• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3 ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS DE PESQUISA E SUA CONTRIBUIÇÃO

3.5 Conclusões

A AGPP tem uma visão mais voltada a aspectos operacionais do projeto de PD&I, o que engloba em sua maior parte atividades de suporte, ou em outras palavras, atividades- meio, não científicas, mas que são relevantes para o atendimento dos resultados dos projetos de PD&I. Já os processos de Gestão da Inovação têm como foco principal aspectos estratégicos e técnicos relacionados com atividades-fim, aquelas atividades diretamente relacionadas com a geração do produto ou serviço inovador, o que envolve a identificação de oportunidades de inovação, o desenvolvimento, lançamento e disseminação da inovação. Devemos notar que o processo de Gestão da Inovação não releva ou diminui a importância de mudanças organizacionais durante o desenvolvimento de inovações e o aprendizado contínuo da organização neste processo, o que envolve o desenvolvimento de capacidades internas tanto no âmbito administrativo como técnico. Pode-se concluir que os processos de Gestão da Inovação e de AGPP se retroalimentam e acontecem de forma concomitante ao longo do ciclo de vida de um projeto de pesquisa. O administrador de pesquisas pode ser um importante facilitador dos processos de Gestão da Inovação. Estes processos estão presentes no dia-a-dia das IPPs, mas cada instituição tem um conjunto de experiências, aprendizados e culturas que levam a diferentes formas de implementação de rotinas e diferentes níveis de maturidade. A criação, estabilização e adaptação de rotinas internas nas IPPs não é algo simples e requer lidar com limitações institucionais que impõem dificuldades e lentidão, o que acabam por prejudicar o desempenho e a competitividade das IPPs e da CT&I nacional. Além disso, fica patente que a contribuição da AGPP para os processos de Gestão da Inovação vai em direção de apontar como estes processos possuem muitos pontos de contato e acontecem de forma paralela ou até mesmo imbricada ao longo do ciclo de vida de um projeto de PD&I. O escopo da área de AGPP e sua permeabilidade no ciclo de vida dos projetos de PD&I reforçam a importância de estudos mais aprofundados sobre o impacto dos processos de AGPP na organização da CT&I e no desempenho das IPPs nacionais.

Futuras análises podem abordar estudos de caso para aprofundamento do entendimento de como os processos de Gestão da Inovação e AGPP convivem dentro das IPPs, e como estes processos refletem nas estruturas organizacionais destas instituições.

Referências

ANDERSEN, J. Preaward-Project Preparation. In: ANDERSEN, J. et al. (eds.). . Research

Management: Europe and Beyond. London: Elsevier Inc., 2017a. p. 147–171.

ANDERSEN, J. Postaward. In: ANDERSEN, J. et al. (eds.). . Research Management:

Europe and Beyond. London: Elsevier Inc., 2017b. p. 173–187.

ANDERSEN, J. et al. Research Management: Europe and Beyond. London: Elsevier Academic Press, 2017.

ANGELO, C. Scientists plead with Brazilian government to restore funding. Nature News, v. 550, n. 7675, p. 166–167, 4 Oct. 2017.

BEASLEY, K. L. The History of Research Administration. In: KULAKOWSKI, E. C.; CHRONISTER, L. U. (eds.). . Research Administration and Management. London: Jones & Bartlett Publishers, 2006. p. 9–29.

BIN, A.; SALLES-FILHO, S. Science, Technology and Innovation Management: Specificities and Conceptual Premises. International Joseph A. Schumpeter Society Conference-the

southern conference, n. i, p. 1–25, 2008.

BUSH, V. Science: The Endless Frontier. Transactions of the Kansas Academy of Science, v. 48, n. 3, p. 34, 1945.

CARVALHO, F. P. DE. Cooperação e alianças para a inovação e o desempenho das empresas brasileiras. In: SERGIO SALERNO, M. et al. (eds.). . Inovação: Estudo de jovens

pesquisadores brasileiros. 1a. Edição ed. São Paulo: Editora Papagaio, 2010. p. 465–484.

CGEE. Modelos institucionais das organizações de pesquisa. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 2010.

CHESBROUGH, H. Open Innovation: A New Paradigm for Understanding Industrial Innovation. In: CHESBROUGH, H.; VANHARVEBEKE, W.; WEST, J. (eds.). . Open

Innovation Researching a New Paradigm. New York: Oxford University Press, 2006. p. 1–

12.

CHRONISTER, L. U.; KULAKOWSKI, E. C. Introduction: Leadership and Management of the Research Enterprise in the 21st Century. In: KULAKOWSKI, E. C.; CHRONISTER, L. U. (eds.). . Research Administration and Management. Davis, California: Jones & Bartlett Publishers, 2008. p. 4.

CONFIES; MCTIC; SEBRAE. O que pensa o pesquisador brasileiro sobre a

Disponível em: http://confies.org.br/institucional/wp-

content/uploads/2017/03/pesquisa_o_que_pensa_o_pesquisador.pdf. Acesso em: 1 jul. 2019 DE NEGRI, F. et al. Inovação no brasil: crescimento marginal no período recente. Brasília:

IPEA, 2016. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/20161209_nt_34.pdf. FAPESP. Escritório de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIP). Disponível em: http://www.fapesp.br/eaip. Acesso em: 22 set. 2018.

FINANCIAR. Financiar Website. Disponível em: https://www.financiar.org.br/interna.php. Acesso em: 6 dez. 2018.

GOUSSEVSKAIA, A. A. et al. Inovação Interativa: Capital Social , Knowledge Sharing Routines e Formação de Redes Interorganizacionais. Caderno de Idéias, n. October 2005, p. 1–16, 2004.

