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Fluxograma 3: Trabalho como feito

4 CONCLUSÃO

A leitura de alguns livros e artigos que tratam de segurança traz a tona a vontade de divulgar as descobertas e avanços alcançados ao longo tempo. Este assunto vem sendo tratado há alguns anos por pessoas que se dedicam no estudo da redução dos índices de acidentes nas atividades laborais e diminuição de eventos que oferecem risco a vida de trabalhadores e de terceiros. As mudanças e aprimoramentos de sistemas técnicos, humanos e organizacionais começam com ideias e princípios inovadores que aos poucos são inseridos no cotidiano das atividades e, através da experiência prática demonstram resultados satisfatórios dentro do objetivo pretendido. Essa monografia pretende chamar a atenção para uma visão diferente de tratar o safety, e que tem lógica, pois leva a perceber e analisar os eventos que tem resultados satisfatórios, porque os tendo como meta, pode-se fazer com que menos resultados adversos aconteçam. Fazendo uma comparação entre otimistas e pessimistas; os pessimistas focam sempre em resultados negativos que dificilmente acontecem, e quando acontecem falam de maneira orgulhosa que ele havia avisado que aconteceria. Já o otimista em sua atividade, busca pensar nos resultados positivos e se previne para eventualidades. Após essa pequena comparação, o próximo passo do safety será essa busca aos resultados positivos com prudência, sem deixar de prestar atenção aos eventos adversos, dando uma abrangência mais adequada aos eventos que podem gerar um resultado desejado ou indesejado.

A necessidade de uma visão mais globalizada, que não é única e nem irreversível, possibilita ver a safety-II como uma evolução natural do safety-I, sem a necessidade de mudança imediata. A transição de maneira harmoniosa na prática, trará uma adequação mais eficaz dos paradigmas e princípios abordados, fortalecendo o objetivo de todos que é ter um sistema de segurança mais eficiente, e quem sabe chegar ao ponto máximo desejado, “ZERO ACIDENTE”.

Não se pode afirmar que os conceitos observados no Safety-I estão obsoletos, mesmo com os sistemas sociotécnicos se tornando cada vez mais complexos. Independente disso os dois sistemas são complementares, precisando somente adequar os princípios e combiná-los na forma de pensar. O ajuste de desempenho naturalmente facilitará a transição para conceitos abordados no Safety-II provavelmente a médio e longo prazo. Estes conceitos serão uma escolha natural devido o desenvolvimento

dos sistemas complexos e assim quebrará a barreira do contexto sistêmico. Como observado durante o desenvolvimento do trabalho a maioria dos eventos adversos ainda são relativamente simples e podem ser tratados com relativa facilidade sem consequências graves, e podem continuar a ser tratados da mesma maneira. Mas há um número crescente de casos em que essa abordagem não funcionará. Demostrando a necessidade de emprego da “evolução” do safety, para isso, é necessário transcender e adotar uma visão do Safety-II, que significa essencialmente adotar uma visão de engenharia de resiliência, que é uma maneira diferente de olhar para a segurança, e de aplicar muitos dos métodos e técnicas conhecidas, portanto, os dois princípios podem ser empregados harmonicamente.

REFERÊNCIA

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GLOSSÁRIO

Ajustes: Quando as condições de trabalho são sub especificadas ou quando o tempo ou os recursos são limitados, é necessário ajustar o desempenho para corresponder às condições. Esta é a principal razão para a variabilidade do desempenho. Mas as próprias condições que fazem os ajustes de desempenho necessários também significam que os ajustes serão aproximados ao invés de perfeitos. As aproximações são, no entanto, na maioria das condições boas o suficiente para garantir um desempenho bem sucedido.

Bimodalidade: Componentes e sistemas tecnológicos funcionam de forma bimodal. Estritamente falando isso significa que para cada elemento e de um sistema, sendo o elemento qualquer coisa de um componente para o próprio sistema, o elemento funcionará ou não. Neste último caso, diz-se que o elemento falhou. O princípio bimodal, no entanto, não se aplica a humanos e organizações. Humanos e organizações são, em vez disso, multimodais, no sentido de que seu desempenho é variável – às vezes melhor e às vezes pior, mas nunca falhando completamente. Um "componente" humano não pode parar de funcionar e ser substituído da mesma forma que um componente tecnológico pode.

Compensação de eficiência, meticulosidade: A compensação de eficiência (ETTO) descreve o fato de que as pessoas (e organizações) como parte de suas atividades praticamente sempre devem fazer uma troca entre os recursos (tempo e esforço) que gastam na preparação de uma atividade e os recursos (tempo, esforço e materiais) que gastam para fazê-lo.

Emergente: Em um número crescente de casos é difícil ou impossível explicar o que acontece como resultado de processos ou desenvolvimentos conhecidos. Dizem que os resultados são emergentes e não resultantes. Resultados emergentes como não aditivos, não previsíveis do conhecimento de seus componentes.

Engenharia de resiliência: A disciplina científica que se concentra no desenvolvimento dos princípios e práticas necessários para permitir que os sistemas sejam resilientes.

Resiliência: Diz-se que um sistema é resiliente se pode ajustar seu funcionamento antes, durante ou após mudanças e distúrbios, e assim sustentar as operações necessárias em condições esperadas e inesperadas.

Safety-I: A segurança é a condição em que o número de desfechos adversos (acidentes / incidentes / quase perdas) é o mais baixo possível. A safety-I é alcançada tentando garantir que as coisas não deem errado, seja eliminando as causas de defeitos e perigos, ou contendo seus efeitos.

Safety-II: A segurança é uma condição em que o número de resultados bem sucedidos é o mais alto possível. É a capacidade de ter sucesso em condições variadas. A segurança II é alcançada tentando garantir que as coisas deem certo, em vez de impedi-las de dar errado.

Sistemas intratáveis: Os sistemas são chamados de intratáveis se é difícil ou impossível de seguir e entender como eles funcionam. Isso normalmente significa que o desempenho é irregular, que as descrições são complicadas em termos de partes e relações, e que é difícil entender os detalhes de como o sistema funciona. Sistemas intratáveis também são sub especificados, o que significa que é impossível fornecer uma especificação completa de como o trabalho deve ser realizado para um conjunto suficientemente grande de situações.

Sistema Sociotécnico (STS): no desenvolvimento organizacional é uma abordagem do projeto de trabalho organizacional complexo que reconhece a interação entre as pessoas e a tecnologia nos locais de trabalho. O termo também se refere à interação entre as complexas infraestruturas da sociedade e ao comportamento humano.

Sistemas tratáveis: Os sistemas são chamados de tratáveis se é possível seguir e entender como eles funcionam. Isso normalmente significa que o desempenho é altamente regular, que as descrições são relativamente simples em termos de partes e relações, e que é fácil entender os detalhes de como o sistema funciona.

Variabilidade de desempenho: A abordagem contemporânea da segurança (Safety- II), baseia-se no princípio da equivalência de sucessos e falhas e no princípio dos ajustes aproximados. O desempenho é, portanto, na prática sempre variável. A variabilidade de desempenho pode se propagar de uma função para outra, e assim levar a efeitos não lineares ou emergentes.

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