• Nenhum resultado encontrado

A análise da personagem nos mostra que a prática do sensacionalismo pode interferir na coletividade de uma sociedade, assim como Rita interferiu dentro da narrativa. A autora sofreu vários ataques da imprensa britânica, levados à comissão Leveson. Devido a isso, a personagem acaba sendo uma crítica ao mau jornalismo praticado por diversos profissionais da área.

Voltando aos aspectos trazidos por Karam (2004), sobre o que um jornalista deve levar em consideração na hora de produzir suas reportagens, temos a questão da verdade, legitimidade e ainda a separação de opinião e informação. Na narrativa, Skeeter deixa esses aspectos de lado, aderindo ao sensacionalismo, prejudicando assim a jornada de outros personagens da história.

Tanto a jornalista da série quanto o Profeta Diário agem de acordo com regras estipuladas pelo governo que exerce certa censura sobre as notícias publicadas. Fora da ficção, muitos jornais também são “controlados”, de alguma forma, por instâncias de poder, por outras instituições ou até mesmo por pessoas influentes que acabam prejudicando a veracidade das informações trazidas ao público.

Muitas vezes, o sensacionalismo não é percebido pelos profissionais que o exercem, pois esses não têm seu trabalho questionado. O fato de muitos jornais serem guiados pelo status quo faz com que jornalistas não percebam as reportagens sensacionalistas que produzem. Em outros casos, os profissionais acabam aderindo a ele como um modo de conseguir audiência para a mídia em que trabalha, como J. K. Rowling parece representar no caso da personagem Rita Skeeter em Harry Potter.

O jornalismo precisa seguir determinadas regras, as quais, muitas vezes, são ignoradas por profissionais, que agem como a personagem da história. O sensacionalismo faz com que as pessoas desacreditem da profissão de jornalistas, que deveriam levar a verdade ao público e não apenas notícias sobre tragédias e desastres para conseguir a emoção do público e, consequentemente, sua audiência. A prática do sensacionalismo traz consequências a coletividade, já que não leva a verdade ao público ou não busca confirmar os fatos que publicam.

Para finalizar, nós, profissionais de comunicação, podemos refletir sobre as atitudes representadas na ficção, como no caso de Rita Skeeter em Harry Potter, e buscar outros métodos para a construção de reportagens, levando ao público um jornalismo sério e de qualidade.

REFERÊNCIAS

ABORTO. In: Harry Potter Wiki. Disponível em: <http://pt- br.harrypotter.wikia.com/wiki/Aborto> acesso em: 1 dez 2017 ANIMAGO. In: Harry Potter Wiki. Disponível em: <http://pt- br.harrypotter.wikia.com/wiki/Animago> acesso em: 24 nov 2017.

ARAUJO, Ana Paula de. Tipos de Narradores. In: Infoescola. Disponível em: <https://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-narrador/> acesso em: 2 dez 2017. BARTHES, Roland. Crítica e Verdade. (Debates; 24 dirigida por J. Guinsburg). 3a edição. São Paulo: Perspectiva, 2007.

CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. Coleção debates dirigida por J. Guinsburg. São Paulo, Perspectiva S.A. 1987.

DOMÉSTICO, Elfo. In: Potterish: Dicionário Madame Pince. Disponível em: <http://wiki.potterish.com/index.php?title=Elfo_dom%C3%A9stico> acesso em: 25 jun 2017.

EFE. Autora de Harry Potter revela que assédio da imprensa a obrigou a mudar de casa in: R7 Notícias. 2011. Disponível em:

<http://noticias.r7.com/internacional/noticias/autora-de-harry-potter-revela-que- assedio-da-imprensa-a-obrigou-a-mudar-de-casa-20111124.html> acesso em: 27 nov 2017.

FRANQUIA "Harry Potter" ultrapassa R$ 10,9 bilhões de arrecadação in: Último Segundo. São Paulo, jul 2011. Disponível em:

<http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/franquia-harry-potter-ultrapassa-r- 109-bilhoes-de-arrecadacao/n1597094524875.html> acesso em: 10 ago 2017. FRAZÃO, Dilva. J. K. Rowling: Escritora britânica in: EBiografia, s/a. Disponível em: <https://www.ebiografia.com/j_k_rowling/> acesso em: 10 ago 2017.

GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Porto Alegre: Tchê, 1987.

GUILHERME, Luiz. O Jornalismo no mundo bruxo in: Potterish, 2014. Disponível em: <http://potterish.com/2014/05/o-jornalismo-no-mundo-bruxo-2/> acesso em: 13 maio 2017.

HIRATA, Giselle. O Feitiço perdura. Revista Mundo Estranho, São Paulo: Abril, Ed. 196, n. 7, 2017.

JUNG, C. Gustav. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964.

KARAM, Francisco José Castilho. Ética, deontologia, formação e profissão:

observações sobre o Jornalismo, in: Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol. I Nº 1, 2004.

LISTA de Feitiços. In: Ggryffindor. Disponível em:

<http://ggryffindor.blogspot.com.br/p/lista-de-feiticos.html> acesso em: 24 nov 2017. LOVEGOOD Xenofílio. In: Potterish: Dicionário Madame Pince. Disponível em: <https://wiki.potterish.com/index.php?title=Lovegood,_Xenof%C3%ADlio> acesso em: 24 nov 2017.

MESTIÇO. In: Harry Potter Wiki. Disponível em: http://pt-

br.harrypotter.wikia.com/wiki/Mesti%C3%A7o_(sangue) acesso em: 1 dez 2017. MONTELEONE, Joana. A bruxa que criou Harry Potter in: Super Interessante, Jul, 2004 atualizado em 2016. Disponível em: >https://super.abril.com.br/cultura/a-bruxa- que-criou-harry-potter/> acesso em: 10 ago 2017.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise Crítica da Narrativa. Brasília: Universidade de Brasília, 2013.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise Pragmática da Narrativa Jornalística. 2005. Disponível em http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R2419- 1.pdf Acesso em 30 maio 2017.

PENA de Repetição Rápida in: O Caldeirão Saltitante. 2014. Disponível em: <http://ocaldeiraosaltitante.blogspot.com.br/2014/12/aviso-para-os-leitores-do- blog.html> Acesso 5 maio 2017.

PROFETA VESPERTINO in: Harry Potter Wiki. Disponível em: <http://pt- br.harrypotter.wikia.com/wiki/Profeta_Vespertino> acesso em: 13 nov 2017 QUADRIBOL. In: Potterish: Dicionário Madame Pince. Disponível em: <

http://wiki.potterish.com/index.php?title=P%C3%A1gina:Quadribol> Acesso em 25 jun 2017.

RAUSCH, Fábio. Técnicas para uma codificação do jornalismo sensacionalista, SBPJOR, Palhoça, 2016.

REDAÇÃO, Mundo Estranho. Como surgiu a expressão “imprensa marrom”? In: Mundo Estranho. Abril de 2011 atualizado em agosto de 2016. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br/cultura/como-surgiu-a-expressao-imprensa- marrom/ acesso em: 5 maio 2017.

ROCHA, Everaldo. O que é mito. São Paulo: Brasiliense, 1996.

ROWLING, J.K. Harry Potter e a Pedra Filosofal. Rio de Janeiro: Rocco, 2000a. ROWLING, J.K. Harry Potter e a Câmara Secreta. Rio de Janeiro: Rocco, 2000b.

ROWLING, J.K. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Rio de Janeiro: Rocco, 2000c.

ROWLING, J.K. Harry Potter e o Cálice de Fogo. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. ROWLING, J.K. Harry Potter e a Ordem da Fênix. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. ROWLING, J.K. Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.

ROWLING, J.K. Harry Potter e as Relíquias da Morte. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

SODRÉ, Muniz. A Narração do Fato: Notas para uma teoria do acontecimento. 2a ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

STATUS QUO. In: Significados. Disponível em:

<https://www.significados.com.br/status-quo/> acesso em: 1 dez 2017. TOM Riddle. In Harry Potter Wiki. Disponível em: <http://pt-

Documentos relacionados