• Nenhum resultado encontrado

AMERICANA QUE PARTICIPA EM OPERAÇÕES DE PAZ

6. CONCLUSÕES E ASSESSORAMENTO

As mais significativas questões relacionadas com as Nações da Região e as missões de paz das Nações Unidas aqui brevemente apresentadas e analisadas foram a contribuição americana para as

operações com o caso singular da MINUSTAH, as associações e integração de esforços pela paz e a formação e capacitação do pessoal que desdobra nas missões.

Desta apresentação, surgem ideias cujo

desenvolvimento contribuiria para melhorar o planejamento estratégica de cara ao futuro e a importância que para isto tem o diálogo entre todas as partes envolvidas.

O alicerce fundamental seria o acionamento do DPKO,

consolidando vínculos políticos e institucionais com os países da América para melhorar o planejamento da criação de forças, tanto para militares como policiais.

O Haiti segue sendo uma clara prioridade para a região e as mudanças estruturais imediatas são óbvias e previsíveis, exigindo dinâmica constante.

As necessidades da MINUSTAH estão gradualmente apoiando-se mais nas contribuições policiais, ao mesmo tempo em que as contribuições militares logicamente vão diminuindo ostensivamente. A Polícia tem agora uma renovada oportunidade para realizar as contribuições, mas o apoio político interno, com certeza, continuará sendo um obstáculo transcendental.

Sobre esta situação do Haiti/MINUSTAH, há uma compreensão geral compartilhada e desafios que afetam aos contribuintes latinoamericanos em diferente grau. Contudo, sem dúvida, em um curto período a presença militar será reduzida e mantida em uma mínima expressão.

Resta então alcançar e manter uma adequada coordenação entre o DPKO/DFS e os contribuintes da região para preparar adequadamente a subsequente criação de forças e as capacidades necessárias para alcançar o fim da missão, em um curto prazo estimado em dois anos no máximo.

O legado que vai deixando esta missão em nossa região é a confirmação de que os países americanos alcançaram uma bem-sucedida associação regional, integrando uma operação de paz em ajuda de outra nação da mesma região, constituindo um modelo de integração em todos seus aspectos e como tal assim é reconhecida em toda a comunidade internacional.

Prevendo que a América Latina siga interessada em continuar participando e assumindo novas responsabilidades, integrando futuras operações de paz de Nações Unidas, sendo possível inclusive uma maior colaboração e considerando particularmente “o caso MINUSTAH” com as experiências que ali surgiram, se considera como conveniente e inegável realizar um estudo imediato das oportunidades que se apresentam e os prováveis cursos de ação para abordar cada uma delas. Esta tarefa deveria ser realizada por parte de cada País Contribuinte por si mesmo e perante a ONU, mas se recomenda que também se explorem as possibilidades de reunir esforços bilaterais e regionais. Surge então o imperativo de que os países americanos devam conceber e inovar seus planos para reconfigurar e adequar seu compromisso com a paz internacional, a partir de agora em um cenário mais global, fora da região.

Neste contexto e a nível político-estratégico, a região deve inclusive postular manter a sua presença entre as altas hierarquias responsáveis da

condução das diferentes missões de paz desdobradas (atualmente 16 no total).

Consta que, hoje em dia, investidos na qualidade de Representante Especial do Secretário Geral (SRSG), há três funcionários de origem americana (na MINURSO do Canadá, na MINUSTAH de Trinidad e Tobago, na UNFICYP dos EUA). Como Comandantes de Forças Militares (FC) há somente dois (na MINUSTAH e na MONUSCO) ambos do Brasil. Entre os Comissionados de Polícia, somente um na MINUSTAH, do Canadá. Na revisão geral, se conclui também que estas altas autoridades, hoje vigentes, a maioria está na MINUSTAH.

Conseguir qualidade e quantidade significativa de personalidades e funcionários americanos nestes distintos postos significaria um incentivo para aqueles países de onde venham estas autoridades, talvez também produzindo um efeito multiplicador nas vontades daqueles que definem os caminhos a seguir no tema operações de paz.

