como ocorre nas grandes minerações (TEIXEIRA et al., 2000).

O minério bruto não se encontra suficientemente puro ou adequado para que seja submetido a processos metalúrgicos ou para a utilização industrial. Assim, após a lavra, os minérios são submetidos a um tratamento ou beneficiamento, que os torna aptos à utilização. O tratamento divide o minério bruto em duas frações: concentrado e rejeito. Este último é a fração constituída quase que exclusivamente pelos “minerais de ganga” - minerais presentes nas jazidas, e que, devido a aspectos econômicos, tecnológicos ou composicionais, não são utilizados (MUNIZ; OLIVEIRA-FILHO, 2006).

Ao decorrer das atividades da mina Brejuí, o processamento mecânico de scheelita gerou elevadas quantidades de rejeito e estéril que foram acumuladas em pilhas a céu aberto sem nenhuma proteção, sendo expostas à ação do vento e da água da chuva (Figura 1) (PETTA

et al., 2014). Totalizando 3.110.400 toneladas (FERNANDES et al., 2009). As características desses rejeitos variam de acordo com o material de interesse e as substâncias químicas envolvidas no processo de extração de metais (ARAÚJO, 2006). Esses rejeitos são as principais fontes de degradação de uma mineração, na qual pode se afirmar que para região exploradora traz-se preocupantes fatores a serem abordados (CARVALHO et al.; 2002). A degradação da área é uma consequência inerente ao processo de mineração. A intensidade da degradação

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depende do volume, do tipo de mineração e dos rejeitos produzidos (MUNIZ & OLIVEIRA-FILHO, 2006).

Figura 1. Pilha de rejeito, Mina Brejui.

Foto: Autora, 2017.

1.2. Contaminação Aquática - Metais Pesados

Os metais estão intimamente relacionados com a manutenção da vida, uma vez que muitos deles participam de uma série de processos fisiológicos. Contudo, se estes mesmos metais estiverem em excesso, eles podem alterar as atividades vitais dos organismos (PATRA

et al., 2004). Desta forma, a poluição do solo e de sistemas aquáticos por metais pesados é um

fator que afeta a qualidade do meio ambiente e constitui risco eminente de intoxicação ao homem. Nos últimos anos, foram realizadas inúmeras pesquisas com a finalidade de avaliar os possíveis impactos ambientais relacionados ao aumento da concentração de metais pesados no meio ambiente (MUNIZ; OLIVEIRA-FILHO, 2006). Os metais podem ser introduzidos nos ecossistemas aquáticos de maneira natural ou artificial. Naturalmente, por meio do aporte atmosférico e chuvas, pela liberação e transporte a partir da rocha matriz ou outros compartimentos do solo onde estão naturalmente (SEYLER; BOAVENTURA, 2003). De modo artificial, por fontes antropogênicas de diversos ramos: esgoto in natura de zonas urbanas, efluentes de indústrias, atividades agrícolas, e rejeitos de áreas de mineração e garimpos (GOMES; SATO, 2011; MORAES; JORDÃO, 2002).

Seja qual for o caminho, natural ou antrópico, pelo qual os metais pesados alcançam o solo e a água, a composição total encontrada é de pouca utilidade para avaliar sua disponibilidade aos organismos (ALLEONI et al., 2005). O transporte de metais pesados no solo não é facilmente medido. No entanto, esse assunto é de grande importância, sobretudo se

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considerados os riscos que podem acarretar à qualidade das águas superficiais e subterrâneas, além dos elevados custos envolvidos em operações de remediação (SOARES et al., 2005).

Um dos principais impactos causados pela atividade mineradora é o que se refere a degradação visual da paisagem. A contaminação do solo influencia no crescimento e teor de metais pesados, apresentando teores mais elevados que a faixa considerada tóxica para o crescimento de diversas espécies, evidenciando o papel fitotóxico desses elementos (SOARES et al., 2001). Toda atividade de mineração implica numa supressão da vegetação, no impedimento de seu crescimento e na qualidade da água contaminada por substâncias carreadas nos efluentes das áreas de mineração, podendo chegar a atingir até mesmo as águas subterrâneas (MECHI; SANCHES, 2010). As atividades de lavra e processamento mineral podem contribuir para a poluição das águas superficiais e subterrâneas, caso não haja controle rigoroso das operações envolvidas. Atenção especial deve ser dada aos processos erosivos e de assoreamento que ocorrem nas minas e nas pedreiras, aos depósitos de material estéril permanente e de minério lixiviado, à área da usina de concentração e aos locais de descarte de água, entre outros (OLIVEIRA; LUZ, 2001).