HAGEDOORN, J. Inter-firm R&D partnerships: an overview of major trends and patterns since 1960. Research Policy, v. 31, n. 4, p. 477–492, 2002.

KLINE, S. J.; ROSENBERG, N. An Overview of Innovation. European Journal of

Innovation Management, v. 38, p. 275–305, 1986.

KULAKOWSKI, E. C.; CHRONISTER, L. U. The Future of Research Administration in the 21st Century: Looking into the Crystal Ball. In: KULAKOWSKI, E. C.; CHRONISTER, L. U. (eds.). . Research Administration and Management. Davis, California: Jones & Bartlett Publishers, 2008. p. 916.

LAM, A. Innovative organizations: Structure, Learning and adaptation. Open Mind, BBVA.

Innovation Perspectives for the 21st Century, n. April, p. 163–180, 2010.

LANDEN, M.; MCCALLISTER, M. The Research Administrator as a Professional: Training and Development. In: KULAKOWSKI, E. C.; CHRONISTER, L. U. (Eds.). . Research

Administration and Management. Davis, California: Jones & Bartlett Publishers, 2008. p.

916.

LANGLEY, D.; OFOSU, M. H. Celebrating a profession: the global perspective. Journal of

Research Administration, v. 38, p. 39–43, 2007.

LAURSEN, K.; SALTER, A. Searching high and low: What types of firms use universities as a source of innovation? Research Policy, v. 33, n. 8, p. 1201–1215, 2004.

LINDER, J. C.; JARVENPAA, S.; DAVENPORT, T. H. Toward an Innovation Sourcing Strategy. MIT Sloan Management Review, v. 45, n. 2, p. 26–32, 2004.

LUNDVALL, B.-Å. (ed.). National Systems of Innovation: Toward a theory of innovation

MACULAN, A.; ZOUAIN, D. M. Um novo paradigma para as instituições públicas de pesquisa. Revista de Administração Pública, v. 31, n. 6, p. 7–27, 1997.

MARQUES, F. Suporte sofisticado. Revista Pesquisa Fapesp, v. 225, n. nov, p. 32–35, 2014. MARQUES, F. Funding in crisis. Revista Pesquisa Fapesp, p. 20–29, Jun. 2017.

MEIRELLES, D. S.; CAMARGO, Á. A. B. Capacidades Dinâmicas: O Que São e Como Identificá-las? RAC, v. 18, n. 3, p. 41–64, 2014.

MYERS, P. E. Celebrating the First Forty Years of the Society of Research Administrators International. Journal of Research Administration, v. 38, p. 12,19-30, 2007.

NELSON, R. R. The Co-evolution of Technology, Industrial Structure, and Supporting Institutions. Industrial and Corporate Change, v. 3, n. 1, p. 47–63, 1994.

NELSON, R.; WINTER, S. An evolutionary theory of economic change. Harvard: Harvard University Press, 1982.

OECD. Manual de Oslo - Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. Brasília: OECD Publishing, 1997.

OLIVEIRA, F. S. DE et al. Dinâmica da formação de redes de PD&I: a experiência da

Embrapa Informática Agropecuária na articulação de Parcerias Público-Privadas (PPP).

VI SINGEP - Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e Sustentabilidade.

Anais...São Paulo-SP, Brazil: 2017

PACHECO, C. A.; BONACELLI, M. B. M.; FOSS, M. C. Políticas de estímulo à demanda por inovação e o Marco Legal de CT&I. In: COUTINHO, D. R.; FOSS, M. C.; MOUALLEM, P. S. B. (eds.). . Inovação no Brasil: avanços e desafios jurídicos e institucionais. São Paulo: Blucher Open Access, 2017. p. 213–240.

PAVITT, K. What We Know about the Strategic Management of Technology. California

Management Review, v. 32, n. 3, p. 17–26, 1990.

PIRES, J. C. DE S.; MACÊDO, K. B. Cultura Organizacional nas Organizações Públicas no Brasil. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 1, p. 81–104, 2006.

POLI, S. Who Are Today’s Research Managers? In: ANDERSEN, J. et al. (eds.). . Research

Management: Europe and Beyond. London: Elsevier Academic Press, 2018. p. 2–29.

QUADROS, R.; SANTOS, G. V. Da imitação à inovação: desafios da mudança

organizacional em empresas brasileiras. Revista Eletrônica Inovação, v. 1, p. 1–14, Sep. 2014.

RACC. Certified Research Administration Body of Knowledge (CRABoK). Disponível em: http://www.cra-cert.org/cra-body-of-knowledge/. Acesso em: 26 set. 2018.

RIBEIRO, V. C. DOS S.; SALLES-FILHO, S. L. M.; BIN, A. Gestão de institutos públicos de pesquisa no Brasil: limites do modelo jurídico. Revista de Administração Pública, v. 49, n. 3, p. 595–614, 2015.

SALLES-FILHO, S.; BONACELLI, M. B. M. Science and Public Policy Trends in the organization of public research organizations: lessons from the Brazilian case. Science and

Public Policy, v. 37, n. 3, p. 193–204, 2010.

TEECE, D. J. Dynamic Capabilities and Strategic Management. New York: Oxford University Press, 2009.

TEECE, D. J.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic Capabilities and Strategic Management.

Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509–533, 1997.

TEECE, D.; PISANO, G. The Dynamic Capabilities of Firms. Industrial and Corporate

Change, v. 3, n. 3, p. 537–556, 1994.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da Inovação. 5a. Edição ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3a. Edição ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.

UNESCO. Relatório de ciência da UNESCO: Rumo a 2030 - Visão Geral e Cenário

CAPÍTULO 4 – METODOLOGIAS E ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS PARA