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Conforme exposto na introdução, esta monografia teve o objetivo geral de identificar os valores orçados e executados com relação ao meio ambiente, nos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza/Ce, no período de 2008 a 2012, no intuito de identificar a realidade dos investimentos municipais com relação ao meio ambiente. Para tanto, utilizou-se dados da Secretaria do Tesouro Nacional e do Tribunal de Contas do Município do Estado do Ceará, sendo eles, Balanço Anual e Lei Orçamentária Anual, respectivamente.

Segundo a análise comparativa dos valores orçados e executados para a Função Gestão Ambiental entre 2008 e 2012, pode-se inferir que os índices apresentados por estes municípios são baixos considerando o total de despesas fixadas em cada orçamento, provavelmente, abaixo do mínimo necessário.

É preocupante o fato da maioria das prefeituras despenderem menos de 1% de seu orçamento para investimento em questões ambientais, tornando-se mais agravante, se levado em conta, os municípios de Chorozinho e Pindoretama que não destinaram valores em nenhum momento. Diante de tal afirmação, pode-se dizer que os municípios brasileiros não atendem de maneira favorável a imposição da Constituição Federal do Brasil com relação aos cuidados que os órgãos públicos devem ter com o meio ambiente.

Salienta-se que, como resultado consequente do descaso dos administradores municipais com a manutenção do patrimônio natural, tem-se vários municípios com graves problemas ambientais no Estado do Ceará, tais como, elevados índices de queimadas, escassez de água, assoreamento ou em processo de desertificação.

Em relação aos outros municípios da região em questão, Fortaleza, capital do Estado do Ceará, lidera, substancialmente, os investimentos em meio ambiente, alocando, em todos os períodos, mais que a soma das outras 14 (quatorze) prefeituras. Mesmo considerando o orçamento geral, este ainda continua liderando. Além disso, tem-se ainda, os municípios que orçaram valores para a Função Gestão Ambiental em algum dos períodos apresentados, mas não os executaram.

Baseando-se nos estudos supracitados, percebe-se que, apesar da preservação do meio ambiente ser um assunto constante nos debates sobre os impactos ambientais causados pelo desenvolvimento econômico e industrial, o investimento em políticas ambientais ainda é insuficiente no âmbito municipal, visto que, a maioria dos municípios em análise reservou menos de 1% de seu orçamento para tal financiamento.

Conclui-se, portanto, que grandes são os esforços e campanhas atuais de combate aos problemas ambientais, mas pouco é o que se pode demonstrar na prática que tem sido feito pelos gestores municipais. Infelizmente, o desenvolvimento em infraestrutura urbana continua sendo priorizado. Essa realidade é preocupante, principalmente, ao considerar que o Governo Federal é o principal responsável pelo estabelecimento das políticas públicas no país. Tentou-se, através desta pesquisa, trazer uma avaliação do comprometimento dos órgãos públicos municipais com a gestão ambiental, tendo em vista que os mesmos representam a consolidação das ações do Estado, influenciando diretamente a sociedade. Essa iniciativa mostra-se necessária, uma vez que são poucos os estudos nessa área. Salienta-se, no entanto, que algumas limitações dificultaram a coleta dos dados, uma vez que o Portal da Transparência da maioria dos municípios ainda não disponibilizam todas as informações aos usuários.

Recomenda-se, portanto, que a sociedade se faça mais presente em cobrar de seus gestores locais, políticas voltadas à preservação dos recursos naturais, para que seja possível atingir, num futuro próximo, um ambiente ecologicamente equilibrado e apropriado à vida humana em esfera global e que os gestores públicos se preocupem ainda mais em apresentar os gastos públicos em redes sociais para amplo conhecimento dos cidadãos.

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