Embora seja o solo uma barreira natural de proteção aos aquíferos, os fatores que governam sua capacidade em reter metais pesados são extremamente complexos, o que dificulta o seu entendimento e as possibilidades de previsão acerca do comportamento desses elementos, principalmente a longo prazo. Sabe-se que a maior ou a menor mobilidade dos metais pesados é determinada pela caracterização do solo e pelos teores de matéria orgânica e inorgânica que influenciarão as reações de precipitação, dissolução, adsorção, dessorção, complexação e oxirredução (OLIVEIRA; MATTIAZZO, 2001). Um dos efeitos mais sérios da contaminação ambiental por metais pesados é a bioacumulação dos poluentes nos organismos vivos. Animais e plantas podem concentrar os metais em níveis extremamente superiores aos encontrados no ambiente, possibilitando o transporte dos contaminantes para diversos níveis da cadeia alimentar (PAPAGIANNIS et al., 2004). Os metais pesados caracterizam uma classe de poluentes com ação mutagênica (CHRISTOFOLETTI, 2008), genotóxica e citotóxica. De acordo com Fiskesjö (1983) e Minissi & Lombi (1997), os efeitos genotóxicos dos metais sobre as plantas podem ser avaliados pela indução de alterações na estrutura e no número cromossômico e também por distúrbios no aparato mitótico.

O alumínio (Al) constitui um dos maiores poluentes dos solos e águas, sendo transferido entre os organismos via trófica, podendo, assim, causar sérios problemas tanto aos ecossistemas como à saúde humana (KREWSKI et al., 2007; ACHARY et al., 2008). Este metal, que chega ao homem pela via alimentar ou pela água, possui ação neurotóxica (PATRA et al., 2000). É também um metal altamente citotóxico para as

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plantas (PEJCHAR et al., 2008). Investigações realizadas por Fiskejö (1983; 1988) com bulbos de Allium cepa, tratados com sais de Al, demonstraram que este tratamento levou ao desenvolvimento de duas estruturas alongadas hialinas (incolor), formadas por material extravasado do núcleo, no citoplasma de algumas células das raízes de cebola. Segundo o autor, a genotoxicidade do Al se deve à dissolução nuclear e aderência cromossômica.

Metais pesados como chumbo (Pb) e cádmio (Cd) diminuem o índice mitótico (IM) e reduzem o número de células em metáfase e anáfase (WIERZBICKA, 1989; SAMARDAKIEWICZ; WOŹNY, 2005; FUSCONI et al., 2006). O Pb é um elemento químico que apresenta propriedades tóxicas para os organismos vivos, como, por exemplo, efeitos genotóxicos (GUERRA, 2009), que podem induzir atrasos cromossômicos, núcleos com cromatina mais condensada (SAMARDAKIEWICZ; WOŹNY, 2005) e células binucleadas, em consequência da inibição da citocinese (WIERZBICKA, 1989). O cádmio (Cd) é um metal pesado comumente utilizado em estudos ambientais devido à sua alta toxicidade, larga distribuição no ambiente e longo período de meia-vida (ALMEIDA et al., 2001; MARCANO et al., 2002). Em estudos realizados por Fiskejö (1988), bulbos de A. cepa tratados com cloreto de cádmio (CdCl2), em diferentes concentrações, apresentaram elevadas frequências de aderência cromossômica e C-metáfases. Os efeitos do Pb e Cd sobre os microtúbulos já eram conhecidos (WIERZBICKA, 1988; LIU et al., 1994; LIU et al., 2003), mas estudos posteriores mostraram que o cromo (Cr) também afeta o ciclo mitótico (GLIŃSKA et al., 2007) e induz a formação de micronúcleo e alterações cromossômicas em vegetais superiores como A. cepa (MATSUMOTO; MARIN-MORALES, 2004; MATSUMOTO et al., 2006). De fato, estes estudos apontam para o perigo da presença de metais pesados na água, principalmente aos danos no material genético dos organismos expostos.