Os possíveis empreendimentos que, por parte de organizações regionais e sub-regionais (exemplo OEA, CARICOM, UNASUR, etc.) ou outras tipo “grupo de amigos” associados com um objetivo comum, poderiam favorecer notavelmente as ações dos países que contribuem com contingentes e polícias latino-americanos. Isto, além disso, contribuiria para melhorar o diálogo e a colaboração entre as Autoridades ONU e os Governos americanos. Com relação às capacidades que demandam as operações de paz contemporâneas, e reconhecendo as brechas que são comuns a todas suas missões, a ONU potencialmente poderia reduzir estas falências através de aportes que seus países contribuintes proveriam formando associações binacionais e/ou regionais.

Os países americanos conhecem suas próprias capacidades, competências e experiências individuais, bem como também sua comprovada aptidão de integração binacional. Isto inclui lições para transmitir a outros países que possam se interessar, dentro e fora da região. Sem dúvidas, estas contribuições poderiam ser ampliadas e ofertadas à ONU, empregando uma matriz atualizada em conformidade com a normativa e modalidades contratuais (COE & MOU) hoje vigentes e apoiados sobre a sólida base de uma década de experiência na

MINUSTAH.

Estas futuras associações podem ser uma reedição de parcerias anteriores ou inovação que poderia compreender a novos sócios, sendo incluídos a outros incipientes contribuintes. Ampliando estas associações práticas, poderiam ser aumentadas ainda mais as contribuições dos países da América.

As capacidades demonstradas no aporte de facilitadores específicos ( engenheiros, componentes médicos, unidades aéreas e unidades navais/ fluviais, entre outras) permitiria continuar oferecendo esses serviços essenciais às operações e sua execução poderia ser efetivada individualmente pelos países ou através de associações binacionais.

A Força-Tarefa “Cruz del Sur” é uma realidade latente que espera por seu primeiro desdobramento e deve procurar esse emprego real nas operações. Uma vez ocorrida essa experiência que permitiria muitas comprovações, este “modelo binacional” poderia gerar o exemplo e incentivo que a região necessita.

Os países da América deveriam seguir mantendo debates nacionais, bilaterais e regionais sobre seu papel nas missões de paz da ONU, muito

além do Haiti e particularmente desenvolver argumentos mais fortes para a participação nas operações desdobradas na África.

Muito além do valor que estas ações teriam em si mesmas para todo o sistema sem dúvida também favoreceria todos os interesses.

Na área da capacitação e treinamento, se considera que o DPKO (ITS & OMA) poderia afiançar sua comunicação com as instituições de formação dos países contribuintes da América para melhorar a formação geral e obter adequados níveis de aprestamento prévio ao desdobramento, existindo possibilidades tecnológicas e de contato direto entre estas partes. Por sua vez, os governos americanos deveriam participar da continuação do diálogo, da reflexão e de atividades reais como exercícios de treinamento conjuntos, favorecendo o provável desenvolvimento de mais associações para a manutenção da paz.

É neste aspecto onde encontramos a realidade mais concreta de integração regional e a ALCOPAZ é a instituição que nos representa particularmente nos âmbitos acadêmicos, mas por sua vez, com repercussões positivas que ocorrem nas operações no terreno.

Apesar das forças de paz provenientes da América terem sido bem treinadas e experimentadas, se mantêm clara e vigente a vontade e a persistência dos esforços para preparar melhor as tropas e indivíduos, particularmente para as situações confrontadas nas áreas de missão e com a especificidade que cada uma destas apresenta.

Nesse âmbito, há a imprescindível necessidade de operar integradamente com outras forças de diferente origem e se assume que a vigência da “doutrina operacional” comum a todas as nações contribuintes é a plataforma de apoio comum a todos. Aqui está a principal meta de

nossos países conscientes desta importante demanda operacional. Consequentemente, a interação entre a ONU e os Centros de Instrução americanos deveria ser intensificada, proporcionando informação mais detalhada sobre as necessidades e condições imperantes nas diversas missões de paz da ONU.

Reconhecendo que a relação formal é exclusiva entre a matriz ONU (DPKO e OMA) e os países que contribuem com tropas e policiais, por via dos respectivos Centros Nacionais, a informação pode e deveria fluir até a associação regional. A partir desse ponto, ALCOPAZ como associação regional aparece como o âmbito apropriado para melhorar esta comunicação, assumindo que está em condições de estabelecer os necessários canais de informação e expansão.