1.3. Allium cepa como Sistema-Teste para o Monitoramento Ambiental

Testes citogenéticos são comumente aplicados no biomonitoramento da poluição e na avaliação dos efeitos combinados de substâncias tóxicas e mutagênicas, sobre os organismos no meio ambiente (MORAES, 2000). Neste sentido, vale a pena salientar que diferentes tipos de organismos são atualmente utilizados como bioindicadores, ou seja, espécies sentinelas que são usadas como indicadores para avaliação da qualidade ambiental dos possíveis efeitos de riscos naturais ou de origem antropogênica (SOUZA, 2015). As plantas atualmente têm uma vantagem de utilização quanto a abordagem ética. Segundo Ma et al. (1995), os vegetais, por serem receptores biológicos diretos de poluentes, constituem um importante material para testes genéticos e de monitoramento ambiental. Estes organismos respondem às alterações ambientais, exibindo altas frequências de células portadoras de aberrações que, frequentemente,

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estão associadas a instabilidades genéticas, decorrentes de exposição a condições desfavoráveis (BEZRUKOV; LAZARENKO, 2002).

O uso de vegetais superiores no diagnóstico e no monitoramento da poluição ambiental tem sido utilizado por diversos autores (COTELLE et al., 1999; GROVER; KAUR, 1999; MATSUMOTO; MARINMORALES; 2004; GRISOLIA et al., 2005; EGITO et al., 2007; SOUZA et al., 2009).

Dentre as plantas utilizadas para tais análises, destaca-se a espécie Allium cepa, pela sua eficiência de resposta a diversos agentes ambientais (GRANT, 1982; 1994), sendo, por isso, considerada um modelo eficiente para avaliação da contaminação ambiental terrestre e aquática (LEME; MARIN-MORALES, 2008; HOSHINA; MARIN-MORALES, 2009). Testes com

Allium cepa são comumente usados e bastante adequados por oferecer parâmetros microscópicos como aderências cromossômicas, pontes e fragmentações cromossômicas, anáfases prematuras, C-metáfases, que são eventos indicadores indiretos de mutagenicidade, além de quebras cromossômicas e formação de micronúcleo (Figura 2), que são indicadores diretos de alterações no conteúdo genético das células (CARITÁ; MARIN-MORALES, 2008).

Figura 2. Representação esquemática da formação de micronúcleos.

Fonte: Andrade, 2007.

O uso de Allium cepa como sistema-teste foi originalmente introduzido por Levan, em 1938, quando este autor demonstrou que a colchicina poderia causar distúrbios no fuso mitótico, levado a uma poliploidização das células meristemáticas das raízes de Allium. Desde então, adaptações na metodologia do teste de A. cepa têm sido realizadas, possibilitando uma avaliação e classificação mais abrangente de químicos, sendo eles, misturas complexas, como o caso de grande parte das amostras ambientais, ou substâncias puras (FISKEJÖ, 1985; RANK; NIELSEN, 1993; MA et al., 1995).

(18)

Estudos realizados por Caritá e Marin Morales (2008), também mostram uma eficiência do teste de A. cepa na avaliação de contaminantes de recursos hídricos. Os autores apontaram a presença de substâncias tóxicas com a potencialidade de induzir efeitos clastogênicos e aneugênicos, como quebras e perdas cromossômicas, em águas que receberam efluentes industriais (CARITÁ; MARIN-MORALES, 2008). Outros estudos mostraram que ensaios de alterações cromossômicas na anáfase e telófase tem se mostrado um teste de genotoxicidade de alta confiabilidade (SMAKA-KINCL et al., 1996; NATARAJAN, 2002; KONUK et al., 2007; LEME et al., 2008; YILDIZ et al.; 2009; HOSHINA et al., 2009).

Os bioensaios realizados com Allium cepa, quando comparados com bioensaios realizados com animais, são considerados mais sensíveis para avaliações ambientais e de mais fácil execução (LEME; MARIN-MORALES, 2008), uma vez que a espécie Allium cepa possui uma alta taxa de germinação e um comportamento cromossômico bem conhecido, o que permite a obtenção de resultados seguros e consistentes (ALVIM et al., 2011). Os bioensaios com a espécie Allium cepa podem, ainda, ser realizados em um curto período, visto que o tempo, desde o processo de germinação até a coleta das raízes, é de cerca de cinco a seis dias (GRANT, 1982).

O acúmulo de dados obtidos com Allium cepa, pela ampla aplicação deste teste nos últimos anos, permite o estabelecimento de uma correlação entre a mensuração de alterações cromossômicas observadas com a potencialidade de desenvolvimento de câncer (BONASSI; AU, 2002). Segundo Obe et al. (2002), sabe-se hoje que organismos com elevadas frequências de alterações cromossômicas apresentam também um risco significativo de desenvolvimento de câncer.

1.4. Percepção Ambiental

Para Fernandes (2004) percepção ambiental é: “uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo”. Para este autor “cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive e as respostas daí decorrentes, são resultado das percepções (individuais e coletivas), dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa”.

A percepção ambiental tem se tornado uma ferramenta bastante aproveitada e importante para os estudos que consideram as relações entre meio ambiente e as atuações humanas como sendo uma forma de analisar as atitudes e valores, que são os principais formadores do elo afetivo entre a pessoa e o lugar, onde isso acaba refletindo em ações de conservação (LUCENA & FREIRE, 2011).

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Rodrigues et al. (2012), relatam ter sido em meados dos anos 60 que as análises da percepção começaram a ser discutidas também na área do meio ambiente, sendo que um exemplo da evolução dos estudos em percepção ambiental, foi à criação pela UNESCO, em 1973, do Projeto 13, “Percepção de Qualidade Ambiental”, ressaltando a importância da pesquisa em percepção ambiental para o planejamento do meio ambiente. Para Macedo (2005), o nível de conscientização ambiental de cada indivíduo está relacionado ao seu grau de percepção, sendo a percepção ambiental o pré-requisito para que se atinjam diferentes níveis de conscientização ambiental, tendo na somatória de educação e percepção um grande potencial para a efetiva preservação ambiental.

Enquanto que a qualidade de um lugar está relacionada com a qualidade de vida, e está essencialmente relacionada com a perspectiva de uma pessoa, a percepção ambiental é apenas uma maneira de olhar para a qualidade ambiental, seja em uma visão global ou apenas de um determinado local (VAN KAMP, 2003). Tratar de problemáticas ambientais e suas relações socioeconômicas se faz cada vez mais necessário, visto que este é um tema de relevância social predominante nos assuntos atuais. A abordagem dessa temática demanda uma parceria entre a comunidade escolar e local para a construção de conhecimentos significativos e elaboração de ações participativas do meio em que vivem os discentes (QUADROS, 2007). Para isso, a aplicação de um questionário constitui em uma das estruturas de consulta possíveis de serem seguidas, seja para observar a percepção, seja para coletar informações (BRASIL, 2009). Contudo, a percepção ambiental auxilia na tomada e formulação de políticas e diretrizes, e deve-se considerar diferentes formas de participação dos envolvidos com este tema (SPERANDIO, 2017).

Diante do exposto, esse trabalho teve como objetivo avaliar o impacto ambiental causado pelos rejeitos oriundos de áreas degradadas pela mineração de scheelita no Semiárido Potiguar, utilizando metodologias de genética toxicológica. Adicionalmente, foi realizada a percepção ambiental, contemplando a temática da mineração, de alunos do 9° ano do ensino fundamental II oriundos de duas escolas pertencentes da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte, tendo como diferencial, a localização destas Instituições, pois uma delas está situada em uma área com influência da atividade de mineração.

(20)

2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado em duas áreas previamente selecionadas: A área 1 (Figura 3) pertencente a Mineração Tomaz Salustino ltda, denominada Mina Brejuí, que está inserida no município de Currais Novos, cidade da microrregião Seridó Oriental do estado do Rio Grande do Norte, localizada a 180 km de Natal. E área 2 (Figura 4) designada de área controle, denominada Fazenda Bento Nunes, situada no município de Santa Cruz, cidade da microrregião Borborema Potiguar do estado Rio Grande do Norte, distante 120 km da capital e a 60 km da área 1. A escolha da área 2 como controle foi definida por se encontrar dentro das mesmas características de clima, solo e água, da área 1 e estando situada na mesma região semiárida e de fácil acessibilidade. Para cada área foram designados três pontos de coletas de água.

Figura 3. Área 1, Currais Novos.

Fonte: Autora.

Figura 4. Área 2, Santa Cruz.

Fonte: Autora.

S 6.32152° W 36.54927° S 6.32364° W 36.54810°

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Para se trabalhar a problemática ambiental, foram escolhidas duas escolas da rede pública de ensino. A primeira localizada em uma área próximo a mineradora, na cidade de Currais Novos, Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira (Figura 5), e a segunda, localizada no município de Santa Cruz, Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques (Figura 6).

A percepção ambiental foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN), mediante parecer nº CAAE 0158.0.051.000-10.

Os alunos foram convidados a responder um questionário tendo como finalidade conhecer a percepção dos participantes sobre vários aspectos relacionados à ar, água, solo, meio ambiente e atividade mineradora.

Figura 5. Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira.

Foto: Google Maps, 2012.

Figura 6. Escola Estadual Judith Bezerra de Melo.

(22)

3. METODOLOGIA GERAL 3.1. Coleta das amostras

As coletas de água para os testes físico-químicos ocorreram nos períodos de maior pluviosidade para a região, abril a junho, e no período de menor estiagem, outubro a dezembro. Foram identificadas e mensuradas características físico-químicas (Condutividade elétrica, Cor Verdadeira, Turbidez, pH, Sólidos Totais, Dureza total, Cálcio, Potássio, Nitrato, Nitrito, Ferro Dissolvido, Cloreto e Sulfato) e a presença e concentração de metais pesados (Alumínio, Cádmio, Cobalto, Cobre, Chumbo, Cromo, Ferro, Manganês, Níquel, Prata e Zinco). A análise de amostras de água foi realizada por espectrometria de indução acoplada (ICP-OES) seguindo as normativas internacionais de qualidade (USEPA, 2007). De modo a verificar se o risco é considerado aceitável, torna-se necessário caracterizá-lo, efetuando-se as coletas dentro dos padrões exigidos pela legislação vigente no país, de acordo com as normas, padrões e orientações estabelecidas pela Resolução CONAMA, 357/2005.

Para o teste Allium cepa as amostras de água foram coletadas com o auxílio de frascos âmbar e acondicionadas sob refrigeração, para serem, posteriormente, transportados para o laboratório de Genética Toxicológica (GENETOX) da UFRN, onde as amostras foram mantidas até serem utilizadas nos bioensaios. Esse teste vem se destacando devido a sua elevada sensibilidade, baixo custo, rapidez, facilidade de manipulação e da utilização de amostras sem tratamento prévio (LEME & MARIN-MORALES, 2009).

3.2. Preparo das amostras do Teste Allium cepa

Os experimentos foram conduzidos como descrito por Guerra e Souza (2002). No qual foram selecionados 24 bulbos de cebola (Allium cepa), cor branca, com peso e diâmetros semelhantes, procedentes do comércio local. O preparo foi constituído em cinco etapas: 1) Descontaminação do ambiente e limpeza das amostras, 2) Preparação das amostras, 3) Tratamento das raízes, 4) Preparação das lâminas e 5) Análises microscópicas.

3.2.1 Descontaminação do ambiente e limpeza das amostras

Nessa primeira etapa, foram retiradas as cascas e catafilos das cebolas e a parte da raiz cortada superficialmente (Figura 7). Em seguida, as mesmas foram colocadas em frascos de 50 mL com água destilada cada e identificadas. Ficando os bulbos em contato com a água destilada por 72 horas.

(23)

Figura 7. Retirada das cascas e catafilos.

Foto: Autora.

3.2.2 Preparação das amostras

Para cada ponto, as amostras foram preparadas em triplicadas. Onde colocou-se as raízes das cebolas em contato direto com cada ponto de coleta obtido e o MMS – metil metano sulfonato como controle positivo e água destilada como controle negativo do experimento. As amostras foram armazenadas durante 72 horas em temperatura ambiente, estando as raízes em contato com seus respectivos tratamentos (Figura 8), para posterior análise.

Figura 8. Amostras em seus tratamentos.

(24)

3.2.3 Tratamento das raízes

As raízes das cebolas que cresceram em meio aos seus respectivos tratamentos, foram cortadas em aproximadamente, 0,5 a 2,0 cm a partir de sua porção inferior, considerando-se que nessa área há um grande número de células em divisão celular.

Para a fixação das raízes, foi utilizado a solução fixadora de Carnoy (1:3, ácido acético glacial: álcool etílico), na qual as raízes permaneceram imersas, por 10 minutos. Após a fixação, as raízes foram submetidas à solução para hidrólise ácida (em ácido clorídrico a 1M) por 5 minutos e por fim colocadas em orceína acética a 1% por 10 minutos para fase de coloração.

3.2.4 Preparação das lâminas

A região terminal das raízes de cada amostra foi fragmentada, com auxílio de uma lâmina de gilete, em suas respectivas lâminas identificadas. E em seguida, adicionou-se uma gota da solução de coloração orceína a 1% (em ácido acético) no material fragmentado de cada amostra. A fim de que ocorresse a coloração, foram colocadas lamínulas por cima, deixando o material descansar por alguns minutos. Para a montagem final das lâminas, lâmina e lamínula juntas ficaram envoltas em várias dobras de papel absorvente e pressionadas com o polegar, para que ocorresse o esmagamento do material contido entre elas. Em seguida, o excesso do corante foi retirado e a lamínula selada com esmalte incolor (Figura 9).

Figura 9. Preparação das lâminas.

Foto: Autora

3.2.5 Análises microscópicas

Para os aspectos microscópicos, o proposito foi analisar o índice mitótico (Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase), assim como também a presença micronúcleo e alterações cromossômicas para detecção de danos ao DNA (Figura 10). As observações das lâminas foram realizadas em microscópio óptico da marca Olympus e modelo CX 31 a uma magnitude de 40x e 100x em imersão, observando-se o número de células em cada fase da mitose.

(25)

Figura 10. Alterações cromossômicas.

Foto: Autora.

3.3 Percepção Ambiental

A coleta de dados para a percepção ambiental foi realizada com 86 discentes da Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira e da Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques do 9° ano do Ensino Fundamental II por meio de um questionário semiestruturado, de modo a investigar as visões de ambiente. A escolha da utilização do questionário deu-se a partir das concepções de Pessano et al. (2013) de que o procedimento é um clássico das ciências sociais e ambientais para obtenção e registro de dados.

Este instrumento foi composto por 45 questões com opções objetivas e subjetivas, que teve o intuito de registrar os conhecimentos prévios sobre a percepção ambiental em relação às principais problemáticas ambientais. O questionário (Anexo II) abrangeu perguntas a respeito do perfil dos estudantes (idade, gênero, e naturalidade), questões sobre conhecimento de danos ao meio ambiente, a atividade mineradora, determinantes de exposição e uma análise de vulnerabilidade socioeconômica baseada na investigação das necessidades básicas insatisfeita. Para a análise e interpretação dos dados foi usado o programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package for the Social Science) e técnicas estatísticas descritivas, como distribuição de frequência e tabulação cruzada (ou crosstabs).

(26)

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CAPÍTULO 1

A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II COMO INSTRUMENTO DE BASE PARA O

DESENVOLVIMENTO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Bruna Rafaella Freitas Pereira1, Julio Alejandro Navoni1,2, Cibele Soares Pontes¹,3 e Viviane Souza do Amaral1,4

¹Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFRN). E-mail:brafaellafreitas@gmail.com. ²Diretoria Acadêmica de Recursos Naturais/IFRN.

E-mail:navoni.julio@gmail.com. ³Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN. E-mail:

cibelepontes.ufrn@yahoo.com.br. ⁴Departamento de Biologia Celular e Genética/UFRN. E-mail: vi.mariga@gmail.com.

Resumo

A evolução do conhecimento humano tem provocado modificações nos valores e modos de vida da sociedade. Tais alterações acabaram por gerar inúmeros problemas ambientais. Em decorrência deste processo de degradação, a Educação Ambiental surge como resposta à preocupação da sociedade com o desenvolvimento sustentável, por meio da formação de uma atitude ecológica nas pessoas. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi investigar e comparar a percepção ambiental de alunos do 9° ano do ensino fundamental II oriundos de duas escolas pertencentes da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte, tendo como diferencial, a localização destas Instituições, pois uma delas está situada em uma área com influência da atividade de mineração. Desta forma, este estudo de percepção avaliou o impacto deste tipo de atividade no cotidiano dos alunos que a vivenciam em relação aos estudantes que estão distantes desta realidade. Como instrumento de análise foi utilizado um questionário com 45 perguntas acerca dos seguintes aspectos: características sociodemográficas, percepção ambiental, determinantes de exposição e a vulnerabilidade socioeconômica foram avaliados. Os resultados permitiram uma comparação entre as escolas, de modo a se tornar possível a formulação de um diagnóstico do desempenho de cada uma em relação à percepção ambiental. Constatou-se que, em geral, os discentes do município de Santa Cruz têm pouco conhecimento sobre a mineração como uma atividade econômica. No entanto, designam a atividade como precursora de grandes impactos ambientais. Os discentes de Currais Novos associaram a importância da mineração de scheelita no município a um ciclo econômico de crescimento da cidade. Por consequência, atribuem que a atividade causa uma exploração desordenada do meio ambiente, o que reflete a sérios problemas socioambientais. Assim, a análise das percepções ambientais dos envolvidos evidenciou o processo de construção dos conhecimentos ambientais, com os quais os alunos percebem o impacto desse tipo de atividade para o meio ambiente, independentemente de estar inserido nesta realidade ou não.

Palavras-chave: Percepção ambiental; educação; mineração. Abstract

The evolution of human knowledge has caused changes in the values and lifestyle of society. These changes led to numerous environmental concerns. As a result of this process of degradation, Environmental Education emerges as a response to society's concern for sustainable development, through the formation of an ecological attitude in people. In this sense, the objective of this study was to investigate and compare the environmental perception of students from the 9th year of elementary education II, from two schools belonging to the

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state education network of Rio Grande do Norte, one of them located in an area influenced by mining activity. In this way, this perception study evaluated the impact of this type of activity in the daily life of students who experience it in relation to students who are far from this reality. As an instrument of analysis, a questionnaire with 45 questions about the following aspects was used: Sociodemographic characteristics, environmental perception, exposure determinants and socioeconomic vulnerability were assessed. The results allowed a comparison between the schools, in order to make it possible to formulate a diagnosis of the performance of each one in relation to the environmental perception. It was found that, in general, the students of the municipality of Santa Cruz have little knowledge about mining as an economic activity. However, they designate the activity as a precursor of major environmental impacts. The students of Currais Novos associated the importance of the mining of scheelite in the city to an economic cycle of growth of the city. Consequently, they attribute that the activity causes a disorderly exploitation of the environment, which reflects serious socio-environmental problems. Thus, the analysis of the environmental perceptions of the involved evidenced the process of construction of the environmental knowledge, with which the students perceive the impact of this type of activity to the environment, independently of being inserted in this reality or not.

Keywords: Environmental perception; education; mining. 1. INTRODUÇÃO

A evolução do conhecimento humano, principalmente nas ciências e tecnologias tem provocado modificações nos valores e modos de vida da sociedade (PALMA, 2005). O processo industrial, o crescimento das cidades, o aumento na utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos, geraram profundas mudanças sociais, afetando principalmente a percepção do ambiente pelos indivíduos, que passaram a vê-lo como um objeto de uso para atender suas vontades, sem se preocupar em estabelecer limites e critérios apropriados. Tais fatores acabaram por gerar inúmeros problemas ambientais que podem afetar a qualidade de vida no planeta (SMILJANIC & JUNIOR, 2017).

Em decorrência deste processo de degradação, a Educação Ambiental surge como resposta à preocupação da sociedade com o desenvolvimento sustentável. Sua proposta principal é a de superar a divisão entre natureza e sociedade, por meio da formação de uma atitude ecológica nas pessoas (TRAVASSOS, 2004). Entretanto, para que a Educação Ambiental seja efetiva, torna-se imprescindível um levantamento inicial das diversas formas de percepção do ambiente no qual os indivíduos estão inseridos, a fim de se compreender a visão e a relação que cada um tem com o seu espaço (MARCATTO, 2007; BEZERRA; FELICIANO; ALVES, 2008).

A percepção sobre o meio ambiente tem sido objeto de diversas investigações que visam dar suporte às propostas de Educação Ambiental (CHAWLA, 2002; KAHN, 2002; TUAN, 1978). Por meio da avaliação da percepção ambiental pode-se compreender como os indivíduos com quem se pretende trabalhar percebem o ambiente em que vivem. Suas fontes de satisfação

Referências

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